Balanços “tiram” R$ 6,8 bi de 2 empresas; small caps vão de queda de 16% a alta de 35%

Confira os destaques da Bovespa na sessão desta quinta-feira (28)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A temporada de balanços elevou a temperatura do mercado nesta quinta-feira (28). No Ibovespa, os papéis foram as extremos reagindo aos números do 2° trimestre. Enquanto o Pão de Açúcar liderou as quedas, com desvalorização de 10,15%, a Natura disparou 10%. O Bradesco também chamou atenção com perdas de 5% entre resultado e a Operação Zelotes. Juntos, Bradesco e Pão de Açúcar perderam R$ 6,8 bilhões na Bovespa nesta sessão.

Fora do índice, chamaram atenção os papéis da CVC, que desabaram 14% com venda de ações do Carlyle e de seu fundador, Guilherme Paulus, enquanto Fras-Le atingiu alta de até 23% na máxima do dia, sem nenhum fato relevante sobre a empresa. No radar, uma entrevista com o gestor Roberto Knoepfelmacher, da Mosaico Capital, na InfoMoneyTV nesta manhã, em que ele disse que as ações da companhia “estão baratas” e oferecem uma grande oportunidade de investimento na Bolsa, com potencial de alta de 70% até o fim deste ano. 

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Vale  (VALE3, R$ 19,04, +0,63%VALE5, R$ 15,00, -0,53%
As ações da Vale registraram forte volatilidade nesta sessão entre a divulgação do balanço do 2° trimestre de 2016 e os preços do minério de ferro. A commodity, negociada em Qingdao, na China, subiu 3,41% nesta sessão, fechando a US$ 60,70 a tonelada. 

A mineradora registrou uma queda de 30% no lucro líquido, para R$ 3,585 bilhões; no segundo trimestre de 2015, a mineradora registrou lucro de R$ 5,144 bilhões. A queda no lucro ocorreu principalmente por uma provisão anunciada na véspera de R$ 3,733 bilhões relacionada ao rompimento de uma barragem da Samarco, sua joint venture com a BHP Billiton, no ano passado. No primeiro semestre, a Vale lucrou R$ 9,896 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 4,395 bilhões do mesmo período de 2015.

Já o lucro básico recorrente foi de R$ 2,455 bilhões entre abril e junho, principalmente devido aos ajustes para variação cambial, de R$ 6,698 bilhões, à provisão da Samarco; e a swaps de moeda e taxas de juros, no montante de R$ 1,608 bilhão. 

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A receita operacional líquida subiu 8% no trimestre frente um ano antes, para R$ 23,203 bilhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 8,341 bilhões, 22% acima ao registrado na base de comparação anual. Em relação ao primeiro trimestre deste ano, o Ebitda subiu 9%.

No período, os investimentos somaram US$ 1,368 bilhão, R$ 81 milhões abaixo do registrado no primeiro trimestre. A companhia encerrou o trimestre com dívida líquida total de US$ 27,5 bilhões, alta de 4% na base de comparação anual. 

“A Vale segue confiante que melhoria na sua competitividade, entrega do plano de investimentos e a redução de sua dívida vão entregar cada vez mais valor a seu acionista”, disse o diretor financeiro da companhia, Luciano Siani, em vídeo no website. 

De acordo com o JPMorgan, o BTG Pactual e o Credit Suisse, os números vieram em linha com o esperado. Segundo o BTG, o balanço veio sem supresas com a divisão de ferrosos em linha com o esperado e metais básicos 8% abaixo das estimativas. O preço realizado de minério no trimestre em US$ 48,3 a tonelada veio abaixo dos US$ 54 a tonelada. O fluxo de caixa positivo em US$ 767 milhões com a alavancagem caindo para 3,6 vezes a a relação entre dívida líquida e Ebitda de 3,7 vezes foram destacados pelo banco. “O resultado em linha não deve impactar a performance das ações. O foco deve recair sobre preço de minério e riscos de Samarco”. 

Bradesco (BBDC3, R$ 28,38, -3,83%; BBDC4, R$ 27,53, -4,34%) 
Duas notícias fizeram a ação do banco cair forte nesta data: o balanço e a denúncia do Ministério Público contra executivos do banco. Com a derrocada, o banco perdeu R$ 5,9 bilhões em valor de mercado na Bovespa hoje. Após o pregão, o Bradesco informou que nenhuma irregularidade ou transgessão foi praticada. “Trata-se de um juízo preliminar, decorrente dos argumentos expedidos exclusivamente pelo Ministério Público”, disse o comunicado, em referência à denúncia do MPF. 

O Ministério Público do Distrito Federal detalhou nesta tarde, em coletiva, a denúncia sobre a Operação Zelotes. O MPF confirmou a denúncia contra o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, e o diretor de Relação com Investidores do Bradesco, Luiz Carlos Angelotti. Nesta manhã, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, aceitou denúncia oferecida pelo MPF. Com isso, Trabuco e os demais denunciados passam à condição de réus em ação penal sobre o caso, investigado na Operação Zelotes.

Durante esta tarde, as ações do Bradesco atingiram nova mínima na Bolsa, com queda de 5,39%, a R$ 27,35. Além disso, o Santander Brasil (SANB11, R$ 19,70, -2,09%), que operava próximo à estabilidade, passou a registrar queda de 2% depois de ser citado pelo MPF, levando a uma baixa de 2,5% em cinco minutos. O órgão afirmou que o banco Safra e o Santander também estão sendo investigados na Zelotes.  Contudo, minutos depois, os papéis amenizaram as perdas e passaram a cair cerca de 1%; vale destacar que, no início de maio, a Procuradoria da República do Distrito Federal já havia apresentado denúncias envolvendo o Santander e outras duas empresas sob a acusação de pagarem ou negociarem propina com integrantes do Carf. O MPF ainda afirmou ser possível que tenhamos outras denúncias ainda este ano.

Além disso, o Bradesco repercutiu seu resultado do 2° trimestre, registrando queda de 7,6% do lucro líquido contábil na comparação com o mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 4,134 bilhões. O lucro líquido ajustado caiu na mesma proporção, somando R$ 4,161 bilhões; a estimativa dos analistas consultados pela Bloomberg era de um lucro de R$ 4,25 bilhões.

O banco também cortou previsões para a carteira de crédito deste ano, com a perspectiva de expansão da carteira de crédito sendo reduzida para um intervalo de queda de 4% a estabilidade sobre 2015 ante estimativa anterior de crescimento de 1% a 5%. A despesa com provisão para devedores duvidosos passou de R$ 3,55 bilhões entre abril e junho de 2015 para R$ 5,02 bilhões este ano, enquanto a  margem financeira total subiu 10,5%, totalizando R$ 14,962 bilhões. As receitas com prestação de serviços subiram 8,3%, para R$ 6,624 bilhões. Durante teleconferência, o bradesco afirmou que a inadimplência deve crescer ao longo do ano e atingir pico no quarto trimestre de 2016, mas que ela está sob controle. 

Segundo o BTG Pactual, o resultado do banco veio pior do que o esperado. O destaque positivo ficou para a margem financeira que, apesar da queda do crédito segue com performance superior. O NPL 90 dias piorou 40 pontos-base, ficando um pouco pior do que o esperado. Eles destacam ainda a nova provisão de devedores duvidosos: “neste ponto, a leitura ruim pra Banco do Brasil (BBAS3, R$ 20,67, -3,77%) aqui porque eles devem ter que fazer mais PDDs de Sete no segundo trimestre, algo que ainda não estava 100% claro. O resultado de seguro também veio pior. A Sinistralidade de saúde piorou bem, o que é uma leitura ruim pra SulAmérica (SULA11, R$ 14,66, -4,50%)”, ressaltam os analistas do banco. 

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 48,20 ,-10,41%)
O Grupo Pão de Açúcar viu seus papéis despencarem após os números do segundo trimestre, em dia de forte volume financeiro movimentado na Bolsa, de R$ 161,3 milhões, contra média diária de R$ 56,1 milhões. Com a derrocada, a varejista perdeu R$ 929,8 milhões em valor de mercado na Bovespa. 

A companhia teve prejuízo de R$ 583 milhões, ante resultado negativo de R$ 13 milhõesregistrado no mesmo período de 2015. O resultado atribuível aos acionistas controladores foi de prejuízo de R$ 276 milhões, ante lucro de R$ 66 milhões no segundo trimestre de 2015. O Ebitda caiu 59%, para R$ 279 milhões. Em termos ajustados, a geração de caixa recuou 1 por cento, a R$ 760 milhões. A receita líquida consolidada foi de R$ 16,7 bilhões, 5% superior na comparação anual, bem como alta de 3,2% na receita líquida no conceito “mesmas lojas”. Ontem, a empresa do grupo focada em móveis e eletrodomésticos, Via Varejo, divulgou aumento no prejuízo do período para R$ 89 milhões.

Para o BTG, o resultado foi muito negativo com resultado fraco e poluído com muitos ajustes e ajudado por créditos fiscais. “A performance de Assaí segue como grande destaque ajudando a impulsionar a venda nas mesmas lojas de alimentos que veio em 7,1%. A margem bruta foi muito ajudada pelos créditos fiscais que totalizaram R$ 287 milhões sendo R$ 209 milhões não recorrentes). Excluindo este efeito, a margem bruta caiu 160 pontos-base na comparação anual para 22,4% no formato multivarejo refletindo campanhas promocionais p/ aumentar o tráfego nas lojas do Extra. O Ebitda ajustado caiu 38% na base anual com a margem ebitda em somente 3,5%, queda de 2,7 ponto percentual.

Vale destacar ainda que, na véspera, o Pão de Açúcar informou que terá que fazer um ajuste de R$ 512 milhões em seu resultado líquido do ano passado para se adequar às fraudes encontradas na Cnova Brasil, empresa controlada pelo grupo e que é responsável pelos negócios de comércio eletrônico. Além do rombo no lucro líquido, também será feita uma redução de R$ 304 milhões no patrimônio da companhia varejista. Em 2015, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 251 milhões. 

Siderúrgicas
As ações da Usiminas (USIM5, R$ 3,39, +2,42%) ganharam força ao longo do pregão, depois de terem atingido queda de 8,76% na mínima do dia, a R$ 3,02, na esteira do balanço do 2° trimestre. A companhia divulgou prejuízo líquido de R$ 123 milhões no período, queda de 81% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita líquida do período foi de R$ 2 bilhões, estável em relação ao primeiro trimestre deste ano. O Ebitda ajustado foi de R$ 68 milhões, com expressiva queda em relação aos R$ 227 milhões do mesmo período de 2015, mas com alta de 31% frente os R$ 52 milhões do primeiro trimestre.

Segundo a análise do Itaú BBA, o resultado foi fraco e abaixo do esperado; por outro lado, pela primeira vez em muito tempo foi possível observar uma recuperação marginal na demanda por aço no Brasil. CSN (CSNA3, R$ 11,35, 0,0%) e Gerdau (GGBR4, R$ 7,82, -1,26%) tiveram desempenhos mistos hoje.  

Natura (NATU3, R$ 30,00, +10,13%)
Os números ainda ruins, mais melhores do que o esperado para a Natura no segundo trimestre impulsionaram os papéis da companhia nesta sessão, assim como o volume financeiro movimentado com suas ações hoje, que atingiu R$ 86,9 milhões, contra média diária de R$ 26,5 milhões dos últimos 21 pregões. 

A  maior fabricante de cosméticos do país registrou lucro líquido de R$ 91 milhões no segundo trimestre, queda de 22% em relação ao mesmo período do ano passado. O Ebitda caiu 3,5%, indo a R$ 345 milhões, refletindo principalmente o aumento da carga tributária (alta de 31,3%) e o impacto desfavorável do câmbio no custo dos produtos vendidos. Na mesma base de comparação, a receita da companhia cresceu 5%, para US$ 2 bilhões, prejudicada pela carga tributária. 

Em outro comunicado, a Natura disse que o conselho aprovou o não pagamento de dividendos intermediários e de juros sobre capital próprio para o primeiro semestre de 2016.

Para o BTG Pactual, o risco de execução continua elevado, apesar de uma leve melhora sequencial nas vendas, mas com a operação no País ainda seguindo fraca; os analistas ressaltam que as vendas líquidas no Brasil caíram 2%, mas o lucro líquido segue em queda: “mantemos visão cautelosa para a companhia”. A análise da maior parte do mercado é de que os números, apesar de ruins, vieram acima da expectativa. 

Saraiva (SLED4, R$ 4,50, -1,10%)
A Saraiva anunciou minutos antes do fechamento deste pregão que um “block trade” (leilão agendado por um grande investidor para se desfazer de uma quantidade significativa de ações) realizado com suas papéis movimentou R$ 2,27 milhões na BM&FBovespa, ou 487,3 mil de suas ações. O preço da venda foi de R$ 4,66 – ou 3,6% acima do preço de fechamento, de R$ 4,50. O leilão foi comunicado ontem à Bovespa e teve como intermediária da venda a Terra Investimentos e a intermediária da compra o BTG Pactual. O cliente vendedor das ações da Saraiva é membro do conselho fiscal e do conselho de administração da companhia, informou o comunicado da Bolsa divulgado ontem.

Helbor (HBOR3, R$ 2,37, -0,42%)
A Helbor viu suas ações caírem até 5,46% na mínima do dia, a R$ 2,25, após divulgar sua prévia operacional do segundo trimestre. A companhia registrou vendas contratadas totais de R$ 211,8 milhões, o que representa uma queda de 13% sobre um ano antes e 20% ante o trimestre anterior. As Vendas sobre Oferta (VSO), considerando-se a parte Helbor, atingiram 7,6% no período e 14,1% nos primeiros seis meses do ano.

A companhia afirmou em comunicado que não realizou lançamentos no segundo trimestre visando uma melhor administração do estoque e da demanda atuais do mercado imobiliário. No acumulado dos seis primeiros meses de 2016, os lançamentos totalizaram R$ 53,8 milhões em VGV total. S egundo o BTG Pactual, os números apresentados foram fracos, como esperado. “A performance do fluxo de caixa vai depender muito da capacidade deles de minimizar os cancelamentos e os repasses e isso não será trivial neste momento de mercado”, diz o BTG. 

OdontoPrev (ODPV3, R$ 13,00, -0,54%)
A OdontoPrev viu seus papéis caírem forte após o balanço e com o corte de recomendação para underperform pelo Itaú BBA.

A maior operadora de planos dentais do país, teve queda de 11,4% no lucro líquido do segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 44 milhões. Os custos dos serviços prestados aumentaram 18,7% para R$ 165,2 milhões, enquanto a receita aumentou 12,3%, a R$ 338,7 milhões. O número de usuários de planos dentais em junho ficou em 6,2 milhões, o que representa uma queda de 0,3% em relação ao mesmo mês de 2015. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) caiu 15,7%, para R$ 61,2 milhões. A margem Ebitda, por sua vez, teve uma queda de 5,9 pontos percentuais, atingindo 18,1%. 

Smiles (SMLE3, R$ 49,86, -4,24%)
As ações da Smiles caíram forte, fechando na mínima do dia, após a renúncia surpresa do diretor Vice-Presidente, Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Flavio Jardim Vargas. Com isso, o Conselho de Administração da companhia aprovou ontem a eleição de Constantino de Oliveira Junior, atual Presidente do Conselho de Administração da Companhia, para o cargo de Diretor Vice-Presidente e Diretor Financeiro, com mandato até a data da reunião do conselho de administração que irá deliberar sobre as demonstrações financeiras relativas ao exercício social de 2016.

Além disso, Leonel Dias de Andrade Neto, atual Diretor Presidente da companhia, foi indicado pelo Conselho de Administração para atuar, cumulativamente, durante o prazo do seu mandato, como Diretor de Relações com Investidores.

De acordo com o BTG, a notícia é negativa, uma vez que ele foi uma peça muito importante na idealização do modelo de negócios da empresa e era apreciado pelo mercado, mas o banco não acredita que a saída dele é um risco à governança e nem se espera nenhum tipo de disrupção. 

CCX (CCXC3, R$ 2,75, +2,61%)
As ações da CCX fecharam em alta de quase 3%, após chegarem a subir 8,21% na máxima do dia e a cair até 4,10% somente nesta sessão. Nesta data, o Conselho de Administração em reunião de urgência decidiu pelo cancelamento do aumento de capital “em função da baixa adesão de acionistas interessados em subscrever ao menos a quantidade mínima de ações”, segundo comunicado. O Conselho também tratou de “alternativas e rumos a serem seguidos frente ao corrente cenário econômico-financeiro da ‘companhia’’. A administração da CCX decidiu, em conjunto com executivos da Yildirim, pela solicitação da suspensão da arbitragem pelo prazo de 60 dias. A expectativa das partes é ‘‘encontrar uma solução consensual comercial para encerrar a arbitragem e finalizar a operação em novas condições”. A decisão tomada “em função da atual situação econômico-financeira da sociedade, agravada agora pelo não atingimento das condições mínimas previstas para a homologação do aumento de capital e o seu consequente cancelamento” e  busca “solucionar o problema de liquidez que ameaça a execução e a condução regular das suas atividades”. 

A arbitragem entre CCX Colômbia e YCCX Colômbia envolve operação de venda dos ativos referentes a projetos de mineração a céu aberto de Cañaverales e Papayal e do projeto de mineração subterrânea de San Juan. A arbitragem “representa um custo recorrente altíssimo para a companhia, tendo sido, inclusive, a principal razão para a realização do aumento de capital, seja pelos altos valores envolvidos no custeio da arbitragem em si, como pela consequente necessidade de se investir na manutenção, preservação e segurança dos ativos listados”.

Petrobras (PETR3, R$ 13,32, -2,06%;PETR4, R$ 11,27, -2,17%)
Seguindo o dia de aversão ao risco do mercado, as ações da Petrobras registram queda, acompanhando a baixa do petróleo em meio às indicações de aumento da oferta. O contrato futuro do Brent registrava queda de 1,89%, a US$ 42,65 o barril, com a commodity entrando em “bear market” ao atingir queda de 20% frente ao ponto máximo de 2016. 

Na véspera, a estatal informou ter finalizado a operação de venda da totalidade de sua participação de 67,19% na Petrobras Argentina, detida por meio da Petrobras Participaciones, para a Pampa Energía.

A operação foi concluída com o pagamento de US$ 897 milhões pela Pampa. Além disso, a transação prevê pagamentos contingentes relacionados a eventos futuros, como renovações de concessões, e contempla um acordo para operações subsequentes visando a aquisição, por parte da Petrobras, de 33,6% da concessão de Rio Neuquen, na Argentina, e de 100% do ativo de Colpa Caranda, na Bolívia, por um valor total de US$ 52 milhões. A aquisição está sujeita à aprovação pelo Conselho de Administração da PESA.

CVC (CVCB3, R$ 21,41, -14,36%)
As ações despencaram após a companhia anunciar que os fundos BTC e GJP oferecem 60 milhões de ações em oferta secundária. Na mínima do dia, os papéis atingiram queda de 16,00%, a R$ 21,00. O volume financeiro movimentado com as ações alcançou R$ 32,5 milhões, contra média diária de R$ 12,6 milhões dos últimos 21 pregões. 

A oferta pública secundária de distribuição de ações ordinárias terá esforços restritos de colocação, segundo comunicado. A oferta consiste na distribuição de 39 milhões de ações de titularidade do BTC e 20,9 milhões de ações de titularidade do GJP. A oferta no Brasil será coordenada por Bank of America Merrill Lynch, Banco Itaú BBA e Morgan Stanley. “Além disso, serão realizados esforços de colocação das ações no exterior” por Merrill Lynch, Pierce, Fenner & Smith Incorporated, Itau BBA USASecurities e Morgan Stanley. O preço por ação será fixado após conclusão do procedimento Bookbuilding e os atuais acionistas não terão prioridade de subscrição por ser oferta com esforços restritos

Ainda no radar da empresa, a companhia teve lucro líquido ajustado de R$ 17,6 milhões no trimestre, alta de 23% na base anual. O resultado se compara a ganho pro forma de R$ 14,3 milhões no mesmo período do ano passado, segundo comunicado. 

A receita líquida foi de R$ 215,2 milhões, ante R$ 205,3 milhões no ano passado, enquanto o Ebitda ajustado somou R$ 81,4 milhões, frente R$ 71,6 milhões em 2015, enquanto a margem Ebitda ajustada subiu para 37,8%, ante 34,9% no ano passado, levando em conta o Grupo CVC, com CVC, RexturAdvance e Submarino Viagens; os números comparáveis incluem resultado pro forma da RexturAdvance e Submarino Viagens. Considerando apenas a CVC, o lucro líquido somou R$ 9,9 mi, ante R$ 10,3 milhões, receita líquida de R$ 158,6 milhões, ante R$ 149,3 milhões no ano anterior; o Ebitda foi de R$ 57,4 milhões, na comparação com os R$ 52,4 milhões. A Margem Ebitda foi de 36,2% este ano, com alta de 1,1 ponto percentual frente o ano anterior. O balanço foi bem avaliado pelo BTG Pactual, com a CVC apresentando números sólidos e a estratégia de integração da empresa já apresentando resultados. 

Klabin (KLBN11, R$ 17,10, +3,51%)
Destaque também para a Klabin, que subiu quase 5% na máxima do dia. Em relatório, o BTG Pactual disse que, após a “tempestade”, o cenário parece ser mais encorajador para empresas de papel e celulose, com demanda mais alta e menores estoques podendo levar a uma recuperação dos preços das commodities. A Klabin é o top pick do setor. 

Fras-le (FRAS3, R$ 3,98, +9,94%)
As ações da Fras-le dispararam até 23% na máxima do dia, a R$ 4,45, com volume financeiro de R$ 3,13 milhões, contra média diária de R$ 261,8 mil dos últimos 21 pregões. Nesta manhã, ocorreu a quarta entrevista do Painel de Small Caps – InfoMoney”  e teve como convidado o gestor Roberto Knoepfelmacher, da Mosaico Capital, que falou sobre as ações da companhia, uma das maiores produtoras mundiais de material de fricção (pastilhas e lonas para freios).

Para ele, a ação é uma grande oportunidade para o investidor, dado sua combinação de “bom negócio e preço atrativo”. Knoepfelmacher acredita que a ação está “muito barata” na Bolsa, vendo um potencial de alta na ação de cerca de 70% este ano (confira mais clicando aqui).

Lupatech (LUPA3, R$ 5,40, +35,00%)
A Lupatech voltou a disparar na Bolsa, acumulando ganhos de 117% na semana. Somente hoje, a ação subiu 35%, fechando na máxima do dia, com volume financeiro de R$ 1,9 milhão, contra média diária de R$ 282 mil nos últimos 21 pregões.

Em comunicado enviado na véspera, a Lupatech informou que não há nenhum fato que possa justificar a valorização recente das ações. “A companhia esclarece que desconhece qualquer motivo que possa justificar as oscilações registradas na cotação de suas ações. Adicionalmente, a Lupatech ressalta que, neste momento, não há qualquer fato consumado objeto de divulgação mandatória, conforme as previsões da instrução da Comissão de Valores Mobiliários n° 358/2002″, disse a empresa em resposta ao pedido da BM&FBovespa sobre a movimentação atípica de suas ações.

Vale destacar que, no final de junho, a fabricante de equipamentos para a indústria de petróleo e gás informou que a justiça do Estado de São Paulo aceitou dois recursos de credores e anulou a homologação do plano de recuperação judicial da companhia. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.