Usiminas salta 9%, Vale sobe 3% com Goldman e small cap dispara “misteriosamente” 110% na semana

Confira os destaques da Bovespa na sessão desta quarta-feira (27)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou volatilidade na tarde desta quarta-feira (27), após decisão da reunião do Fomc (Federal Open Market Committee). Os membros do comitê mantiveram a taxa de juros inalterada nos Estados Unidos, entre 0,25% e 0,50%, e disseram que os riscos de curto prazo para a perspectiva econômica diminuíram. Além disso, o mercado brasileiro repercutiu a temporada de resultados do segundo trimestre, além das revisões de recomendações e preço-alvo para a Lojas Renner, Marcopolo e Qualicorp.

Confira abaixo os destaques de ações da Bovespa desta sessão: 

Petrobras (PETR3, R$ 13,60, -1,02%; PETR4, R$ 11,51, -3,11%)
As ações da Petrobras caíram e chegaram a mínima do dia logo após os dados de estoque de petróleo nos EUA, com aumento surpreendente na semana. A expectativa era de que os estoques de petróleo caíssem em 1,7 milhão de barris, mas houve um aumento nos estoques de 2 milhões. O contrato futuro do petróleo Brent registrava queda de 2,9%, a US$ 43,55 o barril. O WTI fechou em baixa de 2,3%, a US$ 41,92 o barril. 

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Vale destacar que o presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse na manhã desta quarta, após reunião com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que não há previsão para o reajuste dos combustíveis. Parente ainda defendeu a mudança na legislação para exploração do pré-sal que tramita no Congresso Nacional. Na avaliação de Parente, a mudança no regime do pré-sal é “fundamental” e a Petrobras já se posicionou a favor do projeto. “Quanto antes (houver a mudança na regra do pré-sal), melhor para a competitividade dos próximos leilões”, disse.

Santander (SANB11, R$ 20,12, -0,35%
Após chegar a subir mais de 2% no início da sessão, as units do Santander Brasil viraram para queda ao longo da sessão, na esteira da divulgação do resultado do segundo trimestre. O banco encerrou o período com lucro líquido gerencial, que não exclui o ágio da compra do Real, de R$ 1,806 bilhão, o que representa um crescimento de 7,8% sobre o mesmo período de 2015, de R$ 1,675 bilhão. O resultado superou em 25% as expectativas de analistas consultados pelo Broadcast, serviço em tempo real do Grupo Estado. A média de 12 casas (Deutsche Bank, Banco Safra, Goldman Sachs, BTG Pactual, Credit Suisse, Brasil Plural, Morgan Stanley, UBS, Votorantim e três que preferiram não ser identificadas) indicava resultado de R$ 1,446 bilhão no período de referência.

A instituição também informa o lucro líquido societário do segundo trimestre, que foi de R$ 1,347 bilhão, ante R$ 1,213 bilhão no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 11,1%. Em um ano, quando somou R$ 3,881 bilhões, o montante foi 65,3% menor. Na ocasião, houve um evento extraordinário que gerou uma receita de R$ 4,8 bilhões referente à reversão de provisões fiscais relativas à Cofins, contabilizado na linha de outras receitas operacionais e despesas tributárias. A carteira de crédito total ao final de junho estava em R$ 244,284 bilhões, queda de 4% em doze meses e de 1,6% ante março. Já a carteira ampliada, que inclui as outras operações com risco de crédito, ativos de adquirência e avais e fianças, foi a R$ 308,377 bilhões no segundo trimestre, queda de 1,2% ante o primeiro trimestre e 4% em relação a um ano antes.

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O índice de inadimplência do Santander Brasil, considerando os atrasos acima de 90 dias, reduziu 0,1 ponto porcentual no segundo trimestre, para 3,2% em relação aos três meses anteriores. Em um ano, ficou estável. Apesar disso, o indicador de curto prazo, que considera atrasos entre 15 e 90 dias, piorou 0,7 p.p., passando de 4,8% no primeiro trimestre para 5,5% no segundo. Na inadimplência de 90 dias, a melhora veio de pessoa física, cujo indicador de atrasos melhorou de 4,7% ao final de março para 4,4% ao término de junho. Na contramão, a pessoa jurídica passou de 2,1% para 2,2%.

De acordo com o Credit Suisse, por mais que o resultado pareca bom à primeira vista, olhando mais no detalhe os números foram ruim, com destaque para as provisões e deterioração dos indicadores de inadimplência, sugerindo que o custo de risco aumentou consideravelmente nos últimos trimestres. Eles seguem com recomendação underperform para os ativos.

Em teleconferência para comentar os resultados do segundo trimestre, o presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, afirmou que o banco provavelmente vai competir pelos ativos do Citi “até o final”. Ele disse que é muito “provável” que fará uma oferta vinculante pelos ativos à venda. Rial previu que o Santander Brasil tem espaço para continuar elevando margem com crédito e receitas com tarifas no segundo semestre, dado o melhor cenário prospectivo para a economia brasileira.

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Vale (VALE3, R$ 18,92, +2,71%; VALE5, R$ 15,08, +3,36%)
Em mais um dia de alta para o minério de ferro, que fechou em alta de 0,94%, a US$ 58,63 a tonelada seca, as ações da Vale registraram ganhos. A cotação do minério é um importante balizador para o desempenho das ações da Vale, já que é o seu principal produto. A holding da Vale, Bradespar (BRAP4, R$ 11,00, +2,42%), também teve alta. Ajudando neste movimento, destaque para o relatório do Goldman Sachs que elevou as projeções de curto prazo para o minério de ferro, de US$ 45 a tonelada para US$ 50 a tonelada em três meses e de US$ 35 para US$ 40 em seis meses. 

As ações do setor siderúrgico também seguiram em forte alta, caso da CSN (CSNA3, R$ 11,35, +1,25%), Usiminas (USIM3, R$ 8,84, +4,62%; USIM5, R$ 3,31, +8,88%), Gerdau (GGBR4, R$ 7,92, +4,21%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,78, +4,51%). Na máxima do dia, os papéis PNs da Usiminas atingiram alta de 9,87%, indo a R$ 3,34. 

Lojas Renner (LREN3, R$ 26,65, +2,26%)
As ações da Lojas Renner subiram forte e foram destaque de alta. O Credit Suisse elevou o preço-alvo para as ações da varejista de R$ 20 para R$ 31, destacando que “o melhor para a companhia ainda está por vir”, com recomendação outperform. 

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A elevação do preço-alvo decorre da rolagem para o segundo trimestre de 2017; (2) novas projeções e (3) redução do custo primeiro semestre e as novas estimativas macroeconômicas, estamos aumentando nosso crescimento de lucro para 2016 em 4%. Os números de 2017 estão praticamente estáveis, uma vez que a piora de crescimento na receita foi compensada por margens maiores e menor despesa financeira. Claramente, a Renner não está imune à desaceleração macro. No entanto, ainda esperamos uma aceleração de SSS (6% para 2017 versus 3% em 2016) e, mais importante, acreditamos que a empresa pode se beneficiar de uma expansão de margem Ebitda. A nossa visão bullish para Renner é consequência da habilidade da empresa expandir margens constantemente”, ressaltam os analistas. 

Telefônica (VIVT4, R$ 47,95, +2,48%)
A Telefônica Brasil, grupo de telecomunicações que opera sob a marca Vivo, viram suas ações subirem após divulgar lucro líquido de R$ 699,5 milhões no segundo trimestre, queda de 23,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A companhia registrou geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de R$ 3,2 bilhões no período, montante 3,7% acima do verificado no segundo trimestre de 2015.

Já a receita líquida atingiu R$ 10,5 bilhões no período, o que representa um avanço de 0,8% na comparação anual. O resultado foi atribuído a um evento não recorrente de 2015, quando a empresa comprou a GVT e fez um aumento de capital de R$ 16,1 bilhões. Sem essa receita, o lucro teria ficado estável.

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Em teleconferência sobre o balanço, o presidente da companhia, Amos Genish, disse que o número de clientes de pré-pago pode ficar estável ou crescer daqui para frente. Segundo ele, a Telefônica Brasil quer chegar a margem Ebitda de até 36% em 2018 e reduzir o capex (investimentos em bens de capital) de 2016 para menos de 20% da receita. 

Oi (OIBR3, R$ 2,88, +2,86%; OIBR4, R$ 2,54, +4,96%)
O Aurelius Capital Management está comprando ações da Oi para reforçar sua posição em meio à reestruturação da dívida de US$ 19 bilhões da empresa de telecom, disseram pessoas com conhecimento do assunto à Bloomberg. 

O Aurelius tem comprado ações da Oi desde que empresa entrou com pedido de reestruturação judicial em 20 de junho, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque o assunto não é público. Brian Schaffer, porta-voz do Aurelius em NY, e assessora da Oi não quiseram comentar.

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Via Varejo (VVAR11, R$ 6,98, -9,11%)
Após a queda da véspera na esteira dos dados da Cnova, a Via Varejo, rede de comércio de eletrodomésticos e móveis do Grupo Pão de Açúcar, caiu após a divulgação dos números do segundo trimestre. 

A empresa teve alta no prejuízo do segundo trimestre para R$ 89 milhões, ante resultado negativo de R$ 9 milhões no período anterior. O Ebitda somou R$ 229 milhões, 6,5% menor ante o segundo trimestre do ano passado. A receita líquida ficou estável em relação a um ano antes, em R$ 4,33 bilhões. Para o primeiro semestre deste ano, a receita somou R$ 9,04 bilhões, 6% menor ante um ano antes, quando havia registrado R$ 9,71 bilhões.

Segundo analistas do Votorantim Corretora, o resultado veio mais fraco do que o estimado e eles não veem sinais de melhoras nos próximos trimestres, com as condições macroeconômicas seguindo difíceis. Eles, no entanto, acrescentaram que a recente melhora na confiança pode ajudar a companhia no médio a longo prazo. A corretora segue com recomendação outperform (desempenho acima da média) para os papéis, vendo o múltiplo P/L (Preço sobre Lucro) projetado para 2017, de 10,9 vezes, como “atrativo”.  

Qualicorp (QUAL3, R$ 21,30, -2,74%)
As ações da Qualicorp foram destaque de queda na Bovespa após o Goldman Sachs recortar a recomendação dos ativos para neutra.  

Weg (WEGE3, R$ 15,20, +4,11%
As ações da Weg viraram para alta após a companhia registrar lucro líquido deR$ 255 milhões no trimestre, ante estimativa ajustada de R$ 259,5 milhões. O lucro representa queda de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo comunicado ao mercado. Conforme destaca a Votorantim Corretora, os números foram em linha com a expectativa, exceto pelo dado de lucro líquido; os analistas ressaltam que o número foi impactado pela redução dos benefícios com o câmbio. 

A receita líquida teve queda de 0,6% na base anual, para R$ 2,34 bilhões no trimestre, ante estimativa de R$ 2,48 bilhões. Ja o Ebitda caiu 7,4% para R$ 326,1 milhões, ante expectativa de R$ 352,8 milhões. Já a Margem Ebitda foi de 14% versus 15% no segundo trimestre de 2015.

Indústrias Romi (ROMI3, R$ 2,55, +4,08%
As ações da Romi subiram nesta sessão. A companhia registrou prejuízo líquido da empresa de R$ 4,86 milhões no segundo trimestre, enquanto a receita líquida ficou em R$ 150,1 milhões.  A Romi obteve margem bruta de 23,4% e margem Ebitda de 3,8%.

“O mercado doméstico foi responsável por 65% da receita da Romi no segundo trimestre de 2016, confirmando o crescimento gradual e sustentável da Companhia no mercado externo, uma vez que essa participação era de 79% no mesmo período de 2015″, afirma a empresa. 

Klabin (KLBN11, R$ 16,52, +0,43%)
A Klabin viu suas ações zerarem os ganhos, após chegarem a subir 2,07% na máxima do dia. O Credit Suisse atualizou os números para a companhia, ressaltando que o  segundo trimestre foi marcado por um forte volume de celulose vindo da nova planta. “Acreditamos que o case de Klabin continua atrativo principalmente pela liderança, flexibilidade de exportação, corte de custos, expansão, governança e possibilidade de um crescimento no payout no futuro. Dentro desse contexto, Klabin é o nosso top pick no setor com Outperform e um pequeno ajuste no preço-alvo de R$ 21,00 para R$ 20,00″, ressaltam os analistas. 

Saraiva (SLED4, R$ 4,55, 0,0%)
As ações da Saraiva zeraram ganhos, após atingirem alta de 8,79% na máxima do dia, a R$ 4,95, na esteira do anúncio da companhia de um “block trade” (leilão agendado por um grande investidor para se desfazer de uma quantidade significativa de ações) amanhã na BM&FBovespa.

Serão ofertadas na Bovespa 436,7 mil ações preferenciais da companhia, ao preço de R$ 4,65 – ou 6% abaixo da máxima atingida pela ação nesta sessão. A operação está prevista para ocorrer entre às 16h e 16h15 (horário de Brasília) e poderá movimentar R$ 2,03 milhões na Bolsa, ou 1,73% do capital social da empresa.

Energisa (ENGI11, R$ 21,00, +5,00%)
A Energisa subiu forte após a companhia ter captado R$ 1,36 bilhão na primeira oferta pública de ações em 2016, chegando a atingir uma variação máxima de 10,05%, a R$ 22,21. O preço final ficou em torno de R$ 18 e a demanda foi quatro vezes a oferta. A liquidação financeira será no dia 01 de agosto. “Esta operação é um bom indicativo do apetite dos investidores por ativos de risco das empresas brasileiras e pode estimular o governo a promover operações desse tipo dentro do seu programa de desmobilização de ativos para melhorar as contas públicas”, destaca a LCA Consultores. 

Senior Solution (SNSL3, R$ 14,00, +4,40%)
A Senior Solution seguiram a disparada da véspera, com volume financeiro de R$ 1,35 milhão hoje, contra média diária de R$ 457,6 mil nos últimos 21 pregões. Vale destacar que a empresa foi o tema da segunda entrevista do Painel de Small Caps – InfoMoney”que teve como convidado o head de mercado de capitais da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto. Ele disse que a ação do setor de tecnologia, tem um potencial de alta de quase 30% em relação ao fechamento do pregão de ontem, mas que essa é a projeção “conservadora”. “Não espantaria se subisse mais 40% em 2016”, disse ele. Confira a análise completa clicando aqui.

Prumo (PRML3, R$ 7,00, -16,37%)
A Prumo Logística viu suas ações caírem após a companhia comunicar ao mercado que realizará um aumento do capital social, dentro do limite do capital autorizado, por meio de subscrição privada, no montante de, no mínimo, R$ 495.099.711,84 e, no máximo, de R$ 740.699.191,92, mediante a emissão de, no mínimo, 74.005.936 e, no máximo, 110.717.368 novas ações ordinárias.

Lupatech (LUPA3, R$ 4,00, +5,54%)
As ações da small cap Lupatech disparam mais uma vez, sem motivo aparente. Somente nesta semana, os papéis têm uma variação de 110%. 

Em comunicado enviado ao mercado nesta tarde, a Lupatech informou que não há nenhum fato que possa justificar a valorização recente das ações. “A companhia esclarece que desconhece qualquer motivo que possa justificar as oscilações registradas na cotação de suas ações. Adicionalmente, a Lupatech ressalta que, neste momento, não há qualquer fato consumado objeto de divulgação mandatória, conforme as previsões da instrução da Comissão de Valores Mobiliários n° 358/2002″, disse a empresa em resposta ao pedido da BM&FBovespa sobre a movimentação atípica de suas ações.

Vale destacar que, no final de junho, a fabricante de equipamentos para a indústria de petróleo e gás informou que a justiça do Estado de São Paulo aceitou dois recursos de credores e anulou a homologação do plano de recuperação judicial da companhia. 

Marcopolo (POMO4, R$ 2,97, -4,19%)
As ações da Marcopolo caíram após terem a recomendação rebaixada para underperform (desempenho abaixo da média) pelo Votorantim. Os analistas do banco destacam que a forte alta recente dos papéis não é justificada, além da empresa ser impactada com a recente apreciação do real. O preço-alvo para o final de 2017 é de R$ 2,60.