Santander lucra R$ 1,8 bi; Petrobras consegue revogar “furo” da Odebrecht e mais 11 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (27)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Enquanto os mercados aguardam pela reunião do Fomc (Federal Open Market Committee), o noticiário corporativo segue movimentado por aqui, com destaque para o noticiário de Oi, Petrobras e os balanços do segundo trimestre. Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (27):

Petrobras
A Petrobras (PETR3;PETR4) informou que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro revogou liminar que autorizava a Odebrecht Óleo e Gás a participar de licitação da companhia. A empresa tinha um bloqueio cautelar adotado pela Petrobras em dezembro de 2014.

“As investigações evidenciam possível envolvimento da Odebrecht Óleo e Gás nos ilícitos apurados pela Operação Lava Jato, em especial nas fases Acarajé e Xepa”, afirmou a Petrobras em comunicado. “Em razão disso, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro entendeu que a Petrobras agiu corretamente ao efetuar e manter o bloqueio cautelar vigente, até que sejam concluídas as investigações do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle”, disse a petroleira em nota.

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Além disso, após gastar mais de US$ 13,5 bilhões no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), ainda inconcluso, a Petrobras agora estuda alugar temporariamente uma unidade de processamento de gás natural para o complexo. A unidade já estava prevista no projeto original, mas foi interrompida no último ano – após quase dez anos de obras no complexo – com 30% de avanço. Na última sexta-feira, a petroleira anunciou que vai “relicitar” as obras da unidade, juntamente com a central de utilidades (água, eletricidade e saneamento), ao custo de US$ 2 bilhões. O aluguel de uma unidade pré-fabricada, entretanto, é considerado como alternativa para evitar atrasos na operação de campos do pré-sal, que também produzirá gás a partir de 2019.

A unidade de gás foi projetada para receber e tratar o gás produzido em áreas do pré-sal. Para tanto, a companhia já licitou a rede de gasodutos para ligar o Comperj às bases logísticas do pré-sal, no litoral do Rio.

Oi
O magnata brasileiro Nelson Tanure está questionando se a maior acionista da Oi (OIBR4), a Pharol SGPS, pode legalmente ocupar lugares no conselho da companhia, segundo petição do Fundo de investimento em ações da Tanure, o Societé Mondiale, destaca a Bloomberg. A Oi e a Pharol detêm participações minoritárias uma na outra e compartilham uma série de conselheiros, o que na prática as leva a exercer o controle uma da outra, sem dar espaço a outros acionistas, contrariando a lei brasileira, diz a petição do fundo de Tanure. O fundo tem cerca de 6,6% da Oi, enquanto a Pharol tem cerca de 22%. Os conselheiros da Pharol foram eleitos em assembleia no ano passado, com 88% dos votos válidos, segundo nota da Pharol em resposta a pedido de comentário da Bloomberg. “Os atuais membros do Conselho de Administração sempre agiram no melhor interesse da Companhia, em observância aos deveres fiduciários e estão comprometidos com a recuperação econômico-financeira da Oi”, diz o comunicado da Pharol. Já a Oi não quis comentar. 

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Tanure, investidor que se especializou em companhias problemáticas, é mais um dos sócios que tenta influenciar o processo de recuperação judicial da Oi, que entrou com pedido de recuperação judicial com uma dívida total estimada em R$ 65,4 bilhões — a maior da história do País. O investidor indicou uma chapa com oito diretores para substituir seis membros do conselho e dois outros que recentemente deixaram a companhia. Na sexta-feira, 22 de julho, o conselho da Oi enviou pedido de Tanure sobre a votação dos acionistas para que o Juiz responsável pela recuperação judicial da cia. julgasse sua pertinência. A ista de candidatos de Tanure inclui Helio Costa, ex-ministro das Comunicações e senador; e Demian Fiocca, ex-presidente do BNDES. 

A decisão do conselho busca apenas atrasar a convocação da assembleia, disse por telefone João Mendes de Oliveira Castro, advogado do escritório de advocacia Galdino Coelho Mendes, que representa o Societé Mondiale. “Travestido desse pedido onde presta uma suposta deferencia para o juiz está um pedido verdadeiro de suspensão de voto de todos os acionistas dessa cia. inclusive o BNDES”.

Ainda sobre a Oi, o Valor Econômico informa que os detentores de bônus da empresa buscam acordo com bancos credores. O grupo de cerca de 70 detentores de bônus da Oi, representado pela Moelis, busca alinhamento com outros credores importantes, como os principais bancos, para alcançar um consenso e negociar o plano de recuperação judicial com a operadora. Todos estão empenhados em resolver a questão o mais rápido possível, diz o jornal; entre os bancos credores estão Banco do Brasil, BNDES, China Development Bank, Caixa Econômica Federal, Itaú BBA e BNP Paribas. As negociações entre as duas partes não começaram e o contato se limita a discussões iniciais, segundo o jornal.

BTG
Após o anúncio de que o ex-ministro e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Nelson Jobim tornou-se sócio e membro do conselho de administração do BTG Pactual (BBTG11), o banco deverá anunciar, na próxima semana, mais um membro independente ao conselho, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

 Energisa
A Energisa (ENGI3) captou R$ 1,36 bilhão na primeira oferta pública de ações em 2016.

Caso se confirme a venda do segundo lote adicional o volume total da operação poderá atingir R$ 1,53 bilhão. O preço final ficou em torno de R$ 18 e a demanda foi quatro vezes a oferta. A liquidação financeira será no dia 01 de agosto. “Esta operação é um bom indicativo do apetite dos investidores por ativos de risco das empresas brasileiras e pode estimular o governo a promover operações desse tipo dentro do seu programa de desmobilização de ativos para melhorar as contas públicas”, destaca a LCA.

Santander
O Banco Santander Brasil (SANB11) encerrou o segundo trimestre com lucro líquido gerencial, que não exclui o ágio da compra do Real, de R$ 1,806 bilhão, o que representa um crescimento de 7,8% sobre o mesmo período de 2015, de R$ 1,675 bilhão. O resultado superou em 25% as expectativas de analistas consultados pelo Broadcast, serviço em tempo real do Grupo Estado. A média de 12 casas (Deutsche Bank, Banco Safra, Goldman Sachs, BTG Pactual, Credit Suisse, Brasil Plural, Morgan Stanley, UBS, Votorantim e três que preferiram não ser identificadas) indicava resultado de R$ 1,446 bilhão no período de referência.

A instituição também informa o lucro líquido societário do segundo trimestre, que foi de R$ 1,347 bilhão, ante R$ 1,213 bilhão no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 11,1%. Em um ano, quando somou R$ 3,881 bilhões, o montante foi 65,3% menor. Na ocasião, houve um evento extraordinário que gerou uma receita de R$ 4,8 bilhões referente à reversão de provisões fiscais relativas à Cofins, contabilizado na linha de outras receitas operacionais e despesas tributárias. A carteira de crédito total ao final de junho estava em R$ 244,284 bilhões, queda de 4% em doze meses e de 1,6% ante março. Já a carteira ampliada, que inclui as outras operações com risco de crédito, ativos de adquirência e avais e fianças, foi a R$ 308,377 bilhões no segundo trimestre, queda de 1,2% ante o primeiro trimestre e 4% em relação a um ano antes.

O índice de inadimplência do Santander Brasil, considerando os atrasos acima de 90 dias, reduziu 0,1 ponto porcentual no segundo trimestre, para 3,2% em relação aos três meses anteriores. Em um ano, ficou estável. Apesar disso, o indicador de curto prazo, que considera atrasos entre 15 e 90 dias, piorou 0,7 p.p., passando de 4,8% no primeiro trimestre para 5,5% no segundo. Na inadimplência de 90 dias, a melhora veio de pessoa física, cujo indicador de atrasos melhorou de 4,7% ao final de março para 4,4% ao término de junho. Na contramão, a pessoa jurídica passou de 2,1% para 2,2%.

Telefônica
A Telefônica Brasil  (VIVT4), grupo de telecomunicações que opera sob a marca Vivo, teve lucro líquido de R$ 699,5 milhões no segundo trimestre, queda de 23,2% em relação ao mesmo período do ano passado. A companhia registrou geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de R$ 3,2 bilhões no período, montante 3,7% acima do verificado no segundo trimestre de 2015.

Já a receita líquida atingiu R$ 10,5 bilhões no período, o que representa um avanço de 0,8% na comparação anual. O resultado foi atribuído a um evento não recorrente de 2015, quando a empresa comprou a GVT e fez um aumento de capital de R$ 16,1 bilhões. Sem essa receita, o lucro teria ficado estável.

O Santander ressalta que os dados operacionais foram “sólidos e em grande parte em linha” com expectativas. Dois aspectos foram positivos: geração de fluxo de caixa livre e significativa sinergia alcançada.

Via Varejo
A Via Varejo (VVAR11), rede de comércio de eletrodomésticos e móveis do Grupo Pão de Açúcar, teve alta no prejuízo do segundo trimestre para R$ 89 milhões, ante resultado negativo de R$ 9 milhões no período anterior. O Ebitda somou R$ 229 milhões, 6,5% menor ante o segundo trimestre do ano passado.

A receita líquida ficou estável em relação a um ano antes, em R$ 4,33 bilhões. Para o primeiro semestre deste ano, a receita somou R$ 9,04 bilhões, 6% menor ante um ano antes, quando havia registrado R$ 9,71 bilhões.

Weg
O lucro líquido da Weg (WEGE3) somou R$ 255 milhões no trimestre, ante estimativa ajustada de R$ 259,5 milhões. O lucro representa queda de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo comunicado ao mercado.

A receita líquida teve queda de 0,6% na base anual, para R$ 2,34 bilhões no trimestre, ante estimativa de R$ 2,48 bilhões. Ja o Ebitda caiu 7,4% para R$ 326,1 milhões, ante expectativa de R$ 352,8 milhões. Já a Margem Ebitda foi de 14% versus 15% no segundo trimestre de 2015.

Indústrias Romi
O prejuízo líquido da Romi (ROMI3) foi de R$ 4,86 milhões no segundo trimestre, enquanto a receita líquida ficou em R$ 150,1 milhões.  A Romi obteve margem bruta de 23,4% e margem Ebitda de 3,8%.

“O mercado doméstico foi responsável por 65% da receita da Romi no segundo trimestre de 2016, confirmando o crescimento gradual e sustentável da Companhia no mercado externo, uma vez que essa participação era de 79% no mesmo período de 2015″, afirma a empresa.

EzTec 
A construtora EzTec (EZTC3) divulgou sua prévia do segundo trimestre, reportando uma queda de 27% em seus lançamentos no segundo trimestre, atingindo R$ 91 milhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, as vendas líquidas caíram 78%, para R$ 29 milhões.

No acumulado do primeiro semestre, a EzTec lançou R$ 143 milhões, 27% a menos do que de janeiro a junho do ano passado, enquanto as vendas caíram 83%, para R$ 53 milhões. No relatório, a empresa informou que, no semestre, 41% dos distratos foram referentes a lançamentos até 2012, 37% foram da safra de 2013, 19% são projetos apresentados em 2014 e 3% dizem respeito a produtos lançados no ano passado.

O Itaú BBA espera reação “ligeiramente negativa” aos dados; as “vendas contratadas continuam decepcionando devido o grande número de distratos, resultado em ritmo leve de vendas de 2,3%”, afirmam. 

Prumo Logística 
A Prumo Logística (PRML3) comunicou que realizará um aumento do capital social, dentro do limite do capital autorizado, por meio de subscrição privada, no montante de, no mínimo, R$ 495.099.711,84 e, no máximo, de R$ 740.699.191,92, mediante a emissão de, no mínimo, 74.005.936 e, no máximo, 110.717.368 novas ações ordinárias.

Marcopolo
As ações da Marcopolo (POMO4) tiveram a recomendação rebaixada para underperform (desempenho abaixo da média) pelo Votorantim. Os analistas do banco destacam que a forte alta recente dos papéis não é justificada, além da empresa ser impactada com a recente apreciação do real. O preço-alvo para o final de 2017 é de R$ 2,60. 

Unipar
A Unipar (UNIP6) fixou novo preço por ação da Solvay em 3,47 pesos argentinos. A empresa disse que, após dialogar com a Comisión Nacional de Valores (CNV) e entender os fundamentos da decisão que rejeitou a oferta, decidiu submeter novo preço à aprovação, segundo fato relevante. As empresas também acertaram que, para cada ação alienada na OPA, a Solvay arcará com a diferença entre o valor recebido pelo minoritário e o valor (sujeito aos ajustes previstos no contrato) pago por ação pela Unipar à Solvay Argentina.

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.