BB dispara 3% com Deutsche, 2 ações reagem a resultados e uma small cap desaba 41% em 3 dias

Confira os destaques da Bovespa desta segunda-feira (25)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa iniciou a semana no negativo, mas ameniza as perdas após chegar a cair 1,06% no fim da manhã desta segunda-feira (25), com destaque positivo para o Banco do Brasil, que disparou 3% hoje – fechando na segunda maior alta do índice – depois de o Deutsche Bank ter elevado sua recomendação para compra. 

Na ponta negativa, a Estácio (ESTC3) liderou as perdas com queda de quase 5%. Fora do Ibovespa, a Forjas Taurus chamou atenção com ganhos de 11% após a Corte da Flórida aprovar um acordo para encerrar uma ação contra a empresa. Além dela, IdeiasNet registrou sua terceira queda seguida, acumulando no período desvalorização de 11% e renovando hoje seu menor patamar desde 2003. 

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira:

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Petrobras (PETR3, R$ 13,76, +0,07%PETR4, R$ 12,03, +0,75%)
As ações da Petrobras tentaram firmar ganhos, após terem chegado a subir mais de 2,50% em meio a série de anúncios divulgados pela estatal. Os papéis, no entanto, fecharam em leve alta, penalizados pela forte queda dos preços do petróleo, com o brent marcando desvalorização de cerca de 2%. 

Logo após o fechamento dos mercados na sexta, a estatal fez uma série de anúncios, que são digeridos pelo mercado. O primeiro envolve um novo modelo de venda da BR Distribuidora, que contemplará um controle compartilhado da empresa. A mudança ocorreu após as três propostas recebidas não atenderem às expectativas da companhia. O novo modelo consistirá em um controle compartilhado entre parceiros e a estatal, numa estrutura societária que envolverá duas classes de ações, de forma que a Petrobras fique majoritária no capital total, mas com participação de 49% no capital votante.

“O anuncio está em linha com as expectativas de que as ofertas pela participação minoritária não refletiam o valor completo do negócio de distribuição. Acreditamos que a nova estratégia tem mais chances de sucesso e deve ser positivo para as ações. No entanto, isso deve trazer risco ao timing do desinvestimento que deve ir para o ano que vem”, afirma o Credit Suisse.

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O segundo anúncio referiu-se à venda da totalidade da Petrobras Chile por US$ 464 milhões, dividida em três partes: US$ 88 milhões oriundos da distribuição do excedente de caixa, anteriormente ao encerramento da transação (closing); US$ 367 milhões a serem pagos pela Southern Cross, no dia do fechamento do negócio; e US$ 9 milhões, a título de ajuste de preço, a serem desembolsados em até 65 dias úteis após o closing. O tempo estimado para conclusão do negócio é de 3 a 4 meses. A PCD possui 279 postos de serviço, além de oito terminais próprios de distribuição, operações em 11 aeroportos, participação em duas empresas de logística e uma planta de lubrificantes. Já a Southern Cross Group é um Private Equity com US$ 2,9 bilhões em ativos sob gestão e foco em investimentos na América Latina.

Já os dois últimos comunicados envolvem a reavaliação do Comperj e da Refinaria de Abreu e Lima. Segundo a companhia, a primeira decisão permitirá a continuidade das atividades de implantação das unidades do Comperj associadas à UPGN (Unidade de Processamento de Gás Natural). A UPGN faz parte do Projeto Integrado Rota 3 que contempla também o Gasoduto Rota 3, o Tratamento Complementar de Gás no Terminal de Cabiúnas e a faixa de Dutos Norte Rota 3. Juntos, esses projetos completam a infraestrutura de escoamento e processamento de gás natural do pólo pré-Sal da bacia de Santos.

Já para Abreu e Lima, a companhia disse que a decisão permitirá a continuidade das atividades de contratação, atualmente em curso, para conclusão da unidade de abatimento de emissões (SNOX) e demais obras de complementação do Trem 1. A SNOX é uma das unidades da refinaria com a função de tratar os gases resultantes do processo de produção de combustíveis com baixo teor de poluentes, como o Diesel S-10.

Hypermarcas (HYPE3, R$ 26,00, +1,36%)
A Hypermarcas viu suas ações subirem após a divulgação dos resultados do segundo trimestre, mas com ganhos menores do que o registrado logo na abertura da sessão. 
A empresa informou um lucro líquido de R$ 176,4 milhões nos segundo trimestre de 2016, o que representa um aumento de 59,2% em relação ao mesmo período de 2015. Conforme informou a companhia na noite de sexta-feira, o ressarcimento de pagamentos ilegais feitos por um ex-diretor da companhia contribuíram para o resultado do período.

Segundo release de resultado, houve uma receita extraordinária de R$ 26,7 milhões como resultado do ressarcimento firmado com Nelson Mello, seu ex-diretor de relações institucionais. Mello teria admitido o pagamento de propina a lobistas que repassariam os recursos a políticos. Enquanto isso, a receita da empresa cresceu 11,4%, para R$ 807 milhões. Segundo a empresa, o resultado foi reflexo da melhoria do desempenho operacional e da redução nas despesas financeiras, que caíram 53,6% no trimestre. Já o Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) das operações continuadas subiu 26%, para R$ 305 milhões. 

Segundo o BTG Pactual, a companhia reportou resultado sólido e em linha, mesmo se excluídos one offs positivos. O destaque do BTG ficou para fluxo de caixa de R$ 223 milhões, reforçando visão positiva de geração de caixa do seu modelo de negócios. De acordo com o banco, o balanço deve amenizar ruído recente no papel e mantém a recomendação de compra. O Credit destaca ainda o dividendo de R$ 158 milhões anunciado pela companhia, indicando que ela tem intenção de retornar rapidamente caixa aos acionistas, o que é visto como positivo. Os fundamentos operacionais continuam fortes e o valuation está atrativo, principalmente depois do sell off recente, afirmam os analistas do banco.

Fibria (FIBR3, R$ 21,00, +1,16%)
As ações da Fibria viraram para alta, após chegarem a cair 3% após a divulgação do resultado do segundo trimestre. A companhia 
registrou lucro líquido de R$ 745 milhões no período, alta de 21% em comparação ao ano anterior. A empresa teve Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 925 milhões nos três meses encerrados em junho, recuo anual de 20%. A margem no período recuou de 50% para 43%.

O BTG destacou que o resultado foi um pouco abaixo do esperado e chama a atenção a queda do ROE, aumento de alavancagem em dólares (de 1,86 vez no primeiro trimestre para 2,1 vezes) e custos ainda altos. “No geral, a leitura é negativa na margem e o cenário segue desafiador para o curto prazo para o papel, por conta de preços de celulose ainda baixos, real forte, fraco fluxo de caixa livre e alavancagem subindo”, afirmam os analistas. Outras ações do setor repercutem o balanço da companhia, caso da Klabin (KLBN11, R$ 16,66, -3,14%) e Suzano (SUZB5, R$ 10,83, -1,55%).

Eletrobras (ELET3, R$ 17,21, +4,18%; ELET6, R$ 21,98, +2,19%) 
As ações da Eletrobras tiveram mais um dia de fortes ganhos na Bovespa. O Conselho de Administração e os acionistas da estatal aprovaram a privatização de 6 de suas subsidiárias: Companhia Energética do Piauí (CEPISA); Companhia Energética de Alagoas (CEAL); Companhia de Eletricidade do Acre (ELETROACRE); Centrais Elétricas de Rondônia (CERON); Boa Vista Energia; e Amazonas Distribuidora de Energia. 

Conforme ressalta o Credit Suisse, as ações do setor já vem subindo muito no ano em cima de expectativas de melhorias em regulação, retornos, competição e fusões e aquisições e tal notícia vem a aumentar ainda mais a animação dos investidores com o setor.

São Martinho (SMTO3, R$ 51,50, +1,32%)
As ações da São Martinho, do setor de açúcar e álcool, descolaram dos seus pares na Bolsa Cosan (CSAN3, R$ 33,55, 
-1,61%) e Tereos (TERI3, R$ 62,14, +0,49%) e marcaram alta de 1,3% nesta segunda-feira. No radar da companhia, o gestor João Braga, da XP Gestão, disse que a ação é uma “compra convicta” na Bolsa e uma das principais apostas no fundo XP Long Biased, que ele administra e acumula no ano alta de mais de 60%. Para Braga, a ação é uma grande oportunidade de investimento na Bovespa, com preço-alvo para este ano de pelo menos R$ 80,00 (confira a entrevista completa clicando aqui). 

Anima (ANIM3, R$ 15,63, +1,17%)
As ações da Anima subiram após a companhia ter
 a sua recomendação elevada de underperform (desempenho abaixo da média) para hold pelo Santander, com preço-alvo de R$ 16,50. 

Kroton (KROT3, R$ 14,81, -1,79%) e Estácio (ESTC3, R$ 17,96, -5,02%)
As ações da Kroton e da Estácio caíram forte nesta sessão. A Estácio informou nesta manhã, em comunicado enviado ao mercado, que a AGE (Assembleia Geral Extraordinária) de debenturistas sobre a combinação dos negócios com a Kroton ocorrerá no próximo dia 4 de agosto. Em relatório, o Santander destacou que a fusão entre as duas empresas e manteve a recomendação de compra para ESTC3 e KROT3, com preços-alvo respectivos de R$ 23,10 e R$ 18,00. 
 

Light (LIGT3, R$ 14,39, -2,44%) e Cemig (CMIG4, R$ 8,75, -3,21%)
A ação da Light caiu após a empresa ter a sua recomendação rebaixada para neutra pelo UBS. Além disso, destaque para a notícia de que a Cemig negou tratativas para deixar o controle da Light. 

BRF (BRFS3, R$ 51,55, -0,19%)
As ações da BRF fecharam em leve queda após chegarem a ter baixa de 2,28%. Na sexta, os papéis subiram 2,18% com a notícia da Bloomberg de que a empresa planeja listar ações de sua subsidiária Sadia Halal em uma operação que pode resultar em um valor de mercado de US$ 5 bilhões para sua unidade focada em mercados muçulmanos.  A BRF tem falado com assessores financeiros locais sobre a venda de ações nos próximos meses e a oferta pública inicial poderia levantar US$ 1,5 bilhão. 

Em comunicado, a BRF confirmou análise preliminar do IPO da Sadia Halal e que está contatando algumas instituições financeiras e consultores em geral para avaliar alternativas para crescimento. 

Vale e siderúrgicas
As ações de Vale (VALE3, R$ 17,42, +1,57%; VALE5, R$ 13,99, +0,36%) e siderúrgicas amenizaram fortemente os ganhos da abertura, em um dia de alta para o minério de ferro. A commodity negociada no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em alta de 1,77%, a US$ 56,86 a tonelada seca. A cotação do minério é um importante balizador para o desempenho das ações da Vale, já que é o seu principal produto.

Acompanharam o movimento as ações das siderúrgicas, com Usiminas (USIM5, R$ 2,87, +2,14%), Gerdau (GGBR4, R$ 7,33, +0,55%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,62, +0,77%) e CSN (CSNA3, R$ 10,98, +0,92%).

Na sexta, em relatório, o BTG Pactual afirmou que está ficando mais otimista com o setor, ressaltando preferência por Gerdau e Metalúrgica Gerdau. “O bom momento de ganhos no curto prazo (aumentos de preços à caminho), fatores externos ajudando, valuations ainda em patamares razoáveis, alocação ainda baixa e call temático de recuperação da atividade doméstica em 2017 compõe o nosso call. A taxa de utilização entre 50-60% indicam que há muito espaço de alavancagem operacional a ser capturada assim que tivermos uma melhora das condições de demanda, que na nossa visão está no fundo(acreditamos numa forte recuperação em 2017). O nível de penetração do importado está muito baixo, em 4%. Os riscos para este call são câmbio, fatores externos e particularidades de cada case como o imbróglio societário da Usiminas e alto nível de endividamento da CSN”, afirmam os analistas do banco.

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 21,30, +3,35%)
As ações do Banco do Brasil subiram forte após o Deutsche Bank ter elevado a recomendação de hold para compra, com elevação do preço-alvo de R$ 21 para R$ 26 por papel.

De acordo com o analista do Deutsche Bank, a ação está sendo negociado com um desconto “significativo” em relação aos pares do setor privado. “O BB sofreu mais do que seus pares no ciclo de crédito atual devido a empréstimos concedidos durante a gestão do governo anterior para apoiar a economia. Isto levou à contração da margem financeira (NIM, na sigla em inglês), deterioração da qualidade dos ativos, forte queda na rentabilidade, e uma relativamente baixa base de capital com um índice de capital nível 1 perto dos 8%”. Segundo ele, o processo de deterioração da qualidade de ativos que pressiona ainda mais os indicadores de retorno e capital do BB pode, conforme ele, estar perto do fim.

Forjas Taurus (FTJA4, R$ 1,95, +11,43%)
As ações da Forjas Taurus subiram forte após a Corte da Flórida aprovra acordo para encerrar ação contra a empresa. Em 22 de julho, U.S. District Court for the Southern District of Florida concedeu aprovação final sobre acordo para encerrar ação judicial proposta contra a companhia e suas controladas nos EUA, segundo comunicado. “Caso não haja a interposição de recurso por qualquer das partes ou de terceiros interessados, no prazo de 30 dias, referido acordo passa a ser definitivo”.

IdeiasNet (IDNT3, R$ 4,10, -18,00%)
As ações da small cap IdeiasNet caíram pelo terceiro pregão seguido, acumulando perdas de 41% no período e renovando hoje o menor patamar desde junho de 2003. O movimento ocorre após a empresa ter informado na quinta-feira passada, que seu conselho de administração recomendou encaminhar para deliberação da assembleia geral de acionistas uma proposta de restruturação regulatória. A ideia é reduzir os custos com listagem na Bolsa, e assim cancelar o registro de companhia aberta e sair do segmento “Novo Mercado”, tendo em vista sua “grave situação econômico-financeira”.

Para justificar tal movimentação, a companhia explica que, desde a abertura de capital, tinha por objetivo adquirir participações societárias no setor de tecnologia, para sua futura alienação. Também figura nas justificativas o fato de o “capital social bastante pulverizado” fazer com que a empresa não tenha controlador definido, sem contar com o fato de os papéis terem “baixíssima liquidez”.

Diz o fato relevante enviado ao mercado que “a companhia precisa, com urgência, reduzir a complexidade de sua estrutura e os seus altos custos regulatórios” para conseguir superar a crise em que se encontram algumas companhias de seu portfólio, que se reflete no patrimônio líquido da companhia negativo em R$ 114 milhões no primeiro trimestre de 2016. A Ideiasnet classifica o atual momento como de desinvestimentos, sem expectativas de realização de novos investimentos.