Ata do Copom e Fomc podem tirar mercado da “inércia”; mais 3 eventos agitam a semana que vem

SÃO PAULO – Após mais uma semana de forte alta do Ibovespa, os investidores ficam ansiosos para saber se podem continuar confiando que a Bolsa vai subir. Como o InfoMoney noticiou esta segunda-feira (18), os gráficos mostram que atingimos o ponto de “compra da década”, mas deixando a análise técnica de lado, a próxima semana terá uma série de eventos importantes aqui e no exterior. A decisão de juros do Federal Reserve, o banco central dos EUA, será o evento mais importante do cenário externo, enquanto a ata da última reunião do Copom (Comitê Federal de Mercado Aberto), será o principal assunto do quadro doméstico. 

Na quarta-feira (20), analistas viram com bons olhos a clareza do comunicado do Copom, que deixou claro que não irá cortar as taxas de juros enquanto não conseguir ancorar as expectativas de inflação do mercado para o centro da meta – 4,5% ao ano – no fim de 2017. De acordo com o head da Valor gestora de recursos, William Castro Alves, a grande importância da ata do Copom da próxima terça-feira (26) será possivelmente sacramentar essa percepção. “A ata deve continuar mostrando que a queda da Selic não ocorrerá antes de outubro. De resto, será o próprio cenário que trará uma definição sobre quando o ciclo de relaxamento monetário pode começar”, afirma Alves. 

Já a decisão do Fomc (Federal Open Market Committee), que sai na quarta-feira (27) não deve trazer ainda um aumento de juros por lá, segundo o economista da Valor, que também não espera uma grande mudança de sinalização no comunicado, embora ressalve que se ela acontecer, poderá ser o estopim para um retorno da volatilidade aos mercados. “Me chama a atenção lá fora o S&P 500 batendo máxima e o indicador de volatilidade, o Vix, em um patamar muito baixo. Um indicador de volatilidade reflete muito a existência de grandes eventos e depois do “Brexit” ele parou”, explica. Na avaliação de Alves, boa parte do rali recente tem como origem a forte liquidez nos mercados globais, que seria prejudicada por um retorno das expectativas de aumento de juros nos EUA nos próximos meses.   

Confira os principais eventos da agenda da próxima semana:

Ata do Copom (Brasil)
Sai na terça-feira (22) a ata da última reunião do Copom. O dado é o mais aguardado da semana que vem, mostrando se o BC realmente vai esperar até pelo menos outubro antes de cortar as taxas de juros. Fica o suspense para o próprio texto da ata, já que a nova diretoria do BC tem promovido uma grande revolução na maneira da autoridade monetária de se comunicar desde que entrou. A ata será divulgada pelo Banco Central às 8h30 (horário de Brasília). 

Resultado primário das contas públicas (Brasil)
Ainda na lista de indicadores brasileiros importantes da semana, o resultado primário consolidado das contas públicas de junho deve apresentar um número ruim, segundo a Rosenberg Associados. “O Resultado Primário do Setor Público consolidado, que inclui os Estados e Municípios, que também estão em situação fiscal delicada, deve confirmar o consenso de piora dos resultados fiscais no curto prazo. A nova meta aprovada permite um expressivo déficit de até R$ 170,5 bilhões (2,7% do PIB). Enquanto as medidas fiscais propostas não forem aprovadas, a dívida pública segue aumentando num ritmo insustentável”, diz a consultoria. O indicador sairá na sexta-feira (29) às 10h30. 

Pnad (Brasil)
Também na sexta-feira (29), sai a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio). A pesquisa produz informações contínuas sobre a inserção da população no mercado de trabalho e suas características, tais como idade, sexo e nível de instrução. O principal dado que o indicador trará é o desemprego referente ao primeiro trimestre. As expectativas dos economistas da LCA são de que haja um avanço para 11,3% na taxa. A Pnad Contínua investiga 211.344 domicílios particulares permanentes em aproximadamente 16.000 setores censitários, distribuídos em cerca de 3.500 municípios.

Fomc (EUA)
O Federal Open Market Committee divulga a sua decisão de juros na quarta-feira (27) às 15h. É o evento mais importante do cenário macroeconômico externo e deve ser acompanhado de perto pelos investidores. 

PIB (EUA)
Na sexta será divulgada a primeira estimativa do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos para o segundo trimestre de 2016. A expectativa mediana dos economistas é de que a maior economia do mundo cresça 2,6%, ante 1,1% registrados no primeiro trimestre. O número sai às 9h30. 

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