Smiles ganha força após anunciar parceria; Petrobras interrompe rali e CSN cai com guerra na Usiminas

Confira os destaques da Bovespa desta quarta-feira (13)

Lara Rizério

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Petrobras (PETR3, R$ 13,04, -1,88%;PETR4, R$ 10,49, -1,50%)
Após cinco sessões de altas expressivas, as ações da Petrobras registram baixa, em meio à queda do preço do petróleo e ao corte de recomendação pelo Barclays.  Os preços do petróleo operam em queda  em um movimento de realização de lucros – após subirem mais de 5% na sessão anterior – pressionado pelos dados do American Petroleum Institute (API, uma associação de refinarias) que mostraram aumento dos estoques nos EUA e um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) que alertou sobre o alto nível de estoques. Ontem no final da tarde, o API divulgou que estima que os estoques de petróleo bruto nos EUA tiveram alta de 2,2 milhões de barris na semana passada. A pesquisa aponta também que os estoques de gasolina subiram 1,5 milhão de barris no período, enquanto os de destilados – que incluem diesel e óleo combustível para calefação – avançaram 2,6 milhões de barris. O brent registra baixa de 1,05%, a US$ 47,96 o barril. 

Além disso, o ADR (American Depositary Receipt) equivalente às ações ON da Petrobras teve sua recomendação reduzida pelo Barclays de equalweight (exposição em linha com o mercado) para underweight (exposição abaixo do mercado), enquanto o ADR equivalente à PN teve recomendação reduzida de overweight para equalweight. O preço-alvo foi elevado de US$ 7,00 para US$ 9,00.  “Entre as duas classes de ações, preferimos as preferenciais por conta do maior potencial de valorização”, afirmou o banco em relatório. Segundo o Barclays, a companhia sofre com os riscos políticos, o “que faz as ações menos atrativas apesar do valuation atrativo”. 

Ainda no radar da empresa, a Petrobras prorrogou por 30 dias negociações sobre venda da NTS. As negociações com consórcio liderado pela Brookfield sobre processo de venda da Nova Transportadora do Sudeste prosseguem, “tendo sido o período de exclusividade para conclusão dessas negociações prorrogado por mais 30 dias”, segundo comunicado. “Reiteramos que essa transação ainda está sujeita à aprovação de seus termos e condições finais pela diretoria executiva e pelo conselho de administração da Petrobras, bem como pelos órgãos reguladores competentes”. Em 12 de maio, a diretoria da Petrobras aprovou exclusividade de negociações com Brookfield por 60 dias para venda da NTS, podendo ser prorrogado por mais 30 dias. Em 15 de junho, três pessoas com conhecimento do assunto, disseram que Petrobras está perto de acertar venda de fatia de 81% na NTS por valor próximo a US$ 6 bilhões para consórcio liderado por Brookfield Asset Management.

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Cemig  (CMIG4, R$ 8,28, -3,04%)
A Cemig também tem um dia de queda, após ter registrado expressiva alta no acumulado dos últimos três pregões. A empresa de energia informou que estuda medidas administrativas e/ou judiciais contra recomendação da Aneel para que o Ministério das Minas e Energia que não renove a concessão da hidrelétrica de Miranda. A decisão do órgão regulador foi tomada ontem. A Cemig havia protocolado, em 10 de junho, o requerimento na Aneel visando a prorrogação, por 20 anos, do prazo da concessão da usina. O contrato da usina termina em 23 de dezembro deste ano e a elétrica pleiteava sua prorrogação nos mesmos termos em vigor, sem redução de receitas. A Aneel, no entanto, negou o pedido e argumentou que a renovação da concessão só poderia ser feita de acordo com a lei atual, que tem origem na Medida Provisória 579/2012. Vale ressaltar que a Cemig já teve problemas do gênero no passado, sobre a renovação de concessões na Usina de Jaguara. 

Vale e siderúrgicas
As ações de Vale (VALE3;VALE5e siderúrgicas que abriram em alta, viraram para baixo na sessão desta quarta-feira. O preço do minério de ferro negociado em Qingdao fechou em baixa de 0,39%, a US$ 59,15 a tonelada métrica.  As ações da Gerdau (GGBR4, R$ 6,55, -1,36%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,26, 0%) e CSN (CSNA3, R$ 9,30, -2,82%) caem, enquanto a ação ON da Usiminas (USIM3, R$ 7,02, 1,13%; USIM5, R$ 2,14, +0,47%) virou para queda, enquanto a PNA tem leve alta. 

No radar da Vale, as unidades da Mota-Engil e Vale venceram os contratos de manutenção de ferrovias por 5 anos de US$ 128,2 milhões na África. Ainda sobre a companhia, o BTG Pactual divulgou relatório em que afirma que os ” últimos dias estão mais fáceis para a Vale” com o minério de ferro se aproximando dos US$ 60 a tonelada e as preocupações sobre alavancagem diminuindo consideravelmente. Contudo, o que é bem-vindo, a empresa parece empenhada em reduzir a alavancagem em US$ 10 bilhões e os impulsos de curto-prazo parecem mais favoráveis. “No entanto, nem tudo é um céu azul, uma vez que esperamos uma demanda menor na China pressionando o minério de ferro no quarto trimestre e a apreciação do real seguindo como um risco”, destacam; assim, agora, a avaliação de risco-retorno parece mais equilibrada.

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Já no radar da Usiminas e CSN, em entrevista coletiva realizada nesta quarta-feira na sede da CSN os advogados da empresa que cuidam do caso da Usiminas, Walfrido Warde e Ernesto Tzirulnik, reforçaram que não estão em guerra comercial com a empresa mineira. Segundo eles, não há um ataque da CSN à principal concorrente em aços planos. Durante a entrevista, os advogados da CSN acusaram ainda a Nippon Steel & Sumitomo Metal e a Ternium-Techint de derrubarem propositalmente o valor das ações da Usiminas para facilitar uma divisão posterior da companhia entre as duas partes. Eles acusaram novamente a Nippon Steel de ter vendido o controle à Ternium em 2011 em troca de contratos de mais de R$ 20 bilhões.

Brasil Pharma (BPHA3, R$ 5,89, +20,94%)
As ações da small cap Brasil Pharma disparam nesta sessão. O Conselho da Brasil Pharma aprovou emitir R$ 377,8 milhões em debêntures. A oferta da 5ª emissão de debêntures será com esforços restritos de colocação, segundo comunicado, prazo de 4 anos e remuneração de CDI mais 4%. Segundo a empresa, os recursos “serão integralmente utilizados para o pagamento de determinados contratos financeiros, que representam cerca de 65% da dívida financeira consolidada”.

Smiles (SMLE3, R$ 47,17, -0,08%)
A Smiles zerou as perdas na Bolsa após a companhia anunciar parceria com a Rocket. Durante o Smiles Day, que teve início às 11h30 em São Paulo, o presidente da Smiles, Leonel Andrade, anunciou uma parceria global com a Rocket Miles e disse que a empresa não focará apenas em passagens aéreas, mas também em hotéis, locação de carros, reservas de restaurantes e pacotes. “Noss objetivo é estar em todos os hotéis do mundo”, disse Andrade. O InfoMoney está presente no evento fazendo a cobertura.

V-Agro (VAGR3, R$ 20,45, +4,87%)
As ações da Vanguarda Agro seguem a alta da véspera, quando subiram 14,77%. Na véspera, os papéis dispararam com a fala 
do presidente interino Michel Temer sinalizando a liberação da compra de terras no Brasil por estrangeiros. Nos últimos três meses, as ações já subiram 250% e estão no maior patamar desde agosto de 2015. 

“Estamos estudando a questão da [compra de] terras por estrangeiros. Isso ficou paralisado por um parecer da Advocacia Geral da União, interpretando que não havia condições, mas não há uma lei. E essa matéria está sendo analisada”, afirmou. Temer ainda destacou que o novo cenário mundial mudou os padrões de “soberania nacional” e o governo deve procurar “aliança” entre diferentes estados. “Hoje, com a globalização, certos padrões da soberania nacional ganham uma nova fisionomia. Basta verificar que o futuro do estado está na aliança entre vários estados. A União Europeia, por exemplo, quando derruba questões tributárias, a exigência de passaportes [e outros itens], cria praticamente um novo estado. Certos padrões que se verificavam há 25 anos não podem prevalecer. Teremos logo uma solução para esse tema”.

Even (EVEN3, R$ 4,00, +0,25%)
A Even tem leves ganhos após a divulgação dos dados operacionais do segundo trimestre, considerados sólidos pelos analistas. 
 No período, as vendas da construtora somaram R$ 268 milhões, crescimento de 2,3% em relação ao mesmo período de 2015, e queda de 15% na comparação com o primeiro trimestre deste ano. Desse total de vendas, R$ 91 milhões foram de lançamentos e R$ 177 milhões de imóveis em estoque.

A velocidade de vendas (VSO) saiu de 9% no segundo trimestre do ano passado para 11,8% entre abril e junho de 2016. No primeiro trimestre, a VSO ficou em 13%. Foram realizados seis lançamentos pela Even no segundo trimestre, que totalizaram R$ 236 milhões na parte Even. O Valor Geral de Vendas (VGV) total dos empreendimentos é de R$ 277,7 milhões. São 789 unidades, com valor médio de R$ 352 mil. Foram entregues no período oito projetos com potencial de vendas de R$ 650 milhões e 1.822 unidades.

A companhia adquiriu dois novos terrenos no segundo trimestre, por meio de permuta, com valor potencial de venda de R$ 219 milhões (parte Even) no Rio Grande do Sul. No período, houve distrato de um terreno no Rio de Janeiro, e o valor desembolsado, de R$ 15 milhões, será totalmente restituído. O estoque de terrenos da companhia fechou junho em R$ 5,3 bilhões em VGV. 

Segundo o BTG Pactual, os números operacionais foram sólidos, ainda mais levando em conta o cenário desafiador para o setor imobiliário no Brasil. “Nós seguimos com recomendação de compra para os ativos, ainda mais levando em conta o valuation”, afirmam os analistas do banco. 

Oi  (OIBR3, R$ 3,50, +11,11%; OIBR4, R$ 1,97, +11,93%)
As ações da Oi, em processo de recuperação judicial, disparam novamente na Bolsa. Desde o anúncio do pedido de recuperação judicial, no dia 20 de junho, as ações já disparam quase 150%. A Marathon Asset informou que aumentou a participações nas ações preferenciais da Oi para 9,2%.

Ainda sobre a companhia, o Banco do Brasil (BBAS3) e a Caixa fizeram alerta sobre o efeito de provisão da Oi em fundos, informa O Globo; essas instituições, além de outras, foram forçadas a provisionar todos os valores relativos aos investimentos feitos em papéis da Oi. O alerta começou semana passada, quando clientes do BB e da Caixa começaram a receber carta do banco alertando para uma “provisão para créditos de liquidação duvidosa”. Segundo mensagem do BB enviada a um cliente, à qual o jornal teve acesso, a “provisão deve-se ao pedido de recuperação judicial” da Oi, mas “poderá ser revertida, integral ou parcialmente em favor do fundo, a depender dos desdobramentos do referido processo”. Segundo o texto, “os cotistas que solicitarem resgate do fundo com liquidação financeira enquanto perdurar a provisão não farão jus à possibilidade de recuperar a perda, no caso de uma eventual reversão.”

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.