Vale e siderúrgicas afundam até 7%; small cap dispara 16% em 2 dias após “block trade”

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa praticamente zerou os ganhos na tarde desta quinta-feira (7), fechando em leve alta de 0,24%, a 52.028 pontos, com a virada para o negativo das ações da Vale, enquanto a Petrobras perdeu força após ter subido mais de 5% nesta manhã. A estatal amenizou a alta seguindo a reviravolta dos preços do petróleo, que mergulharam cerca de 5% hoje, deixando para trás o otimismo registrado mais cedo.

Nesta manhã, as ações da Petrobras subiram forte em meio à elevação na recomendação pelo Morgan Stanley e aprovação do texto que retira a obrigatoriedade de atuação da companhia como operadora única em blocos do pré-sal. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

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Petrobras (PETR3, R$ 11,97, +2,40%PETR4, R$ 9,56, +0,63%
Os papéis PNs da Petrobras amenizaram fortemente os ganhos nesta tarde, após alta de 5% na máxima do dia, em meio à reviravolta dos preços do petróleo, que viraram para forte queda após dados da EIA (Energy Information Agency) mostrarem que os estoques de petróleo nos EUA caíram em 2,2 milhões de barris na semana encerrada em 1° de julho. Ontem, no entanto, a API (American Petroleum Institute) mostrou que os estoques recuaram em 6,7 milhões de barris. 

Enquanto a API levou os preços do petróleo para alta ontem, hoje a EIA pesa sobre a commodity. O contrato Brent registrou queda de 4,8% nesta sessão, indo a US$ 46,43 o barril, enquanto o WTI recuou 4,83%, a US$ 45,14 o barril. 

A reviravolta nos preços do petróleo ofuscaram o otimismo visto mais cedo com as ações da Petrobras, que reagiam positivamente à elevação de recomendação pelo Morgan Stanley de equal weight (exposição em linha com a média) para overweight (exposição acima da média do mercado), assim com o preço-alvo, que foi revisto de US$ 6,00 para US$ 9,50 por ADR (American Depositary Receipt).

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Além disso, a Comissão Especial da Petrobras e Exploração do Pré-Sal aprovou hoje pela manhã o texto-base do Projeto de Lei 4567/16, que retira a obrigatoriedade de atuação da Petrobras como operadora única dos blocos contratados pelo regime de partilha de produção em áreas do pré-sal. A comissão acompanhou o relatório do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), pela aprovação do projeto original, que é do Senado. Foram 22 votos favoráveis ao parecer e 5 contra.

Ainda em destaque, a Petrobras informou que planeja reabrir os títulos 8,375% Global Notes 2021 e 8,750% Global Notes 2026 para uma nova emissão, cujos recursos líquidos obtidos com a venda serão usados para recomprar títulos antigos. Os títulos adicionais de 2021 serão consolidados com os US$ 5 bilhões emitidos em 23 de maio, formando uma série única, assim como os títulos adicionais de 2026 serão consolidados com os US$ 1,75 bilhão emitidos em 23 de maio, também formando uma série única.

Vale (VALE3, R$ 16,02, -1,66%; VALE5, R$ 12,78, -3,11%)
Juntamente com o movimento do mercado, que perdeu força nesta tarde, as ações da Vale e Bradespar (BRAP4, R$ 9,15, -2,45%) – holding que detém participação na mineradora – viraram para queda, acompanhando os preços do minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, que fechou em queda de 1,53%, a US$ 55,07 a tonelada seca. 

No radar da Vale, a União e os governos de Minas Gerais e Espírito Santo afirmaram que avaliam recorrer à Justiça para restabelecer a vigência do acordo que assinaram com a mineradora Samarco, joint venture entre a BHP Billiton e a mineradora brasileira.

Entre as siderúrgicas, CSN (CSNA3, R$ 8,54, -5,74%), Gerdau (GGBR4, R$ 6,01, -2,12%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,02, -2,42%) também perderam força. Mas o grande destaque ficou novamente com as ações ordinárias da Usiminas (USIM3, R$ 7,58, +6,46%) que dispararam até 31,88% na máxima do dia, indo a R$ 9,39, máxima desde setembro do ano passado, em continuidade ao rali da véspera, quando o papel subiu 34,85%. Em três sessões, os papéis atingiram alta de quase 90%. 

A alta da ação ocorre em meio à briga pela Nippon Steel & Sumitomo Metal pelo controle da empresa, disse o operador da mesa do Daycoval, Renan Alpiste. No radar da companhia, a Nippon Steel & Sumitomo Metal endureceu seu conflito com a sócia no bloco de controle da Usiminas, o grupo TerniumTechint, por meio de um informe publicitário divulgado na terça-feira no jornal Valor Econômico e uma entrevista coletiva de um de seus principais executivos no Brasil. A siderúrgica japonesa não aceita a eleição de Sergio Leite, indicado pela Ternium com apoio dos empregados, da Previdência Usiminas e do minoritário BTG Pactual, classificando a decisão como irregular e ilegal.

Em entrevista coletiva realizada em São Paulo, Yoichi Furuta, diretor da Nippon Steel e conselheiro da Usiminas, declarou que a melhor solução seria acertar as pontas para resolver o conflito societário, que se arrasta há dois anos, embora não haja nenhuma negociação em curso. Uma das possibilidades aventadas por ele seria uma reestruturação do setor, por meio de fusões e aquisições que incluíssem a empresa mineira. No entanto, ele ponderou que uma consolidação dependeria de uma liderança em nível nacional, o que não deve ocorrer agora, principalmente por conta da atual turbulência política no país.

Cielo (CIEL3, R$ 34,54, +2,49%)
As ações da Cielo subiram até 4,12% hoje, indo a R$ 35,09, na máxima desde maio deste ano, seguindo notícia positiva para a companhia. Ontem à noite foi divulgado o relatório de Meios de Pagamento do Banco Central, que veio com um tom mais ameno do que nos anos anteriores e do que analistas do BTG Pactual estavam esperando. 

O BTG destacou notícia positiva para a Cielo, reiterando a recomendação de compra para as ações, por achar que nenhuma medida mais radical será tomada pelo regulador. Em termos gerais, o BC segue batendo na tecla de mais transparência e abertura do mercado para novos entrantes, fazendo com que se tenha mais competição e melhorando assim a eficiência da indústria para todos os players. Enquanto o relatório vem (mais uma vez) mostrar que não está confortável com o nível de concentração do mercado e preços praticados, os analistas do banco ressaltaram que não veem o regulador com uma mentalidade de aumento do intervencionismo. 

Açúcar e Álcool
As ações da São Martinho (SMTO3, R$ 53,45, +1,62%), da Cosan (CSAN3, R$ 34,20, -0,26%) e Brasil Agro (AGRO3, R$ 12,55, +1,21%) fecharam entre ganhos e perdas em meio à possibilidade de aumento da Cide. Matéria desta quinta-feira do jornal O Estado de S. Paulo destaca que o novo Governo está focado em aumentar impostos para cobrir rombo nas contas públicas e que o anúncio da Cide na gasolina será feito hoje.

O BTG Pactual destaca que, a cada R$ 0,10 de aumento da Cide, há um impacto positivo de 3,5% no ebitda da Cosan, 5% da São Martinho e 4,5% da Brasil Agro. “Seguimos achando que este é o caminho mais rápido e eficaz para o governo conseguir aumentar a arrecadação, endereçando (ao mesmo tempo) os assuntos do setor de etanol”, avaliam os analistas.

Elétricas
As ações do setor elétrico tiveram mais um dia agitado em meio à notícias de novas compras no setor. O Estadão informou hoje que, após a compra da fatia da CPFL (CPFE3, R$ 22,50, +1,81%), a chinesa State Grid busca mais ativos no Brasil. No radar estariam uma participação na Renova Energia (RNEW11, R$ 17,79, -0,06%) e o controle da Santo Antônio Energia, que tem como acionistas a Eletrobras (ELET3, R$ 13,83, +2,07%; ELET6, R$ 19,24, +3,55%) e a Cemig (CMIG4, R$ 7,32, -3,17%). Apesar de terem fechado em leve queda, as units da Renova dispararam 7,30% mais cedo, a R$ 19,10, na máxima do dia, em pregão de forte volume financeiro, que atingiu a casa dos R$ 914,3 mil, contra média diária de R$ 197,2 mil nos últimos 21 pregões.  

Na CPFL, com a aquisição, a gigante entrou no bloco de controle da companhia de transmissão e geração e terá de estender a oferta aos demais acionistas, em uma operação avaliada em cerca de R$ 20 bilhões. Se todos os acionistas decidirem pela venda de suas ações para a gigante chinesa, a State Grid será protagonista da maior oferta pública de aquisição de ações (OPA) já realizada no Brasil. Os outros sócios do bloco de controle são a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) e a Bonaire Participações, que reúne outros fundos, como a Petros (da Petrobrás), Fundação Cesp, Sistel e Sabesprev.

Sobre a Eletrobras, a companhia confirmou hoje que Pedro Figueiredo, então presidente da Eletronuclear, foi afastado do cargo, por decisão judicial, para evitar interferência nas investigações da Operação Lava Jato. A estatal disse que manterá o mercado informado quando a indicação de um novo diretor-presidente para a Eletronuclear acontecer. 

Positivo (POSI3, R$ 1,68, +10,53%)
As ações da Positivo tiveram mais um dia de alta, acumulando alta de 16% nos últimos dois pregões. Ontem, um “block trade” com as ações, que movimentam em média R$ 331,6 mil por dia, atraiu R$ 4,2 milhões nos 15 minutos finais de pregão nesta quarta-feira (6). Os papéis, que subiam cerca de 3,5% antes do leilão de fechamento da quarta-feira, fecharam em alta de 5,56%, a R$ 1,52.

O “block trade” (leilão agendado por um grande investidor para se desfazer de uma quantidade significativa de ações) ocorreu entre às 16h45 e 17 (horário de Brasília) desta quarta-feira, movimentando R$ 4,205 milhões, ou 2.766.600 ações (representativas de 3,07% do capital social da empresa), segundo dados enviados pela BM&FBovespa. A operação foi intermediada pela corretora do Citigroup na parte vendedora e Goldman Sachs na parte compradora.