Petrobras ameniza ganhos, Cielo salta 4% após tom ameno do BC e Usiminas ON dispara até 32%

Confira os destaques da Bovespa na sessão desta quinta-feira (7)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa sobe mais de 1%, puxado pelas ações da Petrobras, que salta mais de 6% hoje, entre alta do petróleo, elevação de recomendação pelo Morgan Stanley, aprovação do texto que retira a obrigatoriedade de atuação da companhia como operadora única em blocos do pré-sal e reabertura à captação de títulos no exterior. Também contribui para os ganhos do índice hoje o movimento positivo das ações de peso da Vale e bancos. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão, segundo cotação das 12h35 (horário de Brasília):

Petrobras (PETR3, R$ 12,12, +3,68%PETR4, R$ 9,61, +1,16%
Os papéis da estatal amenizam os ganhos após dados de estoque de petróleo mostrarem uma queda de 2,2 milhões de barris, o que puxou as cotações da commodity para o negativo. Após chegar a subir quase 2%, o petróleo brent neste momento recua 1,84%, para US$ 47,90.

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Por outro lado, diversas notícias positivas ajudam a manter as altas das ações da Petrobras. Os papéis tiveram a recomendação elevada pelo Morgan Stanley de equal weight (exposição em linha com a média) para overweight (exposição acima da média do mercado), assim com o preço-alvo, que foi revisto de US$ 6,00 para US$ 9,50 por ADR (American Depositary Receipt).

Além disso, a Comissão Especial da Petrobras e Exploração do Pré-Sal aprovou hoje pela manhã o texto-base do Projeto de Lei 4567/16, que retira a obrigatoriedade de atuação da Petrobras como operadora única dos blocos contratados pelo regime de partilha de produção em áreas do pré-sal. A comissão acompanhou o relatório do deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), pela aprovação do projeto original, que é do Senado. Foram 22 votos favoráveis ao parecer e 5 contra.

Ainda em destaque, a Petrobras informou que planeja reabrir os títulos 8,375% Global Notes 2021 e 8,750% Global Notes 2026 para uma nova emissão, cujos recursos líquidos obtidos com a venda serão usados para recomprar títulos antigos. Os títulos adicionais de 2021 serão consolidados com os US$ 5 bilhões emitidos em 23 de maio, formando uma série única, assim como os títulos adicionais de 2026 serão consolidados com os US$ 1,75 bilhão emitidos em 23 de maio, também formando uma série única.

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Vale (VALE3, R$ 16,20, -0,55%; VALE5, R$ 13,08, -0,83%)
As ações da Vale, Bradespar (BRAP4, R$ 9,26, -1,28%) – holding que detém participação na mineradora – e das siderúrgicas zeraram os ganhos pressionados pelas quedas das commodities. O minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em queda de 1,53%, a US$ 55,07 a tonelada seca. 

No radar da Vale, a União e os governos de Minas Gerais e Espírito Santo afirmaram que avaliam recorrer à Justiça para restabelecer a vigência do acordo que assinaram com a mineradora Samarco, joint venture entre a BHP Billiton e a mineradora brasileira. Entre as siderúrgicas, CSN (CSNA3, R$ 9,06, 0,00%), Gerdau (GGBR4, R$ 6,12, -0,33%) também perderam força. 

Mas o grande destaque fica novamente para as ações ordinárias da Usiminas (USIM3, R$ 8,62, +21,07%) que dispararam até 31,88% na máxima do dia, indo a R$ 9,39, máxima desde setembro do ano passado, em continuidade ao rali da véspera, quando o papel subiu 34,85%. Em três sessões, os papéis já avançaram 86%. 

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A alta da ação ocorre em meio à briga pela Nippon Steel & Sumitomo Metal pelo controle da empresa, disse o operador da mesa do Daycoval, Renan Alpiste. No radar da companhia, a Nippon Steel & Sumitomo Metal endureceu seu conflito com a sócia no bloco de controle da Usiminas, o grupo TerniumTechint, por meio de um informe publicitário divulgado na terça-feira no jornal Valor Econômico e uma entrevista coletiva de um de seus principais executivos no Brasil. A siderúrgica japonesa não aceita a eleição de Sergio Leite, indicado pela Ternium com apoio dos empregados, da Previdência Usiminas e do minoritário BTG Pactual, classificando a decisão como irregular e ilegal.

Em entrevista coletiva realizada em São Paulo, Yoichi Furuta, diretor da Nippon Steel e conselheiro da Usiminas, declarou que a melhor solução seria acertar as pontas para resolver o conflito societário, que se arrasta há dois anos, embora não haja nenhuma negociação em curso. Uma das possibilidades aventadas por ele seria uma reestruturação do setor, por meio de fusões e aquisições que incluíssem a empresa mineira. No entanto, ele ponderou que uma consolidação dependeria de uma liderança em nível nacional, o que não deve ocorrer agora, principalmente por conta da atual turbulência política no país.

Cielo (CIEL3, R$ 34,84, +3,38%)
As ações da Cielo sobem hoje e batem a máxima desde maio deste ano, seguindo notícia positiva para a companhia. Ontem à noite foi divulgado o relatório de Meios de Pagamento do Banco Central, que veio com um tom mais ameno do que nos anos anteriores e do que analistas do BTG Pactual estavam esperando. 

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O BTG destacou notícia positiva para a Cielo, reiterando a recomendação de compra para as ações, por achar que nenhuma medida mais radical será tomada pelo regulador. Em termos gerais, o BC segue batendo na tecla de mais transparência e abertura do mercado para novos entrantes, fazendo com que se tenha mais competição e melhorando assim a eficiência da indústria para todos os players. Enquanto o relatório vem (mais uma vez) mostrar que não está confortável com o nível de concentração do mercado e preços praticados, os analistas do banco ressaltaram que não veem o regulador com uma mentalidade de aumento do intervencionismo. 

Açúcar e Álcool
As ações da São Martinho (SMTO3, R$ 53,28, +1,29%), da Cosan (CSAN3, R$ 34,36, +0,20%) e Brasil Agro (AGRO3, R$ 12,58, +1,45%)  registram ganhos na sessão de hoje, em meio à possibilidade de aumento da Cide. Matéria desta quinta-feira do jornal O Estado de S. Paulo destaca que o novo Governo está focado em aumentar impostos para cobrir rombo nas contas públicas e que o anúncio da Cide na gasolina será feito hoje.

O BTG Pactual destaca que, a cada R$ 0,10 de aumento da Cide, há um impacto positivo de 3,5% no ebitda da Cosan, 5% da São Martinho e 4,5% da Brasil Agro. “Seguimos achando que este é o caminho mais rápido e eficaz para o governo conseguir aumentar a arrecadação, endereçando (ao mesmo tempo) os assuntos do setor de etanol”, avaliam os analistas.

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Elétricas
As ações do setor elétrico têm mais um dia agitado em meio à notícias de novas compras no setor. O Estadão informou hoje que, após a compra da fatia da CPFL (CPFE3, R$ 22,33, +1,04%), a chinesa State Grid busca mais ativos no Brasil. No radar estariam uma participação na Renova Energia (RNEW11, R$ 17,87, +0,39%) e o controle da Santo Antônio Energia, que tem como acionistas a Eletrobras (ELET3, R$ 13,60, +0,37%; ELET6, R$ 18,98, +2,15%) e a Cemig (CMIG4, R$ 7,53, -0,40%). Apesar da alta amena agora, as units da Renova dispararam 7,30%, a R$ 19,10, na máxima do dia, em pregão de forte volume financeiro, que atinge neste momento a casa dos R$ 812 mil, contra média diária de R$ 197,2 mil nos últimos 21 pregões.  

Na CPFL, com a aquisição, a gigante entrou no bloco de controle da companhia de transmissão e geração e terá de estender a oferta aos demais acionistas, em uma operação avaliada em cerca de R$ 20 bilhões. Se todos os acionistas decidirem pela venda de suas ações para a gigante chinesa, a State Grid será protagonista da maior oferta pública de aquisição de ações (OPA) já realizada no Brasil. Os outros sócios do bloco de controle são a Previ (fundo de pensão do Banco do Brasil) e a Bonaire Participações, que reúne outros fundos, como a Petros (da Petrobrás), Fundação Cesp, Sistel e Sabesprev.

Sobre a Eletrobras, a companhia confirmou hoje que Pedro Figueiredo, então presidente da Eletronuclear, foi afastado do cargo, por decisão judicial, para evitar interferência nas investigações da Operação Lava Jato. A estatal disse que manterá o mercado informado quando a indicação de um novo diretor-presidente para a Eletronuclear acontecer. 

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Positivo (POSI3, R$ 1,63, +7,24%)
As ações da Positivo têm mais um dia de alta. Ontem, um “block trade” com as ações, que movimentam em média R$ 331,6 mil por dia, atraiu R$ 4,2 milhões nos 15 minutos finais de pregão nesta quarta-feira (6). Os papéis, que subiam cerca de 3,5% antes do leilão de fechamento da quarta-feira, fecharam em alta de 5,56%, a R$ 1,52.

O “block trade” (leilão agendado por um grande investidor para se desfazer de uma quantidade significativa de ações) ocorreu entre às 16h45 e 17 (horário de Brasília) desta quarta-feira, movimentando R$ 4,205 milhões, ou 2.766.600 ações (representativas de 3,07% do capital social da empresa), segundo dados enviados pela BM&FBovespa. A operação foi intermediada pela corretora do Citigroup na parte vendedora e Goldman Sachs na parte compradora.