Esqueça o Fed, por enquanto… e invista globalmente se quiser ter sucesso na Bolsa

As opiniões são de Anthony Simpson, do JPMorgan, e Alberto Bernal, da XP Securities, que participaram de um painel durante a Expert 2016, que ocorreu entre os dias 24 e 26 de junho

Paula Barra

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SÃO PAULO – O investidor brasileiro é um dos mais focados em estratégias locais. Aproximadamente 96% das carteiras de renda variável estão alocadas em ativos nacionais – contra 35% nos Estados Unidos, 45% na Alemanha, 66% no Japão e 66% no Chile, mas isso é um erro em termos de rentabilidade, disse Anthony Simpson, chefe da International Multi-Asset Solutions Client Portfolio Management team do JPMorgan, durante painel na Expert 2016, evento realizado pela XP Investimentos que reuniu mais de 2.000 profissionais do mercado durante os dias 24, 25 e 26 de junho.  

O que eu encorajo a vocês é serem investidores com diversificação global, que são os investidores que mais tiveram sucesso no decorrer do tempo”, alertou Simpson, que reforçou durante o evento que a diversificação de investimentos é um dos mais importantes conceitos para seu planejamento financeiro.   

O painel contou também com a presença de Alberto Bernal, estrategista-chefe da XP Securities, em Miami. Segundo ele, a única maneira do investidor se proteger da volatilidade é ter uma carteira diversificada. “O que você pode fazer é reduzir exposição em alguns lugares. Eu agora, por exemplo, reduzi exposição nos EUA para aumentar mais nos mercados emergentes, porque acredito que podem se valorizar mais neste momento. Mas a única maneira de se proteger é pela diversificação”, comentou.

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Sobre o “timing” melhor para diversificar seus ativos, Simpson comentou que depende de qual o seu objetivo de investimento. “Se for construir riqueza no médio e longo prazo, então eu acho que o timing de entrada nos mercados globais não faz tanta diferença”, destacou.

Esqueça o Fed, por enquanto…
Questionado sobre a possibilidade do Fed elevar os juros esse ano, Bernal disse que não acredita que os Estados Unidos não sejam fortes o bastante para ser o único País no mundo que estão sentindo pressões inflacionárias. “Isso é importante porque se eu estiver correto em relação ao Fed, talvez esteja em relação ao dólar, que acho que não pode mais se valorizar. A inflação lá não está mais aumentando, porque quando você tem menos confiança você gasta menos. E essa é uma das razões para Donald Trump ter um bom desempenho nos EUA. A classe média americana está tendo muita dificuldade”, disse.

Segundo ele, os EUA tentaram elevar os juros, mas não conseguem fazer isso. “Se você tem taxas de juros negativas ao redor do mundo, o Fed não vai poder aumentar a taxa de juros além do que está (…) O que as taxas de juros globais têm nos dito é que esse momento é mais incerto do que daqui os próximos 10 anos. Não faz sentido. Mas isso que quer diz as taxas de juros negativas: o momento agora é mais incerto que no futuro”.

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Não vendo expectativa de alta de juros nos EUA esse ano, Bernal tem visto oportunidade de investimentos em commodities, com destaque para o petróleo. Ele também citou interesse em exposição de países que podem se beneficiar do câmbio, como Argentina e México.