Ibovespa Futuro zera perdas e se descola das bolsas internacionais; dólar sobe

Mercado se afasta do processo que aumenta o risco na economia global

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro zera perdas nesta segunda-feira (27), descolando-se das bolsas internacionais, que têm seu segundo dia de reação negativa à saída do Reino Unido da União Europeia. Lá fora, as bolsas seguem em baixas fortes e a libra aprofunda queda, aproximando-se do menor nível em 31 anos. A cúpula da UE reúne-se hoje e amanhã em caráter extraordinário, e pressiona por uma saída rápida do Reino Unido. Por aqui, o mercado reage pouco ao Relatório Focus e ao inquérito sigiloso apurando se o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu propina no exterior. 

Às 9h49 (horário de Brasília), o contrato futuro do índice para agosto subia 0,21%, a 50.755 pontos. Já o dólar futuro para julho tem alta de 0,78% a R$ 3,407. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 cai 2 pontos-base a 13,66%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 recua 4 ponto-base a 12,41%. 

Entre as commodities, o minério de ferro spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao subiu 6,42% a US$ 53,86 a tonelada seca. 

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Inquérito apura se Renan recebeu propina
A Procuradoria-Geral da República investiga se o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), recebeu propina no exterior de negócio da Petrobras na Argentina, através do lobista Jorge Luz. Conforme conta matéria do jornal Folha de S. Paulo, trata-se da primeira vez em que as investigações apontam para vantagens indevidas supostamente recebidas pelo parlamentar fora do país. Os correligionários Jader Barbalho (PA) e Aníbal Gomes (CE) também estão na mira.

A investigação baseia-se na delação premiada do lobista Fernando Soares (Fernando Baiano), em que afirmou que a estatal vendeu sua participação acionária na empresa argentina Transener mediante pagamento de propina por Jorge Luz. O lobista teria afirmado que Luz fez pagamentos ao “pessoal do PMDB” justamente pelo fato de serem responsáveis por manter Nestor Cerveró na diretoria internacional da companhia.

Relatório Focus
Também tinha algum peso por aqui o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2016 se manteve em uma contração de 3,44%, e a para 2017 permaneceu em um avanço de 1,00%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 7,29% este ano, contra 7,25% projetados anteriormente.

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A previsão para cotação do dólar no final de 2016 ficou estável em R$ 3,60, enquanto a estimativa da taxa Selic subiu de 13,00% para 13,25% esta semana. Para 2017, as expectativas são de que a Selic chegue a 11%, contra 11,25% esperados anteriormente.

Cenário externo
Após uma sexta-feira tensa nos mercados com a notícia do Brexit, com a população do Reino Unido votando para a saída da União Europeia, a segunda-feira promete ser nervosa para os mercados mundiais novamente.

A libra mantém queda no 2º dia de reação ao Brexit, com baixa de 3,34% ante o dólar, enquanto o dólar tem alta mais discreta contra moedas de emergentes. As bolsas europeias seguem em baixa, em ritmo mais moderado, mas a volatilidade permanece, enquanto os yields dos títulos soberanos caem. Na Europa, o alemão DAX cai 1,61%, o britânico FTSE tem baixa de 1,25% e o francês CAC 40 tem baixa de 1,48%. Já na Ásia, o japonês Nikkei liderou os ganhos após a derrocada da última sessão e fechou em alta de 2,39%, enquanto o Hang Seng caiu 0,16% e Xangai subiu 1,44%.

A agenda desta segunda destaca encontros de Bancos Centrais em Portugal, de líderes europeus em Berlim e fala de David Cameron no parlamento britânico às 8h (horário de Brasília) no parlamento britânico. Em sua primeira aparição pública desde a vitória do Brexit, o ministro das Finanças britânico, George Osborne, afirmou que o voto do Reino Unido para deixar a União Europeia deve levar a mais volatilidade nos mercados financeiro mas disse que a quinta maior economia do mundo vai lidar com os desafios à frente.

No Reino Unido, as turbulências políticas atingem partidos trabalhista e conservador, enquanto Escócia tenta bloquear Brexit e considera retomar processo de independência. Angela Merkel, Francois Hollande e Mateo Renzi reúnem-se em Berlim; secretário John Kerry dos EUA vai a Bruxelas e Londres.

Na Espanha, o mercado também ficou de olho na política: o primeiro-ministro interino Mariano Rajoy disse que espera formar um governo de coalizão dentro de um mês, após o resultado das eleições do fim de semana nas quais seu partido conservador conquistou a maioria das cadeiras, mas não conseguiu maioria absoluta.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.

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