Na esteira da Oi, BB afunda 5% e microcap desaba 20%; Copel salta 4% após redução nas tarifas

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira

Paula Barra

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12h25: Copel (CPLE6, R$ 28,51, +4,05%)
As ações da Copel aparecem como a maior alta do Ibovespa, após a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovar a aplicação de redução média de 12,87% nas tarifas da paranaense Copel Distribuição, no âmbito do processo de revisão tarifária da empresa. Para consumidores conectados à alta tensão, a queda será de 11,61%, e para a baixa tensão, haverá uma diminuição de 13,83%. As novas tarifas vigoram a partir de 24 de junho. 

Segundo o analista Shin Lai, da Upside Investor, é um bom dado, já que o setor industrial está pressionado nas margens e qualquer redução no custo para o cliente pode ser contrabalançado com uma maior demanda, já que a energia está mais barata. 

O reajuste diz respeito ao quarto ciclo de revisão tarifária periódica, processo realizado pela Aneel de quatro em quatro anos com o objetivo de manter o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos. 

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O principal motivo dessa redução são itens financeiros, explicou o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino. Em 2014, o governo do Paraná, acionista majoritário da companhia, pediu autorização da agência para aplicar um reajuste de 24,86%, bem menor do que o calculado pela Aneel, que era de 35,05%. 

No ano seguinte, em 2015, a Copel voltou atrás e pediu autorização para repassar os valores diferidos. O reajuste aprovado pela Aneel, e integralmente aplicado, foi de 15,32%, dos quais 11,84 pontos porcentuais estavam relacionados ao valor represado em 2014. 

Nos últimos 12 meses, a tarifa dos consumidores da Copel, portanto, incorporou todo o reajuste do ano anterior, mais parte do valor represado de 2014. Agora, esse efeito financeiro finalmente será retirado das tarifas. A Copel atende a 4,4 milhões de consumidores no Paraná.

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12h03: Gol (GOLL4, R$ 2,64, -1,49%)
As ações da Gol, que chegaram a subir até 7,46% (a R$ 2,88) nesta manhã, viraram para queda, apesar da notícia de que o governo quer ampliar a 100% o limite de estrangeiro em aéreas nacionais. Duas fontes com conhecimento do assunto disseram à Reuters que o governo deve trabalhar por esse percentual, em vez dos 49 por cento previstos no relatório do deputado Zé Geraldo (PT-PA).

Ontem, Plenário da Câmara dos Deputados encerrou na segunda-feira (20) a fase de discussão da Medida Provisória 714/16, que aumenta de 20% para 49% o máximo de capital estrangeiro com direito a voto nas empresas aéreas nacionais. Os líderes partidários fecharam acordo para votar a MP nesta terça-feira (21).

Depois de algumas horas de obstrução liderada pelo PT, o governo cedeu e vai retirar da proposta a cobrança de tarifa adicional do passageiro que fizer conexão. A base governista não abre mão, no entanto, da ampliação do capital estrangeiro em até 100%.

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Ainda no noticiário da Gol, após estender o prazo da oferta de troca de bônus no exterior, a companhia cedeu à pressão dos investidores e apresentou uma proposta mais atraente, além de contratar o JP Morgan para auxiliar no processo, em busca de maior adesão. Segundo informações do jornal Valor Econômico, para trazer investidor de menor porte para a oferta, a companhia aérea abriu mão da aprovação mínima de credores que detêm 95% dos US$ 780 milhões em notas envolvidas na troca.

De acordo com uma fonte ouvida pela publicação, uma das melhorias foi a inclusão do pagamento de um adicional de 13,5% do valor nominal das novas notas com prazo em 2021 e 2018 caso em 31 de desembro de 2017 ou depois o Ebit (lucro antes de juros e impostos) da companhia ultrapassar os R$ 800 milhões nos últimos quatro trimestres.

12h01: Bancos 
As ações do BB (BBAS3, R$ 15,80, +4,76%) desabam – figurando como a maior queda do Ibovespa – após pedido de recuperação judicial da Oi. Analistas estimam que a instituição pode ser a mais impactada pelo “default” da companhia. Projeções do Credit Suisse apontam exposição máxima de R$ 5,9 bilhões do BB à Oi. Na sequência, aparecem o Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 28,68, -2,45%), com exposição de R$ 5,7 bilhões; e Bradesco (BBDC4, R$ 24,28, -1,34%), com algo próximo a R$ 1,9 bilhão. 

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Para o Credit, o peso pode ser relevante para os bancos e abrir um precedente para o segmento “corporate”. O custo de risco (principalmente do Itaú e Banco do Brasil) deve piorar e as provisões dos bancos devem aumentar, o que pode trazer algum impacto já no resultado do 2° trimestre de 2016, comentaram os analistas.

Pelos cálculos do Bradesco BBI, divulgados em relatório desta terça-feira, a exposição do BB pode chegar a R$ 4,3 bilhões entre debêntures e linhas tradicionais de empréstimos. Por conta das provisões que o banco deve precisar fazer em seu balanço, os analistas estimam que isso pode dragar o resultado do 2° trimestre de 2016 do BB ao nível do 1° trimestre de 2016 em cerca de R$ 1,2 bilhão do lucro líquido, podendo levar o lucro para zero no 3° trimestre. Já o índice de basileia do banco pode cair em cerca de 60 pontos-base, aumentando apreensão dos investidores sobre posição de capital. 

Analistas do Credit, no entanto, lembram o caso da Sete Brasil para citar que provavelmente a provisão para Oi ainda seja bem pequena (algo próximo de 10%, na nossa visão deles). 

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11h46: Embraer (EMBR3, R$ 17,93, +0,36%)
O Santander elevou a recomendação das ações da Embraer de manutenção para compra, destacando que a recente correção dos ativos, com queda de 28% no acumulado do ano. O preço-alvo para 2016 é de US$ 28,00 por ADR (American Depositary Receipt) e de US$ 30,00 em 2017. 

11h44: Oi (OIBR3, R$ 1,02, -19,05%; OIBR4, R$ 0,79, -20,20%) 
Após ficarem “congeladas” por 79 minutos na BM&FBovespa, as ações da Oi desabam na sessão desta terça-feira (21), reagindo ao pedido de recuperação judicial da companhia. A companhia entrou ontem com pedido de recuperação judicial perante a Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, em caráter de urgência. O total dos créditos soma aproximadamente R$ 65,4 bilhões, sendo quase 5 vezes superior ao até então maior pedido de recuperação judicial do Brasil – que era da OGX Petróleo, no valor de R$ 11,2 bilhões.

Nesta manhã, a Bovespa congelou por uma hora a negociação das ações, além de ter retirados as ações da companhia de todos os índices de ações que fazem parte dentro da Bovespa. Somada à uma hora de suspensão da negociação, os papéis ficaram mais 19 minutos “congelados” em leilão de abertura na Bovespa. 

Nem mesmo a notícia desta manhã de que o bilionário egípcio Naguib Sawiris está disposto a investir na empresa trouxe alívio aos acionistas. Em entrevista à Bloomberg, ele disse que o pedido de recuperação judicial pode representar uma boa janela de oportunidade para investimentos. “A Oi precisa de acionista com forte histórico em telecomunicações para resolver seus problemas operacionais, além de financeiros”, afirmou em entrevista por telefone à Bloomberg. O bilionário diz estar pronto para investir na companhia se tiver exclusividade nas negociações. 

11h32: Contax (CTAX3, R$ 7,91, -16,74%)
Operando entre leilões, as ações da microcap Contax desabam na esteira do pedido de recuperação judicial da Oi. Na mínima do dia, os papéis da companhia de call center desabaram 19,37%, a R$ 7,66. Chama atenção também o volume financeiro movimentado com o papel, que atinge neste momento R$ 1,08 milhão, contra média diária de R$ 331,7 mil dos últimos 21 pregões.  

A companhia é uma das mais afetadas pela recuperação judicial da Oi, dado que os controladores são os mesmos e foi fundada pela Oi. Até 2014, ambas eram controladas pela holding Telemar Participações. A partir de 2015, as sócias AG, La Fonte Telecom (família Jereissati), Fundação Atlântico (Oi) e Previ (Banco do Brasil), controlam a empresa de teleatendimento via CTX Participações. A Fundação Atlântico de Seguridade Social é a entidade de previdência complementar patrocionada pelo grupo Oi e detém 10,1% na CTX Participações; e 1,1%, na Contax Participações. 

11h17: Educacionais
A nova proposta da Kroton (KROT3, R$ 13,49, +2,74%) não empolga as ações da Estácio (ESTC3, R$ 15,49, +0,26%) nesta sessão, que perderam força após atingir alta de 4,14% (a R$ 16,09) nesta manhã. A proposta anterior era de 0,977 ação KROT3 para cada ativo da Estácio. Agora, a companhia elevou a relação para 1,25, um prêmio de 27,9% em relação à proposta anterior. A Kroton afirmou estar empenhada em viabilizar a comercialização. A Estácio confirmou ter recebido a oferta, disse que analisará proposta e se manifestará.