“O ponto de virada para o Brasil chegou”, diz Santander, que vê ganhos de 25% em 2016

Santander está overweight em Brasil e destaca em seu portfólio para a América Latina as ações de BB Seguridade, CPFL, Hypermarcas, Itausa e Weg

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em relatório, os estrategistas do Santander assumiram cobertura para a América Latina com uma visão positiva, destacando “que o filme é melhor do que a foto”. Em destaque, Daniel Gewehr e João Noronha ressaltaram ter exposição overweight (exposição acima do mercado) no Brasil, oferendo um potencial de valorização de 25% em 2016.

Enquanto isso, México e Colômbia têm recomendação underweight (exposição abaixo da média), Chile e Peru possuem recomendação neutra e Argentina tem recomendação overweight. 

De acordo com o relatório, a bolsa do México está com um prêmio, enquanto outros cinco países estão negociados com desconto histórico, incluindo o Brasil. “Nós estamos overweight com o Brazil (um call fora do consenso) baseado em uma combinação de valuation atrativo, de 10 vezes o preço sobre o lucro esperado em 2017, o momentum para os lucros aumentando (o lucro por ação foi revisado 10,8% para cima nos últimos 60 dias) com as menores taxas de juros. Estamos acima do consenso do mercado sobre o crescimento do PIB brasileiro em 2017, de alta de 2% ante 1%”.

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Sobre a perspectiva de lucro por ação, as estimativas foram revisadas para baixo em 15% no primeiro trimestre e se recuperaram parcialmente seguindo a temporada de resultados do primeiro trimestre, quando o indicador cresceu 3,4%, revertendo a baixa de 0,5% dos três meses anteriores. 

“Usamos a analogia que o filme é melhor do que a foto uma vez que acreditamos que estamos em um ponto de virada em termos da atividade econômica (indicadores de confiança melhoraram nos últimos dois meses) e dos lucros apesar dos dados econômicos ainda fracos”, afirmam os estrategistas.  Eles ressaltam que os indicadores de confiança mostraram estabilização após uma tendência de queda de quatro anos. 

O fundo do poço chegou?
Além disso, o banco também questiona: o fundo do poço da economia é o fundo do poço do mercado acionário? O Santander ressalta que, em seis das últimas oito vezes que o PIB registrou o seu “fundo”, o mercado atingiu o fundo três meses antes.  Em cinco das oito vezes em que o PIB registrou um “fundo”, o mercado acionário voltou a subir novamente. O time econômico ressalta ainda que o PIB deve registrar seu fundo no quarto trimestre e que os investidores estão se tornando mais otimistas. 

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No relatório, o banco destaca que em termos de alocação, o Brasil segue underweight em termos de alocação dos investidores internacionais, de acordo com o EPFR. Isso se reflete na tendência de fluxo de capital para o País: o Brasil registrou uma saída acumulada de US$ 395 milhões no acumulado do ano de investidores ativos.

As preferidas na América Latina
As ações recomendadas pelo banco na América Latina são: BB Seguridade (BBSE3), CPFL (CPFE3), Hypermarcas (HYPE3), Itausa (ITSA4), Weg (WEGE3), Banorte, GAP, Walmex, Itaú Corpbanca e Pampa Energia. 

Sobre o Itaúsa, holding de investimentos do Itaú Unibanco, o Santander destaca o cenário de resiliência da instituição financeira. Eles destacam que o Itaú é o nome preferido entre os bancos brasileiros, com uma forte posição de caixa, diversificação internacional. “Nós acreditamos que, apesar do cenário macroeconômico desafiador, os investidores devem investir em um banco com a maior disciplina de capital entre os seus pares”. 

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A WEG é vista como um player competitivo dentro do setor, registrando retornos abaixo do custo de capital e com os últimos resultados mostrando expansão de margens e ganhos acima de dois dígitos. Sobre a Hypermarcas, os estrategistas destacaram a sólida geração de caixa e os fortes lucros, ao mesmo tempo que a companhia passa por um processo de desalavancagem com a venda de ativos. A CPFL Energia é vista como uma companhia que apresenta um valuation descontado no setor elétrico. Os estrategistas do Santander esperam recuperação das tarifas e do caixa da empresa em 2016, redução do déficit hidrológico.

Por fim, está a BB Seguridade, que reúne uma combinação pouco usual de condições positivas, em meio à baixa penetração do setor de seguros no Brasil, abrindo espaço para expansão, o potencial uso da base de clientes do Banco do Brasil para tanto e o alto retorno sobre o patrimônio líquido da instituição. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.