11 ações sobem mais de 3% e Oi afunda 10%; small cap dispara 20% em 4 pregões

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa subiu 1,62% nesta segunda-feira (20), a 50.334 pontos, seguindo o bom humor das bolsas internacionais, após pesquisas diminuírem as chances de Brexit – saída do Reino Unido da União Europeia, em votação prevista para a próxima quinta-feira (23). Casas de apostas projetam probabilidade de 75% de derrota do Brexit. Para o Deutsche Bank, a chance de derrota subiu de 61% na manhã de quinta-feira (pouco antes do assassinato da deputada Jo Cox) para 74,4% nesta segunda-feira. 

O tom positivo empurrou 11 ações para alta superior a 3% nesta sessão, enquanto apenas 8 das 59 ações do Ibovespa caíram. Vale mencionar, no entanto, que o índice amenizou ganhos nesta tarde, depois de subir 2,52% na máxima do dia, com os papéis da Petrobras e Vale perdendo força, após marcarem alta de cerca de 5% no intraday. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira (20):

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Petrobras (PETR3, R$ 11,73, +2,99%; PETR4, R$ 9,18, +2,57%)
Seguindo o bom humor externo, as ações da Petrobras subiram forte nesta segunda-feira, mas encerraram longe das máximas do dia (+5%). Os ativos da estatal acompanharam os preços do petróleo no mercado internacional. O contrato Brent fechou em alta de 2,8%, a US$ 50,55 o barril, enquanto o WTI avançou 2,9%, indo a US$ 49,37 o barril.

No radar da estatal, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, concedeu entrevista ao jornal Wall Street Journal na última sexta-feira, afirmando que está comprometido a devolver “a grandeza” à abatida estatal ao se livrar de ativos – e de ideologias obsoletas – que não servem mais para a companhia. Parente ainda confirmou que a companhia recebeu três ofertas de compra para uma fatia da BR Distribuidora, mas não deu mais detalhes sobre as negociações.   

Gol (GOLL4, R$ 2,68, +3,08%)
A Gol anunciou melhora nos termos de oferta de troca da dívida nesta segunda-feira, mas foi a ação da sua controlada Smiles (SMLE3, R$ 45,86, +4,39%) que disparou na Bolsa hoje. Na máxima do dia, os papéis da companhia subiram 7,08%, a R$ 47,04, nesta sessão. As ações da empresa ganham fôlego após a Gol aprovar mudanças das condições de troca de dívida. “A nova oferta da Gol acabou trazendo bom humor para ações da Smiles”, disse Raphael Figueredo, analista da Clear Corretora. 

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Nesta manhã, a Gol informou que seu conselho de administração autorizou a mudança em termos de troca da dívida. A Gol ofereceu descontos de 27,5% a 55% para os detentores da dívida e ofereceu prêmio de participação e desempenho para a troca, além de oferecer prêmio caso o controle da companhia mude até 2018. A nova oferta de troca de dívida vai até 1 de julho.

Pelos cálculos dos analistas Renato Mimica e Samuel Alves, do BTG, o novo “haircut” (ou as perdas que os investidores vão incorrer na troca de títulos) deverá ser de 45% (contra 68% anteriormente), o que significa, em um cenário de 100% de aderência, uma redução da alavancagem de aproximadamente US$ 360 milhões (ante US$ 500 milhões na oferta original), ou cerca de R$ 1,2 bilhão (levando a expectativa de dívida líquida sobre Ebitda para 1,3 vez em 2016).

Para eles, os novos termos tornaram a oferta mais atrativa e, portanto, a probabilidade de sucesso é maior, o que pode ser positivo para o case da Gol. Os analistas do BTG mantiveram recomendação neutra para a ação, mas reconhecem um resultado positivo dessa oferta pode ser um risco potencial de alta para a ação. 

Segundo o Bradesco BBI, a taxa de aceitação a nova proposta de troca de títulos da companhia pode superar 50%, ante nível de adesão atual de cerca de 18%. A conclusão da oferta voluntária de troca irá destravar negociações com companhias de leasing, levando à assinatura de um documento final para a devolução antecipada de 20 aeronaves em 2016. De acordo com estimativas do banco, o segundo passo na estratégia de guinada pode levar a companhia a poupar R$ 460 milhões, ou cerca de 4% de seu faturamento líquido, com leasings desnecessários, manutenção e despesas com pessoal. 

“Como nós melhoramos de maneira relevante a oferta, acreditamos que vamos atingir uma grande participação”, disse Edmar Lopes, diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, em entrevista por telefone à Bloomberg. “Não vamos estender nem um dia a mais a partir de 1 de julho. Essa é a nossa ‘best and final offer’“, acrescentou. 

Segundo duas fontes com conhecimento direto do assunto disseram à Bloomberg, a companhia contratou o JPMorgan Chasae para ajudar a empresa a obter a aprovação de credores em sua reestruturação de US$ 780 milhões em notas de dívida externa. O PJT Partners se mantém como consultor financeiro da companhia. O JPMorgan e Gol não quiseram comentar. 

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 45,28, +3,28%)
As ações do Pão de Açúcar amenizaram ganhos após o grupo negar notícia de que Casino pretende fechar seu capital. Os papéis fecharam próximos à mínima do dia (+2,35%, a R$ 44,87). “Não há qualquer ato ou fato relevante relacionado aos temas tratados na referida notícia, não havendo atualmente estudos ou intenção de promover fechamento de capital ou realizar uma reestruturação societária das companhias abertas brasileiras controladas pelo Grupo Casino”, disse o Casino, segundo comunicado divulgado ao mercado pelo GPA. 

Na máxima do dia, as ações da varejista chegaram a subir 7,60%, a R$ 47,17. Mais cedo, os papéis digeriam a notícia de que o Casino tem plano para simplificar sua estrutura na região e considera comprar ações das varejistas Éxito e GPA, acelerando o processo de fechamento de capital, segundo O Estado de S. Paulo, citando fontes não identificadas. 

Vale ressaltar que, em julho de 2015, o conselho do Casino aprovou nova organização das atividades na América Latina com venda em dinheiro ao Almacenes Éxito de 50% da sociedade francesa Segisor que deterá, indiretamente, ações ON da GPA detidas pelo Casino, e também a venda de 100% da Libertad, subsidiária na Argentina. O montante total da operação foi de 1,7 bilhão de euros (ou US$ 1,9 bilhão)

CSU CardSystem(CARD3, R$ 4,90, +7,69%)
As ações subiram pelo 4º pregão consecutivo, acumulando ganhos de até 20% de quarta-feira pra cá. O volume financeiro movimentado com a ação hoje também foi expressivo, atingindo R$ 1,05 milhão, contra média diária de R$ 351 mil dos últimos 21 pregões. No Visão Técnica da última sexta-feira (17), transmitido pelo InfoMoneyTV, o analista técnico Fernando Góes, da Clear Corretora, disse que recomendou a compra do papel na quinta-feira (16), por ver uma relação “risco-retorno” bastante atrativa (veja a explicação clicando aqui). 

Oi (OIBR3, R$ 1,26, -5,97%; OIBR4, R$ 0,99, -10,00%)
As ações da Oi voltaram a cair forte nesta sessão, em meio ao seu difícil processo de renegociação das dívidas. A companhia propôs um corte de 72% no valor nominal dos seus bonds pendentes. Os credores ofereceram a extensão de seis anos na maturação da dívida, um período de carência no pagamento de juros e conversão da dívida em ações. Assim, eles ficariam com 95% das ações da Oi e os analistas da Citi Corretora calculam que o corte implícito nessa oferta seria de 16%.

Mesmo que a renegociação da dívida melhore os problemas de alavancagem e queima de caixa da Oi, o Citi não acredita que apenas isso será suficiente para torná-la mais competitiva. A Oi não tem muito tempo. Se as negociações fracassarem, ela pode ter de pedir recuperação judicial ainda em 2016, já que seu caixa de R$ 8,8 bilhões no 1° trimestre não será suficiente para honrar os R$ 12,7 bilhões que vencem até o final do ano que vem.

No radar da companhia, a Oi e o BNDES fizeram acordo para suspender o pagamento da dívida (stand stillno jargão econômico) por 180 dias. A medida é uma das muitas ações que a companhia vem tomando para buscar uma saída junto aos credores diante do risco de entrar em recuperação judicial. A Oi tem cerca de R$ 50 bilhões em dívidas, das quais R$ 9,9 bilhões com bancos de desenvolvimento, como o BNDES, e agências de fomento à exportação. A Oi também deverá negociar a mesma medida com outros bancos, como o Itaú, Caixa, Bradesco e Banco do Brasil. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a Oi contratou na semana passada o escritório GCM Galdino Coelho Mendes, especializado em recuperação judicial. O Conselho da Oi deve se reunir hoje para discutir alternativas, diz o jornal, acrescentando que ainda não há decisão se a companhia vai ou não recorrer à recuperação judicial. A empresa não comentou, segundo o jornal. 

Ainda sobre a empresa, de acordo com o jornal Valor Econômico, preocupados com o impacto da crise da Oi e com possíveis perdas que a operadora deve ocasionar, a Caixa Econômica Federal, o BB e o BNDES querem definir uma estratégia conjunta para lidar com a situação não só da Oi como de outras empresas que têm operações com os bancos públicos federais. O entendimento é de que, no atual momento, é preciso fazer uma avaliação conjunta das operações compartilhadas dos bancos, sempre buscando negociação para minimizar perdas.  

Por fim, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating da Oi em dois degraus, passando de ‘CCC’ para ‘C’, a apenas uma nota da classificação de calote (D). Segundo a agência, o rebaixamento reflete as negociações em curso da companhia com seus credores para a reestruturação de sua dívida. A companhia fez uma proposta aos titulares de suas notas no dia 6 de junho e estes por sua vez fizeram uma contraproposta com outros termos no dia 11 de junho.

Brasil Pharma (BPHA3, R$ 4,84, -1,43%)
Após disparar 18,89% na última sexta-feira, a ação da small cap Brasil Pharma mostrou leve correção hoje. A arrancada das ações na semana passada ocorreu após rumor de que a Ultrapar estaria em negociações para a compra da rede de farmácias Big Ben, que pertence à Brasil Pharma, do banco BTG Pactual, e ainda disputa a compra da Liquigás, de gás de cozinha, controlada pela Petrobras, segundo informações de O Estado de S. Paulo.  

Vale e siderúrgicas
Descoladas do movimento do minério de ferro, as ações da Vale (VALE3, R$ 15,57, +1,90%; VALE5, R$ 12,46, +1,63%) e Bradespar (BRAP4, R$ 8,28, +2,86%) – holding que detém participação na mineradora – dispararam hoje, acompanhando o otimismo dos mercados globais. Nesta sessão, o minério de ferro registrou leve alta de 0,02%, a US$ 51,06 a tonelada seca, no porto de Qingdao, na China. 

As ações das siderúrgicas perderam força, com algumas virando para queda, como Gerdau (GGBR4, R$ 5,85, -0,34%) e Metalúrgica, Gerdau (GOAU4, R$ 2,00, -0,50%). Já Usiminas (USIM5, R$ 2,08, +0,97%) e CSN (CSNA3, R$ 7,44, +1,50%) conseguiram se manter no campo positivo. 

No radar das companhias, a Vale está em discussões para vender ativos de minério de ferro no Brasil para mineradoras asiáticas, segundo a Bloomberg, que citou uma fonte com conhecimento da negociação. A venda pode chegar a US$ 7 bilhões. Segundo a fonte, a mineradora também considera vender “streaming“, que seria a venda de volumes produzidos futuramente. A Bloomberg diz ainda que um representante da Vale negou-se a comentar os rumores.

Em reunião com analistas e investidores, organizado pela Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), o diretor de controladoria e relações com investidores da Vale, Rogério Nogueira, disse que a companhia pretende vender entre US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões em ativos não estratégicos. Para os próximos 12 meses, a mineradora espera vender mais alguns dos sete navios Valemax que possui em patrimônio, disse Nogueira. Além disso, segundo ele, uma operação como a venda de ações preferenciais da MBR pode ser feita. 

A Bloomberg também destacou que a Samarco, joint-venture de BHP e Vale, avalia formas de reestruturar cerca de US$ 1,6 bilhão em dívidas meses após rompimento da barragem em Mariana, MG, disseram pessoas próximas à negociação. A BHP contratou Rothschild & Co. A Vale está recebendo a consultoria da Moelis & Co. e bancos estão trabalhando com FTI Consulting Inc., segundo as pessoas. 

Já sobre as siderúrgicas, em entrevista ao jornal Valor Econômico, o diretor corporativo institucional da CSN, Luiz Paulo Barreto, “quebrou o silêncio” sobre a Usiminas, afirmando que quer protegê-la e não prejudicá-la. “Está se criando um sofisma de que nós queremos causar dano à empresa porque questionamos o aumento de capital de R$ 1 bilhão. Isso não é verdadeiro.” O diretor diz que o temor existente sobre a fatia da CSN na Usiminas era a atuação conjunta, de forma a prejudicar a concorrência – e não a empresa mineira. Além disso, Para a siderúrgica de Benjamin Steinbruch, “os principais acionistas da Usiminas pretendem destruí-la”. 

MRV Engenharia (MRVE3, R$ 10,50, +4,37%)
As ações da MRV Engenharia dispararam até 5,67%, a R$ 10,63, nesta manhã, após notícia de que a incorporadora e construtora planeja iniciar até o fim deste ano na cidade de São Paulo seu maior projeto, com 25 torres residenciais. Batizado de Grand Reserva Paulista, tem 7,5 mil unidades e um valor geral de vendas (VGV) de R$ 1,5 bilhão – montante que corresponde a um terço de todos os lançamentos realizados pela empresa ao longo do ano passado. 

“Esse é um projeto em fase de aprovação na Prefeitura de São Paulo. Estamos tentando colocar no mercado ainda neste ano, entre novembro e dezembro”, afirmou o copresidente da MRV, Eduardo Fischer, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Segundo o executivo, não há prazo definido para lançar todos os 25 edifícios. “Essa decisão dependerá da situação do mercado”, ponderou.

Grand Reserva Paulista fica em Pirituba, na zona norte de São Paulo, a cerca de 500 metros do Shopping Tietê Plaza, vizinho da Marginal Tietê. O terreno tem 180 mil metros quadrados e foi adquirido em 2009 por R$ 95 milhões do Santander. Nessa área estão situados alguns edifícios construídos no passado para abrigar o setor administrativo do antigo Banespa. Essas estruturas estavam desocupadas e, atualmente, passam por demolição para dar espaço ao novo bairro.

Além disso, a companhia anunciou na noite de sexta-feira um programa de recompra de ações para tentar “incrementar a geração de valor para seus acionistas, através da aquisição das ações em Bolsa de Valores, a preço de mercado, para permanência em tesouraria, cancelamento ou posterior alienação das ações no mercado ou sua destinação ao eventual exercício de opções de compra de ações”. 

De acordo com o comunicado da empresa, atualmente existem 444.139.684 ações ordinárias em circulação e outros 2.971.779 papéis mantidos atualmente em tesouraria. O plano prevê a aquisição de até 20 milhões de ações, o que corresponde a 7,3% das ações em circulação. O prazo máximo para realização das aquisições é de 18 meses, iniciando-se em 20 de junho de 2016 e encerrando-se em 19 de dezembro de 2017.