Oi suspende dívida com BNDES por 180 dias; CSN fala de crise da Usiminas e mais 6 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta segunda-feira (20)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Se os mercados mundiais estão de olho no Brexit, o que também deve mexer com o Ibovespa, o noticiário corporativo segue movimentado, com destaque para a renegociação de dívidas da Oi, além de notícias sobre a Vale, Pão de Açúcar e Petrobras. Confira os principais destaques desta segunda-feira (20):

Oi
A Oi (OIBR4) e o BNDES fizeram acordo para suspender o pagamento da dívida (stand still, no jargão econômico) por 180 dias. A medida é uma das muitas ações que a companhia vem tomando para buscar uma saída junto aos credores diante do risco de entrar em recuperação judicial. A Oi tem cerca de R$ 50 bilhões em dívidas, das quais R$ 9,9 bilhões com bancos de desenvolvimento, como o BNDES, e agências de fomento à exportação.

A Oi também deverá negociar a mesma medida com outros bancos, como o Itaú, Caixa, Bradesco e Banco do Brasil.

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De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a Oi contratou na semana passada o escritório GCM Galdino Coelho Mendes, especializado em recuperação judicial. O Conselho da Oi deve se reunir hoje para discutir alternativas, diz o jornal, acrescentando que ainda não há decisão se a companhia vai ou não recorrer à recuperação judicial. A empresa não comentou, segundo o jornal. 

Ainda sobre a empresa, de acordo com o jornal Valor Econômico, preocupados com o impacto da crise da Oi e com possíveis perdas que a operadora deve ocasionar, a Caixa Econômica Federal, o BB e o BNDES querem definir uma estratégia conjunta para lidar com a situação não só da Oi como de outras empresas que têm operações com os bancos públicos federais. O entendimento é de que, no atual momento, é preciso fazer uma avaliação conjunta das operações compartilhadas dos bancos, sempre buscando negociação para minimizar perdas.  

 Por fim, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou o rating da Oi em dois degraus, passando de ‘CCC’ para ‘C’, a apenas uma nota da classificação de calote (D). Segundo a agência, o rebaixamento reflete as negociações em curso da companhia com seus credores para a reestruturação de sua dívida. A companhia fez uma proposta aos titulares de suas notas no dia 6 de junho e estes por sua vez fizeram uma contraproposta com outros termos no dia 11 de junho.

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“A atual estrutura de capital da Oi é insustentável e a companhia enfrenta um risco iminente de calote dado o tamanho de sua dívida de curto prazo”, afirma a Fitch. A nota da operadora telefônica poderá ser rebaixada novamente para “RD” (calote restritivo) caso a companhia não pague suas obrigações, tais como títulos ou empréstimos, ou realize uma troca de dívida em situação de estresse.

Gol
A Gol (GOLL4) informou que o Conselho de Administração autorizou a mudança em termos de troca da dívida. A Gol ofereceu descontos de 27,5% a 55% para os detentores da dívida e ofereceu prêmio de participação e desempenho para a troca, além de oferecer prêmio caso o controle da companhia mude até 2018. A nova oferta de troca de dívida vai até 1 de julho.  

CSN
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o diretor corporativo institucional da CSN (CSNA3) Luiz Paulo Barreto “quebrou o silêncio” sobre a Usiminas (USIM5), afirmando que quer protegê-la e não prejudicá-la. “Está se criando um sofisma de que nós queremos causar dano à empresa porque questionamos o aumento de capital de R$ 1 bilhão. Isso não é verdadeiro.” O diretor diz que o temor existente sobre a fatia da CSN na Usiminas era a atuação conjunta, de forma a prejudicar a concorrência – e não a empresa mineira. Além disso, Para a siderúrgica de Benjamin Steinbruch, “os principais acionistas da Usiminas pretendem destruí-la”. 

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Vale
A Vale (VALE3VALE5está em discussões para vender ativos de minério de ferro no Brasil para mineradoras asiáticas, segundo a Bloomberg, que citou uma fonte com conhecimento da negociação. A venda pode chegar a US$ 7 bilhões.

Segundo a fonte, a mineradora também considera vender “streaming”, que seria a venda de volumes produzidos futuramente. A Bloomberg diz ainda que um representante da Vale negou-se a comentar os rumores.

Na véspera, em reunião com analistas e investidores, organizado pela Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), o diretor de controladoria e relações com investidores da Vale, Rogério Nogueira, comentou sobre as estratégias da mineradora para reforçar seu resultado, entre elas a venda de diversos ativos.

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Na ocasião ele afirmou que a Vale pretende vender entre US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões em ativos não estratégicos. Para os próximos 12 meses, a mineradora espera vender mais alguns dos sete navios Valemax que possui em patrimônio, disse Nogueira. Além disso, segundo ele, uma operação como a venda de ações preferenciais da MBR pode ser feita. “É uma alternativa de complexidade intermediária”, afirmou.

O diretor também chegou a destacar a possibilidade do ‘streaming”, mas sem citar valores, ressaltando apenas que, nesse caso, não havia pressa para fechar acordos e que a empresa espera o melhor valor possível. “Na verdade, o ritmo desse processo, o nosso apetite para nos desfazer de ativos, pode mudar dependendo do mercado de minério de ferro”, completou Nogueira.

A Bloomberg também destacou que a Samarco, joint-venture de BHP e Vale, avalia formas de reestruturar cerca de US$ 1,6 bilhão em dívidas meses após rompimento da barragem em Mariana, MG, disseram pessoas próximas à negociação. A BHP contratou Rothschild & Co. A Vale está recebendo a consultoria da Moelis & Co. e bancos estão trabalhando com FTI Consulting Inc., segundo as pessoas. Apesar de US$ 2,2 bilhões dos títulos em dólar da Samarco não vencerem antes de 2022, a empresa não será capaz de pagar completamente suas obrigações. O rompimento da barragem, em novembro, interrompeu fluxo de caixa para empresa. A empresa não deixou de honrar nenhum pagamento até o momento. A Moelis, JPMorgan, BHP, Rothschild e Vale não quiseram comentar. A FTI e Samarco não responderam a e-mails e telefonemas em busca de comentários.

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Pão de Açúcar
Segundo informações do Estadão, o Casino está analisando opções para simplificar sua estrutura na região e não descarta comprar ações das varejistas Éxito e GPA (PCAR4), acelerando o processo de fechamento de capital, diz O Estado de S. Paulo, citando fontes não identificadas. O GPA negou que irá fechar o capital. 

 Vale ressaltar que, em julho de 2015, o conselho do Casino aprovou nova organização das atividades na América Latina com venda em dinheiro ao Almacenes Éxito de 50% da sociedade francesa Segisor que deterá, indiretamente, ações ON da GPA detidas pelo Casino, e também a venda de 100% da Libertad, subsidiária na Argentina. O montante total da operação foi de 1,7 bilhão de euros (ou US$ 1,9 bilhão)

Petrobras
O presidente da Petrobras  (PETR3;PETR4) concedeu entrevista ao jornal Wall Street Journal na última sexta-feira, afirmando que está comprometido a devolver “a grandeza” à abatida estatal ao se livrar de ativos – e de ideologias obsoletas – que não servem mais para a companhia. Parente ainda confirmou que a companhia recebeu três ofertas de compra para uma fatia da BR Distribuidora, mas não deu mais detalhes sobre as negociações. 

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MRV Engenharia
A construtora MRV Engenharia (MRVE3) anunciou na noite de sexta um programa de recompra de ações para tentar “incrementar a geração de valor para seus acionistas, através da aquisição das ações em Bolsa de Valores, a preço de mercado, para permanência em tesouraria, cancelamento ou posterior alienação das ações no mercado ou sua destinação ao eventual exercício de opções de compra de ações”.

De acordo com o comunicado da empresa, atualmente existem 444.139.684 ações ordinárias em circulação e outros 2.971.779 papéis mantidos atualmente em tesouraria. O plano prevê a aquisição de até 20 milhões de ações, o que corresponde a 7,3% das ações em circulação. O prazo máximo para realização das aquisições é de 18 meses, iniciando-se em 20 de junho de 2016 e encerrando-se em 19 de dezembro de 2017.

Hypermarcas
A Hypermarcas (HYPE3) teve a perspectiva alterada de estável a positiva pela S&PGR. 

(Com Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.