Educacionais sobem até 6% com “anúncio surpresa” de Temer; Embraer salta 5% com “compra” do BofA

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – Em sessão marcada por forte volatilidade, o Ibovespa voltou a ganhar força na reta final do pregão desta quinta-feira (16), acompanhando a virada para alta das ações ordinárias da Petrobras e Vale. Mais cedo, as bolsas caíam após o banco central do Japão se negar a anunciar novos estímulos e em meio ao temor do mercado de uma saída do Reino Unido da União Europeia. 

As ações das educacionais também ganharam força após “anúncio surpresa” de Michel Temer nesta quinta-feira, com a criação de 75 mil vagas no 2° semestre deste ano para o Fies. No setor, a maior alta ficou com a Anima, que subiu 6% hoje.

Nesta sessão, o destaque de alta ficou também com as ações da Embraer, que dispararam 5% após o Bank of America Merrill Lynch elevar a recomendação para a companhia de neutra para compra. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira:

Petrobras (PETR3, R$ 10,77, +1,22%; PETR4, R$ 8,50, -0,12%) 
As ações da Petrobras fecharam com desempenho misto, descoladas dos preços do petróleo no mercado internacional, que fecharam na sua sexta queda seguida. O contrato Brent caiu 3,4%, a US$ 47,29 o barril, enquanto o WTI recuou 3,8%, a US$ 46,21 o barril.

No radar da companhia, a Petrobras iniciou processo competitivo para a venda da Liquigás Distribuidora S.A., diz estatal em fato relevante. “Até o momento, não há qualquer acordo firmado que confira certeza quanto à conclusão da transação, nem deliberação por parte da diretoria executiva ou do conselho de administração da Petrobras”, diz comunicado. A Liquigás é subsidiária integral da Petrobras com capital fechado e atuação nas áreas de engarrafamento, distribuição e comercialização de GLP. 

Continua depois da publicidade

Em relatório, o BofA afirmou que esse é um pequeno passo, mas positivo para a empresa. Dentre as compradoras em potencial do ativo, o BofA destaca a Ultrapar (UGPA3), uma vez que há ganhos de sinergia em potencial. Por outro lado, pode haver dificuldades para a aquisição por meio do Cade.

Educacionais
Depois dos primeiros minutos apáticas à criação de 75 mil vagas para o Fies, as ações das educacionais passaram a ganhar força na reta final do pregão. O anúncio do presidente interino Michel Temer, juntamente com o ministro da Educação, Mendonça Filho, foi realizado nesta tarde. As novas vagas somam-se às 147 mil vagas criadas no 1° semestre desde ano. Em pronunciamento, Temer afirmou que educação é prioridade para seu governo. “Estamos voltados para privilegiar a educação”, disse.

No Ibovespa, as ações da Estácio (ESTC3, R$ 14,73, +0,20%) e Kroton (KROT3, R$ 12,91, +0,86%), que operavam em queda, viraram para alta nos minutos finais de pregão. Fora do índice, Ser Educacional (SEER3, R$ 12,79, +2,65%) e Anima (ANIM3, R$ 12,10, +5,68%) fecharam em forte alta. 

Continua depois da publicidade

JBS (JBSS3, R$ 9,50, -2,66%)
As ações da JBS afundaram pelo segundo dia seguido, após delação de Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, citar a companhia em esquema de propina. Na mínima do dia, os papéis atingiram queda de 5,23%, a R$ 9,25. 

Na delação, que ocorre no âmbito da Operação Lava Jato, Machado afirmou que, em 2014, ouviu de “diversos senadores” que, a pedido do PT, o grupo JBS iria fazer doações ao PMDB “na ordem de R$ 40 milhões”. Segundo ele, essa informação era citada em reuniões na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).  

Ontem, a companhia reiterou, por meio da sua assessoria de imprensa, que as doações feitas para as campanhas eleitorais foram realizadas de acordo com as regulamentações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). “A empresa lamenta que mais uma vez a empresa esteja envolvida em acusações que agridem, de forma infundada, sua imagem, marcas, reputação e conduta ética”, disse.

Publicidade

Multiplus (MPLU3, R$ 33,84, -4,14%) e Smiles (SMLE3, R$ 44,68,-0,16%)
A Livelo, empresa de programas de fidelidade por coalizão controlada pelos bancos Bradesco e Banco do Brasil, já começa a assustar suas concorrentes na Bolsa, principalmente a Multiplus – a mais afetada por sua entrada em operação no mercado na última quarta-feira (15). Nos últimos 4 pregões, as ações da Multiplus caíram 7% na Bolsa, enquanto os papéis da Smiles recuaram 0,7%. 

Segundo relatório do Bank of America Merrill Lynch, assinado pelos analistas Sara Delfim, Murilo Freiberger e Joe Moura, a notícia é ruim para ambas as empresas, mas como eles acreditam que o potencial e vantagens da Livelo é mais sobre os não-resgates de viagens aéreas, isso traz um risco extra para Multiplus, que detém 15% do segmento de varejo. 

Além disso, eles comentam um risco adicional para ambas – SMLE3 e MPLU3 – se o Banco do Brasil e Bradesco usar restrições sobre as transferências de pontos para ambas as empresas, como forma de direcionar seus clientes para Livelo. Restrições podem incluir mínimo saldo de pontos nesses bancos antes de transferir para essas empresas e um fator de transferência de pontos. Os analistas do BofA mantêm preferência por Smiles.

Continua depois da publicidade

JHSF (JHSF3, R$ 1,17, -0,85%)
A JHSF quer vender fatia em shopping para reduzir dívida, informou a revista Exame. Segundo a publicação, a companhia teria contratado o Bradesco como assessor para vender participação minoritária em seus centros comerciais. A empresa teria se negado a vender o Shopping Cidade Jardim. A empresa abriu negociações para vender 100% do Shopping Tucuruvi, que estariam sob análise da Multiplan e Aliansce. A Exame disse que a JHSF não comentou o assunto. 

CPFL Energia (CPFE3, R$ 20,05, +2,40%)
Em dia volátil, as ações da CPFL Energia voltaram para o positivo, após virar para queda durante esta tarde, na esteira do anúncio desta manhã de que a empresa fechou acordo para aquisição da distribuidora gaúcha de eletricidade AES Sul por um valor total de cerca de R$ 1,7 bilhão, sujeito a ajustes. O valor inclui R$ 1,4 bilhão pela companhia, mais R$ 295 milhões relativos ao aumento de capital realizado na AES Sul no final de fevereiro deste ano.  

Segundo o Haitong, a aquisição é positiva para as ações da companhia e podem representar um ganho de cerca de R$ 1,50 por ação ou 8% de alta em relação ao fechamento de ontem. 

Publicidade

Embraer (EMBR3, R$ 18,24, +4,95%)
O Bank of America Merrill Lynch elevou a recomendação da Embraer de compra para neutra, com o preço-alvo de US$ 26,00 para os ADRs (American Depositary Receipts) da companhia, o que representa um potencial de valorização de 30% em relação ao fechamento de ontem.

Rumo (RUMO3, R$ 4,53, -1,09%)
Apesar da queda das ações, a Rumo tinha dois motivos para “comemorar” hoje. Enquanto o Citi iniciou cobertura do papel com recomendação de compra, o Itaú BBA reiniciou a recomendação da ação com recomendação outperform (desempenho acima da média).

Em relatório, o Itaú BBA ressalta que acredita que a empresa é uma sólida história de recuperação, com benefícios do cenário macroeconômico se as projeções do banco para queda de inflação e Selic se provarem corretas. O preço-alvo do papel é de R$ 6,50, implicando em uma alta potencial até o fim do ano de 42%.

Já o Citi comenta que a companhia tem como catalisadores potenciais ajustes em contratos, queda de juros e preço do diesel mais alto. O banco atribui preço-alvo de R$ 6,20 para a ação.

Os analistas comentam, no entanto, que no cenário mais otimista, que inclui um crescimento do volume agrícola maior no longo prazo, a extensão das concessões para 2049, e taxas de juros de longo prazo menores, o preço-alvo poderia subira para R$10,10 por ação – o que implicaria em um potencial de alta de 120% contra o fechamento de ontem. Já no caso pessimista, os volumes agrícolas cairiam e a taxa de juros de longo prazo subiria, o que o preço alvo para R$ 4,40. 

Vale (VALE3, R$ 15,23, +1,53%; VALE5, R$ 12,18, -0,08%)
Em dia negativo na Bovespa, as ações da Vale fecharam com desempenho misto, descolando dos preços do minério de ferro. A commodity encerrou o pregão em alta de 0,10%, a US$ 50,70 o barril, no porto de Qingdao, na China. Os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 7,85, +1,03%) – holding que detém participação na Vale – encerraram o dia em alta.

Da mesma forma, as siderúrgicas registraram ganhos nesta sessão, com CSN (CSNA3, R$ 7,24, +2,85%) e Gerdau (GGBR4, R$ 5,97, +1,88%). A exceção foi a Usiminas, que virou para queda após subir 9,7% (a R$ 2,25) na máxima de hoje. Ontem, as ações preferenciais da companhia subiram 23%, após anúncio de renegociação de sua dívida.  

Nos destaques, o desembargador federal Jirair Aram Meguerian, do TRF-1, determinou a suspensão da nomeação dos conselheiros independentes indicados para a Usiminas. Em e-mail, a CSN disse que a decisão foi fundamentada unicamente em questão de ordem processual e não no mérito da eleição dos conselheiros independentes. A companhia disse ainda que a medida não entrou no mérito da decisão proferida pelo Cade, que autorizou expressamente e supervisionou presencialmente a eleição do conselho. A companhia informou que não medirá esforços para assegurar a presença dos conselheiros no conselho da Usiminas “por acreditar que eles serão fundamentais para que a empresa reencontre o bom caminho e volte a crescer”. 

Usiminas (USIM3, R$ 4,70, 0,0%; USIM5, R$ 2,01, -1,95%)
As ações PNs da Usiminas viraram para queda, após atingir ganhos de 10% mais cedo. Os papéis perderam força depois de ter subido 23% ontem, na esteira do anúncio de acordo com a maior parte de seus credores para alongar o pagamento de sua dívida, que se encontra atualmente congelada, sob efeito do “standstill”. O prazo negociado com Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e BNDES e debenturistas da 6ª emissão – que representam 75% dessas obrigações – é de 10 anos, a contar da assinatura.

Diminuindo significativamente os riscos financeiros do case, os analistas Leonardo Correa e Caio Ribeiro, do BTG, fazem um alerta aos investidores que operam “short” (vendido) no papel: “zerem suas posições”. A sinalização vem da percepção de que o acordo pode destravar um ganho potencial no papel, a exemplo do que ocorreu com as ações da CSN (CSNA3), quando a empresa anunciou há alguns meses o refinanciamento de sua dívida.

Na mesma linha, o Bank of America Merrill Lynch elevou hoje a recomendação das ações da siderúrgica de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 2,75 (ante R$ 2,50), vendo um menor risco após o anúncio da renegociação da dívida. “Isso diminui o risco de uma diluição por meio de uma nova oferta de ações”, comentaram os analistas Felipe Hirai, Karel Luketic e Betina Roxo, do banco.