Oi tenta evitar recuperação judicial; 6 notícias sobre Petrobras e 6 recomendações e mais no radar

Confira os destaques do noticiário corporativo nesta quinta-feira (16)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O mercado segue de olho nas seguidas reuniões de política monetária – com destaque para o Federal Reserve e do Banco do Japão -, além do cenário político brasileiro. Contudo, o noticiário corporativo é movimentado, com diversas notícias para Petrobras e Oi. Confira os destaques desta quinta-feira (16):

Oi
O jornal O Estado de S. Paulo informa que acionistas da Oi (OIBR4) se encontraram na última quarta-feira (15) buscando alternativas para evitar que a empresa entre em recuperação judicial. A pauta era discutir se aceitavam ou não a proposta feita pelos credores, sobretudo internacionais, de conceder um desconto de até 75% das dívidas da companhia (total bruto de R$ 49,3 bilhões), com uma parte convertida em ações. Os bancos públicos – BNDES, Banco do Brasil e Caixa – ficariam de fora, mas teriam de alongar prazos de seus recebíveis, de cerca de R$ 12 bilhões. Se a proposta for aprovada, os acionistas diluiriam ainda mais suas participações. De acordo com o jornal, os credores esperam uma resposta na sexta-feira. Eles destacam que a Pharol (que reúne os acionistas portugueses) não concorda em diluir sua participação – eles sairiam de cerca de 20% para entre algo entre 5% e 10%, e tentam propor outros caminhos. Os credores esperam uma resposta nesta sexta-feira.

A companhia também divulgou comunicado “esclarecendo que não há, até o momento, qualquer formalização ou definição de nenhuma das partes sobre um acordo com relação aos termos de uma eventual reestruturação da dívida, a qual, além disso, estaria sujeita à concordância de outros credores com que a Oi também vem conversando”, segundo comunicado em resposta a pedido de esclarecimentos da BM&FBovespa. “Nesse sentido, até que tais negociações da Oi com os diversos grupos de credores cheguem a bom termo, qualquer divulgação sobre o teor ou o suposto teor dessas conversas não passa de especulação, de forma que a Oi reitera que os investidores e o mercado em geral devem pautar-se tão somente pelas divulgações oficiais realizadas pela companhia”.

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Por fim, a Oi informou que não foi contatada pelo bilionário egípcio Naguib Sawiris sobre eventual compra da companhia. O Estadão havia informado nesta semana que Sawiris tinha a intenção de apresentar oferta pela empresa.

Petrobras
A Petrobras (PETR3;PETR4) iniciou processo competitivo para a venda da Liquigás Distribuidora S.A., diz estatal em fato relevante. “Até o momento, não há qualquer acordo firmado que confira certeza quanto à conclusão da transação, nem deliberação por parte da diretoria executiva ou do conselho de administração da Petrobras”, diz comunicado. A Liquigás é subsidiária integral da Petrobras com capital fechado e atuação nas áreas de engarrafamento, distribuição e comercialização de GLP. 

A subsidiária tem 23 centros operativos, 19 depósitos, 1 base de armazenagem e carregamento rodoferroviário e uma rede de aproximadamente 4.800 revendedores autorizados, com participação de mercado de 23%, diz comunicado. Em relatório, o BofA afirmou que este é um pequeno passo, mas positivo, para a empresa. Dentre as compradoras em potencial do ativo, o BofA destaca a Ultrapar (UGPA3), uma vez que há ganhos de sinergia em potencial. Por outro lado, pode haver dificuldades para a aquisição por meio do Cade. 

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Em outro comunicado, a Petrobras informou que a Corte Federal de Apelações dos EUA deferiu requerimento da companhia para permitir recurso contra decisão da Corte Federal (District Court), a qual certificou classes de investidores na ação coletiva. A expectativa é que a Corte Federal de Apelações revise se foi apropriada a decisão sobre a certificação de classes e a Corte não indicou data para decidir o recurso, diz estatal. A Justiça americana decidiu, em 2 de fevereiro, que investidores da Petrobras podem entrar com ação em grupo; no dia seguinte, a empresa disse que decisão de juiz nos EUA estava sujeita a recurso.

A estatal informou ainda que o Consórcio de Libra concluiu perfuração e avaliação do 7º poço do bloco, no pré-sal da Bacia de Santos, diz Petrobras em comunicado ao mercado. O novo poço encontrou maior coluna de óleo já descoberta em Libra, com 410 metros de espessura; a coluna supera a última encontrada, de 301 metros, em março. O poço, no noroeste do bloco e a 180 km da costa do Rio, confirmou descoberta de petróleo de boa qualidade (27º API) em reservatórios com excelente produtividade, diz Petrobras. Foram concluídas perfurações de 7 poços em Libra (6 pelo Consórcio e 1 pela Petrobras) e o 8º poço (3-RJS-743A), também na área noroeste do bloco, está em perfuração, diz Petrobras

Além disso, a Petrobras deve fechar até meados do próximo mês, de acordo com a expectativa do mercado, a venda de 81% da subsidiária Nova Transportadora do Sudeste (TNS) — responsável pela malha de gasodutos na região — para a gestora canadense Brookfield, diz o jornal O Globo. Segundo fontes a par da negociação consultadas pela publicação, a operação deve ficar entre US$ 4,5 bilhões e US$ 5 bilhões.

Há ainda outras notícias sobre a estatal nos jornais de hoje: o Valor Econômico informa que a empresa planeja relicitar obras paradas no Comperj até o fim de 2016. A expectativa é recontratar a construção da unidade de processamento de gás natural (UPGN) e das centrais de utilidades (unidades de geração de vapor e energia, tratamento de efluentes e água). Por fim, o Estadão afirmou que a estatal se inscreve em leilão em águas profundas no México. Na última semana, a estatal adquiriu pacote de dados sobre as dez áreas ofertadas em duas diferentes bacias do Golfo do México. A petroleira não revelou o valor pago pelos dados. Em nota, informou apenas que “avalia permanentemente as oportunidades de negócios relativos à exploração e produção de petróleo e gás no Brasil e no exterior”. 

CPFL e AES Tietê
A CPFL Energia (CPFE3) anunciou na quinta-feira acordo para aquisição da distribuidora gaúcha de eletricidade AES Sul por um valor total de cerca de R$ 1,7 bilhão, sujeito a ajustes. O valor inclui R$ 1,4 bilhão pela companhia, mais R$ 295 milhões relativos ao aumento de capital realizado na AES Sul no final de fevereiro deste ano. 

Eletrobras
A Eletrobras (ELET6) informou que a Nyse marca audiência sobre recurso para 13 de outubro. No início de junho, a empresa pediu a revisão da suspensão dos negócios com seus ADRs sobre o recurso que pretende encaminhar à bolsa de Nova York (Nyse). A negociação dos papéis foi suspensa no dia 18 de maio, depois da empresa comunicar na véspera que não entregaria às autoridades dos Estados Unidos o balanço auditado referente a 2014.

Recomendações
Entre as recomendações do dia, a Brasil Brokers (BBRK3) foi rebaixada de neutra para 
underweight pelo JPMorgan, enquanto a LPS Brasil (LPSB3) foi elevada de underweight para neutra pelo banco. Já a Embraer (EMBR3) foi elevada de neutra para compra pelo BoFAML. A Rumo (RUMO3), por sua vez, teve sua cobertura reiniciada com recomendação outperform pelo Itaú BBA.

Na véspera, o BofA elevou a recomendação da Usiminas (USIM5) para compra após a notícia de que a siderúrgica renegociou 75% da sua dívida com bancos, o que reduz o risco para a empresa no curto prazo. A empresa terá ainda carência de três anos para iniciar o pagamento do principal da dívida, o que deve ajudar na recuperação da lucratividade. A empresa é a top pick do banco no setor siderúrgico. 

Cielo
Em relatório, o BTG Pactual revisou as estimativas para a Cielo (CIEL3) e destacou que a empresa segue a top pick de longo prazo. O preço-alvo passou de R$ 33 para R$ 39 por ação. Os analistas comentam que atualizaram suas projeções para a companhia após levar em conta os resultados referentes ao primeiro trimestre desse ano, uma menor taxa básica de juros no Brasil e também conversas recentes com sua direção. As estimativas de EPS (Lucros por Ação, na sigla em inglês) subiram 4% para 2016 e 2% para o ano que vem. A expectativa é que os lucros da empresa cresçam 16% nesse ano em relação a 2015. Para os analistas, esse resultado é considerado sólido.

Vale
A Samarco, joint venture entre Vale (VALE3;VALE5) e BHP Billiton, informou que a possibilidade de retomada em 2016 está ficando remota. As o
perações de minério no Brasil ainda não possuem as licenças necessárias para o reinício, disse por telefone porta-voz da Samarco na noite desta quarta-feira para a Bloomberg.

(Com Agência Estado e Bloomberg) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.