Rumo lidera ganhos da semana com novas medidas e siderúrgicas afundam; veja destaques

Confira os principais destaques do pregão desta sexta-feira (27)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa voltou a cair nesta sexta-feira (27) após a Bolsa ficar fechada na véspera por conta do feriado. Com as perdas de hoje, o índice encerrou o acumulado destes quatro pregões com perdas de 1,35%, aos 49.051 pontos. Das 59 ações que fazem parte do Ibovespa, 9 registraram queda de mais de 6%, enquanto apenas 5 papéis subiram mais de 3%.

Entre as maiores altas, destaque para a Rumo – subindo 8,87%, a R$ 4,42 – que liderou com facilidade os ganhos favorecida pela expectativas de concessões a serem anunciadas pelo governo Michel Temer, com a criação de um fundo de R$ 500 milhões para garantir leilões. Na sequência ficaram as ações  da Ambev, que avançaram 4,21%, cotadas a R$ 19,32.

Já na ponta negativa, destaque novamente para as companhias siderúrgicas, com quedas de mais de 7% na semana para Usiminas e CSN. Além delas, a Petrobras caiu forte e ajudou no desempenho negativo do índice nestes dias. Completando as piores ações da semana, a Qualicorp afundou mais de 8% nesta sexta após ser citada em um caso de delação premiada na Operação Acrônimo.

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Confira os principais destaques desta sexta-feira (27):

Petrobras (PETR3, R$ 10,49, -5,50%PETR4, R$ 8,23, -5,07%)
A Petrobras teve forte queda seguindo os preços do petróleo no exterior, que registraram seu segundo dia no negativo. No mercado internacional, os barris deram sequência à queda de ontem por correção, com o tipo brent recuando 1,39%, a US$ 48,90, e o WTI caindo 1,05%, a US$ 48,96.

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Ainda no noticiário da companhia, para equilibrar as contas, o governo finaliza uma grande oferta de ativos na área de energia, informou o jornal O Globo. Serão vendidas subsidiárias de Petrobras e Eletrobras (ELET6) já neste ano e ofertados campos de petróleo em 2017, informa o jornal. A estatal do setor elétrico deve se desfazer de ativos como parques eólicos do Nordeste, linhas de transmissão e de sua participação em sete companhias estaduais de distribuição. Só no caso da goiana Celg, a União pretende arrecadar R$ 1,4 bilhão.

Vale (VALE3, R$ 14,29, -2,26%VALE5, R$ 11,39, -2,06%)
A Vale também caiu hoje, se descolando dos ganhos do minério de ferro. A commodity negociada no porto de Qingdao, na China, fechou em alta de 3,37%, a US$ 51,15 a tonelada. Além disso, no noticiário da companhia estão os rumores de que ela estuda a venda de fatia em cobre e fertilizantes, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg.

A mineradora está impulsionando sua estratégia agressiva de redução da dívida, mantendo conversas iniciais com banqueiros sobre a venda de participações em alguns de seus melhores ativos, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.

A companhia busca levantar cerca de US$ 10 bilhões até o próximo ano para pagar a dívida e está avaliando a possível venda de uma participação minoritária em suas operações de cobre no Brasil, a totalidade ou parte do seu negócio de fertilizantes, disseram as fontes.

A Vale também aventou a ideia de colocar à venda uma fatia no negócio de minério de ferro, embora seja desafiador conseguir um preço justo dadas as condições de preços fracos atuais da commodity, disseram as pessoas. As negociações estão em estágios iniciais e a empresa ainda tem de decidir sobre o curso de ação ou contratar banqueiros para aconselhar sobre as vendas de ativos, disseram. Um representante da Vale não quis comentar sobre planos de desinvestimento da empresa.

Banco do Brasil (BBAS3, R$ 16,13, -1,95%)
As ações do Banco do Brasil recuaram após registrarem ganhos de 2,37% na máxima do dia. Na última quarta-feira, o presidente interino Michel Temer definiu o nome do ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Paulo Caffarelli como novo presidente do Banco do Brasil. O executivo trabalhou por 30 anos na instituição federal, chegando ao cargo inclusive de vice-presidente. Atualmente, atuava como diretor-executivo da CSN.

Além disso, Gilberto Occhi será o novo presidente da Caixa Econômica Federal e deve assumir o cargo no dia 30 de maio, informou a assessoria do ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, na última quarta.

Nesta sessão, os outros bancos listados também fecharam no negativo: Itaú Unibanco (ITUB4) teve perdas de 1,00%, a R$ 29,71, mesmo cenário visto pelo Bradesco (BBDC3, R$ 25,54, -1,35%; BBDC4, R$ 24,07, -1,43%).

Gerdau (GGBR4, R$ 5,69, -2,40%)
A Gerdau recuou seguindo a notícia de que a companhia é alvo de processo nos EUA após envolvimento na Zelotes. A companhia é processada nos EUA por duas pessoas que denunciam que a siderúrgica enganou acionistas ao não informar seu envolvimento em um esquema de propina e fraude tributária. A Gerdau nega irregularidades e disse que nenhum dos seus funcionários já tentou subornar funcionários para influenciar decisões fiscais.

O processo cita o CEO, Andre Gerdau Johannpeter, e os executivos Harley Lorentz Scardoelli, diretor financeiro da Gerdau desde julho/2015, além de André Piras de Oliveira Dias e Osvaldo Burgos Schirmer. Os investidores afirmam que eles perderam dinheiro após notícias de que a Gerdau era uma das empresas investigadas em conexão com um esquema de fraude fiscal de bilhões de dólares do Ministério da Fazenda.

Usiminas (USIM5, R$ 1,70, -2,30%)
A Nippon Steel tomará medidas legais para barrar o CEO da Usiminas. A Nippon Steel diz que aprovação de nova diretoria, incluindo de Sergio Leite de Andrade como presidente, foi feita sem seu consentimento prévio, o que é uma “clara violação” do acordo de acionistas, segundo comunicado no website do grupo japonês.

“Mudanças significativas na equipe de gestão sob tal situação crítica poderiam comprometer os esforços da Usiminas para a sua recuperação e seriam contra o interesse da Usiminas e seus stakeholders”. Em 25 de maio, o conselho da Usiminas aprovou eleição de Leite Andrade e de membros da diretoria. O mandato será até Assembleia Geral Ordinária a ser realizada em 2018.

Qualicorp (QUAL3, R$ 15,15, -7,06%)
A companhia liderou as perdas do dia após a coluna Radar On-line, da Veja, afirmar que o ministro Herman Benjamin, do STJ, homologou a delação premiada do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené, na Operação Acrônimo, que investiga propina na campanha do governador de Minas, Fernando Pimentel (PT).

Na delação, ele implica 20 empresas, entre elas, são acusadas de pagar propina a JHSF (JHSF3, R$ 1,15, -0,86%), OAS, Braskem (BRKM5, R$ 20,95, -0,62%), além da Qualicorp. Roberto Pagliuso, advogado de Bené, não confirmou as informações.

Procurada, a Qualicorp enviou uma nota ao InfoMoney: “a Qualicorp repudia com veemência as ilações envolvendo seu nome, uma vez que nunca pagou propina a quem quer que seja e jamais obteve ou sequer pleiteou qualquer tipo de benefício junto ao MDIC (Indústria, Comércio Exterior e Serviços) ou qualquer espécie de financiamento junto ao BNDES”.

Marfrig (MRFG3, R$ 6,39, -1,08%)
A Marfrig fechou captação de US$ 750 milhões a yield de 8,25%, disseram fontes à Bloomberg. Os vencimentos são de 7 anos, com possibilidade de bonds serem resgatados a partir do 3º ano, segundo pessoa familiarizada com a transação que pediu para não ser identificada porque a informação é privada.

Os bancos coordenadores são BB, Bradesco, HSBC, Morgan Stanley e Santander. Esta é a primeira emissão externa de uma empresa brasileira privada desde junho de 2015. O frigorífico disse que vai usar os recursos da venda para financiar sua oferta de recompra de dívida. A empresa se ofereceu para recomprar títulos com vencimento em 2016, 2017, 2018 e 2020.

Oi (OIBR4, R$ 0,98, +5,38%)
A Oi disparou nesta sexta-feira, chegando a subir 11,83% na máxima do pregão, após assinar contrato de confidencialidade com um grupo de 6 investidores nesta quarta-feira, entre eles BlackRock, Citadel e Golden Tree, disseram duas pessoas próximas à negociação à Bloomberg. O acordo indica que conversas sobre renegociação está avançando.

O grupo terá acesso a informações confidenciais da empresa e não poderá negociar os papéis da empresa, comentaram as fontes. Oi, Moelis e Golden Tree não quiseram comentar o assunto, enquanto BlackRock e Citadel não responderam imediatamente a pedidos da Bloomberg de comentários por telefone e e-mails.

Suzano (SUZB5, R$ 14,38, 0,00%)
A Suzano Papel e Celulose, segunda maior produtora mundial de celulose de eucalipto e a Eldorado Brasil vão elevar em US$ 30 a tonelada o preço da matéria-prima vendida nos três mercados mundiais de referência (Ásia, Europa e América do Norte) a partir de 1º de junho, diz o Valor Econômico. É o segundo reajuste anunciado pelas duas companhias no ano, após os preços da fibra curta terem caído fortemente desde o fim do ano passado. Com o novo aumento, o preço de referência da celulose vendida na Ásia vai a US$ 570 a tonelada.

Santander (SANB11, R$ 17,80, -0,56%)
O Santander planeja vender R$ 1,77 bilhão em créditos vencidos, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto disseram à Bloomberg. Os empréstimos são parte de carteira de pessoa física e de pequenas empresas do banco, disseram as fontes. A Caixa Econômica Federal também consultou possíveis compradores para a carteira de créditos vencidos antes de suspender a operação com a mudança de governo.

Vanguarda Agro (VAGR3, R$ 9,26, +8,18%)
A companhia seguiu sua disparada de quarta-feira após notícia do jornal Valor Econômico afirmar que o novo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, propôs medidas para acabar com as restrições de venda de terras para investidores internacionais. Em dois dias as ações acumulam ganhos de 15%.

Segundo a equipe do BTG Pactual, players detentores de terras, caso da Vanguarda Agro são altamente impactados pois hoje eles têm sua capacidade de monetizar suas terras de forma bastante limitada. “Qualquer mudança nesse sentido é notícia positiva para os players de terras”, disseram em relatório.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.