Os primeiros passos de Temer e mais 6 eventos para acompanhar na semana que vem

Mercado fica de olho em sinalizações do novo governo e na equipe do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa completou nesta sexta-feira (13) uma semana praticamente estável, na qual o índice subiu forte perto da votação que garantiu o afastamento da presidente Dilma Rousseff da Presidência, para cair depois em meio a commodities e à frustração com a falta de indicação de medidas de ajuste fiscal. Na próxima semana, o mercado ficará de olho nos primeiros passos do novo governo, tendo o presidente interino Michel Temer à frente da gestão que diz que vai recolocar a economia brasileira nos eixos. 

Para Paulo Gomes, economista-chefe e estrategista da Azimut Brasil Wealth Management, na semana que vem os investidores não podem ainda achar que o governo Temer irá fazer muitos anúncios de medidas para resolver a situação econômica brasileira. “Acho que o governo vai continuar pondo os seus ministros para falar e olhar números e detalhes principalmente das condições das contas públicas. A PEC (Proposta de Emenda Constitucional) pode ser anunciada para garantir foro privilegiado no Banco Central vai servir para ter um novo presidente do BC como o Ilan [Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco]. De resto, eles vão só buscar os números que não são públicos”, afirma. Ou seja, a ideia é só começar a cortar gastos depois de avaliar bem a situação, principalmente descobrindo os “esqueletos fiscais” deixados pela gestão anterior.

Fora isso, é possível que a novo governo anuncie a redução de cargos comissionados, uma vez que esta é uma medida que não depende de aprovação do Congresso. “Mas será mais sinalização do que um impacto efetivo”, diz. Na sua avaliação, o que realmente vai corrigir a trajetória insustentável de aumento no endividamento público é a instituição da idade mínima para a aposentadoria, a desvinculação orçamentária e a mudança na regra de reajuste do salário mínimo. 

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Fora do cenário político, o investidor olhará para a ata da última decisão do Fomc (Federal Open Market Committee) e a inflação ao consumidor nos Estados Unidos. “Eu espero que a inflação ao consumidor deva ter uma pequena aceleração, de 0,1% para 0,4%, mas muito ligado à alta dos preços do petróleo. Sem isso e alimentos, ela deve ficar em 0,2%. Ainda muito distante dos 2% da meta.”

A seguir, os destaques da agenda econômica semanal:

Anúncio da equipe de Meirelles
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que anunciará na segunda-feira (16) os membros de sua equipe, incluindo quem permanece em seus cargos e quem sai, e também apontou Tarcisio Godoy como seu secretário-executivo. Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, Meirelles destacou que a sustentabilidade futura da dívida pública e o equilíbrio fiscal são absolutamente necessários e que o governo está avaliando as medidas que tomará. “É importante que as medidas sejam anunciadas no momento certo, que estejam maturadas”, disse.

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Vencimento de opções
Na segunda também haverá o vencimento de opções sobre ações, o que sempre gera uma volatilidade adicional no pregão, principalmente para os papéis que têm mais derivativos deste tipo negociados. 

Ata do Fomc (EUA)
A lista de indicadores importantes na semana que vem traz o a ata do Fomc, que será divulgada às 15h00 da quarta-feira (18). 

Pnad Contínua (Brasil)
Na quinta-feira (19), sai a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio). A pesquisa produz informações contínuas sobre a inserção da população no mercado de trabalho e suas características, tais como idade, sexo e nível de instrução. O principal dado que o indicador trará é o desemprego referente ao primeiro trimestre. As expectativas dos economistas da LCA são de que haja um avanço para 10,9% na taxa. A Pnad Contínua investiga 211.344 domicílios particulares permanentes em aproximadamente 16.000 setores censitários, distribuídos em cerca de 3.500 municípios.

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IPCA-15 (Brasil)
Aqui no Brasil, o principal dado da semana é o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) colhido entre os dias 15 de abril e 15 de maio, e que sai na sexta-feira (20). O dado pode ser importante para balizar as próximas decisões do Copom (Comitê de Política Monetária). Segundo as projeções da LCA Consultores, o índice deve ter um crescimento de 0,77% na comparação mensal, após ter avançado 0,51% em maio. Em 12 meses, o acumulado da inflação deve chegar a 9,52%. O IPCA será divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) às 9h (horário de Brasília). 

Para ver a agenda completa da semana que vem, clique aqui.

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