Temer não definiu nomes para Vale e Petrobras; lucro do BB desaba, JBS tem prejuízo e mais

Confira os principais destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira (12)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Enquanto os olhos do Brasil se voltavam para o Senado e a sessão que decidirá sobre o prosseguimento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, o noticiário corporativo não parou e uma série de resultados foi divulgada entre a noite de ontem e a manhã desta quinta-feira (12). Além disso, novidades envolvendo a JBS e a BRF também agitaram o radar. Confira os destaques:

Vale, BB e Petrobras
De acordo com fonte ouvida pela Bloomberg, o agora presidente interino Michel Temer ainda não definiu nomes da Petrobras (PETR3;PETR4), Vale (VALE3;VALE5), Banco do Brasil (BBAS3) e BNDES. Ele não quer surpresas e nem atropelo nas decisões, informa a fonte.  

Bancos
Após rebaixar o rating soberano, agência de classificação de risco Fitch cortou a nota de diversos bancos brasileiros. Na visão da agência, as instituições financeiras do Brasil continuam sob significativa pressão com o cenário atual de desafios operacionais, que aumentam os riscos em termos de qualidade dos ativos e rentabilidade. A instituição espera também que a inadimplência continue aumentando nos próximos trimestres.

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Entre os bancos com nota acima da soberana, os ratings de probabilidade de inadimplência do emissor (IDR, na sigla em inglês) de longo prazo do Bradesco (BBDC4) e do Itaú Unibanco (ITUB4) foram rebaixados de “BBB-“ para “BB+”. Os dois bancos permanecem com rating um degrau acima do soberano devido ao forte perfil de crédito. O Santander (SANB11) teve sua nota rebaixada de “BBB-” para “BB+” e o ABC Brasil teve sua nota “BB+” reafirmada. A perspectiva dos quatro bancos permanece negativa. Já entre os bancos públicos, caso do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, os IDRs de longo prazo foram rebaixados de “BB+” para “BB”. 

Banco do Brasil
O Banco do Brasil anunciou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 2,359 bilhões de reais no primeiro trimestre, queda de 59,5 por cento ante mesmo período de 2015.

Na base ajustada, o lucro do maior banco do país em ativos somou 1,286 bilhão de reais no período, ante 3,025 bilhões de reais um ano antes, queda motivada por uma provisão relacionada ao segmento empresarial de óleo e gás, afirmou o banco.

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Oi
A operadora de telecomunicações Oi (OIBR4) encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido de 1,64 bilhão de reais, aprofundando o resultado negativo de 447 milhões de reais que registrou no mesmo período um ano antes.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou em 1,77 bilhão de reais, queda de 12,2 por cento sobre o mesmo intervalo um ano antes.

Marfrig

A Marfrig (MRFG3) teve prejuízo líquido de 106,2 milhões de reais no primeiro trimestre, contra perda de 570,9 milhões de reais um ano antes.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ficou em 424 milhões de reais, aumento de 27,7 por cento sobre um ano antes.

JBS
A JBS (JBSS3) teve prejuízo líquido atribuível aos sócios controladores de R$ 2,741 bilhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo o lucro de R$ 1,393 bilhão de um ano antes. Segundo a empresa, o resultado foi impactado pelas perdas com proteção cambial (hedge). A receita líquida consolidada no primeiro trimestre deste ano totalizou R$ 43,911 bilhões, alta de 29,8% sobre os R$ 33,819 bilhões ante os três primeiros meses de 2015. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ficou em R$ 2,137 bilhões, uma redução 22,5% em relação ao Ebitda de R$ 2,757 bilhões do primeiro trimestre de 2015.

A margem Ebitda foi de 4,9%, ante 8,2% no período comparativo anterior. Nos primeiros três meses deste ano, a geração de caixa operacional foi de R$ 4,4 bilhões negativa, em função do resultado da proteção cambial da companhia, enquanto que a geração de caixa livre ficou negativa em R$ 5,2 bilhões.

Além do resultado, a companhia anunciou nesta quarta-feira planos para uma reorganização que criará uma holding para agrupar os negócios internacionais da companhia juntamente com a Seara Alimentos, na mais recente medida da maior processadora de carne bovina do mundo para se transformar em uma companhia global de alimentos.

A nova unidade, a ser chamada de JBS Foods International, terá sede na Irlanda e será listada na bolsa de Nova York, segundo a proposta.

Kroton
A Kroton (KROT3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 505,9 milhões, ante estimativa de R$ 490,3 milhões. Já a receita líquida somou R$ 1,27 bilhão, ante projeção de R$ 1,34 bilhão. O Ebitda ajustado foi de R$ 606,8 milhões, ante estimativa de R$ 570,3 milhões. A Kroton prevê aumento de 5,9 por cento do Ebitda ajustado pró-forma em 2016 sobre 2015, a 2,2 bilhões de reais, informou nesta quinta-feira. Para o lucro líquido pró-forma, é previsto avanço de 7,7 por cento na mesma base de comparação, a 1,83 bilhão de reais. A receita líquida pró-forma deve avançar 1,4 por cento, a 5,05 bilhões de reais.

CSN
A CSN (CSNA3) encerrou o primeiro trimestre com prejuízo líquido de 831 milhões de reais, revertendo resultado positivo de 392 milhões obtido um ano antes.

A empresa apurou geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de 733 milhões de reais, queda de 20 por cento sobre um ano antes, mas alta de 7 por cento no comparativo com os três últimos meses de 2015. A dívida líquida ajustada da CSN terminou março em 26,65 bilhões de reais, aumento anual de 33 por cento.

Gol
A companhia aérea Gol (GOLL4) reverteu o prejuízo de R$ 672,7 milhões que teve no primeiro trimestre de 2015 e alcançou lucro líquido atribuível aos sócios controladores de R$ 757,1 milhões nos primeiros três meses deste ano. Enquanto isso, o Ebitda ficou em R$ 551,9 milhões nos três primeiros meses deste ano, com uma alta 117,1% ante os R$ 254,3 milhões de um ano antes. A margem Ebitda atingiu 20,3%. A margem líquida foi de 27,9% no primeiro trimestre deste ano, ante margem negativa de 26,9% em igual período do ano passado.

A receita operacional líquida totalizou R$ 2,713 bilhões no primeiro trimestre deste ano, valor 8,3% superior aos R$ 2,505 bilhões de igual período de 2015. O resultado é resultado do aumento das tarifas praticadas no período, reflexo do aumento dos custos e despesas impactados, principalmente, devido à desvalorização média do real anual e ao aumento da inflação.

Segundo a companhia, “este resultado é reflexo, principalmente, da variação cambial sobre os passivos financeiros em dólar devido à valorização do real em 31 de março de 2016 versus 31 de dezembro de 2015 e pelos ganhos não recorrentes referentes ao retorno de aeronaves em arrendamento financeiro e a transações de sale-leaseback”.

Eletrobras
A Eletrobras (ELET6) registrou um prejuízo líquido de R$ 3,897 bilhões no primeiro trimestre, revertendo o lucro líquido de R$ 1,255 bilhão do mesmo período de 2015. Já a receita líquida da companhia atingiu R$ 6,761 bilhões, uma queda de 21,3% ante os R$ 8,598 bilhões no primeiro trimestre de 2015.

O prejuízo operacional da Eletrobras no primeiro trimestre de 2016 foi de R$ 2,475 bilhões, ante lucro operacional um ano antes, de R$ 917,9 milhões. A despesa financeira líquida da companhia saltou para R$ 1,345 bilhão no primeiro trimestre de 2016, depois de ter registrado receita financeira de R$ 593,4 milhões um ano antes.

TIM
A TIM (TIMP3) registrou lucro líquido de R$ 144,4 milhões no primeiro trimestre de 2016, uma queda de 54,5% em relação ao lucro de R$ 317,4 milhões do mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, a receita líquida da empresa nos três primeiros meses deste ano foi de R$ 3,854 bilhões, recuo de 15,3% ante os R$ 4,551 bilhões do primeiro trimestre de 2015.

Já o Ebitda normalizado da companhia recuou 13,5% no primeiro trimestre, para R$ 1,162 bilhão, ante os R$ 1,334 bilhão um ano antes. O investimento reportado pela empresa no primeiro trimestre de 2016 foi de R$ 710,2 milhões, em queda de 23,1% ante os R$ 923,7 milhões realizado no primeiro trimestre de 2015.

Time for Fun
A T4F Entretenimento (SHOW3) registrou lucro líquido de R$ 10,5 milhões no primeiro trimestre, revertendo prejuízo de R$ 2,3 milhões de igual período de 2015. No período, o número de eventos promovidos diminuiu 11%, porém o montante de ingressos vendidos praticamente dobrou, para 1 milhão, devido à maior quantidade de shows ao ar livre. De janeiro a março, a T4F promoveu 21 shows, com destaques para Rolling Stones, Maroon 5, Lollapalooza, Simply Red e Coldplay.

Enquanto isso, a receita líquida atingiu recorde de R$ 334 milhões, alta de 153% na comparação anual. O Ebitda fechou o trimestre em R$ 24,9 milhões, dez vezes o Ebitda de R$ 2,4 milhões do ano anterior.

PDG Realty
A incorporadora PDG Realty (PDGR3) registrou prejuízo líquido atribuído aos sócios da empresa controladora de R$ 410,5 milhões no primeiro trimestre, valor 2,5 vezes superior ao do mesmo período do ano passado. Neste tempo a receita líquida da PDG caiu 78,9%, para R$ 139,8 milhões. Enquanto isso, as vendas líquidas da PDG caíram 61% no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para R$ 97 milhões. Não houve lançamentos no período.

Qualicorp
O lucro líquido da Qualicorp (QUAL3), administradora de planos de saúde, quadriplicou no primeiro trimestre de 2016, para R$ 194 milhões, refletindo as mudanças tributárias promovidas pela empresa em março deste ano. A Qualicorp mudou três de suas empresas para Barueri (SP). Com isso, a alíquota de ISS caiu de 5% para 1%, gerando uma economia de R$ 25 milhões em tributos. Já a receita líquida da Qualicorp subiu 13% nos três primeiros meses de 2016, para R$ 454,8 milhões.

Tecnisa
A incorporadora Tecnisa (TCSA3) teve seu lucro líquido reduzido em 91,9% no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2015, para R$ 2,43 milhões. Enquanto isso, a receita operacional líquida da companhia caiu 58,8%, totalizando R$ 157,6 milhões. Já a margem bruta da companhia caiu 15 pontos percentuais, para 12% no período.

A empresa consumiu, no primeiro trimestre, R$ 39,2 milhões de caixa. O Ebitda ficou negativo em R$ 2,6 milhões. O resultado financeiro líquido foi positivo em R$ 12,3 milhões, redução de 46,1%. As vendas contratadas da Tecnisa sofreram queda de 70,7% no primeiro trimestre desse ano, para R$ 71,8 milhões.

QGEP
A Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP3) fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 46,5 milhões, uma queda de 51,5% na comparação com o lucro de R$ 95,2 milhões registrado nos três primeiros meses de 2015. No quarto trimestre do ano passado, a companhia havia registrado prejuízo de R$ 159,4 milhões. A receita líquida ficou em R$ 143,8 milhões entre janeiro e março, alta de 14,1% frente aos R$ 126 milhões dos três primeiros meses do ano passado. Na comparação com a receita de R$ 133,5 milhões no quarto trimestre de 2015, houve alta de 7,7%.

BRF
A maior exportadora de carne de frango do mundo, BRF (BRFS3), confirmou nesta quarta-feira que executivos da norte-americana Tyson Foods visitaram fábricas da companhia no Brasil.

A confirmação ocorreu em resposta a indagações da Comissão de Valores Mobiliários sobre notícia publicada pelo jornal Valor Econômico na véspera, que citou fonte afirmando que BRF adotou alterou cláusula de poison pill diante de interesse da Tyson sobre a empresa.

Segundo a BRF, a alteração da cláusula ocorreu para busca de “melhores práticas de governança corporativa, não havendo qualquer relação com as alegações veiculadas na notícia”.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.