Novo cotado para Petrobras, divórcio na Usiminas, Vale e B2W rebaixadas e mais notícias

Resultados da Alpargatas, Eletropaulo, AES Tietê também são destaqes na sessão desta segunda-feira (9)

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Temporada de resultados, revisão de recomendações e mais notícias são destaques nesta segunda-feira (9). Confira o que deve movimentar o noticiário corporativo nesta sessão:

Petrobras
Com a proximidade de um novo governo comandado por Michel Temer, mais cotados entram na lista para comandar a Petrobras (PETR3;PETR4). Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura, é um dos cotados. Inclusive, ele já é alvo do setor, sendo chamado de “irresponsável” em carta da associação dos engenheiros da estatal.

A estatal anunciou na noite de sexta-feira (6) sua produção de petróleo e gás natural no mês de abril. No total, a estatal produziu 2,69 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), dos quais 2,50 milhões de barris diários foram produzidos no Brasil e 190 mil no exterior.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

A produção de petróleo mês passado foi de 2,12 milhões de barris por dia (bpd), 5% acima dos 2,02 milhões bpd registrados em março. Desse total, 2,03 milhões bpd foram produzidos no Brasil, e 89 mil bpd fora do País. Segundo a Petrobras, essa recuperação deveu-se, principalmente, à retomada de produção por plataformas que estavam em manutenção em março, como a P-31, no campo de Albacora, e a P-48, no campo de Caratinga. Na camada pré-sal, a produção de petróleo e gás em abril ficou em 994 mil boed. A produção de petróleo caiu 9,4%, para 801 mil bpd. Segundo a estatal, a redução aconteceu por conta de paradas programadas no FPSO Cidade de Angra dos Reis e no FPSO Cidade de Paraty.

Usiminas 
A Usiminas (USIM5) começa a discutir, nos próximos dias, mudanças que podem definir o futuro da empresa. Na quinta-feira, o conselho de administração da companhia vai decidir sobre uma possível troca de boa parte da diretoria executiva. Paralelamente, em conversas ainda não oficiais, começa a ganhar corpo a proposta de cisão da siderúrgica, destaca o Estadão. Nippon e Ternium só se uniram para barrar a CSN; agora, na separação, devem dividir ativos.

Contrariados com a decisão do Cade, Nippon, Ternium e Usiminas recorreram na Justiça contra o órgão antitruste, sob o argumento de que essa medida dá voz à CSN, um ano depois de o próprio Cade ter barrado a intenção do grupo de Steinbruch por ter feito o mesmo pedido. Ao Estado, o procurador-chefe do órgão Victor Santos Rufino, disse que a falta de consenso entre os sócios e a crise financeira delicada da Usiminas levaram o Cade a tomar essa decisão.

Continua depois da publicidade

Em 28 de abril, um dia após a decisão do Cade, a Ternium conseguiu emplacar o presidente do conselho do grupo, o advogado Elias Brito, com o apoio da Nippon, o que foi considerado uma trégua na briga. Com acordo de acionistas engessado (válido até 2031), no qual tudo tem de ser decidido em consenso, a falta de entendimento entre os sócios daria o poder de decisão aos minoritários. Tudo o que Nippon e Ternium não querem agora.

Vale
Além do dia de forte queda do minério de ferro, com a commodity negociada em Qingdao em queda de 5,66%, a US$ 54,99 a tonelada, a Vale (VALE3;VALE5) deve repercutir o rebaixamento das ações pelo Société Générale de compra para manutenção. O preço-alvo do ADR foi cortado de US$ 8,00 para US$ 4,60. 

B2W Digital
A B2W Digital (BTOW3) teve a recomendação cortada de manutenção para underperform (desempenho abaixo do mercado) pelo Santander; o preço-alvo foi cortado para R$ 13,00.  

Alpargatas
A fabricante de calçados Alpargatas (ALPA4) reportou lucro líquido consolidado de R$ 115,831 milhões no primeiro trimestre de 2016, elevação de 16,7% ante os mesmos meses do ano anterior.

A companhia divulgou ainda um lucro das operações continuadas, que desconsidera o resultado das marcas Topper e Rainha, cuja venda foi anunciada em novembro. Considerando apenas essas operações continuadas, o lucro chegou a R$ 118,4 milhões de janeiro a março, alta de 15,3%. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia chegou a R$ 191,8 milhões no primeiro trimestre, aumento de 15,3% na comparação anual, e a margem Ebitda subiu 1,0 ponto porcentual entre os períodos para 19,0%. A Alpargatas apurou receita líquida de R$ 1,011 bilhão nos três primeiros meses do ano, aumento de 9,3%.

No Brasil, o destaque do trimestre foi o crescimento de 9,0% no volume de vendas de sandálias, para 52,2 milhões de pares, impulsionado pela compra dos canais indiretos (atacadistas e distribuidores) para repor estoques. No mercado externo a venda de sandálias caiu 10,2%, para 8,7 milhões. A quantidade vendida de calçados esportivos caiu 22,1% no Brasil, para 995 mil pares, e na Argentina teve queda de 28,2%, para 1,129 milhão de pares.

Eletropaulo
A distribuidora de energia elétrica AES Eletropaulo (ELPL4) registrou no primeiro trimestre lucro líquido de 30,5 milhões de reais, 34,6 por cento menor que o registrado no mesmo período do ano passado, principalmente devido à redução no consumo e a sobras de eletricidade contratada, informou a empresa em comunicado nesta sexta-feira.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da elétrica, da norte-americana AES, somou 181 milhões de reais no período, queda 39,3 por cento na comparação anual. De acordo com o BTG Pactual, o resultado foi ligeiramente abaixo do esperado, com impacto de alguns não recorrentes. “Ainda temos compra no papel, mesmo assumindo que se trata de um case complexo: vemos valor estratégico, numa excelente concessão”, afirmam os analistas.

AES Tietê
A geradora de energia AES Tietê (TIET11) teve lucro líquido de R$ 74,5 milhões no primeiro trimestre, redução de 61,6% ante mesmo período do ano passado, com forte redução de receita após o fim de um contrato de venda de energia à distribuidora AES Eletropaulo, segundo comunicado nesta sexta-feira. A elétrica, controlada pela norte-americana AES, aprovou a distribuição de R$ 89,38 milhões em dividendos, referentes ao lucro líquido ajustado do período. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 178,4 milhões, com retração de 54,3% ante o primeiro trimestre de 2015.

A receita operacional bruta da companhia somou R$ 432,8 milhões no trimestre, com redução de 41% na comparação anual, principalmente devido à redução do preço médio de venda de energia após o fim do contrato com a Eletropaulo, em 31 de dezembro. Segundo a companhia, o preço médio da eletricidade comercializada em contratos, excluídas transações no mercado spot, caiu de R$ 192,56 por megawatt-hora, no primeiro trimestre do ano passado, para R$ 143,45 por megawatt-hora, nos três primeiros meses neste ano, com o final do acordo com a distribuidora paulista. O resultado foi mais fraco, com custos de energia e despesas mais altos do que o esperado pelo BTG Pactual; o Ebitda reportado ficou em R$ 178 milhões, versus R$ 270 milhões esperado. 

BTG Pactual
A Caixa Econômica Federal já teria informado ao BTG Pactual (BBTG11) que vai exercer seu direito de “tag along” na venda da fatia do banco na Pan Seguros para a francesa CNP, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. A instituição pública tem direito ao mesmo valor pago à instituição privada, de cerca de R$ 700 milhões, equivalente à sua participação. Entretanto, os franceses, segundo fontes, não têm interesse em adquirir a fatia da Caixa na Pan, o que deve comprometer a concretização do negócio entre BTG e CNP.

 A motivação para o banco público exercer o tag along, conforme antecipou o Broadcast na semana passada, é o fato de já ser sócia da francesa na sua própria seguradora, a Caixa Seguridade. Por isso, aceitar um novo negócio com a CNP significaria, na prática, segundo fontes, ficar amarrada à sócia. Já para a francesa, o negócio blindaria a Caixa de ter outro sócio nos seus negócios de seguridade e esse seria, conforme fontes, o verdadeiro motivador para seu interesse na fatia de 51% do BTG na Pan Seguros. O tag along, conforme acordado entre os sócios, é um instrumento de proteção a acionistas minoritários e garante a eles o direito de deixarem a sociedade caso o controle da empresa seja adquirido por um investidor que, até então, não estava na sociedade. Pela Lei das S.A., o preço a ser pago na oferta aos minoritários deve ser de, no mínimo, 80% do valor pago aos controladores. Já no caso de empresas listadas no Novo Mercado, nível de mais alta governança corporativa da bolsa, é de 100%. Conforme acordo de acionistas, a Caixa, dona dos outros 49% da Pan Seguros, tem direito dos 100%.

Log-In
A Log-In (LOGN3) informou nesta sexta-feira que chegou a acordo para reestruturação de suas dívidas financeiras com Banco do Brasil, Santander, Itaú Unibanco e HSBC. O saldo de financiamentos da companhia e de sua subsidiária Terminal de Vila Velha (TVV) de R$ 411 milhões será repactuado. O prazo total passará a 60 meses, sendo 24 meses de carência do principal e amortização de 80% em 36 parcelas mensais após a carência e 20% no sexagésimo mês. Segundo a Log-In, as taxas de juros se manterão em linha com os custos médios de captação da companhia nos últimos 12 meses.

“A companhia celebrou aditivos contratuais com outros credores bancários, que realizaram reperfilamento das dívidas de curto prazo no montante de R$ 70 milhões”, afirmou a empresa em fato relevante.

Oi
A Oi (OIBR4) derrota Aurelius e pode fazer empréstimo de filial, disseram fontes à Bloomberg. O juiz negou recurso de um fundo do Aurelius Capital Management que tentava impedir a operadora brasileira de realizar empréstimos de sua unidade holandesa, disseram 2 pessoas com conhecimento direto do assunto.

O fundo Capricorn Capital entrou com uma ação em Amsterdã argumentando que a Oi não tinha como pagar 2,8 bi de euros que emprestou da unidade Oi Brasil Holdings Cooperatief UA por conta de sua situação financeira, disse uma das pessoas em 1 de abril. O fundo alega que a maior parte dos recursos viria de um empréstimo que a unidade holandesa, por sua vez, teria feito em junho de 2015 de outra subsidiária da Oi, a Portugal Telecom International Finance, ou PTIF.

O Capricorn tem títulos de dívida da PTIF com valor de face de mais de 100 milhões de euros, de acordo com o processo. Em sua decisão, a que a Bloomberg teve acesso, o juiz nega os pedidos do fundo do Aurelius. Um porta-voz do Aurelius confirmou o conteúdo do documento. A Oi não quis comentar.

Suzano
A Suzano Papel e Celulose (SUZB5) confirmou na sexta-feira aumento no preço da celulose branqueada de eucalipto vendida para clientes na Ásia para US$ 540. A informação foi antecipada pela Risi, serviço de informações especializado do setor de papel e celulose, conforme divulgaram analistas do Credit Suisse e Itaú BBA em notas a clientes divulgadas na quinta. 

O BTG Pactual destaca ainda que participou de road show da companhia na semana passada. “O banco destaca que o discurso foi bastante positivo quanto às mudanças que a companhia tem feito com foco na estratégia falando de melhoria da performance operacional, foco na desalavancagem que tanto prometeram (vieram de 5 vezes para 2,3 vezes) e projetos com retorno alto e que são pouco capital intensivo. O foco é reduzir a dependência de fatores externos no ROE”, afirmam os analistas. O efeito câmbio e preço de celulose estão de fato sendo os principais motivos para a performance fraca recente mas seguimos achando que a celulose podendo estar perto de um fundo, afirmam os analistas do BTG.

BRF
A BRF (BRFS3) teve o aval do Cade para a compra de ativos da Globosuínos, compra essa anunciada em 8 de abril por R$ 20,2 milhões. A operação foi aprovada sem restrições.

BM&FBovespa e Cetip
A baixa sobreposição entre os negócios de BM&FBovespa (BVMF3) e Cetip (CTIP3) deve evitar entraves para a fusão das empresas por parte do Conselho Administrativo de Defesa Econômico (Cade), informa a Agência Estado. Um questionamento poderia surgir do argumento de que a fusão prejudicaria uma “competição potencial”, mas esse raciocínio precisa ter sólido amparo para vingar. A chancela do órgão regulador, que poderá levar até oito meses, prazo que pode ser prorrogado por mais três, é fator obrigatório para que as companhias, após diversas tentativas de combinação de negócios capitaneadas pela BM&FBovespa, possam iniciar a integração de suas atividades.

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg) 

 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.