Vale esclarece ação do MPF de R$ 155 bi; JP corta Ambev, 6 balanços e mais notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quinta-feira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Além do noticiário político bastante movimentado, com a liminar do STF para afastar Eduardo Cunha do cargo de deputado, o noticiário corporativo também está bem movimentado, com destaque para a temporada de resultados. Confira os destaques desta quinta-feira (5): 

PDG Realty
A PDG Realty (PDGR3) celebrou memorando com bancos para reestruturar dívida; a empresa celebrou memorando não vinculante com BB, Bradesco, Caixa e Itaú para formalizar entendimentos em relação a possível acordo para reestruturação das dívidas com esses bancos, segundo comunicado. O acordo visa equacionar necessidades de financiamento da PDG além de readequar vencimentos das dívidas com os bancos à perspectiva de fluxo de caixa futuro da companhia.

Memorando estabelece que atuais vencimentos dessas dívidas deverão ser prorrogados por período de 12 a 24 meses. Quanto às dívidas corporativas contraídas pela PDG junto aos bancos, memorando prevê que serão negociados documentos para alterar cronograma de pagamentos de juros e amortizações para uma única parcela a vencer em 48 meses e a criação de mecanismo de amortização antecipada obrigatória. O memorando também apresenta termos e condições de novo financiamento a ser concedido pelos bancos para custear despesas gerais e administrativas da cia. com vencimento em 3 anos e taxa de juros equivalente à nova taxa de juros prevista para as demais dívidas corporativas. Os bancos concederam standstill à companhia pelo prazo de 60 dias “durante o qual a companhia e o bancos envidarão melhores esforços para celebrar os documentos definitivos necessários para implementar o Acordo para Reestruturação de Dívidas”

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A companhia entende que Acordo para Reestruturação de Dívidas, “se consumado em sua integralidade, abrangerá até 60% do total da dívida financeira bruta”, o que representa aproximadamente R$ 3,7 bilhões.

Em outro comunicado, PDG diz que acertou venda para a LDI Desenvolvimento Imobiliário sua fatia de 58,10% na REP Real Estate Partners – Desenvolvimento Imobiliário. Em contraprestação LDI entregará à PDG 26 unidades imobiliárias localizadas em São Paulo, avaliadas por aproximadamente R$ 33,9 milhões. A operação importará redução do endividamento líquido consolidado da cia. de aproximadamente R$ 237 milhões.

Vale
A Vale (VALE3;VALE5) diz que adotará medidas para assegurar direito defesa no MPF. A mineradora disse que valores indicados ontem pelo MPF não foram determinados em função do acidente da barragem da Samarco, mas através de uma comparação não fundamentada de derramamento de óleo no Golfo do México (Deepwater Horizon), segundo fato relevante ao mercado. Na véspera,o MPF pediu R$ 155,1 bilhões em ação contra a Samarco, a Vale e a BHP Billiton.

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A mineradora disse ainda que adotará todas as medidas para assegurar seu direito de defesa dentro dos prazos legais. A Vale também esclarece que todas as medidas emergenciais necessárias em relação ao acidente foram adotadas pela Samarco e que já estão em execução estudos e medidas reparatórias de cunho socioambiental e socioeconômico, conforme acordo já firmado pela Samarco, BHP e Vale com autoridades federais e estaduais de Minas Gerais e do Espírito Santo.

Ambev
A Ambev (ABEV3) teve a recomendação cortada pelo JPMorgan de overweight (exposição acima da média do mercado) para neutra. O preço-alvo dos ativos foi cortado de R$ 21,10 para R$ 20,60; o preço-alvo do ADR (American Depositary Receipt) foi cortado de US$ 5,10 para US$ 5,00.

O JPMorgan cita três principais motivos para o rebaixamento: “(1) vemos agora o crescimento mais lento, levando a um crescimento de EPS (lucro por ação) modesto de um dígito esse ano; (2) a volatilidade do EPS deve se manter; (3) aumento dos impostos em estados importantes desencadearam alta dos preços e perda de market share fora de época”.

GOL
Os credores da Gol (GOLL4) contrataram Houlihan e discordam de proposta, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg. Os credores internacionais da Gol contrataram banco de investimento Houlihan Lokey para negociar reestruturação da dívida e não aprovaram proposta feita na terça à noite pela companhia aérea, disseram 2 pessoas com conhecimento direto do assunto.

O grupo, que representa detentores de mais de 20% da dívida total, considera que proposta favorece credores domésticos, disseram as pessoas. Os credores avaliam que detentores de bônus perpétuos são tratados de forma injusta com o desconto no valor de face maior. Defendem que todos detentores das notas sem garantia devem ser tratados da mesma forma, disseram as pessoas. As fontes pedem para não ser identificadas porque discussões são privadas. Gol e Houlihan não quiseram comentar

Na véspera, a Gol divulgou proposta de renegociação de debêntures e conversa com Delta, Boeing, Smiles após anunciar reestruturação da dívida de US$ 780 milhões no exterior na noite.

Ainda no radar da companhia, a Gol teve nota reduzida de CCC- para CC pela S&P GR.

Por fim, a empresa informou na noite de ontem que o total de assentos disponibilizados ao mercado caiu 16,5% em março e 8,2% no 1° trimestre. A demanda doméstica mostrou queda de 11,5% no mês, levando a taxa de ocupação para 72,5%. No trimestre, recuou 5,9%. Já a oferta no mercado interno caiu 9,4% em março e 4% entre os meses de janeiro a março. No mercado internacional a capacidade caiu 19,1%, enquanto a demanda diminuiu 9,5%, levando a taxa de ocupação para 77,8 por cento – um aumento de 8,3 pontos percentuais. O volume de decolagens no sistema total –voos internacionais e domésticos– caiu 16,6 por cento em março, enquanto o total de assentos disponibilizados recuou 16,5 por cento, também na comparação com o mesmo mês do ano passado. 

Smiles
A Smiles (SMLE3), programa de fidelidade controlada pela Gol (GOLL4), informou que registrou lucro líquido de R$ 118,4 milhões entre os meses de janeiro e março, crescimento de 70,1% na comparação com o mesmo período de 2015.

O lucro veio acima dos R$ 102,4 milhões estimados pelos analistas consultados pela Bloomberg. A receita líquida da empresa aumentou 42,5% no trimestre, para R$ 350,6 milhões, na mesma base de comparação. A projeção era de R$ 353,8 milhões no período.

A companhia controlada pelo grupo de aviação Gol teve recuo de 5% no acúmulo de milhas pelos clientes, e aumento de 18% nos resgates. Enquanto isso, o número de participantes do programa de fidelidade cresceu 8,3% no período, a 11,4 milhões

Na sessão passada, a ação da companhia subiu 4,74%, a R$ 39,57, na esteira da disparada de 28,48% da Gol. 

Rumo
A transportadora Rumo Logística (RUMO3) teve prejuízo líquido de R$ 185 milhões no primeiro trimestre, reduzindo o resultado negativo de R$ 226,2 milhões obtido no mesmo período do ano anterior em meio ao aumento dos volumes transportados e das tarifas. Ainda assim, a empresa apresentou prejuízo diante de maiores custos e despesas operacionais pela adoção de novas políticas contábeis, assim como maiores despesas financeiras devido ao aumento das taxas médias de juros.

A companhia teve avanço de 42,7% do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) na comparação anual, a R$ 444,6 milhões. A margem Ebitda subiu 5,4 pontos percentuais, a 37,5%. A empresa prevê Ebitda no acumulado de 2016 entre R$ 2,3 bilhões e R$ 2,5 bilhões.  

O volume total transportado chegou a 10,075 bilhões de TKU, alta de 11,5% sobre os três primeiros meses de 2015, com aumento de 22% no volume de produtos agrícolas transportados, com destaque para a operação na região norte. O volume de produtos industriais, porém, caiu 21,3%. A tarifa média de transporte ferroviário subiu 13% contra o primeiro trimestre do ano passado.

Segundo a empresa, a reestruturação de processos operacionais para aproveitar melhor os ativos e aumentar a eficiência de terminais contribuiu para o resultado, assim como o deslocamento de volumes da segunda safra de milho de 2015 do quarto trimestre do ano passado para o primeiro de 2016. “Estes volumes aliados ao início da safra de soja acabaram por preencher meses tipicamente dedicados à entressafra”, disse a Rumo. Além disso, investimentos realizados em 2015 em equipamentos ferroviários e infraestrutura das vias permanentes criaram capacidade adicional, preenchida pela nova estratégia comercial para garantir volume no longo prazo, afirmou. Assim, a receita operacional líquida aumentou 22,2%, alcançando R$ 1,19 bilhão. 

Profarma
A Profarma (PFRM3) registrou um prejuízo líquido de R$ 9,25 milhões no primeiro trimestre, o que representa um aumento de 21,15% em relação a igual período de 2015. Já a receita líquida do trimestre teve alta de 18,7%, para R$ 978 milhões, enquanto o Ebitda passou de R$ 13,5 milhões para R$ 20,7 milhões, alta de 53,3%.

Segundo a empresa, o prejuízo maior pode ser explicado pela redução em R$ 3,5 milhões do resultado da divisão de distribuição Farma, compensado em parte pela recuperação dos números da divisão varejo, em R$ 3,1 milhões. O prejuízo no período também leva em conta os efeitos das mudanças estruturais e de seus eventos operacionais e societários relativos à aquisição de 50% da participação remanescente da rede de varejo Tamoio.

Totvs
A Totvs (TOTS3) registrou crescimento de 16,3% da receita proveniente do modelo de subscrição no primeiro trimestre, somando R$ 52,1 milhões. Esse foi o primeiro trimestre que a receita de subscrição superou a receita de licenciamento, resultado que reforça a aposta da companhia na modalidade TOTVS Intera. Nessa opção, o cliente define e gerencia quantas identidades estarão habilitadas a ter acesso a todos os softwares de gestão, produtividade e colaboração da TOTVS.

Nos três primeiros meses do ano, a receita recorrente totalizou R$ 334 milhões, valor 8,7% superior ao mesmo período de 2015. Já a receita líquida registrou uma leve queda de 1% e totalizou R$ 551,4 milhões. Enquanto isso, o Ebitda totalizou R$ 114,6 milhões, crescimento de 34,8% em um ano.

Por fim, o lucro líquido da companhia registrou R$ 49,8 milhões no trimestre, 39% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, devido ao endividamento líquido resultante da aquisição da Bematech.

“Entendemos que o cenário econômico é delicado, mas temos confiança de que estamos no caminho certo com o modelo de subscrição, a especialização por segmento e a integração das operações da Bematech”, destaca Gilsomar Maia, CFO e diretor de Relações com Investidores.

O Itaú BBA espera reação neutra; companhia “apresentou significativo controle de custos, refletindo a eficácia das iniciativas implementadas no ano passado”. 

Taesa
A Taesa (TAEE11) terminou o primeiro trimestre do ano com lucro líquido de R$ 253,7 milhões, crescimento de 25,6% na comparação anual. A receita líquida avançou 18,2%, para R$ 404,9 milhões, enquanto a receita operacional bruta cresceu 17,1%, para R$ 445,1 milhões. O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 133,8 milhões, queda de 2,6% na comparação trimestral. 

ABC Brasil
A ABC Brasil (ABCB4) registrou lucro líquido de R$ 91,1 milhões no primeiro trimestre de 2016. O resultado se compara a lucro líquido de R$ 80,3 milhões no primeiro trimestre do ano passado, segundo comunicado a CVM. O lucro líqudo recorrente de R$ 95,5 milhões no período, alta de 19% na base de comparação anual.

A carteira de crédito, incluindo garantias, foi de R$ 19,9 bilhões, estável na comparação anual. A carteira de crédito expandida somou R$ 21,4 bilhões, alta de 0,4%. o saldo de provisão para devedores duvidosos foi 3,38% do total da carteira, ante 2,41% em março do ano anterior.

EcoRodovias
A NewCo passou a ter 64% do capital da Ecorodovias (ECOR3) após acordo.

Oi
A subsidiária PTIF entregou contas não auditadas de 2014 da Oi (OIBR4).

São Carlos
São Carlos (SCAR3) aprovou programa de recompra de até 800.000 ordinárias até 4 de maio de 2017.

Usiminas
A Usiminas (USIM5) é elevada de venda para compra pelo Citi.

(Com Reuters, Agência Estado e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.