Os 5 assuntos que vão agitar o mercado nesta quinta-feira

Veja o que de mais essencial você precisa saber antes de começar a operar nesta quinta

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa subiu na última quarta-feira (4), com a alta dos bancos ofuscando a queda de commodities e da Ambev depois de resultado bastante negativo da cervejaria. Nesta quinta-feira (5), o mercado deve ficar de olho na Comissão de Impeachment do Senado e também em uma série de indicadores macroeconômicos. Confira os cinco assuntos que você precisa acompanhar hoje:

1. Cunha é afastado da Câmara
Através de decisão liminar, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki determinou nesta quinta-feira (5) o afastamento do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato de deputado federal. O ministro atendeu a um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Zavascki apontou 11 situações que comprovariam uso do cargo pelo deputado para “constranger, intimidar parlamentares, réus, colaboradores, advogados e agentes públicos com o objetivo de embaraçar e retardar investigações”. “Ante o exposto, defiro a medida requerida, determinando a suspensão, pelo requerido, Eduardo Cosentino da Cunha, do exercício do mandato de deputado federal e, por consequência, da função de Presidente da Câmara dos Deputados”, diz trecho da decisão de Teori. Cunha será substituído por outro alvo da Lava Jato, o deputado Waldir Maranhão (PP-MA). 

2. Bolsas mundiais
As bolsas chinesas tiveram ligeira alta nesta quinta-feira, mas o volume de negócios continuou próximo das mínimas de quatro meses em meio a novos sinais de que a recuperação econômica do país tem bases fracas. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,14%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 0,23%. O japonês Nikkei não teve operações. A pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit mostrou que o setor de serviços da China expandiu a um ritmo mais fraco em abril, ainda que as empresas tenham voltado a contratar. Porém, os mercados do restante do continente recuaram pela sétima sessão consecutiva, uma vez que dados econômicos mistos não ajudaram a amenizar as preocupações com o crescimento global, mantendo os títulos governamentais como uma proteção contra os riscos deflacionários. Na Europa, os principais índices do continenter operam próximos à estabilidade, com o FTSE em queda de 0,08%, o DAX em alta de 0,14% e o CAC 40 em baixa de 0,09%. Além dos dados chineses, o mercado fica de olho no petróleo. A commodity tem alta expressiva, com o brent subindo cerca de 2%, com queda na produção dos EUA, um incêndio em floresta do Canadá que interrompeu a produção da Shell e pressões crescentes na Líbia. 

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3. Comissão do Impeachment
Nesta quarta, continua a partir das 10h a discussão do relatório da Comissão Especial de Impeachment elaborado pelo senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), que pediu a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. A votação do relatório da Comissão ocorrerá na sexta (6).  A defesa da presidente deve começar os trabalhos na Comissão de hoje, fazendo suas considerações finais sobre a admissibilidade do processo. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, terá uma hora para fazer a última defesa de Dilma antes da votação que pode determinar o afastamento dela por até 180 dias. Em seguida, o presidente da comissão deverá abrir a lista de inscritos para discutir o parecer de Anastasia. Senadores governistas já informaram que vão questionar o fato de Anastasia ter considerado em seu relatório práticas contábeis realizadas pela presidente em 2013 e 2014, anteriores ao atual mandato.

4. Ata do Copom
Sai hoje às 8h30 (horário de Brasília) a ata da última reunião do Copom. O dado é o mais aguardado desta semana, mostrando os motivos por que o comitê decidiu não elevar a taxa básica de juros da economia brasileira na última reunião. Segundo Paulo Gomes, economista da Azimut, o mercado se precipitou ao classificar de “hawkish” (agressivo, no sentido de subir juros), o comunicado da decisão da última quarta-feira. “Eu vejo um ponto de inflexão, porque ao invés de justificar, como em março, o por quê do comitê não ter subido os juros, o comunicado se esforçou em justificar o fato de não ter cortado juros”, explica. O economista da Azimut acha que a ata, sem mencionar um corte de juros, vai citar indicadores que justifiquem as reduções das taxas no futuro. A resposta disso no mercado provavelmente será uma correção para baixo dos contratos futuros de DI, principalmente os mais curtos, que subiram forte depois da decisão da quarta. 

5. PMI da China 
A atividade do setor de serviços da China expandiu de novo em abril, embora com desaceleração em relação a março, mostrou nesta quinta-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit. O PMI de serviços do Caixin/Markit para abril caiu a 51,8 de 52,2 em março, com aumento das novas encomendas no ritmo mais forte desde janeiro e com as expectativas das empresas inalteradas. Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade. O subíndice de emprego avançou para 50,9 em abril sobre 48,9 em março, revertendo a primeira queda no número de funcionários desde agosto de 2013.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.