Projeto ambicioso do governo, Sete Brasil pede recuperação judicial; veja mais 7 notícias

Bendine deve seguir na Petrobras em caso de eventual governo Temer, segundo fonte ouvida pela Bloomberg; PetroRio aprova grupamento de ações e mais destaques

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A semana encerra movimentada no noticiário corporativo, com o pedido de recuperação judicial da Sete Brasil e rumores sobre um eventual governo Michel Temer e possíveis mudanças nas estatais. Confira as novidades no radar corporativo da noite desta sexta-feira (29): 

Petrobras (PETR3;PETR4)
Segundo informações da Bloomberg, Aldemir Bendine continuará na presidência da Petrobras em eventual governo Michel Temer.

Ele não indicará outro presidente para a Petrobras imediatamente se assumir o governo federal após eventual impeachment da Presidente Dilma Rousseff e terá muita cautela em fazer mudanças em uma empresa estratégica com ações na bolsa, segundo uma fonte informou à agência; Bendine pode ser trocado em outro momento.

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Sete Brasil
Projeto surgido dentro da Petrobras em 2009, a Sete Brasil pediu recuperação judicial, que foi protocolada nesta sexta-feira no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e foi encaminhado para a 3ª Vara Empresarial do Tribunal. Se o pedido for aceito pela Justiça, a empresa terá que renegociar dívida de cerca de US$ 18 bilhões. O argumento da Sete para o pedido é que a empresa dispõe de ativos importantes. 

Além de cliente, a Petrobras é sócia da empresa, com mais de 5% de participação. No último ano, a estatal registrou perdas de R$ 922 milhões com o investimento na empresa. Com o Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú Unibanco, Santander e Standard Chartered, a empresa pegou empréstimos de cerca de R$ 12 bilhões. Os bancos recuperaram cerca de R$ 4 bilhões desse total em fevereiro, quando conseguiram sacar recursos do Fundo Garantidor da Construção Naval (FGCN), que garantia os financiamentos à Sete. O restante dos débitos, porém, deve entrar como baixa nos balanços. O BB é o maior financiador. 

A criação da Sete Brasil estava atrelada à política dos governos petistas de fomentar a indústria naval no auge da euforia com o pré-sal. Para a construção das sondas, as principais empreiteiras do País investiram em estaleiros em sociedade com empresas estrangeiras. Este era um dos projetos mais ambiciosos do governo Dilma Rousseff, sendo criado para construção e aluguel de 28 sondas de exploração à Petrobras. Porém, as sociedades e os investimentos da Sete são alvo de investigação da Operação Lava Jato, por suspeita de desvio de recursos para propinas.

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BTG Pactual (BBTG11)
Em Assembleia Geral Extraordinária, o BTG Pactual informou ter criado o cargo de vice-presidente do Conselho de Administração. Persio Arida foi confirmado como presidente do banco. 

Gerdau (GGBR4)
A Gerdau anunciou nesta sexta-feira que concluiu a transferência de 30 milhões de suas ações preferenciais que estavam em tesouraria para a ArcelorMittal.

Segundo a Gerdau, a medida faz parte do processo de simplificação e unificação de participações em subsidiárias no Brasil, que incluiu a compra de participações minoritárias nas empresas Gerdau Aços Longos, Gerdau Açominas, Gerdau Aços Especiais e Gerdau América Latina Participações, anunciado no ano passado.

Renova Energia (RNEW11)
As chinesas State Grid e Three Gorges e a italiana Enel apresentaram propostas competindo por uma fatia de 16 por cento na Renova Energia, empresa de geração renovável controlada pela Cemig que tem buscado recursos para tocar investimentos após o fracasso de uma operação de parceria e venda de ativos com a norte-americana SunEdison.

As companhias orientais e a italiana estão entre um grupo de interessados no negócio, que envolveria a compra da parcela da Light na Renova, segundo três fontes com conhecimento direto do assunto que falaram sob a condição de anonimato à Reuters.

A Light passou a buscar compradores para sua fatia na companhia renovável após a SunEdison desistir da aquisição do ativo alegando condições desfavoráveis de mercado. O negócio com os norte-americanos envolveria 250 milhões de dólares.

As firmas de investimentos TPG Capital e Brookfield também estão entre os interessados que apresentaram propostas, disseram duas das fontes.

A fatia da Renova ofertada pela Light é um dos muitos ativos colocados à venda no setor elétrico do Brasil após uma elevação do endividamento das elétricas locais e uma recessão que reduziu a capacidade de investimento das empresas.

PetroRio (PRIO3)
A PetroRio aprovou o grupamento de ações na razão de 5 para 1. Além disso, a companhia aprovou a proposta de implementação de um programa de recompra de até 16.500.000 ações ordinárias no prazo de 18 meses, sem redução de capital social, para manutenção em tesouraria, cancelamento e/ou posterior alienação. 

BM&FBovespa (BVMF3)
A Standard & Poor’s rebaixou o rating da BM&FBovespa de “BB+” para “BB”, com perspectiva é negativa. A alteração segue a avaliação da agência sobre potencial resiliência da companhia em caso de hipotético default do Brasil. 

“Em nossa opinião, a BM&FBovespa não passa no novo teste de estresse acima do rating soberano, o qual mede a resiliência a um cenário hipotético de default em moeda local e estrangeira do governo soberano. Além disso, como parte da combinação de negócios planejada com a CETIP S.A.- Mercados Organizados (não avaliada), a BM&FBovespa vendeu seus investimentos denominados em dólares no CME Group Inc. (AA-/Estável/A-1+), que representavam um importante ativo em moeda estrangeira anticíclico contra os desdobramentos do Brasil”, destaca a S&P.

Cremer (CREM3)
A Cremer anunciou que Gustavo Wigman é o novo presidente do Conselho de Administração da companhia. 

(Com Reuters, Bloomberg e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.