Siderúrgicas sobem 6% e Vale vira para alta; Santander e mais 5 ações reagem a balanços

Veja destaques da Bovespa nesta quarta-feira (27)

Paula Barra

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Petrobras (PETR3, R$ 12,96, +1,41%; PETR4, R$ 9,82, +1,55%)
As ações da Petrobras perderam força após dados de estoques de petróleo nos Estados Unidos empurrarem os preços da commodity para terreno negativo no mercado internacional. Com os estoques subindo para 2 milhões de barris na semana, para 540,6 milhões de barris, o contrato brent virou para queda nesta manhã, mas voltou para leve alta minutos depois. Neste momento, o brent registrava alta de 0,46%, a US$ 45,95 o barril.

Vale (VALE3, R$ 19,02, +1,77%; VALE5, R$ 14,87, +0,41%)
Em meio à euforia do mercado, os papéis da Vale viraram para alta nesta manhã, descolando do movimento do minério de ferro. Mais cedo, as ações chegaram a cair até 4%, seguindo o  minério de ferro spot (à vista) chinês, negociado no porto de Qingdao, que caiu 2,69% nesta sessão, a US$ 61,09 a tonelada seca. Essa foi a 4ª queda seguida da commodity. A desvalorização de hoje ocorre após a bolsa de commodities na China intensificar ação contra movimentos especulativos que levaram preços a ultrapassar fundamentosO preço, no entanto, ainda acumula alta de 40% no ano, puxado pelos estímulos na China, o que gerou recuperação do setor imobiliário e contribuiu para deflagrar movimento especulativo no mercado de commodities.

Cabe lembrar que, amanhã, antes da abertura do mercado, a Vale divulgará os números referentes ao primeiro trimestre. 

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Siderúrgicas
As ações das siderúrgicas se afastam do movimento da Vale e sobem hoje, seguindo a euforia do mercado, com as ações da Gerdau (GGBR4, R$ 7,78, +1,43%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,95, +6,12%), Usiminas (USIM5, R$ 2,49, +3,75%) e CSN (CSNA3, R$ 12,46, +1,30%).  

No radar do setor, o Cade deve analisar o recurso da Usiminas à decisão que autoriza CSN a indicar 2 membros titulares e 1 suplente ao conselho.

Na segunda, a ação da Usiminas despencou após o presidente do Cade sinalizar voto favorável à petição da CSN de nomeação de membro do conselho na reunião do dia 28 de abril. A aprovação, a qual Usiminas é contra, aumentou a tensão com as acionistas da Nippon&Steel & Sumitomo Metal Corp e Ternium.

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Bancos
As ações de bancos registram alta, de olho no cenário político, em meio às expectativas de que o ex-presidente Henrique Meirelles assuma o ministério da Fazenda em um eventual governo Michel Temer. Além disso, o Santander (SANB11, R$ 17,88, +2,76%) reage ao balanço do 1° trimestre. O banco registrou 
lucro líquido gerencial, ou recorrente, de R$ 1,66 bilhão, alta de 1,7% ante mesma etapa de 2015. O lucro líquido societário foi de R$ 1,213 bilhão no período, aumento de 77,4% a comparação anual. 

Para o Credit Suisse, o resultado foi marginalmente positivo, com os indicadores de qualidade de ativo melhor do que o esperado. No entanto, os analistas ressaltam que, depois de reportar melhora de 10 pontos-base no NPL (créditos não performados, na sigla em inglês), o banco reportou um aumento de 7 pontos-base no NPL no 1° trimestre, indicando que as condições macroeconômicas estão mais do que compensando os esforços de redução de risco. 

Além da temporada de balanços, vale ressaltar que, hoje, o Barclays rebaixou as ações do Bradesco (BBDC4, R$ 26,79, +3,60% ) de overweight para equalweight, enquanto o Itaú (ITUB4, R$ 33,51, +3,14%) foi elevado de equalweight para overweight pelo banco. O Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,48, +3,36%) também sobe nesta sessão.

Papel e celulose
As ações de papel e celulose registram movimentos opostos nesta quarta após a divulgação de balanços: enquanto a Fibria (FIBR3, R$ 31,72, -4,46%) lidera as perdas do Ibovespa, a Suzano (SUZB5, R$ 13,81, +2,14%) tem forte alta. A Klabin (KLBN11, R$ 18,40, +0,66%) reportará balanço amanhã, antes da abertura do pregão, e tem leve alta hoje. 

A Fibria teve lucro líquido atribuível aos acionistas da companhia de R$ 975,3 milhões no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ 569 milhões um ano antes. A receita líquida da companhia somou R$ 2,4 bilhões, frente a R$ 2 bilhões no mesmo intervalo de 2015.

Segundo o Credit Suisse, o Ebitda da Fibria de R$ 1,254 bilhão no período veio abaixo do consenso do mercado, mas por conta – quase que exclusivamente – por um menor volume, o que não necessariamente pode ser interpretado de forma negativa, dado que esse volume poderá ser vendido ao longo desse ano. O BTG Pactual também ressaltou resultado fraco, com Ebitda abaixo do esperado, o que poderia pesar no papel no curto prazo. Os analistas ressaltaram preferência pelas ações da Suzano. 

No trimestre, a Suzano teve lucro líquido de R$ 1,13 bilhão no primeiro trimestre, ante prejuízo de R$ 762 milhões no mesmo etapa de 2015, impactada pela variação cambial no período, resultado em linha com as previsões do mercado. Os analistas do BTG Pactual ressaltaram que o balanço veio “bom e levemente acima do esperado”, em função da melhor performance em custos e melhores volumes de celulose (recorde histórico). O Credit Suisse também destacou volume bem forte, apesar do preço médio um pouco pior. 

Além disso, conforme destaca o BTG Pactual, o PPPC (Conselho de Produtos de Papel e Celulose, na sigla em inglês) divulgou os números para março do setor, confirmando rumores de um movimento de restabelecimento da demanda chinesa. Em março, a demanda do país subiu 23% na base de comparação anual, 
“Os dados deste mês confirmam que os preços nos níveis atuais devem (i) incentivar importações chinesas e (ii) poderia incentivar a substituição de fibra”. Para os analistas do banco, há mais sinais de que o fundo está perto, após preocupações com o preço da commodity. 

Hypermarcas (HYPE3, R$ 29,01, +0,87%)
A Hypermarcas tem leve alta após a divulgação de resultados. O lucro líquido de 1,008 bilhão de reais no primeiro trimestre, salto ante o resultado positivo de 90,7 milhões de reais no mesmo período um ano antes, informou nesta quarta-feira. 

O Ebitda das operações continuadas ficou em 310,3 milhões de reais, aumento de 11,2 por cento na comparação anual.

Locamérica (LCAM3, R$ 4,40, 0%)
A Locamérica fica estável após os resultados. A companhia registrou lucro líquido de R$ 5,5 milhões no primeiro trimestre, queda de 13,5% na comparação anual. A receita líquida de R$ 172,8 milhões, baixa de 0,6% na base de comparação anual. O Ebitda somou R$ 60,7 milhões, alta de 13%. A margem Ebitda foi de 61,1%, ante 55,7% no mesmo período do ano anterior.

Minerva (BEEF3, R$ 11,01, -1,26%)
A ação da Minerva cai após a divulgação do balanço. A companhia reverteu prejuízo de R$ 587,2 milhões no primeiro trimestre de 2015 com lucro líquido de R$ 46,3 milhões este ano. A receita líquida somou R$ 2,34 bilhões, alta de 8,4%. O Ebitda subiu 33,6%, para R$ 251,6 milhões, enquanto a margem Ebitda passou de 8,7% para 10,8%.

O Bradesco BBI destacou que a “receita líquida ficou 10% abaixo do esperado devido a menores exportações de boi vivo, o que é um negócio sazonal”. “Esperamos que spreads de exportações permaneçam robustos ao longo de 2016”, destacaram os analistas.

Lojas Renner (LREN3, R$ 20,69, +4,55%)
Em dia de forte alta do Ibovespa, as ações da Lojas Renner dão continuidade à alta registrada na véspera, após susto inicial com o balanço fraco do 1° trimestre. Nos primeiros minutos do último pregão, as ações da varejista caíram 3,3% (indo para a mínima do dia), mas recuperaram terreno após teleconferência da companhia acalmar mercado sobre impactos mais graves por conta da desaceleração econômica.

Para saber mais: Se o balanço veio ruim, por que a ação da Lojas Renner dispara 10% desde ontem?

Nesta sessão, outras varejistas também registram forte alta na Bolsa. Além de Renner, Magazine Luiza (MGLU3, R$ 34,07, +17,48%), Via Varejo (VVAR11, R$ 6,90, +6,18%), Arezzo (ARZZ3, R$ 25,75, +5,84%) e Lojas Americanas (LAME4, R$ 16,21, +4,85%) são as ações do setor que mais sobem hoje.  

Localiza (RENT3, R$ 34,19, +3,76%)
As ações da Localiza sobem 11% nos últimos dois pregões, puxadas pelo resultado melhor do que o esperado divulgado na manhã de ontem.
A companhia teve lucro líquido de R$ 103 milhões no primeiro trimestre, alta de 2,7% na comparação anual, informou a empresa de gestão de frotas e aluguel de veículos. A alta de 41% das despesas financeiras, para R$ 67,7 milhões, pressionou o resultado.

A receita líquida consolidada subiu 4%, a R$ 1,047 bilhão. A receita líquida de aluguel avançou 8,5%, enquanto a de seminovos ficou estável. Segundo a Localiza, a queda de 6,3% no volume de venda de carros foi compensada pelo aumento de 6,8% no preço dos veículos vendidos.

O Itaú BBA destacou que a companhia apresentou resultados melhores do que o esperado; a surpresa positiva foi divisão RAC, que apresentou crescimento de 10% na comparação anual da receita e margem Ebitda estável, “confirmando que as iniciativas lançadas nos últimos 18 meses para estimular a demanda de lazer estão dando frutos”. O BTG Pactual também destacou que a companhia teve um resultado forte e revisou as estimativas para os números da companhia novamente para cima com a surpresa do RAC e a queda menor do que a esperada nas margens de seminovos, elevando o preço-alvo de R$ 33 para R$ 34 por ação. 

BR Properties (BRPR3, R$ 10,16, +2,63%)
Eminence anunciou que vai aderir à OPA (Oferta Pública de Aquisição) das ações da BR Properties nos termos anunciados ontem. A GP Investments elevou a OPA de R$ 10,00 para R$ 11,00 por ação.

Eminence e BTG Pactual possuem uma fatia combinada de cerca de 36,5% da companhia, o que deve ser suficiente para aprovar o waiver do poison pill na assembleia do próximo dia 2 de maio (maioria simples dos presentes) e também quase bate no volume mínimo de adesão da oferta (37,8% do capital social), comentaram os analistas do Credit Suisse, em nota a clientes.

Romi (ROMI3, R$ 1,83, -3,17%)
A ação da Indústrias Romi cai após os balanços. A companhia registrou prejuízo de R$ 9,9 milhões no primeiro trimestre, ante R$ 1,69 milhão na base de comparação anual. A receita operacional líquida foi de R$ 129,8 milhões, alta de 7,3%. O Ebitda ficou negativo em R$ 3,62 milhões, enquanto a margem Ebitda ficou negativa em 2,8% ante -0,9% do mesmo período de 2015.

Oi (OIBR4, R$ 1,05, -1,87%)
A Oi cai após sua recomendação ter sido rebaixada de CCC para CCC- pela agência de classificação S&P. O rebaixamento ocorre após empresa anunciar, na segunda-feira, que chegou a acordo para Moelis & Co. atuar como consultor de um grupo de credores e tornar reestruturação de dívida provável.

A perspectiva continua negativa, refletindo “visão de uma grande probabilidade de que a empresa vá reestruturar sua dívida ou fazer uma troca de dívidas em risco ao longo dos próximos 6 meses”.

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