Usiminas cai 10% e tem pior dia em 6 semanas; Vale afunda 7% e Oi dispara até 30%

Confira os destaques da Bovespa nesta segunda-feira (25)

Paula Barra

Setor extrativo foi destaque de baixa em janeiro, mas projeções para o ano são boas

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SÃO PAULO – Sem notícias políticas que possam mudar as estratégias de investimento, o Ibovespa caiu nesta segunda-feira (25), seguindo o mau humor das bolsas internacionais e correção das commodities. Diante da correção do mercado, 8 das 61 ações do índice encerraram o dia com queda de mais de 6%. 

Na ponta negativa, as ações da Usiminas desabaram até 13% entre discórdia no conselho e balanço do 1° trimestre, seguidas por CSN e Vale, que recuaram mais de 7% nesta sessão, puxadas pela queda do minério de ferro. Os papéis da BB Seguridade também desabaram hoje, após dados fracos da Susep de março. 

Do lado oposto, as ações da Oi dispararam até 30%, após a empresa confirmar que assinou acordo de confidencialidade com a Moelis & Company, que irá assessorar um grupo de diversos titulares de bônus emitidos pela companhia e por algumas de suas afiliadas. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 12,28, -4,81%;PETR4R$ 9,44, -3,18%)
As ações da Petrobras aceleram as perdas nesta tarde, de olho nos preços do petróleo. O brent, que registrava baixa de cerca de 1% com os investidores embolsando os ganhos após três semanas de alta, voltou a ter ganhos durante a manhã, de 0,33%, a US$ 45,26. Contudo, o preço do barril voltou a perder força e registrava queda de 0,67%, a US$ 44,81 o barril. 

No radar da estatal, ela informou em comunicado que Comissões internas apontaram “não conformidades” em obras de modernização das refinarias de Paulínea (Replan) e Gabriel Passos (Regap) e de implementação do Comperj, mencionadas em laudo da Polícia Federal. Os relatórios finais dessas comissões “foram enviados às autoridades competentes para o aprofundamento das investigações. 

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Ainda sobre a companhia, a  Petrobras é alvo de denúncia no Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio em razão do plano de demissão voluntária de 12 mil trabalhadores. A denúncia questiona os riscos gerados à operação das atividades petrolíferas da empresa com a saída de funcionários efetivos e o aumento da terceirização das atividades-fim da estatal. Anunciadas no início do mês, as demissões integram o enxugamento da estrutura administrativa da empresa.

Vale (VALE3, R$ 18,10, -6,36%VALE5, R$ 14,24, -6,99%
As ações da Vale seguem o movimento de queda da última sexta-feira, quando chegaram a cair 11% em meio às perspectivas de baixa na produção e de queda nos preços do minério de ferro. Acompanham o desempenho os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 7,63, -6,15%) – holding que detém participação na mineradora. 

Nesta segunda, o minério de ferro spot (à vista), negociado no porto de Qingdao com 62% de pureza, fechou em queda de 0,39%, a US$ 66,07 a tonelada seca. A queda ocorreu após as cotações terem tocado uma máxima 15 meses na quinta-feira, enquanto na bolsa de Xangai os contratos futuros do aço recuaram após uma máxima de 19 meses, depois que as bolsas chinesas de commodities tomaram medidas para desestimular compras especulativas.  

As bolsas domésticas de commodities elevaram os custos de transações para alguns contratos futuros voláteis, incluindo o vergalhão de aço e o minério de ferro, para frear demanda. 

Siderúrgicas
As ações de siderúrgicas também registram queda hoje, caso da CSN (CSNA3, R$ 12,17, -9,18%), Usiminas (USIM5, R$ 2,33, -10,38%), Gerdau (GGBR4, R$ 7,25, -6,57%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,73, -6,83%).  

O noticiário para as empresas do setor também está movimentado. A Usiminas teve a maior queda em seis semanas hoje (desde 15 de março, quando caiu 15,68%), com mercado reagindo à discórdia no seu conselho e balanço do 1° trimestre. A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 151 milhões no primeiro trimestre, reduzindo resultado negativo de R$ 235 milhões sofrido um ano antes, apesar da queda de cerca de 25% nas vendas de aço ante o quarto trimestre.

Além disso, o presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Vinícius Marques de Carvalho, deu voto favorável à CSN (CSNA3) para indicar representantes ao conselho de administração da Usiminas na AGO (assembleia geral ordinária) marcada para o dia 28. Vale lembrar, contudo, que a decisão do presidente do Cade – feita na sexta-feira passada – ainda precisa ser levada ao plenário do Cade para que a empresa seja autorizada. 

A decisão deve causar discussões na siderúrgica e entre os acionistas do bloco de controle – Nippon Steel & Sumitomo, Ternium – Techint e Previdência Usiminas, diz o jornal. Eles são contrários à presença da CSN por se tratar de concorrente direta da Usiminas no mercado brasileiro de aço plano. A Usiminas diz que tomou conhecimento da decisão do Cade autorizando CSN a indicar 2 membros titulares e 1 suplente para conselho de administração e um membro titular para conselho fiscal da Usiminas e apresentará recurso à decisão, segundo comunicado da siderúrgica enviado à CVM. 

BB Seguridade (BBSE3, R$ 31,25, -7,41%) 
As ações da BB Seguridade foram penalizadas por dados ruins da Susep de março divulgados nesta manhã. “Esperávamos recuperação de lucro em março, mas na verdade dados da Susep mostraram lucro um pouco mais fraco no mês”, disseram os analistas do BTG Pactual. Pelo modelo do BTG, o lucro do 1° trimestre seria de R$ 979 milhões (o consenso está em cerca de R$ 1 bilhão), mas depois dos dados de hoje os analistas veem um pequeno potencial de queda para esse número. Para eles, o mais provável é um lucro na casa de R$ 950 milhões. 

Lojas Renner (LREN3, R$ 19,45, -1,22%)
As ações da Lojas Renner caíram nesta sessão, antes de divulgação de resultado (após o fechamento do pregão). Mesmo considerando a base forte de comparação, ainda assim analistas do BTG Pactual projetam crescimento no segmento “mesmas lojas” (lojas abertas há mais de um ano) de 3% e leve contração de margem. Dado o aumento de impostos e custo mais alto de empréstimos, eles esperam queda no resultado de financiamento ao consumidor da varejista. No geral, há expectativa de queda de 1% no Ebitda consolidado. 

Oi (OIBR4, R$ 1,11, +20,65%)
As ações da Oi lideram os ganhos do Ibovespa nesta segunda-feira, subindo até 30% (a R$ 1,20), após a companhia confirmar o acordo de confidencialidade para que a Moelis & Company assessore um grupo de detentores de bônus emitidos pela companhia e algumas de suas afiliadas com vistas à reestruturação da dívida da companhia brasileira.

Conforme a Oi, o acordo de confidencialidade celebrado com a Moelis “configura passo inicial para discussões produtivas e ágeis” sobre uma potencial reestruturação financeira da operadora. 

Fontes familiarizadas com a situação disseram à Reuters que a Oi iniciará conversas para reestruturar 14 bilhões de dólares em bônus a partir desta segunda-feira.

Educação
Em relatório, o BTG Pactual destacou uma notícia positiva para o setor como um todo: de acordo com as companhias listadas, o governo cumpriu 100% com o 4º ciclo de pagamento do FIES no mês de abril, o 1º relevante do ano. Mesmo após terem cumprido com o pagamento nos 3 primeiros meses, alguns investidores ainda estavam céticos em relação a esse ciclo maior em Abril. “Portanto, confirmação elimina overhang em relação a atrasos no FIES, e traz leitura positiva para frente, além de impulsionar a geração de fluxo de caixa livre das companhias num cenário macro desafiador. A Kroton segue como nossa Top Pick”, ressaltam os analistas do banco. 

Hoje, as ações do setor expostas ao programa operam entre ganhos e perdas na Bovespa: Kroton (KROT3, R$ 11,91, +0,08%), Estácio (ESTC3, R$ 11,87, +2,33%), Anima (ANIM3, R$ 10,45, -3,24%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 11,64, -4,59%).

TIM Participações (TIMP3, R$ 7,70, -4,94%)
As ações da TIM viraram para forte queda nesta sessão, deixando para trás a forte alta vista na sexta-feira. Os papéis subiram quase 8% na última sessão. Segundo comentário do JPMorgan enviado ao mercado, novas notícias apontam que o maior acionista da Telecom Italia, a Vivendi, procura um comprador para a operadora brasileira.   

Nesta segunda, o site especializado CTFN disse que o maior acionista da Telecom Italia, Vivendi, está discutindo a venda da unidade brasileira, segundo um advogado da área de M&A, familiarizado com a situação. 

Gol (GOLL4, R$ 2,43, -3,95%)
Segundo informações do jornal o Globo, a Gol (GOLL4) cortará 180 voos diários a partir de 1 de maio. A empresa vai deixar de voar para quatro destinos domésticos (Imperatriz, Altamira, Ribeirão Preto e Bauru) e quatro internacionais (Miami, Orlando, Aruba e Caracas), além de adiar por tempo indeterminado o início do voo para Cuba, diz o jornal. Além dela, TAM e Azul também reduzirão oferta.  

Sabesp (SBSP3, R$ 25,68, +0,71%)
O UBS elevou nesta segunda-feira a recomendação das ações da Sabesp para compra. 
 

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