Petrobras e o impeachment, recomendações e mais 9 notícias no radar

Confira os destaques corporativos desta terça: Gafisa, Suzano, São Martinho e Biosev também estão no radar

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Enquanto o mercado analisa os próximos passos do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, que agora está no Senado, o noticiário corporativo desta terça-feira (19) está bem movimentado. Confira os principais destaques: 

Petrobras
A Petrobras (PETR3PETR4) encerrou contrato do Havila Fortress, comunicou a segunda companhia. A tonelagem local foi suspensa e o certificado necessário para que barco de suporte operasse no Brasil não foi renovado, segundo comunicado da Havila. O contrato era válido até julho de 2016. 

Além disso, destaque para a notícia da Reuters de que a endividada petroleira, controlada pelo governo federal, poderá ser uma das maiores beneficiárias de uma eventual aprovação pelo Congresso Nacional do impeachment da presidente Dilma Rousseff, disseram à agência investidores e analistas na segunda-feira. A Câmara dos Deputados aprovou no domingo o pedido de abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma, tornando seu afastamento da Presidência praticamente irreversível. O vice-presidente Michel Temer, substituto de Dilma caso o impeachment seja aprovado pelo Senado, é considerado mais acessível à indústria em seus pedidos de alterações de regras do setor, criadas pela presidente e pelo Partido dos Trabalhadores.

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As regras foram instituídas na última década para aumentar o controle estatal sobre as descobertas do pré-sal, mas críticos de Dilma afirmam que as medidas trouxeram aumento de custos, limitando a produção e ajudando a elevar a dívida da Petrobras para 126 bilhões de dólares, a maior do mundo para uma empresa do setor de petróleo. “Primeiro, a Petrobras deixará de ser usada como uma ferramenta de política monetária”, disse Edwin Gutierrez, chefe de dívida soberana de mercados emergentes na Aberdeen Asset Management, em Londres. “Ela (Dilma) congelou os preços da gasolina por anos destruindo os retornos da área de refino e aumentando a dívida. Esses dias acabaram e não vai acontecer com o Temer”.

Muitos dizem também que as políticas de Dilma, instituídas após as gigantes descobertas em mar, que começaram em 2007, deixaram o setor no Brasil e a Petrobras com poucas opções e, com a queda dos preços do petróleo no último ano e meio, o setor sofreu com demissões, corte de investimentos e vendas de ativos. “Com base no potencial futuro, o governo mudou as regras do jogo e começou a tentar comer o bolo antes de terminar de assá-lo”, disse David Elms, diretor da Global Energy Research Network da Warwick Business School, na Inglaterra. 

Com o petróleo no mar do Brasil entre os mais caros para explorar e com os preços baixos no cenário global, qualquer novo governo terá que fazer mudanças importantes no setor ou poderá correr riscos de perder investimentos para outros países. 

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Vale
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) deu o sinal verde para que os minoritários da Vale (VALE3;VALE5) disputem uma vaga no conselho de administração da companhia na ago (Assembleia Geral Ordinária) marcada para o dia 25 de abril. Em resposta a uma consulta formulada pelo fundo Geração Futuro L .Par e a VIC DTVM, acionistas que articulam a busca por um assento no colegiado, a Superintendência de Relações com Empresas da autarquia entendeu que deve haver uma nova eleição para a vaga ocupada hoje pelo conselheiro Alberto Guth, sócio-fundador da Angra Partners.

Gafisa
O segmento econômico amenizou o forte recuo das vendas dos empreendimentos para a média e alta rendas da Gafisa (GFSA3) no resultado consolidado da incorporadora no primeiro trimestre. De janeiro a março, as vendas contratadas do grupo somaram 333,3 milhões de reais, queda de 21,3% ante mesma etapa de 2015. Na base sequencial, o recuo foi de 30,9%. No segmento Gafisa (média e alta renda), o recuo anual foi de 63% e no trimestral, de 73%, a R$ 66,842 milhões“O primeiro trimestre de 2016, além da característica sazonal, teve sua performance operacional bastante impactada, especialmente nos meses de janeiro e fevereiro, pela contínua deterioração do ambiente macroeconômico e pelo conturbado ambiente político”, disse a empresa, em comunicado.

Em março as vendas líquidas do segmento foram de R$ 101,1 milhões, “patamar mais aderente ao resultado do ano anterior, sinalizando uma melhora em relação aos dois primeiros meses do ano”, acrescentou a empresa. A Tenda teve alta de 9% na vendas contratadas líquidas sobre 2015, a 266,5 milhões de reais, número também 12% ao do trimestre anterior. Entre janeiro e março, 91% das vendas contratadas líquidas foram relativas às unidades remanescentes. No trimestre, o estoque consolidado a valor de mercado teve queda de 3,6 por cento sobre o trimestre anterior, a R$ 2,8 bilhões, sendo 70% do segmento Gafisa. No período, foram canceladas vendas de 257 unidades do segmento Gafisa e 314 da Tenda, com 45,1% e 57,3% deste total, respectivamente, já revendidos no período.

De acordo com o BTG Pactual, os dados operacionais da companhia foram ligeiramente abaixo das expectativas, com a Tenda registrando bons números, mas que foram ofuscados pelas vendas da Gafisa para média e alta rendas.

“Em nossa opinião, enquanto o segmento de baixa renda continua forte (representado por bom desempenho de vendas da Tenda no trimestre), as vendas de produtos para média e alta rendas continuam a sofrer de uma combinação de baixa disponibilidade de crédito e de baixa confiança do consumidor. Com os resultados mistos no período(taxa de velocidade de vendas forte na Tenda compensado por altos índices de cancelamentos na Gafisa), mantemos nossa classificação neutral sobre a ação, apesar de seu valuation descontado”, afirmam os analistas do BTG.

Já o Itaú BBA espera reação levemente negativa do mercado a resultados afetados pelo menor ritmo de vendas e aumento dos distratos no segmento Gafisa. O Bradesco BBI destaca que os resultados mostram que construtoras do segmento de baixa renda devem continuar com desempenho acima da média do setor, com a unidade Tenda aumentando vendas, apesar da menor quantidade de lançamentos e piora das condições macroeconômicas.

Alupar, Sabesp, Telefônica Brasil e Usiminas
O Itaú BBA revisou a recomendação para algumas empresas: a 
Alupar (ALUP11) e a Telefônica Brasil (VIVT4) foram rebaixadas para market perform, enquanto a Sabesp (SBSP3) foi elevada para market perform. Já a Usiminas (USIM5) foi rebaixada para “sector underperform” pelo Scotiabank. 

Suzano
A Suzano (SUZB5) avalia ativos dentro e fora do Brasil, disse ao jornal Valor Econômico o presidente da companhia, Walter Schalka. O executivo não revela detalhes da estratégia, nem qual segmento específico está no radar, diz o jornal. Porém, ele defende que, apesar do declínio no consumo de papel de imprimir e escrever desencadeado pelo uso da tecnologia de informação, o tamanho do mercado seguirá relevante. 

Biosev
A Biosev (BSEV3) informou que o volume de moagem foi de 31 milhões de toneladas de cana
na safra 2015/16, o maior volume em cinco safras. A elevação do rendimento ocorreu por conta da decisão de estender o processamento de cana no quarto trimestre fiscal de 2016. 

São Martinho
A São Martinho (SMTO3) estima moagem de 20,6 milhões de toneladas na safra 2016/2017, 2,6% acima da safra 2015/2016.  

Contax
Cristiane Barretto Sales foi eleita diretora de finanças da Contax (CTAX11).

JSL
A JSL (JSLG3) aprovou a recompra de até 1,93 milhões de ações ordinárias em 18 meses.

Viver
A Viver (VIVR3) convocou AGO (Assembleia Geral Ordinária) para 4 de maio para nomeação do presidente e vice-presidente do Conselho de Administração, entre outro assuntos.

BR Malls
De acordo com a coluna de Lauro Jardim, do jornal O Globo, a BRMalls (BRML3), maior empresa de shopping centers do Brasil,  contratou o Itaú BBA para negociar a venda de um pedaço da empresa para o fundo americano Blackstone e outros interessados.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.