CSN dispara 70% em 4 pregões; 11 ações saltam mais de 5% hoje e apenas 6 caem

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – As apostas pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff seguiram guiando o humor do investidor em sessão que o Ibovespa superou alta de 2%, indo para a casa dos 53.000 pontos. Com 11 ações subindo mais de 5%, as ações das siderúrgicas continuaram na ponta positiva do índice nesta quarta-feira (13), com CSN disparando 20% e acumulando alta de 71% nos últimos 4 pregões. 

Na sequência, as demais siderúrgicas Gerdau e Usiminas subiram mais de 8%, acompanhadas por Petrobras e Vale, que tiveram alta superior a 5%. Até as exportadoras, que chegaram a cair mais cedo, viraram para alta nesta tarde, descolando totalmente do movimento do dólar. Os papéis da Suzano, do setor de papel e celulose, dispararam 6% nesta sessão, entre as maiores altas do Ibovespa. 

Do lado negativo, somente 6 ações encerraram o dia em queda, com Rumo e Estácio sendo as únicas que marcaram queda acima de 2%. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão: 

Vale (VALE3, R$ 19,93, +6,35%; VALE5, R$ 15,06, +6,13%)
Impulsionadas pelos dados da China, que vieram melhores do que o esperado, e pela alta do minério de ferro, as ações da Vale dispararam nesta sessão, acumulando na semana ganhos acima de 20%. Acompanharam o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 8,07, +5,08%), holding que detém participação na mineradora. 

Os dados melhores do que esperado sobre o comércio exterior da China ofereceram novos sinais de que a desaceleração econômica está se aproximando do fim. As exportações da China cresceram 11,5% em março na comparação com o mesmo período do ano anterior, o primeiro aumento desde junho e o maior desde fevereiro de 2015. As importações caíram 7,6%, menos do que o esperado. Já o preço do minério de ferro negociado em Qingdao registra alta de 2,13%, a US$ 60,48 a tonelada métrica.

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CSN (CSNA3, R$ 13,02, +20,33%)
Por mais uma sessão, o grande destaque de alta ficou para as ações da CSN, que já avançam 224% em 2016. Os papéis, que lideraram novamente os ganhos do Ibovespa, tentaram superar hoje o topo deixado em janeiro de 2014, depois de ter atingido R$ 13,31 na máxima do dia, alta de 23%. Nas últimas 4 sessões, a alta acumulada de CSN é de 71%. Além da valorização, chamou atenção o 
giro financeiro movimentado com a ação hoje, de R$ 288 mil, contra média diária de R$ 58 mil dos últimos 21 pregões. As demais siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 8,35, +8,44%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,96, +13,41%) e Usiminas (USIM5, R$ 2,22, +11,56%) seguiram o movimento e apareceram entre as maiores altas do índice.  

Vale destacar a notícia da Bloomberg na véspera sobre o curioso caso da ação da siderúrgica. “Muitos dos motivos pelos quais os analistas estão tão pessimistas em relação à ação são os mesmos que levaram a gestora de ativos Octante a mergulhar de cabeça na CSN, disse Laszlo Lueska, sócio da empresa com sede em São Paulo que foi a maior compradora de ações da siderúrgica no primeiro trimestre. Um fundo da Octante ganhou R$ 18,5 milhões (US$ 5 milhões) com a CSN no período apostando que a renegociação de empréstimos bancários, no fim do ano passado, será suficiente para ajudar a empresa a evitar uma reestruturação de dívida mais ampla”, destaca a agência.

No noticiário da siderúrgica de hoje, está a informação de que a CSN assinou Termo de Ajustamento de Conduta que prevê investimento de R$ 178 milhões até setembro de 2017, segundo comunicado ao mercado. O acordo foi celebrado ontem entre a cia e a Secretaria de Ambiente do RJ, Comissão Estadual de Controle Ambiental e Instituto Nacional do Ambiente (INEA). A negociação garante continuidade das operações da Usina Presidente Vargas e pagamento de R$ 22 milhões ao INEA para programas ambientais em Volta Redonda. 

Além disso, a companhia encaminhou pleito ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para a indicação de três representantes nos conselhos de administração e fiscal siderúrgica da Usiminas, empresas em que detém participação acionário segundo informações do Valor Econômico. O novo conselho será escolhido dia 28; o argumento da CSN ao Cade, em petição recente, é que os representantes atuais dos minoritários na Usiminas não estão exercendo a contento seu papel – dever fiduciário.

Petrobras (PETR3, R$ 11,57, +1,85%;PETR4, R$ 9,43, +4,32%
Mesmo em um dia de queda para o petróleo, com o brent caindo 1,61%, a US$ 43,97 o barril em meio às dúvidas sobre o encontro entre os países produtores de petróleo, a Petrobras segue a disparada da véspera, também atenta ao cenário político. O impeachment passou a ganhar força com o anúncio do PP de saída da base aliada do governo, o que aumentou o pessimismo no “núcleo duro” do governo Dilma. 

No noticiário da estatal, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) adiou o julgamento previsto para ontem de ações coletivas movidas por funcionários da estatal que trabalham em áreas de risco e questionam o cálculo de suas remunerações, em um longo processo que aponta para uma vitória final dos petroleiros, segundo representante da categoria. O processo, no caso de uma vitória dos trabalhadores no TST, pode envolver pagamentos de até 11,5 bilhões de reais pela Petrobras, segundo estimativa da própria estatal. O presidente o TST, ministro Ives Gandra Filho, adiou a decisão devido ao horário tardio de encerramento da sessão e não informou quando a apreciação da matéria será retomada.

As ações foram motivadas pela instauração pela petroleira do instrumento de remuneração mínima de nível e regime (RMNR), em 2007. Desde então, funcionários que trabalham em áreas de risco, como plataformas, terminais e refinarias, argumentam que o cálculo de seus salários está feito de forma injusta. Os empregados requerem uma revisão da metodologia de apuração do complemento de RMNR. “Estamos confiantes que os trabalhadores vão ser contemplados com o que é de direito”, declarou o diretor do Sindicado dos Petroleiros no Litoral Paulista, Marcelo Juvenal. A matéria vem sendo julgada há pelo menos cinco anos e alguns petroleiros já obtiveram vitórias individuais, disse o diretor.

Bancos
Mais ameno que os papéis das commodities, as ações dos bancos também tiveram dia positivo, de olho no cenário político nacional, com os papéis do Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,43, +1,49%), Bradesco (BBDC3, R$ 32,41, +1,19%; BBDC4, R$ 29,41, +0,93%) e Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,63, +0,99%). 

Cielo (CIEL3, R$ 33,43 +5,13%)
A Cielo anunciou ontem uma nova plataforma chamada Cielo LIO, que permite a captura do pagamento e gestão, com controle do negócio, podendo ser customizada para diferentes segmentos. A companhia espera que atinja 50 mil unidades até o fim deste ano e um milhão em cinco anos.

Segundo o BTG Pactual, o anúncio é pouco representativo para resultado no curto prazo, mas positivo para a Cielo, já que ela deu o primeiro passo no mercado em novas soluções/tecnologias. Os analistas do banco reiteraram recomendação de compra no papel. 

Exportadoras
Em dia de euforia na Bolsa até as ações das exportadoras destoaram do movimento do dólar e subiram hoje. Nesta tarde, as ações da Suzano (SUZB5, R$ 12,06, +6,07%) apareceram entre as maiores altas do Ibovespa. Enquanto isso, o dólar futuro caía 0,17%, a R$ 3,506. Hoje, o banco Scotiabank iniciou a recomendação para as ações da Klabin a “new sector outperform”, enquanto a Suzano foi iniciada com “new focus stock”.

As demais ações do setor de papel e celulose também subiram: Fibria (FIBR3, R$ 29,71, +3,34%) e Klabin (KLBN11, R$ 16,24, +0,56%), assim como a fabricante de aeronaves Embraer (EMBR3, R$ 21,39, +1,47%). 

Gol (GOLL4, R$ 2,59, +12,12%)
A Moelis & Co. está conversando com detentores de títulos da dívida externa da Gol para tentar formar um comitê para negociar com a companhia, segundo uma pessoa a par da situação disse à Bloomberg. Os títulos da dívida externa da Gol representam R$ 3 bilhões da dívida total de R$ 9,3 bilhões da companhia. A Gol disse no mês passado ter contratado PJT Partners para aconselhamento em possível reestruturação. Segundo a pessoa, a Gol ainda não começou negociação com credores. A fonte pediu para não ser identificada porque discussão é privada. A Moelis não quis comentar o assunto.  

Anima (ANIM3, R$ 10,50, +5,00%)
Apesar dos dados fracos apresentados pela Anima, segundo análise do BTG Pactual, as ações da Anima sobem nesta sessão. A Anima registrou a matrícula de 20,3 mil calouros de graduação presencial no primeiro semestre, uma queda de 24,1% em relação ao mesmo período de 2015, mas alta de 4,8% na base total de alunos, para 95,4 mil pessoas, número esse impactado pela compra da Sociesc, de Santa Catarina. Desconsiderando a compra, houve uma baixa de 8,3%. 

Smiles (SMLE3, R$ 40,49, +1,48%)
A Smiles fechou parceria com a Raízen, joint venture entre a Cosan e a anglo-holandesa Shell, para oferecer o resgate de passagens aéreas, produtos e serviços com milhas. De acordo com a Smiles, programa de fidelidade da aérea Gol (GOLL4, R$ 2,52, +9,09%), os clientes das duas empresas que abastecerem nos postos da Shell poderão acumular pontos conversíveis em milhas Smiles. Além disso, com as milhas Smiles, será possível fazer resgates na forma de combustível, produtos e serviços das lojas Select da Shell.
“Esse acordo é estratégico para a Smiles, pois vai ampliar a diversificação de opções de acúmulo e resgate, além de ser inserido na rotina de consumo dos clientes”, disse o presidente da Smiles, Leonel Andrade, em comunicado. O acordo deve passar a valer dentro de alguns meses.

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