Analistas recomendam cada vez mais “beta” para o Brasil; mas você sabe o que é isso?

O beta está conquistando o mercado brasileiro, conforme destacaram o Itaú BBA, o BofA e o JPMorgan

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os olhos do mercado se voltam para a perspectiva de impeachment da presidente Dilma Rousseff e, com o desenrolar dos acontecimentos e a proximidade do evento ocorrer, diversas ações têm se animado na bolsa brasileira.

Dentre elas, ações que antes eram vistas como extremamente arriscadas e pouco recomendadas por investidores, que agora são vistas com bons olhos por grandes bancos. Este é o caso da Gerdau (GGBR4), que praticamente dobrou de valor neste mês de março e teve a sua recomendação elevada de underperform (performance abaixo da média do mercado) para compra, enquanto o Itaú BBA adicionou a Petrobras (PETR3;PETR4), cuja alta das ações PN foi de 67,7%, em sua lista de compra de ações no Brasil. Já o JPMorgan elevou a sua recomendação para as ações do Brasil de neutra para overweight (exposição acima da média do mercado). 

Uma palavra em comum foi utilizada por ambos os bancos para destacarem a recomendação: o beta. “No curto prazo, as ações de siderúrgicas podem continuar a negociar com de execuções de alto beta na Bovespa, o que ainda poderia implicar em valorização”, afirma o BofA. 

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Já sobre a Petrobras, o Itaú BBA comentou: “acreditamos que é hora de fazer outro movimento tático e adicionar à nossa carteira mais exposição a papéis de beta elevado. A Petrobras é uma ação de beta elevado e oferece grande liquidez, ‘uma boa maneira de surfar no momento positivo do Ibovespa’”, afirmaram os analistas do banco.

De olho no cenário político com o aumento das chances do impeachment, que dão perspectiva de uma mudança na orientação macroeconômica para mais favorável ao mercado, o JP recomendou adicionar beta na carteira nacional ao incluir Cosan (CSAN3), Itaúsa (ITSA4), Ecorodovias (ECOR3) e Rumo Logística (RUMO3) e removendo JBS (JBSS3), Kroton (KROT3), Totvs (TOTS3) e Tractebel (TBLE3).

Mas afinal, o que significa o tal beta que está sendo tão falado pelos bancos ao recomendar ações? Basicamente, o beta mede a volatilidade de um ativo frente a um índice de mercado. Um ativo mais volátil, portanto, é aquele que varia de forma mais significativa em relação às flutuações de mercado.

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Ou seja, as ações com beta alto funcionam praticamente em uma lógica inversa aos papéis considerados “porto seguros”, que passam a largo de momentos de volatilidade.

O beta de uma ação pode ser baixo (menor que um), neutro (igual a um) e alto (maior que um). No caso de um beta igual a 2, por exemplo, enquanto o Ibovespa sobe 1%, a ação sobe 2%; se o Ibovespa cai 1%, o papel cai 2%. No caso de beta neutro, o papel é bem alinhado com o desempenho do benchmark da bolsa, se o índice sobe ou cai 1%, o mesmo ocorrerá com o papel. Já no caso de ação com beta 0,5, por exemplo, se o índice subir 1%, a ação sobe 0,5% e vice-versa. 

Nos últimos dois anos, desde o começo do rali eleitoral, as ações da Petrobras – que já foram o porto seguro – passaram a registrar forte volatilidade. Em 2014, com qualquer indicação de mudança política, os papéis da companhia subiam forte; com indicação de que Dilma permaneceria no poder, os papéis caíam ainda mais que o índice. Neste ano, com as indicações de que o impeachment está mais próximo, os papéis também reagiram ao cenário político, subindo ainda mais que o índice. Assim, para quem busca oportunidades na Bovespa, as ações com alto beta podem ser uma boa indicação para os investidores com estômago, como destacaram o BofA e o Itaú BBA. 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.