Gerdau sobe 11% com “super compra” do BofA e Petrobras apaga alta de até 6%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa zerou os ganhos na tarde desta quarta-feira (30), após ter subido 2,16% na máxima do dia, em meio ao otimismo gerado no mercado após o Federal Reserve sinalizar ontem que não vai elevar as taxas de juros nos Estados Unidos na próxima reunião de abril e probabilidade cada vez maior de impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

Depois da euforia, que levou as ações da Petrobras para alta de até 6% hoje, a maioria dos ativos de peso do Ibovespa amenizaram ganhos. Os papéis da Vale, que atingiram alta de 8%, encerraram próximos a mínima do dia, com ganhos de cerca de 3%. Os papéis dos bancos também apagaram os ganhos de mais de 2% registrados mais cedo. 

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Diante da correção da Bolsa, as ações das exportadoras, que já lideravam as perdas do Ibovespa diante da queda do dólar frente ao real, intensificaram a baixa. Os papéis do setor de papel e celulose Suzano, Fibria e Klabin registraram desvalorizações de até 6% na mínima do dia. Essas ações vêm sendo penalizadas, além do câmbio, pela queda dos preços da celulose no mercado chinês. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Gerdau dispara com “compra” do BofA
O Bank of America Merrill Lynch elevou a recomendação para Gerdau (GGBR4, R$ 6,74, +10,86%) de venda para compra, ressaltando que, apesar dos riscos, o fluxo de caixa parece atrativo e a companhia pode divulgar um fluxo de caixa livre positivo esse ano, mesmo não incluindo venda de ativos. 

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A Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,42, +8,04%) também foi elevada para compra. Enquanto isso, CSN (CSNA3, R$ 7,48, +1,08%) e Usiminas (USIM5, R$ 1,83, +0,55%) ainda são underperform.

Petrobras afunda na reta final
(PETR3, R$ 10,70, +0,66%; PETR4, R$ 8,44, -0,59%)
As ações preferenciais da Petrobras mergulharam 7% após o meio dia, quando atingiram a máxima do dia, a R$ 9,00 (+6,01%). O movimento veio após os preços do petróleo zerarem ganhos no mercado internacional, após uma pesquisa da Reuters sugerir que a Opep (Organização dos Países Exportadoras de Petróleo) elevou a produção da commodity no mês de março. O petróleo Brent registrava leve alta de 0,18%, a US$ 39,21 o barril, enquanto o WTI caía 0,03%, a US$ 38,27 o barril. 

A commodity apagou a alta nesta tarde apesar de dados melhores do que o esperado dos estoques de petróleo nos EUA divulgados mais cedo. O Departamento de Energia do país mostrou que os estoques da commodity subiram em 2,3 milhões de barris na semana passada, abaixo dos 3,3 milhões esperados por analistas de mercado. 

Mais cedo, os papéis da estatal ganhavam força com um relatório do Itaú BBA, que adicionou a Petrobras à lista de compras de ações no Brasil. “Recentemente, o Brasil chegou a parecer um pouco menos arriscado para o mercado, levando-se em conta as tendências nacional e estrangeira, e refletido em queda significativa nos CDS brasileiros”, segundo relatório de analistas.

“Acreditamos que é hora de fazer outro movimento tático e adicionar à nossa carteira mais exposição a papéis de beta elevado. Petrobras é uma ação de beta elevado e oferece grande liquidez, uma boa maneira de surfar no momento positivo do Ibovespa”, afirmam os analistas.

Vale destacar que Conselho da estatal se reúne para discutir nova estrutura organizacional.

“Listão do Itaú”
A Lista do Itaú BBA que inclui a Petrobras  também trouxe a saída de Suzano (SUZB5) e conta com a participação de Banco do Brasil (BBAS3) e Smiles (SMLE3). 

A Suzano (SUZB5, R$ 13,03, -2,40%) figurou entre as maiores quedas do Ibovespa, impactada também pela queda do dólar. As demais ações do setor de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 31,33, -2,67%) e Klabin (KLBN11, R$ 20,59, -3,70%) também caíram. Já o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 20,27, -2,08%), apesar do call positivo, fechou em queda nesta sessão. 

Vale segue exterior
Acompanhando o movimento das mineradoras internacionais, as ações da Vale (VALE3, R$ 15,54, +2,98%; VALE5, R$ 11,71, +3,54%) chegaram a subir 8% nesta sessão, mas minimizaram ganhos, juntamente com o movimento do Ibovespa. Acompanharam o desempenho os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 6,29, +1,94%), holding que detém participação na Vale.

Apesar dos ganhos, o minério de ferro no mercado spot chinês caiu 2,7% nesta sessão no porto de Tianjing, indo para US$ 53,20 a tonelada.   

Gol despenca após resultado
(GOLL4, R$ 2,96, -9,48%)
A ação da Gol fechou próxima da mínima do dia, após divulgação do seu resultado do 4º trimestre de 2015, que revelou um prejuízo líquido de R$ 1,13 bilhão, 79% maior do que o registrado 12 meses antes.

O Ebitdar (lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aeronaves) caiu 17,3%, para R$ 398,9 milhões. A Gol também reduziu a projeção entre 15% e 18% do volume total de decolagens em 2016. A projeção anterior da empresa era reduzir de 4% a 6%.

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi mais fraco que esperado, com destaque para a alavancagem, que subiu de 9,9 vezes para 11 vezes no trimestre, por conta do câmbio e queima de caixa no trimestre. 

Em teleconferência com jornalistas, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, disse que a empresa deve ter 20 aeronaves a menos no fim de 2016. Segundo ele, a companhia está totalmente adimplente e vai continuar assim, destacando que a aérea não corre risco de insolvência no curto prazo. Ele ressaltou que a empresa vai revisar o modelo de capital para médio e longo prazo. 

Educacionais sobem com ‘boa notícia’
As ações das educacionais Kroton (KROT3, R$ 11,50, +1,32%) e Estácio (ESTC3, R$ 11,90, +2,85%) voltaram a subir nesta sessão depois de tombo na segunda-feira em meio à notícia de que o PMDB prepara uma ampliação do seu plano de governo “Uma Ponte para o Futuro”, que incluiria corte em gastos com programas sociais, com impacto no Fies. Passado o susto, no entanto, esses papéis seguiram em alta na Bolsa nos dois pregões seguintes. 

Em relatório desta manhã, o BTG Pactual destacou que a portaria do MEC (Ministério da Educação) aponta que vagas remanescentes do Fies que não forem ocupadas no decorrer do processo seletivo em cursos sem candidato na lista de espera poderão ser redistribuídas entre os cursos da própria faculdade ou entre outras faculdades do grupo. Segundo o banco, a leitura é positiva para as empresas de educação, já que aumenta chance das companhias preencherem um percentual maior de das vagas de Fies, podendo ajudar na captação e retenção de alunos. Pelos cálculos do banco, esse preenchimento estava abaixo de 70%.

Rossi dispara após reestruturação de dívida
(RSID3, R$ 5,40, +17,90%) 
As ações da Rossi dispararam após a empresa concluir ‘substancialmente’ uma reestruturação de suas dívidas financeiras com Bradesco e Banco do Brasil. Em fato relevante, a construtora afirmou que para o montante que compreende cerca de 90 por cento da dívida obteve a extensão do prazo médio da dívida de 10 para 39 meses com redução significativa de seus custos financeiros. 

Apesar de ainda evitar o papel, por conta de um macroeconômico desafiador e alta alavancagem, o BTG Pactual comentou que a notícia é muito positiva para a empresa, fazendo preço hoje. 

Foi aprovado junto ao Bradesco o alongamento da dívida corporativa no valor aproximado de R$ 820 milhões, com novo prazo de 72 meses de pagamento e carência de principal e juros durante os primeiros 12 meses, afirmou a RossiNo caso do BB, houve um alongamento da dívida de cerca de R$ 228 milhões, com o novo prazo de 48 meses para pagamento com carência de 18 meses. Segundo a Rossi, em ambos os casos as garantias serão constituídas por terrenos, unidades imobiliárias e/ou recebíveis de unidades prontas, além de cotas de controladas da companhia.

‘Ventos favoráveis’ para Sabesp
(SBSP3, R$ 24,20, +1,42%) 
O BTG Pactual avaliou o fim do programa de descontos para a companhia, em relatório divulgado hoje. Enquanto em 2015 o efeito foi negativo em R$ 427 milhões no Ebitda da companhia (por conta dos descontos dados ultrapassarem as multas cobradas por maior consumo d’água), em fevereiro deste ano foi a 1ª vez que as multas cobradas superaram os descontos (R$ 51 milhões de multas cobradas versus R$ 36 milhões de descontos dados), comentaram os analistas do banco. 

Segundo eles, se assumirem que março e abril terão dinâmicas parecidas com fevereiro, e que programa de descontos acabe em maio, o efeito positivo no Ebitda da empresa em 2016 seria de R$ 330 milhões, subindo de R$ 3,88 bilhões para R$ 4,21 bilhões. 

Eztec: resultado saudável, mas não anima
(EZTC3, R$ 16,58, +0,18%)  
O lucro líquido da incorporadora EZTec teve queda de 21% no quarto trimestre de 2015 ante o mesmo período de 2014, para R$ 104,09 milhões. Já a receita líquida da companhia teve queda de 11%, para R$ 224,39 milhões. No acumulado de 2015, o lucro caiu
 6%, para R$ 444,01 milhões. A receita líquida anual teve baixa de 14%, para R$ 814,36 milhões.

O Bradesco BBI destaca que a companhia “continuou mostrando resultados saudáveis, dado o cenário, mas como não é imune à fraca atividade do setor, tal cenário poderá levar a nova queda do ROE”.

Segundo o BTG Pactual, o resultado veio misto, com a parte operacional indo bem, mas com a quema de caixa surpreendendo negativamente (atingindo R$ 40 milhões). Como o papel já andou muito na Bolsa, os analistas acreditavam que a ação poderia ter um desempenho abaixo da média hoje. 

PDG Realty cai após balanço
(PDGR3, R$ 4,55, +6,81%)  
A PDG Realty registrou prejuízo de R$ 1,969 bilhão no quarto trimestre, ante resultado negativo de R$ 222 milhões frente o mesmo período do ano passado. 
No quarto trimestre, a receita líquida da PDG teve 88,3%, para R$ 130 milhões. A margem bruta do período ficou negativa em 166,8%. A PDG informou também margem bruta ajustada negativa em 149,4%.

 No acumulado do ano passado, a PDG teve prejuízo de R$ 2,76 bilhões, ante prejuízo de R$ 529 milhões em 2014. A receita líquida anual teve baixa de 57%, para R$ 1,824 bilhão, e a margem bruta ficou negativa em 2,3%.

Qualicorp
(QUAL3, R$ 14,60, +4,51%) 
A Qualicorp teve lucro de de R$ 61,4 milhões no quarto trimestre de 2015, 224% acima dos R$ 19 milhões registrados no quarto trimestre de 2014. A receita líquida da empresa foi de R$ 452,9 milhões nos últimos três meses do ano passado, alta de 15% ante os R$ 393,9 milhões no quarto trimestre de 2014. O Ebitda teve queda de 3,5% na base de comparação anual, a R$ 157,3 milhões. 

Valid afunda após balanço
(VLID3, R$ 31,05, -6,50%)
Após resultado fraco, as ações da Valid afundaram nesta sessão. A companhia teve lucro líquido de R$ 23,5 milhões no quarto trimestre de 2015, queda de 24,5% em relação aos últimos três meses de 2014. A receita líquida ficou em R$ 446,5 milhões no período, alta de 24,5%. O Ebitda ajustado ficou em R$ 81 milhões, 6,3% superior ao mesmo período de 2014, enquanto a margem Ebitda foi de 17%, com queda de 3,2 pontos percentuais na base de comparação anual.

Segundo o BTG Pactual, os destaques negativos ficaram com as divisões de meio de pagamentos. Na América Latina, pela queda de volume (19% na comparação anual) e impacto dos custos em dólar (cerca de 20% do total), que levaram a margem Ebitda a ficar em apenas 1,8% (contra 6,5% esperados), queda de 510 pontos base em relação ao mesmo trimestre de 2014. Enquanto isso, a divisão dos Estados Unidos (principal destaque negativo) apresentou resultados bem fracos, com volumes e receita líquida caindo 47% e 29% na comparação anual, respectivamente, e Mg Ebitda de apenas 3,8%. Na outra ponta, demais divisões seguiram performando bem.

Mesmo com o balanço fraco e forte queda das ações hoje, os analistas do BTG reiteraram a ação como sua top pick, destacando seu valuation descontado. 

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