Rumor de aumento de capital na Usiminas; protestos na Vale e mais 3 notícias no radar

Confira os principais destaques corporativos da noite desta terça-feira

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A terça-feira (8) foi bastante agitada no mercado, com um intenso noticiário corporativo que não parou nem após o fechamento da Bovespa, com destaque para um novo protesto afetando minas da Vale, além de rumores envolvendo um aumento de capital na Usiminas.

Confira os destaques corporativos da noite desta terça-feira:

Vale
Manifestantes invadiram a mina de Fazendão, no município mineiro de Catas Altas, administrada pela Vale (VALE3VALE5), na manhã desta terça-feira (8). Segundo a mineradora, os cerca de 500 manifestantes teriam paralisado e depredado o ramal ferroviário da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), que dá acesso a minas da Vale na região, informou o Valor

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De acordo com o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), o ato foi organizado para protestar contra o modelo de mineração atual e os atos de violência contra mulher. 

Usiminas
O grupo Nippon Steel vai propor na reunião do Conselho de Administração da Usiminas (USIM5) um aumento de capital de cerca de R$ 1 bilhão e está disposta a bancar sozinha a injeção de recursos caso outros sócios na siderúrgica brasileira não queiram participar da operação, afirmou uma fonte com conhecimento direto do assunto nesta terça-feira.

O objetivo da Nippon, que divide o controle da Usiminas com o grupo ítalo-argentino Techint, é que a aprovação do aumento de capital pelo Conselho da companhia ajude a convencer bancos credores a aceitarem carência no vencimento de dívidas de curto prazo que ameaçam a solvência da empresa. A reunião do Conselho de Administração da Usiminas está marcada para a sexta-feira.

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A expectativa do grupo japonês é que a injeção de recursos via aumento de capital possa ocorrer três meses após o Conselho da Usiminas aprovar a operação, considerada pela Nippon como única saída para evitar que a siderúrgica brasileira seja obrigada a fazer um pedido de recuperação judicial, disse a fonte que pediu para não ser identificada.

Taesa
A transmissora de energia elétrica Taesa (TAEE11), controlada pela estatal mineira Cemig e pelo fundo Coliseu, não avaliará a aquisição de ativos da espanhola Abengoa no Brasil se o governo federal não permitir uma majoração na receita anual estabelecida para os empreendimentos, afirmou à Reuters nesta terça-feira o presidente da companhia, José Aloíse Ragone.

O Ministério de Minas e Energia tem procurado interessados em assumir concessões da Abengoa desde que a empresa paralisou todos os projetos no Brasil ao final do ano passado, quando a matriz da empresa entrou com pedido preliminar de recuperação judicial na Espanha.

“Não faz sentido nenhum, e não vamos envidar nenhum esforço, estamos em espera… não iremos avaliar as concessões se não houver elevação na receita e nos prazos”, disse o executivo.

Weg
A catarinense WEG (WEGE3) tem buscado reduzir o custo de produção da unidade de turbinas eólicas, que ficou mais competitiva com a ajuda do real desvalorizado, a fim de que possa se tornar plataforma de exportações, conforme a recessão no Brasil cria dúvidas sobre a demanda por equipamentos nos próximos anos, disse um diretor da empresa à Reuters.

“Não vou me atrever a dizer que estamos mais baratos que a China, não é o caso. Agora, acredito que à medida que o Brasil se profissionaliza, aumenta sua produtividade na cadeia eólica, com essa situação de câmbio nós temos condição de competir”, disse o diretor de energia eólica da empresa, João Paulo Gualberto.

Ele disse que somente neste ano a companhia cortou em 3,5 por cento o custo do aerogerador, devido a iniciativas voltadas a elevar as margens de lucro no segmento.

Com isso, ele avalia que as máquinas produzidas no Brasil podem já estar mais baratas que as originadas nos Estados Unidos ou Europa, o que favoreceria exportações para mercados próximos, como as Américas e a África. “Não estaria limitado a esses mercados, mas eles são as melhores oportunidades para fabricantes de aerogeradores e subcomponentes instalados no Brasil”, apontou.

O mercado externo poderia ser uma saída para manter a atividade nas fábricas eólicas em um cenário de menor expansão da capacidade do Brasil nos próximos anos, devido à redução da demanda por energia.

Caixa Econômica Federal
A Caixa Econômica Federal anunciou nesta terça-feira prejuízo recorrente de R$ 303 milhões no quarto trimestre, diante do aumento das despesas com captação e das provisões contra calotes. Ainda assim, o banco estatal, principal concessor de financiamento imobiliário no país, divulgou medidas para estimular o setor de habitação, na tentativa de reanimar essa indústria em meio à recessão econômica.

No acumulado de 2015, a Caixa teve lucro recorrente, que exclui itens não operacionais, de R$ 1,156 bilhão, queda de 82,6% contra o ano anterior, sob influência dos mesmos fatores que pesaram sobre o desempenho de outubro a dezembro.

As provisões para crédito de liquidação duvidosa totalizaram R$ 3,951 bilhões no quarto trimestre e R$ 19,657 bilhões nos 12 meses de 2015, altas de 14,6% e de 49,4%, respectivamente, contra um ano antes.

O vice-presidente de Finanças da Caixa, Márcio Percival, disse a jornalistas que não espera um salto nas provisões neste ano, afirmando que o banco já tem adotado postura prudencial. No ano passado, a Caixa vendeu cerca de R$ 13 bilhões que estavam em sua carteira de crédito, dentro dos trabalhos para melhorar a qualidade dos ativos.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.