Embolsando R$ 350 mil após 33 dias: o que diz agora o trader que antecipou o rali da Bolsa?

Enquanto boa parte do mercado trabalhava com projeções pessimistas, ele decidiu arriscar em 175 contratos de mini-índice; o resultado veio 33 pregões depois, com o índice disparando 33% no período

Paula Barra

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SÃO PAULO – A onda de euforia vista recentemente no mercado ofusca bastante os dias de forte aversão ao risco que a Bolsa passou no mês de janeiro. Para quem não se lembra, o índice encerrou aquele mês com queda de 6,8%, renovando no dia 26 de janeiro seu menor patamar de fechamento desde março de 2009. O que se viu no decorrer disso, no entanto, poucos esperavam, com o índice engatando até agora alta de 33% e quebrando a visão cada vez mais pessimista que alguns analistas iam descrevendo. 

O rali, que parecia improvável para alguns, encontrou, no entanto, alguns “vencedores”. Na contramão daqueles mais pessimistas, houve quem viu naqueles 37.497 pontos (fechamento do dia 26 de janeiro) um ponto de fundo para o índice. Quase uma semana antes de alcançar o fundo, o trader Wagner Caetano, diretor da Top Traders, abriu compra de 175 contratos no mini-índice, vendo que o mercado caminhava para formação de um possível fundo (concretizado dias depois). A operação foi sinalizada por Caetano durante seu programa do dia 18 de janeiro na InfoMoney TV chamado Na Mira do Trader (para quem quiser assistir aquela edição, clique aqui). 

Os argumentos usados pelo trader na ocasião baseavam-se na visão de que o mercado já estava bastante sobrevendido, com sinal de fundo em ações de peso do índice. Havia formação de topos e fundos ascendentes no gráfico de 60 minutos e, posteriormente, no diário. Assim como o cruzamento das médias móveis exponenciais de 5 pregões e 21 pregões para compra e o aumento gradativo de volume. No entanto, Caetano explica que o “pulo do gato” veio mesmo após ver os “gaps” abertos no gráfico do mini-índice. Esse foi o segredo de sua convicção compradora. “É incomum eles permanecerem abertos, especialmente quando somam três gaps (como estava ocorrendo), indicando fuga, medida e exaustão. Quando o mercado faz fundo e começa a inverter a direção eles funcionam como imãs, atraindo os preços”, acrescenta. 

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Correspondendo às expectativas do trader, o que se viu de lá para cá foi uma disparada da Bolsa, com o índice futuro subindo 33% do fundo formado dia 26 de janeiro até a máxima alcançada na última sexta-feira (4). 

Em entrevista ao InfoMoney, Caetano disse que poucos naquela ocasião acreditavam que o mercado pudesse reagir com esse rali. Do grupo de traders que lidera, só a metade seguiu seu investimento. “Os demais não achavam que ali era um fundo, projetando que a Bolsa pudesse cair até os 30.000 pontos. Naquele momento, perdi metade do meu grupo, mas segui firme e confiante”, comenta. 

Foram 33 pregões de espera até finalizar sua operação. Na sexta-feira passada (4), Caetano encerrou todos os seus 175 contratos de mini-índice, conseguindo embolsar com a operação de R$ 350 mil. A comprovação da operação veio com a nota de corretagem, recebida nesta segunda-feira e que colocamos ao final desta matéria. 

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Como o índice futuro funciona com ajuste diário de posição, a nota mostra um montante realizado de “apenas” R$ 101,1 mil. Isso porque a posição vai sendo ajustada diariamente. Com isso, se a operação andar favorável, vai entrando dinheiro na conta. No caso, calcula-se R$ 0,20 para cada contrato, multiplicando pelo número total de contratos da operação (175), o que totaliza R$ 35,00 de ajuste para cada ponto que o índice andar, explica Caetano. Durante o trade, o índice subiu cerca de 10.200 pontos, o que daria um ajuste de R$ 357 mil. 

Caetano conta que iniciou a operação dia 14 de janeiro, quando comprou 100 contratos do mini-índice, mas conforme o Ibovespa foi caindo nos dias posteriores, ele foi comprando mais até atingir os 175 contratos. A ideia da compra parcial foi conseguir um melhor preço médio até que o fundo fosse formado.

Após montar 100% da operação, ele comenta que não mexeu mais. A única movimentação que fez foi no dia 17 de fevereiro, quando ocorreu o vencimento do índice. Naquele pregão, ele precisou fazer a rolagem do índice com vencimento em fevereiro para abril, isto é, passando do contrato WING16 para WINJ16. Depois disso, não mexeu mais, apenas quando deu a ordem de venda, na sexta-feira passada. Destaque para a nota de corretagem que traz o ponto exato em que a operação foi desfeita, nos 50.690 pontos, isto é, na máxima atingida pelo índice no último pregão. 

Agora, com os R$ 350 mil já na conta, Caetano conta que vai esperar um pouco antes de voltar a comprar. “O mercado esticou muito nesses últimos dias, se distanciando da média móvel exponencial de 21 pregões. Mas acho complicado vender agora, por conta de eventos de cauda, como o que se viu hoje, com a alta de 20% do minério de ferro, ou com novos fatos sobre a Lava Jato que podem surgir”, comenta. 

Para ele, o mercado dá sinais de topo, mas isso não quer dizer que é hora de vender, justamente por esses eventos extraordinários que podem ocorrer. “Estou com minhas ações em carteira ainda, mas o mini-índice só volto a comprar quando houver uma correção”, comenta. Segundo ele, o índice precisaria cair até os 48.000 pontos para voltar a ficar atrativo. “Acho muito difícil o mercado continuar subindo depois dessa puxada, mas após uma correção vai voltar a abrir espaço para novas altas consistentes no médio prazo”, concluiu.

Abaixo, a nota de corretagem de Wagner Caetano, que encerrou seu trade no mini-índice na última sexta-feira:

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