8 ações afundam após balanços; Gol dispara 15% e Smiles afunda com venda de bilhetes

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, mas terminou a semana em leve alta de 0,12%. Nestes cinco dias, os principais destaques de alta ficaram com Petrobras, Cosan, Rumo e CSN. Por outro lado, três papéis caíram mais de 10%. Foram eles, Oi, Metalúrgica Gerdau e Gerdau. 

No caso da Petrobras (PETR3; PETR4), a alta de 9% na semana foi motivada principalmente pelo avanço do petróleo, sem falar na aprovação no Senado do projeto do senador José Serra (PSDB-SP) para tirar da estatal a obrigatoriedade de exploração do pré-sal. 

Já do lado das quedas, Gerdau (GGBR4) foi destaque após cair 14,67% com as investigações da Operação Zelotes, que expediu mandado de condução coercitiva para o presidente do grupo, André Gerdau. A operação investiga fraudes em julgamentos no Conelho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), ligado ao Ministério da Fazenda. 

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Confira abaixo os principais destaques corporativos desta sessão, segundo cotação das 14h16 (horário de Brasília):

Petrobras (PETR3, R$ 6,89, -1,29%; PETR4, R$ 4,87, -0,41%)
As ações da Petrobras acabaram fechando em queda após subirem durante parte do pregão. O movimento piorou após a virada das cotações do petróleo para baixa. Lá fora, o petróleo Brent caía 0,73%, a US$ 35,44 o barril.

O mercado reage ainda às perspectivas de venda de ativos pela estatal. A Petrobras iniciou negociações para alienação da nova Transportadora Sudeste, segundo comunicado ao mercado.  “Porém, não há até o momento qualquer acordo firmado que confira segurança quanto à conclusão da transação, nem deliberação por parte da Diretoria Executiva ou do Conselho de Administração da Petrobras”, informou, afirmando que “fatos julgados relevantes sobre o tema serão tempestivamente  divulgados ao mercado”.

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Vale (VALE3, R$ 11,00, -0,18%; VALE5, R$ 8,08, -0,86% e siderúrgicas
Com a virada do Ibovespa, as ações da Vale saíram de ganhos de mais de 4% durante a manhã, para uma queda. Já os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 3,92, +1,82%) fecharam em alta. 

Hering (HGTX3, R$ 12,90, -5,84%)
As ações da varejista de moda Cia Hering até tentaram reagir positivamente ao balanço, mas os dados (fracos, na visão dos analistas) puxaram os papéis para baixo, depois de terem alcançado alta de 2,41%, a R$ 14,03. 

A empresa vê incertezas no desempenho das vendas nos próximos trimestres sob impacto do ambiente econômico, depois de que seu lucro líquido caiu 24% nos últimos três meses de 2015, período considerado o mais importante para o comércio. A companhia anunciou lucro líquido de R$ 83 milhões no quarto trimestre, queda de 23,9% na comparação com o mesmo período de 2014, enquanto no fechado do ano o recuo foi de 11,8%, a R$ 281,2 milhões.

De acordo com o BTG Pactual, o resultado da companhia foi pior do que o esperado, destacando que não houve recuperação das vendas, enquanto a deterioração do Ebitda foi pior do que a esperada. Além disso, a queda do ROIC (Retorno sobre o capital investido) também é bastante preocupante. 

Gol (GOLL4, R$ 2,17, +15,43%)
A Gol (GOLL4) anunciou próximo ao fechamento do pregão desta sexta-feira (26) a venda antecipada de R$ 1 bilhão em bilhetes aéreos para a Smiles (SMLE3, R$ 27,42, -3,45%). Com a notícia, as ações da Smiles afundaram mais de 3% indo para a mínima do dia. A aérea foi impulsionada também por notícia da Folha de que o governo anunciará nas próximas semanas proposta para elevar o limite de participação de capital estrangeiro nas empresas aéreas dos atuais 20% para até 49%. 

Em comunicado, a Gol anunciou que a compra antecipada de bilhetes aéreos pela Smiles se dará em tranches, iniciando-se por um desembolso pela empresa de milhagens de R$ 376 milhões, que estará disponível a partir da data de fechamento da operação. Os demais desembolsos estão condicionados a determinadas medidas de fortalecimento da liquidez da VRG.

BRF (BRFS3, R$ 50,00, -7,68%)
As ações da BRF – dona de marcas como Sadia, Perdigão e Qualy – tiveram suas maiores quedas desde 30 de outubro do ano passado, após balanço e mudanças na gestão. A derrocada é seguida pelos demais papéis do setor: JBS (JBSS3, R$ 11,18, -3,54%) e Minerva (BEEF3, R$ 11,55, -5,33%).

No geral, a leitura do mercado foi que as mudanças na gestão ultrapassaram qualquer sentimento positivo com o balanço. Em fato relevante, a companhia anunciou nova estrutura organizacional global, com a saída da diretora-geral de operações no Brasil, Flavia Faugéres. Para sua função, entram o general manager de vendas & marketing, Rafael Ivanisk, e o de planejamento & distribuição, Leonardo Almeida Byrro. “Esperamos que o mercado reaja negativamente à mudança na gestão da companhia, principalmente com a saída de Flavia Faugéres após apenas 16 meses no cargo”, disse o Bradesco BBI. 

No quarto trimestre, a BRF teve lucro líquido de R$ 1,4 bilhão, avanço de 42,8% sobre o mesmo período do ano anterior, informou na noite de quinta-feira. A maior exportadora de carne de frango do mundo teve Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,885 bilhão, alta de 7% na base de comparação anual. A companhia aprovou dividendos complementares de R$ 0,121749293 por ação. Segundo o BTG, o resultado foi em linha.

Oi (OIBR4, R$ 1,34, -4,96%)
A Oi caiu na sessão de hoje mesmo após a notícia de que dois fundos americanos estariam de olho na empresa. A Telecom Italia, dona da TIM Participações (TIMP3), descartou a fusão com a Oi e, com isso, a operadora brasileira está no radar de dois fundos americanos de investimento, o Cerberus e o Elliot, segundo informações da Folha de S. Paulo. Ambos têm interesse em comprar a Oi, mas, para isso, é preciso que o contrato de exclusividade assinado entre a operadora brasileira e o fundo de investimento russo LetterOne não seja renovado. O prazo vence em maio.

Além disso, segundo reportagem do Valor, a Oi deve discutir futuro de sua dívida, que ao câmbio atual alcança R$ 60 bilhões, em reunião do conselho de administração marcada para a próxima segunda-feira, após o fundo LetterOne informar que o modelo de uma fusão amigável com a TIM Brasil não pode prosseguir no momento.  

Lojas Marisa (AMAR3, R$ 6,65, -4,32%)
A Lojas Marisa fechou em queda após balanço do 4° trimestre abaixo do esperado. A varejista registrou lucro líquido de R$ 16,7 milhões no quarto trimestre, ante resultado de R$ 43,8 milhões no mesmo período do ano passado. A receita líquida foi de R$ 791,1 milhões, ante estimativa de R$ 959,3 milhões. O Ebitda foi de R$ 108,9 milhões acima dos R$ 101,5 milhões esperados.

Para o BTG Pactual, o resultado veio fraco, com destaque para a deterioração significativa na carteira de empréstimos pessoais, que traz preocupação apesar da baixa relevância no caso da companhia, que tem uma carteira pequena. “Pós-mudança no management em 2015, a Marisa começa 2016 melhor, mas preferimos esperar mais sinais de melhora”, disseram os analistas, que mantiveram recomendação de venda para a ação.  

“A administração da companhia acredita que apesar dos fracos resultados do exercício, o ano de 2015 foi um importante momento de ajustes para a Marisa”, segundo comunicado. “Tais ajustes, tomados antecipadamente e de forma proativa, mais que nos preparar para mais um ano desafiante no ambiente de consumo brasileiro, devem também acelerar o processo de recuperação da eficiência e da consistência operacionais, indispensáveis para a retomada do crescimento”.

Embraer (EMBR3, R$ 29,71, -1,62%)
As ações da Embraer caíram forte, chegando a ter uma baixa máxima de 4,64%,  após o pedido de recuperação judicial da Republic Airways. Segundo o Bradesco BBI, a companhia é uma das mais importantes clientes da Embraer.  No quarto trimestre, a carteira de pedidos da Embraer tinha 28 pedidos firmes da Republic Airways para o modelo E175, equivalente a 6% da carteira e a 15% da receita líquida em 2016, diz o relatório.

Além disso, o presidente da companhia aérea, Frederico Curado, disse que é importante expressar a posição de preocupação da Embraer com uma potencial fusão da Honeywell com a UTX pela concentração que isso geraria no nosso supply chain. “A Honeywell é um grande fornecedor nosso e a UTX é outro grande fornecedor nosso. Uma fusão não seria muito positiva para nós”, disse ele. A proposta da Honeywell de se unir à United Technologies, divulgada hoje, criaria uma companhia de US$ 72 bi em valor de mercado.

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 11,20, +0,90%)
As ações da BM&FBovespa registraram alta na sessão desta sexta. Os maiores acionistas da Cetip (CTIP3, R$ 37,60, -0,27%) estão dispostos a aceitar a maior parte dos termos da oferta de aquisição não solicitada da rival BM&FBovespa, disseram três fontes familiarizadas com o tema à Reuters. Segundo as fontes, que pediram para ficar anônimas porque as deliberações sobre a questão permanecem privadas, alguns membros do conselho da Cetip querem que a BM&FBovespa limite o alcance do trabalho de due diligence. A oferta da BM&FBovespa, revelada na semana passada, avalia a Cetip em 10,8 bilhões de reais.

Embora o conselho se sinta “confortável” com a proposta de 41 reais por ação que a BM&FBovespa apresentou, alguns membros gostariam de ver uma leve melhora na oferta, disse a primeira fonte. Uma possibilidade seria permitir que acionistas da Cetip recebam juros pela Selic sobre o preço por ação oferecido em uma data anterior, até que o acordo seja concluído, disse a fonte. As fontes afirmaram que a Cetip pretende dar uma resposta à BM&FBovespa, décima maior bolsa do mundo em valor de mercado, a partir da semana que vem. A companhia divulga seu resultado do quarto trimestre em 3 de março.

“Acreditamos que a probabilidade dos acionistas da Cetip aceitarem é grande, dado o múltiplo que está sendo oferecido pela BM&FBovespa. Além da operação fazer todo sentido”, afirma a XP Investimentos. 

Multiplus (MPLU3, R$ 26,80, +1,90%)
A administradora de programas de fidelidade Multiplus teve um lucro de R$ 125,7 milhões no quarto trimestre de 2015, um aumento de 50% em relação aos R$ 83,6 milhões do mesmo período do ano anterior, mas menos do que os R$ 144,8 milhões registrados no terceiro trimestre de 2015. Já a receita líquida foi de R$ 580,6 milhões no 4T15, 22% maior do que a registrada no último trimestre de 2014, que foi de R$ 476,1 milhões e 0,9% menor do que a vista no 3º trimestre do ano passado, que foi de R$ 586,2 milhões.  

Grendene (GRND3, R$ 16,12, -0,62%) 
A fabricante de calçados Grendene teve um lucro de líquido de R$ 240,3 milhões no quarto trimestre de 2015, um crescimento de 22,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o lucro foi de R$ 195,9 milhões. Já o Ebitda (Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações, na sigla em inglês) da companhia foi de R$ 183,3 milhões no 4T15, uma queda, quando comparado aos R$ 187,1 milhões do quarto trimestre de 2014. A receita líquida, por sua vez, foi de R$ 674,9 milhões no último trimestre do ano passado, contra os R$ 740,4 milhões do último trimestre do ano anterior, representando um recuo de 8,9%. 

Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 9,69, +0,41%)
A Iochpe-Maxion, que opera no segmento de autopeças, teve um prejuízo líquido de R$ 16,6 milhões no quarto trimestre de 2015, após fazer um lucro líquido de R$ 40,2 milhões no mesmo período do ano passado. O Ebitda da companhia foi de R$ 164,1 milhões, no último trimestre do ano passado, uma queda de 9,6% em relação ao último trimestre de 2014. Já a receita líquida foi de R$ 1,836 bilhão no 4T15, um aumento de 24,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. 

CCR (CCRO3, R$ 12,32, -1,68%)
A empresa de concessões de infraestrutura CCR teve queda no lucro do quarto trimestre, afetada por menor tráfego em estradas que administra e maior custo do serviço da dívida. A empresa informou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de R$ 244,8 milhões no quarto trimestre, queda de 36,2% ante mesmo período de 2014. O resultado operacional da CCR medido pelo Ebitda ajustado ficou em R$ 984,5 milhões, recuo de 4,1% na comparação ano a ano. A margem Ebitda ajustada caiu 9 pontos percentuais, para 58,2%.

Rumo (RUMO3, R$ 2,34, +4,93%)
A Rumo divulgou prejuízo líquido de R$ 162,7 milhões no quarto trimestre, ante estimativa ajustada de R$ 128,8 milhões. A receita líquida foi de R$ 1,25 bilhão, alta de 29% na comparação anual, ante estimativa de R$ 1,26 bilhão. O Ebitda somou R$ 467,9 milhões.

Technos (TECN3, R$ 2,84, -1,05%) 
A Technos registrou um lucro líquido ajustado de R$ 15,6 milhões no quarto trimestre, uma queda de 55,4% na comparação anual, enquanto a receita líquida somou R$ 165 milhões, queda de 9,5%. O Ebitda ajustado caiu 29,0% no quarto trimestre de 2015, com perda de 6,4 p.p. de margem Ebitda ajustada, ano contra ano.

“O quarto trimestre de 2015 continuou a tendência observada no trimestre anterior e se mostrou um período difícil, com queda de vendas e perda de margem bruta. A desaceleração da economia afetou o comércio de modo generalizado e atingiu nossos clientes, onde observamos níveis de sell out mais baixos que o ano anterior. Observamos queda de vendas nas lojas especializadas e especialmente em magazines. Nossas operações de varejo tiveram um resultado positivo e cresceram em linha com nossa expectativa, fruto da abertura de novos pontos de venda e da melhoria da gestão destes canais que levou ao crescimento de vendas ‘mesmas lojas'”, afirmou a companhia. 

JSL (JSLG3, R$ 6,55, +0,77%)
A JSL divulgou dados não auditados do quarto trimestre de 2015, com um crescimento de R$ 7,5% na receita bruta total, para R$ 1,7 bilhão. Houve um aumento de 77% na venda usual de ativos, atingindo R$ 875 milhões. 

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