2 ações desabam 8% após balanços; Vale e siderúrgicas afundam 6%

Confira os destaques de ações da Bovespa desta quarta-feira (24)

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa tem mais um dia negativo, com o cenário internacional e doméstico em pauta. Em um dia de queda do petróleo e cautela externa, o Brasil foi rebaixado em dois degraus pela Moody’s, de Baa3 para Ba2, com perspectiva negativa. Em meio a esse cenário, nenhuma ação do Ibovespa registra alta. 

Confira os principais destaques de ações desta sessão abaixo:

12h18: Petrobras (PETR3, R$ 6,82, -3,67%; PETR4, R$ 4,69, -4,67%)
A Petrobras registra queda na esteira do rebaixamento do rating soberano do Brasil e da queda do preço do petróleo no exterior. O brent cai 2,07%, a US$ 32,58, após o ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali Al-Naimi, dizer a executivos da área na terça-feira que os mercados não devem ver o acordo dos quatro principais produtores do mundo para congelarem a produção aos níveis de janeiro como um prelúdio de cortes na produção.

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Após cortar o rating do Brasil, a Moody’s disse, em entrevista à Bloomberg, que avalia a probabilidade de suporte do governo à Petrobras, salientando que a empresa tem “problemas significativos”. Segundo Samar Maziad, analista senior da Moody’s, a Petrobras precisa de suporte de liquidez, mas ainda há muitas incertezas sobre o tema.  

No radar da empresa, a estatal está sendo processada por fraude e por ocultar os esquemas de corrupção e propina que hoje são investigados pela justiça brasileira. Uma empresa de Washington, nos Estados Unidos, está movendo o processo após realizar um investimento de mais de US$ 221 milhões na Sete Brasil, empresa de perfuração offshore e que hoje está praticamente quebrada.

Os fundos EIG Management entraram com o processo no tribunal federal de Washington nesta terça-feira (23). A Sete Brasil, voltada para perfuração de petróleo, está falindo e o governo brasileiro não tem o dinheiro necessário para um resgate da companhia, disseram dois funcionários recentemente. As informações são da Bloomberg.

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Hoje também é um dia bastante importante para a companhia no Senado. Os senadores rejeitaram ontem, por 33 votos contra 1, o requerimento que retirava urgência do projeto que acaba com participação obrigatória de 30% da Petrobras no pré-sal, disse o presidente Renan Calheiros. Segundo a pauta do Senado, discussões podem ser iniciadas às 14:00 desta quarta-feira e votação do mérito do projeto do senador José Serra poderá ser realizada ainda hoje. 

Se requerimento fosse vitorioso, projeto deixaria de ter tramitação de urgência e seria remetido às comissões do Senado para novas discussões, sem data para ser votado novamente em plenário. Pela lei atual, aprovada em 2010, Petrobras deve atuar como operadora única dos campos do pré-sal com participação de pelo menos 30%, além de ser a responsável pela condução e execução, direta ou indireta, de todas as atividades de exploração, avaliação, desenvolvimento e produção, segundo a Agência Senado.

Por fim, segundo o Estadão, a empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers (PwC), responsável por avaliar os balanços da Petrobrás, conseguiu uma vitória parcial na Corte de Nova York esta semana. O juiz responsável pela ação coletiva envolvendo a petroleira, Jed Rakoff, considerou que a PwC não sabia do esquema de corrupção na empresa brasileira e, quando tomou conhecimento das irregularidades, agiu rápido para identificar os problemas.

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12h05: Eletropaulo (ELPL4, R$ 7,53, -7,83%)
A AES Eletropaulo afunda na Bolsa após balanço, caminhando para sua terceira queda em quatro pregões. A companhia apresentou lucro líquido de R$ 11 milhões no quarto trimestre de 2015, queda de 96% na comparação com o mesmo período do ano anterior. A distribuidora de energia teve Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 411,3 milhões, queda de 35,7% na mesma base de comparação.

O Credit Suisse destacou que a companhia reportou números fracos, com a continuidade de queda dos volumes e aumento da inadimplência limitando ciclo de ganhos da companhia. Por outro lado, a Citi Corretora disse que, embora o lucro tenha vindo abaixo do consenso do mercado por conta de altas despesas financeiras e com a dívida líquida atingindo níveis próximos dos covenants, o custo do caixa e o déficit do fundo de pensão foram destaques positivos.

A Eletropaulo ainda comentou sobre multa da Arsesp contra ela aplicada em janeiro no valor de R$ 45,28 milhões. Segundo a empresa, ela apresentou recurso ao auto de infração.

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12h02: WEG (WEGE3, R$ 13,20, -8,20%)
As ações da Weg desabam após os resultados do quarto trimestre e corte de recomendação pelo Itaú BBA. A companhia divulgou o lucro líquido de R$ 1,16 bilhão em 2015, alta de 21% sobre 2014. Nos últimos três meses do ano, o lucro atingiu R$ 383,9 milhões, enquanto a receita somou R$ 2,73 bilhões. No trimestre, o Ebitda atingiu R$ 382 milhões. A companhia aprova distribuir dividendos complementares de R$ 130,6 milhões.

Após balanço, o Itaú BBA cortou a recomendação da ação de market perform (desempenho em linha com a média) para underperform (desempenho abaixo da média), com preço-alvo de R$ 14,50 por ação.

O Credit Suisse comentou que o resultado foi fraco, com a empresa entregando a menor margem Ebitda desde 1996. “O esperado repasse de preços ainda não ocorreu, o que acabou afetando de forma considerável o resultado do trimestre”, comentaram os analistas. Já o BTG Pactual destacou que as baixas margens trazem dúvidas sobre a resiliência da empresa. “Reiteramos visão cautelosa no case com valuation esticado e baixa expectativa de melhora de rentabilidade no curto prazo”, afirmou o banco.

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12h01: Vale (VALE3, R$ 11,60, -6,30%; VALE5, R$ 8,44, -6,22%)
A Vale segue as mineradoras internacionais e registra queda, apesar da leve alta do minério de ferro na sessão de hoje. As siderúrgicas também registram mais um dia de perdas com a CSN (CSNA3, R$ 5,08, -2,68%), Gerdau (GGBR4, R$ 3,71, -4,63%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 1,26, -6,67%) e Usiminas (USIM5, R$ 0,91, -2,15%).

No noticiário da Vale, chama a atenção a Samarco. A empresa disse que considera equivocados os indiciamentos e as medidas cautelares de privação de liberdade propostas pela autoridade policial, e que vai aguardar a decisão da Justiça para tomar as providências cabíveis, após o indiciamento pela PF de funcionários da companhia. 

Além disso, sindicatos de trabalhadores da mineradora Vale têm realizado manifestações crescentes devido à decisão da companhia, maior produtora global de minério de ferro, de não pagar bônus por desempenho referentes a 2015 aos funcionários, pela primeira vez desde pelo menos a privatização, em 1997. Nesta quarta-feira foi a vez dos trabalhadores da mina de Timbopeba, no Complexo de Mariana, em Minas Gerais. Segundo a Vale, o sindicato local reteve dois ônibus com trabalhadores das 6h30 às 9h, impedindo a entrada de funcionários. A mineradora afirmou ainda que os empregados já foram liberados e contestou afirmação do sindicato mais cedo de que a produção da mina havia sido paralisada. Segundo a mineradora, a unidade opera normalmente.

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Já em relação à Usiminas, segundo o O Estado de S. Paulo, o alto escalão dos sócios da empresa – os acionistas controladores Nippon Steel e Techint – se reuniu na segunda-feira pela manhã para discutir o futuro da siderúrgica, que está altamente endividada e corre sério risco de pedir recuperação judicial. Os presidentes Paolo Rocca, do grupo ítalo-argentino Techint, e da japonesa Nippon, Kosei Shindo, sentaram, pela primeira vez neste ano, para discutir o futuro da companhia. A reunião durou quatro horas.  Entre as alternativas, foram colocadas a necessidade de um aporte de capital na Usiminas, questão defendida pela japonesa Nippon, mas que a Techint se recusa a fazer. A compra da fatia da Techint pelo grupo japonês chegou a ser debatida, mas não houve consenso, segundo fontes.  No dia 3 de março, uma nova reunião do conselho de administração deverá ser convocada em São Paulo e o rumo da Usiminas será a principal pauta, informa o jornal, citando fontes. 

11h50: Sabesp (SBSP3, R$ 21,65, -5,71%)
A Prefeitura de São José dos Campos fará leilão na BM&FBovespa na próxima quinta-feira (25) para vender R$ 68,2 milhões em ações da Sabesp. A operação, conhecida no mercado como “block trade”, será realizada às 17h55 (horário de Brasília). 

Em comunicado enviado à BM&FBovespa, a prefeitura informa a intenção de vender 3.247.980 ações da Sabesp, a R$ 21,00 por papel – 8,5% abaixo do preço de fechamento da última terça-feira. A operação será intermediada pela Concórdia. Caso a oferta não seja atingida integralmente durante o leilão, a Bolsa informa que a mesma permanecerá registrada no sistema de negociação até 17 de março. 

11h22: Cielo e BB Seguridade
O BTG Pactual revisou estimativas para as ações da Cielo e BB Seguridade, incorporando os balanços do 4° trimestre, eventos recentes e novo guidance para 2016. Mesmo com números ruins no 4° trimestre, as projeções do banco mudaram pouco (cerca de 1% para ambas as empresas), comentaram os analistas. Por outro lado, eles cortaram o preço-alvo das ações, assumindo um custo de capital maior, principalmente para a Cielo.

Apesar das estimativas mais baixas, eles reiteraram recomendação de compra para ambas as ações, que seguem como top picks. Para Cielo, eles cortaram o preço-alvo de R$ 45,00 para R$ 40,00, mas destacaram que ainda seguem “fãs da empresa”, vendo a companhia crescendo o lucro em dois dígitos nos próximos 2 anos. Já para BB Seguridade, eles veem como boa opção para quem (como eles) não consegue comprar os bancos ainda, dada a melhor visibilidade de lucro, risco menor de balanço e payout (dividendos/lucro líquido) mais alto. Eles seguem positivos com os resultados de 2016. O preço-alvo para BBSE passou de R$ 33,00 para R$ 30,50. 

11h08: Brasil Pharma (BPHA3, R$ 7,53, +12,05%)
As ações da Brasil Pharma disparam pelo terceiro pregão seguido, em meio a rumor de segunda-feira de que o BTG Pactual (BBTG11) – maior acionista da rede de farmácias – estaria estudando fechar seu capital. Com a notícia, os papéis acumulam nos 3 pregões ganhos de 83,6%, batendo hoje seu maior patamar desde o início de dezembro do ano passado. Na máxima desta sessão, os papéis chegaram a subir 21,28%, a R$ 8,15.

Apesar da arrancada, o movimento ainda é irrelevante perto da derrocada das ações desde que bateram seu topo no início de 2013. De lá para cá, os papéis acumulam queda de 99%. Em 15 de janeiro, as ações fecharam no seu menor patamar histórico, sendo cotadas a R$ 3,23. 

Segundo duas pessoas com conhecimento no assunto disseram à Bloomberg, o Grupo BTG Pactual está considerando um plano para voltar a ser um banco de capital fechado depois de vender o suíco BSI por US$ 1,34 bilhão. Uma das opções é ter um sócio externo que ajude o BTG a comprar ações em circulação no mercado, disse uma das pessoas, que não informou quem seria esse sócio externo.

Os gestores do BTG estão negociando com potenciais sócios para ajudar na compra de 116,7 milhões de ações negociadas na Bovespa, disse à agência uma das pessoas, pedindo para não ser identificada porque não há nenhuma decisão final. Oito principais sócios do BTG já possuem uma participação de controle na empresa. Ao preço de fechamento de sexta-feira, de R$ 16,20 reais, as ações no mercado valiam cerca de R$ 1,9 bilhão (US$ 482 milhões). As pessoas não identificaram possíveis parceiros.

O movimento, no entanto, não tem sido acompanhado pelas units do BTG, que subiram forte apenas na segunda-feira. Hoje, os papéis registravam queda de 1,72%, a R$ 17,69. 

10h42: AES Tietê (TIET11, R$ 14,73, +1,24%)
Contrariando o humor do mercado nesta sessão, as units da AES Tietê sobem após balanço trimestral. A elétrica registrou um lucro líquido de R$ 232,5 milhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo um prejuízo de R$ 76,1 milhões na comparação com o mesmo período do ano anterior. Já a receita líquida teve baixa de 28%, a R$ 636,9 milhões, enquanto o Ebitda somou R$ 404 milhões.  

Segundo o BTG Pactual, o resultado veio em linha, com destaque para a redução da exposição ao PLD assinando novos contratos no 4° trimestre com preços bem atrativos. Os analistas também ressaltaram que os dividendos foram bem fortes (payout de 99% e dividend yield de 13% no ano), totalizando R$ 721 milhões. Segundo eles, embora o papel já tenha subido quase 30% desde que o revisaram para compra (em 20 de janeiro), a recomendação ainda segue de compra, principalmente pelo caráter defensivo. 

10h29: Bancos
As ações de bancos registram queda na sessão de hoje, refletindo o dia negativo no cenário internacional e também o rebaixamento do rating do Brasil pela agência de classificação de risco Moody’s para grau especulativo. O rating passou de Baa3 para Ba2. O Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 24,32, -2,29%) e Bradesco (BBDC4, R$ 20,41, -1,50%) registram queda. 

O Banco do Brasil (BBAS3, R$ 13,16, -2,66%) também registra queda, acompanhando o setor. No noticiário da companhia, a estatal fixou em 25% o payout (proporção dos lucros da empresa que são distribuídos na forma de proventos em dinheiro) relativo ao exercício 2016, em decisão tomada ontem pelo conselho de administração, disse a companhia em comunicado ao mercado. Até ano passado, a prática do banco era de distribuir 40% do lucro líquido aos acionistas, conforme resultado do terceiro, trimestre de 2015.

De acordo com o BTG, a notícia é positiva para o papel, pois mostra senso de urgência do Conselho com relação à estrutura de capital do banco. O Deutsche Bank também destacou como positivo o movimento do banco, mas ainda não suficiente. “Pensamos que a redução dos dividendos é um passo na direção correta, mas estamos preocupados se a companhia ainda precisará emitir ações em 2019 para alcançar uma taxa CET1 (common equity Tier 1) de 9,5%”, disseram os analistas do banco. Com base em premissas conservadoras de 10% de crescimento de lucro, com a expansão dos empréstimos em 10% de 2016 a 2019, eles estimam que o banco precisaria de um adicional de R$ 8,8 bilhões no patrimônio com o novo payout de 25% para alcançar uma taxa CET1 de 9,5%.

10h09: Via Varejo (VVAR11, R$ 3,73, -1,84%)
As ações da Via Varejo caem após a divulgação dos resultados do quarto trimestre, considerados “decepcionantes” pela XP Investimentos. A companhia apresentou prejuízo líquido de R$ 177 milhões no quarto trimestre de 2015, ante lucro líquido de R$ 356 milhões no mesmo período do ano anterior, segundo comunicado divulgado na madrugada desta quarta-feira. A companhia, dona das marcas Ponto Frio e Casas Bahia, atribuiu o resultado negativo à piora na linha de equivalência patrimonial, menor diluição de despesas fixas, maior despesa financeira e despesas com reestruturação.

A varejista de móveis e eletroeletrônicos teve Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 125 milhões, queda de 83,8% na base de comparação anual. A receita líquida caiu 14,7% para R$ 5,46 bilhões. No conceito “mesmas lojas”, houve redução de 15,2%.

Para a Citi Corretora, o resultado veio pior do que o esperado, com vendas nas mesmas lojas contraindo 15,2% e redução na margem bruta de 4,33 pontos percentuais, refletindo o ambiente competitivo do setor. Os analistas mantiveram recomendação “neutra/alto risco” para a ação, vendo uma confiança do consumidor ainda baixa e vendas de eletrônicos sob pressão. 

Em teleconferência com analistas, executivos da companhia afirmaram que tem preocupação de demonstrar solidez financeira e por isso vai se concentrar em 2016 em proteger seu caixa diante de um ano em que o setor espera queda de vendas de até dois dígitos. 

A companhia vai seguir trabalhando em iniciativas de ganho de eficiência e redução de custos logísticos para conseguir bancar manutenção em política de agressividade de preços, afirmou o presidente Peter Estermann.

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