Petrobras vai de alta de 5% para queda; small cap dispara 35% só hoje em meio a rumor

Confira os destaques da Bovespa nesta terça-feira (23)

Paula Barra

Publicidade

BTG Pactual e Brasil Pharma
Operando entre leilões, as ações small caps da Brasil Pharma (BPHA3, R$ 2,29, +35,27%) seguem em disparada nesta terça-feira. Na máxima do dia, os papéis chegaram a subir 38,7%, a R$ 6,45, indo para o maior patamar desde 14 de dezembro do ano passado. O volume financeiro movimento nessas primeiras horas de pregão também impressiona, atingindo R$ 1,3 milhão, contra média diária de R$ 234,45 mil dos últimos 21 pregões. 

Ontem, os papéis passaram a subir forte na Bovespa por volta das 15h40 (horário de Brasília), em meio a rumor de que o BTG Pactual poderia fechar o capital. O banco é o maior acionista da Brasil Pharma. Nesses dois pregões, a alta já é de 39%. Apesar da arrancada, o movimento é irrelevante perto da derrocada das ações desde que bateram seu topo no início de 2013. De lá para cá, os papéis acumulam queda de 99,2%. Em 15 de janeiro, as ações fecharam no seu menor patamar histórico, sendo cotadas a R$ 3,23. 

O movimento, no entanto, não é acompanhado pelas units do BTG Pactual (BBTG11, R$ 17,78, -1,71%), que embora salto na véspera em meio à notícia, recuam nesta sessão. Ontem, os papéis do banco encerraram a sessão em alta de 12,4%, mas atingiram na máxima do dia ganhos de 17%.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Segundo duas pessoas com conhecimento no assunto disseram à Bloomberg, o Grupo BTG Pactual está considerando um plano para voltar a ser um banco de capital fechado depois de vender o suíco BSI por US$ 1,34 bilhão. Uma das opções é ter um sócio externo que ajude o BTG a comprar ações em circulação no mercado, disse uma das pessoas, que não informou quem seria esse sócio externo.

Os gestores do BTG estão negociando com potenciais sócios para ajudar na compra de 116,7 milhões de ações negociadas na Bovespa, disse à agência uma das pessoas, pedindo para não ser identificada porque não há nenhuma decisão final. Oito principais sócios do BTG já possuem uma participação de controle na empresa. Ao preço de fechamento de sexta-feira, de R$ 16,20 reais, as ações no mercado valiam cerca de R$ 1,9 bilhão (US$ 482 milhões). As pessoas não identificaram possíveis parceiros.

BB Seguridade (BBSE3, R$ 25,27, +0,08%)
A BB Seguridade deve ter uma participação menor do resultado financeiro em seu lucro de 2016, disseram executivos da companhia seguradora nesta terça-feira. Em 2015, os ganhos com investimentos financeiros representaram cerca de 35% do lucro da companhia, que reúne as participações do Banco do Brasil em seguros e previdência. O lucro ajustado da BB Seguridade no ano passado foi de R$ 3,9 bilhões, alta de 22,4%.

Continua depois da publicidade

Segundo o gerente de relações com investidores da companhia, Rafael Sperendio, a fatia dos resultados financeiros no lucro deve cair neste ano, mesmo com uma Selic média maior. “Não prevemos participação maior do que 30% do resultado financeiro em 2016”, disse o executivo em teleconferência com analistas.

BM&FBovespa e Cetip
Depois de destoar do movimento do mercado na véspera e cair, as ações da Cetip (CTIP3, R$ 38,43, +1,40%) têm alta nesta sessão, seguindo notícia do Valor de que a empresa deve aceitar a nova oferta da BM&FBovespa (BVMF3, R$ 11,28, +0,45%) por suas ações. Na noite da última sexta-feira, a Bolsa informou que aceitaria pagar R$ 41,00 por ação da Cetip para fechar o negócio, frente aos R$ 39,00 oferecidos anteriormente. Relatório do Santander da véspera apontava que a Cetip deveria considerar a oferta da BM&FBovespa como atrativa. Se a Cetip aceitar, o BTG Pactual acredita que isso poderia surtir efeito positivo nas ações da BM&FBovespa. 

Vale (VALE3, R$ 12,79, -2,66%; VALE5, R$ 9,17, -2,45%)
As ações da Vale têm manhã volátil, seguindo o sentimento do mercado. A alta de até 3% nesta manhã veio acompanhada por um recuo de mais de 2% neste momento, com o mercado receoso sobre a sustentação do rali das commodities. Acompanham o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 4,35, -4,81%), holding que detém participação na Vale. Ontem, o minério de ferro subiu 6% na China, mas hoje já perdeu força, subindo apenas 0,16% no porto de Qingdao, na China.

Continua depois da publicidade

Em relatório, o BTG Pactual destaca que o movimento do minério – alta de 34% desde dezembro – é de curto prazo. “Acreditamos que estruturalmente o fundamento do minério de ferro continua fraco”, avaliam os analistas do banco, ressaltando nova oferta em alta e demanda contraindo. Diante dessa visão, os analistas acreditam que o rali das ações da Vale e CSN (CSNA3, R$ 5,17, +0,98%) tem prazo curto de validade. A CSN subiu mais de 50% desde 21 de janeiro, como a siderúrgica brasileira mais exposta ao minério de ferro. As demais ações do setor siderúrgico Usiminas (USIM5, R$ 0,93, +2,20%) e Gerdau (GGBR4, R$ 4,11, -0,48%) operam entre ganhos e perdas hoje.

Na mesma linha do BTG, a Citi Corretora acredita que o rali do minério não é sustentável e os preços devem voltar a cair até o final do ano. Commodity atingiu os US$ 50,00 a tonelada pela primeira vez desde outubro, mas deve retomar os US$ 35,00 no quarto trimestre, segundo analistas. O quadro insustentável da commodity, com isso, não muda o viés para as ações da Vale e o Citi segue vendedor nesses papéis. 

Além disso, no radar do setor, as vendas de aço plano por distribuidores do Brasil recuaram 22,4% em janeiro ante mesmo mês de 2015, para 241,5 mil toneladas, segundo dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda) compilados pelo Credit Suisse. Na comparação com dezembro, porém, houve alta de 27,6%. Para fevereiro, a expectativa do Inda é de vendas estáveis frente a janeiro, o que, conforme o relatório do banco distribuído a clientes, ainda significaria níveis 20% menores do que fevereiro de 2015.

Publicidade

Já no noticiário da Vale, a mineradora informou nesta manhã que foi citada na ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público em Espírito Santo contra a Samarco, que pede bloqueio de bens das réus e atribui à causa o valor de R$ 2 bilhões. A BHP Billiton, acionista da Samarco, também foi mencionada. Em comunicado, a Vale disse que tomará todas as medidas para assegurar seu direito de defesa.  

Petrobras (PETR3, R$ 7,22, -2,56%PETR4, R$ 4,97, -1,39%)
As ações da Petrobras têm manhã turbulenta após disparada na véspera, que levou os papéis preferenciais a fechar acima do patamar dos R$ 5,00 pela vez desde 15 de janeiro. Após abertura negativa hoje, os papéis viraram para alta de até 4%, mas logo perderam força novamente, acompanhando a correção dos preços do petróleo. Lá fora, o petróleo Brent recuava 0,84%, a US$ 34,40, após subir 5% na véspera. 

No radar da companhia, a Petrobras acertou nesta segunda-feira recebimento de carregamento de gás natural liquefeito da Cheniere Energy, disse uma pessoa familiarizada ao assunto à Bloomberg. As companhias não responderam ainda a pedidos de comentários sobre o negócio, disse a agência. 

Continua depois da publicidade

Além disso, segundo informações do Valor Econômico, a Petrobras  planeja desativar sondas de perfuração terrestres em pelo menos seis Estados. O desligamento dos equipamentos, que fazem parte da atividade de exploração no Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará, está previsto no corte de US$ 32 bilhões no plano de negócios 2015-2019 da estatal – que está agora em US$ 98,4 bilhões.

Vale destacar que a bancada do PT no Senado se reuniu na noite de ontem (22) com o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, para se preparar para a votação, marcada para hoje (23), do projeto de lei que retira a participação obrigatória da estatal na exploração dos campos do pré-sal. Os petistas são contrários à proposta do senador José Serra (PSDB-SP) e preparam a argumentação para tentar derrubar a matéria no plenário.

Segundo o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a primeira estratégia da bancada será apresentar um requerimento propondo a retirada da urgência do projeto e que ele retorne para debate nas comissões. No entanto, diante das declarações do presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), de que o projeto está “maduro para ser votado”, os petistas se preparam para tentar rejeitar a matéria.

Publicidade

Bancos
Após a disparada da véspera, as ações de bancos têm um dia de correção, com todos os grandes bancos caindo nesta sessão: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 24,94, -1,23%), Bradesco (BBDC4, R$ 20,77, -0,72%) e Santander (SANB11, R$ 14,20, -2,07%). A exceção era o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 13,67, +0,44%), que depois de recuar 0,8%, virou para leve alta. 

Eletropaulo (ELPL4, R$ 7,97, -1,24%)
As ações da Eletropaulo têm um dia de leve baixa na sessão de hoje. A companhia teve reajuste extraordinário rejeitado pela Aneel. O parecer do relator André Pepitone foi
contrário ao aumento de tarifa e demais diretores o acompanharam em decisão unânime. A Eletropaulo pediu aumento para cobrir queda de mercado, segundo representante da empresa presente na reunião mas, segundo Pepitone, a atividade econômica é um risco que não deve ser coberto com reajuste extraordinário. 

Marcopolo (POMO4, R$ 2,07, -1,97%
A Marcopolo recua após balanço do quarto trimestre. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 9,9 milhões no quarto trimestre, com queda de 84% na base de comparação anual, e um Ebitda de R$ 47 milhões. Já a receita líquida somou R$ 787,4 milhões, queda de 16%. O BTG Pactual avalia que o resultado é fraco, mas acima das expectativas, tendo como destaque positivo uma melhora sequencial do lado dos custos. 

A companhia ainda destacou que, em janeiro, adotou férias seletivas na unidade Ana
Rech, em Caxias do Sul, mantendo operativa somente a linha de produção de veículos urbanos.  Na Marcopolo Rio, situada em Duque de Caxias/RJ, a suspensão temporária dos contratos de trabalho para qualificação profissional lay-off, aprovada pelos
colaboradores em novembro de 2015 foi implementada a partir de janeiro por até 5 meses. 

Leia também:

InfoMoney atualiza Carteira para fevereiro; confira

André Moraes diz o que gostaria de ter aprendido logo que começou na Bolsa