BB e Bradesco podem anunciar aquisição, situação difícil da Usiminas e mais no radar

Petrobras coloca usinas térmicas, terminais de gás e gasodutos à venda e Suzano diz que manterá exportações aos EUA apesar de taxação também são destaques

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O dia promete ser atribulado para os mercados acionários em meio à baixa das bolsas internacionais, mas o cenário corporativo também é destaque nesta quinta-feira. 

Em destaque, a Petrobras (PETR3PETR4) está vendendo diversos de seus ativos, quer sair do setor elétrico  e colocou à venda suas 21 usinas térmicas, gasodutos e terminais de regaseificação, por onde chega em forma líquida o gás importado em navios, segundo informa o jornal O Estado de S. Paulo. A conclusão do negócio esbarra, porém, em questões regulatórias, segundo um executivo de uma grande empresa do setor elétrico que quer comprar ativos.

O plano geral da Petrobras de venda de ativos para reforçar o caixa pretende arrecadar, no total, US$ 57,7 bilhões (o equivalente a cerca de R$ 225 bilhões). Mas, até agora, a empresa só conseguiu se desfazer de 49% de uma de suas subsidiárias, a Gaspetro, de distribuição de gás, por R$ 1,9 bilhão. Ainda estão sendo negociadas parcerias na BR Distribuidora, concessões para a exploração e produção de petróleo e gás, uma fatia da petroquímica Braskem, fábricas de fertilizantes, terminais, dutos e navios, além das usinas.

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Vale destacar a notícia da última quarta-feira de que um grupo internacional de entidades, investidores e escritórios de advogados criou uma fundação com o objetivo de buscar ressarcimento para acionistas da Petrobras fora dos Estados Unidos que perderam dinheiro com ações da empresa em meio ao escândalo de corrupção e ameaça dar entrada em processo no tribunal de Roterdã, na Holanda.

A fundação, chamada Stichting Petrobras Compensation Foundation, informou em comunicado à imprensa na quarta-feira, que escreveu para a Petrobras e executivos da petroleira para negociar um potencial acordo sobre o tema.

Por fim, o Ministério Público argentino denunciou nesta quarta-feira, 10, um ex-ministro suspeito de pagar propina para que uma empresa da Petrobras Argentina fosse vendida em 2007 a uma companhia alinhada ao kirchnerismo, em um desdobramento internacional da apuração da Operação Lava Jato. A acusação contra Julio de Vido, titular da pasta de Planejamento no governo de Cristina Kirchner (2007-2015), partiu de declarações do delator e ex-diretor da multinacional brasileira Nestor Cerveró à Procuradoria-Geral da República. Em janeiro, De Vido negou as acusações pelo Twitter. “O que fizemos foi cumprir as leis nacionais e evitar a integração de um monopólio e o abuso de poder pela Petrobras”, escreveu.

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Banco do Brasil e Bradesco
A venda da processadora de pagamentos eletrônicos Elavon no Brasil deve envolver 100% do capital da empresa, incluindo os 51% de participação do U.S. Bank, disseram à Reuters duas fontes familiarizadas com o assunto. A Elo Participações, joint venture de Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3), está negociando a compra integral da Elavon, disse a primeira fonte à agência de notícias. Inicialmente, as conversas envolviam apenas a fatia de 49,9% detida pelo Citigroup na subsidiária local da Elavon.

Ao longo das negociações, o Bradesco não aceitou que, em caso de manutenção do U.S. Bank na sociedade, o processamento dos pagamentos feitos no Brasil continuasse a ocorrer nos Estados Unidos, resultando no pagamento de tarifas em dólares, afirmou a segunda fonte. Nenhuma das duas fontes informou o valor esperado da compra da Elavon no Brasil pela Elo, nem um prazo para um eventual anúncio do negócio.

Segundo as duas fontes, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) teria levantado questões sobre possíveis entraves à concorrência com a venda da Elavon, o que estaria atrasando o fechamento da transação. Procurado, o Cade disse que “não comenta uma operação até que o edital referente ao ato de concentração” seja publicado no Diário Oficial da União. “Não há edital publicado sobre a operação mencionada”, limitou-se a informar o órgão antitruste. É comum, contudo, que partes envolvidas em operações de fusões e aquisições façam consultas informais ao Cade antes de protocolar o negócio no órgão antitruste. BB e Bradesco já são os principais sócios da Cielo, líder em meios eletrônicos de pagamento no país.

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A Elavon, embora tenha apenas entre 1 e 2% desse mercado no Brasil, tem um produto mais simples e barato, e pode agregar serviços complementares à atuação da Cielo, disse a primeira fonte. A consolidação se daria num momento em que o cenário prolongado de fraca atividade econômica pôs fim a um ciclo de expansão acelerada dos meios eletrônicos de pagamento no Brasil, que tem levado o setor a oferecer maiores descontos nas taxas cobradas de lojistas em busca de manutenção do market share.

A Elavon estreou no Brasil em 2012 com meta de alcançar 15% do chamado mercado de adquirência. Mas o plano sucumbiu à escala das rivais maiores Cielo, Rede (do Itaú Unibanco) e GetNet (do Santander Brasil), que juntas possuem mais de 90 por cento do mercado no país. As relações entre os atuais sócios da Elavon no Brasil azedaram após o Banco Central brasileiro dizer que a joint venture precisava de um aumento de capital e o Citigroup ter se recusado a colocar dinheiro, disseram duas fontes à Reuters em novembro.

Procurados sobre a operação que agora envolveria 100%  da Elavon no país, BB, Bradesco, Citigroup, Elavon e U.S. Bank disseram que não comentariam o assunto.

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Ontem, em comunicado ao mercado sobre notícia do Estadão de que deveria anunciar a aquisição da fatia do Citi na Elavon junto com o BB, o Bradesco afirmou que está continuamente analisando oportunidades de operações que estejam alinhadas com sua estratégia de negócios, mas afirmou desconhecer as fontes das notícias veiculadas no jornal. 

Usiminas
Segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo, em meio à forte queda dos títulos da Usiminas (USIM5), o investidor no papel avalia que há sinais de reestruturação da companhia. 

Os títulos de dívida da companhia negociados no exterior caíram para 27% do valor de face na terça-feira (não houve transação com o papel nesta quarta-feira, 10), o que representa uma queda de quase a metade do preço praticado há 15 dias. Embora o volume de papéis da Usiminas disponíveis no mercado e a liquidez sejam pequenos, o nível dos preços desses títulos sinaliza uma reestruturação ou calote da dívida da empresa, destaca o jornal. 

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Um eventual pedido de recuperação judicial pela Usiminas vem, cada vez mais, sendo tratado como possibilidade, já que os controladores da siderúrgica mineira – a ítalo-argentina Ternium e a japonesa Nippon Steel – descartam injetar capital na companhia, destaca o jornal. A companhia, ao mesmo tempo, enfrenta dificuldades para gerar caixa e tem poucos ativos disponíveis para vender. 

Suzano
A Suzano Papel e Celulose (SUZB5) anunciou nesta quarta-feira que continuará com suas exportações aos Estados Unidos, apesar da decisão tomada na véspera pela International Trade Commission (ITC) que ratificou uma taxa antidumping imposta pelos EUA às importações de papel não revestido cortado de Brasil, Austrália, China, Indonésia e Portugal.

Em comunicado ao mercado, a Suzano disse que a decisão da ITC “não altera o cenário atual”, argumentando que a taxação de 22,16 por cento está mantida.

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“A Suzano continuará com as suas exportações para os EUA, recolhendo a taxação”, afirma o comunicado, que acrescenta que a Suzano acredita ser capaz de reverter a decisão da ITC futuramente.

“O processo será objeto de revisão anual e a Suzano acredita que será capaz de comprovar ao longo da próxima revisão a inexistência de dumping do seu papel não revestido cortado destinado aos EUA, situação em que reaverá os valores até então recolhidos”, disse a empresa.

Embraer
De acordo com informações da Bloomberg, a Embraer (EMBR3) não vê muito futuro para novas entregas de jatos de 50 assentos, segundo afirmou o VP de marketing da companhia, Rodrigo Silva, em evento.

(Com Reuters e Agência Estado) 

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.