ADRs brasileiros não trazem boas notícias; Petrobras e Vale caíram 8% em NY durante Carnaval

Os papéis da Petrobras e Vale negociados em Nova York tiveram fortes quedas na segunda e terça - baixa acumulada do Brazil Titans 20 no período foi de 3,5%

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – A Bovespa ficará fechada até às 13h (horário de Brasília) de quarta-feira (10), mas o mercado já pode esperar uma sessão negativa para o benchmark da bolsa brasileira, o Ibovespa. Isso por conta do comportamento dos ADRs (American Depositary Receipts) negociados na Bolsa de Nova York nos dias de folia, em que a Bolsa brasileira ficou fechada.

Em dois dias, entre segunda e terça, o índice Brazil Titans 20, que reúne os principais e mais líquidos ADRs brasileiros, teve queda acumulada de 3,51%, com baixa de 2,26% na segunda e de 1,28% na terça, chegando aos 10.514 pontos. Já os ADRs da Petrobras (PETR3;PETR4) equivalente aos PN tiveram baixa de 9,78% nas sessões de segunda e terça, enquanto os ativos equivalentes aos ON tiveram queda de 8,02%. Os papéis da Vale (VALE3;VALE5), por sua vez, tiveram queda de 8,54% (equivalente aos PNs) e de 7,25% (equivalente ao ON). A CSN (CSNA3) também viu seus ativos fecharem em forte baixa desde o fechamento da última sexta até terça-feira: queda de 7,34%. O banco Itaú (ITUB4) também não teve um bom Carnaval durante o feriado brasileiro: queda de 4,75% no período, enquanto os papéis do Bradesco (BBDC4) tiveram baixa de 3,42%. 

Na segunda-feira, como destaques negativos, esteve mais uma vez os ativos da Petrobras, por conta da queda do petróleo. Os ativos equivalentes aos ordinários, os PBR, fecharam em baixa de 3,5% naquele dia, enquanto os correspondentes aos preferenciais, os PBR.A, tiveram queda ainda maior, de 5,2%. Os papéis da mineradora Vale  também fecharam em baixa: de 2,3% para os ativos correspondentes aos ON e de 2,8% para os papéis PNA. Já a CSN viu seus ADRs caírem 6%. Bancos também tiveram baixa, caso de Itaú Unibanco (-2,6%) e Bradesco (-3,2%). 

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Na segunda-feira, o contrato futuro do petróleo WTI caiu abaixo de US$ 30 o barril (US$ 29,96), em baixa de 3,88%, em meio às preocupações com o excesso de oferta global, enquanto o brent teve recuo de 3,5%, a US$ 32,88 o barril, depois que um encontro entre Arábia Saudita e Venezuela ao longo do final de semana não conseguiu sinalizar para os investidores medidas para sustentar as cotações da commodity.

Nos EUA, os mercados acionários tiveram expressiva queda naquela sessão com os papéis de empresas de tecnologia ampliando uma onda de vendas iniciada na sexta-feira e com os preços do petróleo caindo abaixo de US$ 30 por barril, estimulando investidores a fugir de ativos de maior risco.

O começo da semana foi de queda para os mercados, que prosseguiu para a maior parte das bolsas mundiais na terça-feira, apesar de Wall Street conseguir fechar a sessão perto da estabilidade após uma sessão volátil. O Dow Jones encerrou em baixa de 0,08%, aos 16.014,38 pontos, recuando 2,42% na semana, enquanto o S&P 500 caiu 0,07%, com queda de 3,28% desde segunda-feira. Enquanto isso, o índice Brazil Titans 20 fechou em queda de 1,28%, a 10.514 pontos. 

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E o petróleo voltou a ser o centro das atenções, após a AIE (Agência Internacional de Energia) informarque o excesso de petróleo no mundo continuará pela maior parte de 2016. Isso porque o recuo da produção nos EUA ainda vai demorar e é pouco provável que a Opep (Organização dos Estados Exportadores de Petróleo) chegue a acordo para a redução da produção no mundo. O brent caiu fortemente, 6,30%, a US$ 30,81, mas o WTI conseguiu uma recuperação. Os mercados mundiais agora ficam de olho em pronunciamento da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, que pode dar mais sinais sobre os próximos passos da política monetária do país. 

Em meio a esse cenário, os ADRs da Petrobras tiveram mais um dia de expressiva baixa, com os recibos de Petrobras PN em baixa de 5,50%, a US$ 2,06, e os ADRs de Petrobras ON em queda de 4,17%, a US$ 2,99. Já os ADRs da Vale tiveram queda de 1,98%, a US$ 2,47. Ambev (ABEV3) viu seus ativos caírem 2,48%, enquanto Itaú viu seus papéis terem queda de 0,98%, enquanto o Bradesco teve baixa menor, de 0,21%. Já Fibria (FIBR3) subiu 0,88%.

Na Europa, o dia voltou a ser de queda, seguindo o pessimismo dos investidores com relação ao cenário de crescimento econômico global e pelas preocupações com o setor bancário.

Vale destacar ainda a queda da Bolsa de Tóquio, com o Nikkei em baixa de 5,4% após o fortalecimento do iene em relação ao dólar ter prejudicado as ações de empresas exportadoras, levando ao maior tombo para o índice desde junho de 2013.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.