Das mínimas para alta de 100%: 4 ações mais do que dobraram de valor em 7 dias

Ações que encontravam-se próximas das mínimas de muitos anos tiveram altas expressivas nesses últimos dias; mas, no radar, nenhuma notícia para explicar a disparada

Paula Barra

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SÃO PAULO – A euforia que toma conta do Ibovespa desde a semana passada tem feito surgir alguns distorções na Bolsa: ações que encontravam-se perto das mínimas de muitos anos registraram altas expressivas nos últimos dias, sendo que em uns casos, esses avanços ocorreram sem nenhum motivo aparente. 

As ações da Restoque (LLIS3), dona das marcas Bo.Bô e Le Lis Blanc, entram nessa lista. Os papéis da varejista subiram quase 200% até a máxima de hoje, considerando os últimos 9 pregões, sendo que encontravam-se em meados de janeiro no menor patamar desde 2009. Considerando o fechamento do dia 26, um dia antes do Ibovespa iniciar seu rali, os papéis subiram 160% até a máxima de hoje, nesses sete pregões. 

Uma variação que vem respaldada por um forte volume financeiro movimentado no mercado: hoje bateu os R$ 19,4 milhões – maior giro diário desde maio de 2015. Na Bolsa, as ações atingiram nesta sessão também o maior patamar desde agosto do ano passado, quando alcançaram cotação de R$ 3,50. No radar da empresa, no entanto, nenhuma notícia para explicar tal disparada. 

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Na lista dessas empresas que dobraram de valor nos últimos dias entra também a problemática ação da PDG Realty (PDGR3). Operando na mínima histórica na Bolsa no começo da semana passada, esses papéis subiram até a máxima de hoje 102% nesses últimos 7 pregões. No maior patamar do dia, quando foram cotados a R$ 3,70, esses papéis alcançaram o nível registrado em setembro do ano passado. O movimento da ação também veio acompanhado de um forte volume financeiro. Nesta sessão, o giro encerrou em R$ 3,2 milhões, contra média diária de R$ 798 mil dos últimos 21 pregões. 

As demais ações que compõem a lista são Rossi e Gol, que operavam na mínima histórica na Bolsa, mas diferente dos papéis citados acima sobem em meio a notícias sobre as empresas. A Gol chegou a atingir na máxima de hoje alta de 109% nos últimos 7 pregões, enquanto a Rossi alcançou valorização de 124%. A companhia de aviação vem ganhando força na Bolsa em meio à expectativa de entrada de capital estrangeiro, enquanto a construtora dispara diante da possibilidade de venda de ativos para reforço de caixa. 

Além dessas ações que mais do que dobraram de valor, outras também chamaram atenção, como: a Metalúrgica Gerdau (GOAU4), que operava na mínima histórica no começo da semana passada e alcançou na máxima de hoje alta de mais de 40% nesses últimos 7 pregões, assim como a Via Varejo (VVAR11). 

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Em comum, todas essas ações têm um fator que favorece esses ganhos expressivos: um baixo valor de face, sendo que algumas eram cotadas a centavos. “Essa alta se torna mais significativa devido ao valor de face desses papéis. Qualquer variação de centavos vira um ganho expressivo. O importante é lembrar onde esses papéis estavam há alguns anos. Para quem conseguiu operar o movimento, essa alta é muito boa, mas para quem estava segurando o papel há um bom tempo não quer dizer praticamente nada”, disse um analista que pediu anonimato. 

Embora essas ações com valor de face mais baixo chamem mais atenção pela variação, o movimento veio acompanhado pelo mercado em geral, com o Ibovespa subindo quase 9% desde o fechamento do dia 26 de janeiro. “As ações estavam muito depreciadas no mercado brasileiro. Tivemos um mix de acontecimentos que trouxe capital estrangeiro de volta ao Brasil, principalmente entre ontem e hoje. O cenário mudou e estamos acompanhando o mundo, com as commodities puxando as bolsas internacionais, que acabam impulsionando a Bovespa”, disse Pablo Spyer, o diretor de operações da Mirae Asset, sobre o movimento do mercado nos últimos dias.

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