Vale, Petrobras e siderúrgicas têm altas entre 8% e 14%; só 3 ações caem

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta de 3% nesta quinta-feira (4), graças a movimentos extremamente positivos de papéis de peso do índice, como Petrobras, Vale e bancos. A mineradora chegou a disparar 18% na máxima do dia, enquanto a petroleira teve alta de até 13%.  

O forte movimento visto hoje veio acompanhando de um mix de fatores que estam acontecendo no mundo e mudaram o humor do mercado, principalmente sobre expectativa de que o Federal Reserve diminua ou até trave novas altas de juros nos Estados Unidos. “As ações estavam muito depreciadas e esse fluxo de notícias trouxe um forte capital estrangeiro de volta ao Brasil, principalmente entre ontem e hoje, puxando essa arrancada de alguns papéis”, disse Pablo Spyer, o diretor de operações da Mirae Asset. 

Na contramão dessa euforia, só três ações caíram hoje no Ibovespa. Os papéis da Lojas Renner lideraram as perdas, antes da divulgação do balanço do 4° trimestre, que ocorre após o fechamento do pregão, seguidos pelas ações da Marfrig e Weg. Apesar da queda, nenhum papel mostrou desvalorização superior a 2%. 

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Fora do índice, as ações da problemática construtora PDG dispararam por mais um dia. Em seis pregões, esses papéis dispararam 98%. Hoje, eles encerrram em alta de 34%, a R$ 3,61, no maior patamar desde setembro do ano passado.  A construtora Rossi também chamou atenção, fechando com alta de 16,57% hoje, com o mercado reagindo à possibilidade de a empresa vender ativos para reforçar seu caixa. 

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Commodities
As ações ligadas a commodities chamaram atenção, com Vale (VALE3, R$ 10,34, +14,76%; VALE5, R$ 7,75, +11,35%) e as siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 1,02, +6,25%), CSN (CSNA3, R$ 4,16, +9,76%), Gerdau (GGBR4, R$ 4,11, +10,48%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 1,30, +10,17%) saltando mais de 10%. Acompanharam o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 3,70, +13,85%), holding que detém ações da Vale. Esses papéis acompanharam os ganhos de ativos semelhantes no exterior.

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Petrobras (PETR3, R$ 6,67, +7,93%; PETR4, R$ 4,73, +5,35%) também ganhou força perto das 12h (horário de Brasília), em meio à euforia generalizada do mercado, que se perdurou durante o restante do pregão. O movimento, no entanto, se descolou dos preços do petróleo durante esta tarde, com eles virando para queda. O contrato Brent encerrou em baixa de 1,80%, a US$ 34,41 o barril.   

Sobre as empresas, uma série de notícias no radar. O JPMorgan cortou a recomendação da Petrobras de “neutra” para “underweight” (exposição abaixo da média do mercado), o que seria similar a uma recomendação de venda. O analista Marcos Severine coloca o preço-alvo da ação em R$ 7,00.

Ainda sobre a estatal, saiu no jornal Folha de S. Paulo que a presidente Dilma Rousseff concordou com o projeto que permite à abrir mão de ser a operadora única do pré-sal em certos leilões de áreas de exploração, mas ainda teme que a aprovação do projeto de autoria do senador José Serra (PSDB-SP) dê início a mudanças mais profundas nas regras da produção na área. 

Já sobre as siderúrgicas, uma boa notícia vinha da China. O gigante asiático vai cortar capacidade de produção de aço bruto em um volume estimado entre 100 milhões e 150 milhões de toneladas nos próximos cinco anos, em uma tentativa de atacar o excesso que tem arrastado os preços para baixo, a mínimas de muitos anos, o que afetou empresas com dívidas enormes, informou o governo nesta quinta-feira.

Por aqui, a agência de classificação de risco Standard & Poors cortou o rating global da Samarco Mineração – joint venture entre Vale e BHP – de “BB-” para “B”, e removeu o rating de “observação negativa” passando a assumir “perspectiva negativa”. O rating da Samarco reflete, principalmente, a incerteza quanto à retomada das operações da companhia, o que aumenta a pressão de liquidez à medida que multas e passivos se acumulam, além do risco de quebras de contratos, após o desastre com uma barragem de rejeitos de mineração em Mariana, no ano passado, explica a agência.

A Gerdau informou o mercado que fechou um acordo de cooperação técnica com a japonesa JFE Steel para chapas gorssas, visando atender o mercado das Américas. “Os consultores técnicos da JFE apoiarão à Gerdau a elevar o domínio tecnológico da produção de chapas grossas”, informou a companhia em comunicado. O laminador de chapas grossas entra em operação em julho na usina Ouro Branco (MG), com capacidade instalada anual de 1,1 milhão de toneladas.

Já a CSN foi cortada de B1 para Caa1 pela agência de classificação de risco Moody’s. A perspectiva continua negativa.

Rossi (RSID3, R$ 4,08, +16,57%) 
As ações da Rossi dispararam nesta sessão, operando entre leilões, após a companhia afirmar que está analisando uma venda de ativos para obter caixa. A companhia diz que ainda não decidiu a estratégia a ser usada, mas que estão sendo analisadas as possibilidade para reestruturação. Até a máxima do dia, os papéis da companhia chegaram a acumular alta de 125% em 3 dias. 

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Educacionais
As companhias do setor educacional, Kroton (KROT3, R$ 9,30, +7,14%), Anima (ANIM3, R$ 11,96, +17,14%), Ser (SEER3, R$ 8,70, +8,07%) e Estácio (ESTC3, R$ 12,44, +4,10%) também subiram forte nesta sessão. As companhias disseram que a associação Abraes obteve acordo para que as escolas recebam créditos do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) de 2015 a partir deste ano, até 2018. O Ministério da Educação não vai limitar reajuste de mensalidade do Fies, segundo informações do Estado de S. Paulo. 

Além disso, notícia de O Estado de S. Paulo de hoje disse que que o governo também não vai impor limite de reajuste de mensalidades do Fies, o que teoricamente permitiria às empresas repassar pelo menos inflação de custo, o que teoricamente defenderia a margem desses alunos. 

Segundo o BTG, embora em linha com o que as empresas vinham indicando, as notícias, oficialmente chanceladas pelo governo, trazem muito mais transparência e conforto para a dinâmica de geração de caixa do Fies. Os analistas acrescentaram que isso é outro passo na direção de reconstrução de parte da confiança dos investidores no setor. 

Porto Seguro (PSSA3, R$ 25,25, -5,15%)
Depois de subir 7%, as ações da Porto Seguro caíram nesta sessão, após balanço do 4° trimestre. A companhia registrou lucro líquido de R$ 294 milhões, alta de 6% na comparação anual. A receitas totais cresceram 5%, para R$ 4,47 bilhões.  

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi fraco, com lucro abaixo do estimado, com sinistralidade pior do que o esperado e número ainda fraco em “non-insurance”. Por outro lado, o resultado no ano foi bom, com crescimento de 14% na comparação anual.

Juntamente com o balanço, a companhia anunciou a recompra de até 5 milhões de ações ordinárias em um ano. 

Lojas Renner (LREN3, R$ 17,80, -1,60%)
Destoando da euforia generalizada do mercado, as ações da Lojas Renner tiveram queda nesta sessão, antes da divulgação do resultado do 4° trimestre, que será revelado esta noite. 

Para a Citi Corretora, as vendas nas mesmas lojas devem desacelerar para 4,5% no 4° trimestre, contra 12,6% no 3° trimestre, enquanto as receitas devem apresentar crescimento de 9,7% na comparação anual. 

Os analistas estimam que o negócio financeiro deve continuar mais fraco, como consequência dos custos de financiamento mais elevado, impostos mais altos e recuperação de crédito mais lento. Isso deve fazer comprimir a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) consolidada em 1,00 ponto percentual, para 24,5%.

PDG Realty (PDGR3, R$ 3,62, +34,07%)
As ações da incorporadora PDG Realty novamente chamaram atenção na Bolsa e operaram entre leilões. Os papéis da companhia, que renovaram mínima histórica na Bolsa em novembro e de lá para cá vinham operam próximos aquele patamar, já dispararam quase 100% nos últimos 6 pregões.  

Sabesp (SBSP3, R$ 21,50, +3,46%)
As ações da Sabesp tiveram recomendação elevada para compra pela Citi Corretora, assim como o preço-alvo de R$ 28,70 por ação, por conta da melhora na hidrologia, dos riscos dos riscos reduzidos de racionamento, da recuperação de lucros no curto prazo e por maiores retornos regulados para o ciclo tarifário de 2017 a 2022. 

BRF (BRFS3, R$ 49,93, +1,18%)
A Citi Corretora elevou as estimativas e reiterou a recomendação de compra para BRF. Analistas citaram que as aquisições recentes (Tailândia/Argentina/Reino Unido) e a recente revisão da projeção da corretora para o câmbio (em média, R$ 4,36 para 2016), mais do que compensam o risco País mais alto, permitindo que elevassem a estimativa do lucro para a empresa. 

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