Rossi dispara no leilão e sobe 75% em 2 dias; bancos sobem e só 8 ações do Ibovespa caem

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve um dia de alívio após ter tido ontem seu pior pregão desde agosto de 2011, assim como as ações do Itaú Unibanco, que caíram 9% após balanço e hoje subiram 4,5%. Não só ele sobe hoje, como os demais bancos, com destaque para Bradesco, que chegou a disparar 7% após cancelar oferta de ações. Apenas oito dos 61 papéis que compõem o Ibovespa fecharam em queda. 

Ajudam a puxar o índice ainda as ações da Vale e Petrobras, que também têm dia de repique com a retomada dos preços do minério de ferro, depois de as ações caírem cerca de 9% na véspera. Segundo Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset Wealth Management, o real e o Ibovespa são favorecidos por correção técnica hoje após fortes perdas em 2016. 

Fora do Ibovespa, destaque para as ações da Rossi que seguem disparada da véspera: em dois dias, as ações da construtora subiram 35%. Anteriormente, os papéis figuravam na mínima histórica. Os papéis reagem à notícia de que a companhia pretende vender terrenos no valor de até R$ 500 milhões. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão, segundo cotação das 13h58 (horário de Brasília):

Petrobras (PETR3, R$ 6,18, +2,66%; PETR4, R$ 4,49, +4,42%)
As ações da Petrobras chegaram a sofrer reviravolta nesta tarde, com os preços do petróleo diminuindo os ganhos após estoques de petróleo nos Estados Unidos, mas retomaram o movimento de alta, assim como a commodity. Lá fora, petróleo WTI retomava alta de 8,33%, a US$ 32,37 o barril, enquanto o Brent subia 7,33%, a US$ 35,12 o barril. 

No radar da petroleira, detentores de ações e títulos de dívida da Petrobras podem entrar com ações coletivas em um tribunal federal de Nova York, decidiu o juiz distrital Jed Rakoff, dos Estados Unidos.

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Rakoff certificou duas classes de investidores – a que adquiriu títulos de dívida da Petrobras em duas ofertas públicas, e outra que comprou ativos mobiliários entre janeiro de 2010 e julho de 2015. Os processos podem cobrir queixas de milhares de investidores da companhia em todo o mundo. Os acionistas alegam que Petrobras mentiu sobre esquema de suborno e esquema de propina que perdurou por anos e envolveu bilhões.

A Petrobras disse hoje que decisão de juiz nos Estados Unidos está sujeita a recurso e que a empresa continuará a defender seus direitos na ação judicial. A petroleira informou que o juiz responsável pelas ações ajuizadas por investidores nos EUA decidiu na terça-feira certificar duas classes de investidores no processo.  

Vale (VALE3, R$ 9,01, +4,77%; VALE5, R$ 6,96, +5,94%)
As ações da Vale também tiveram dia de alívio com a alta dos preços do minério de ferro na China. Os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 3,20, +3,23%), holding que detém participação na mineradora, acompanham o movimento.  

Hoje, o contrato futuro de minério de ferro na bolsa de Dalian subiu para seu nível mais alto desde novembro. Os futuros de aço de Xangai também avançaram, com os preços encontrando suporte em torno de 1.800 iuanes (274 dólares) a tonelada. “Se o aço se firmar, eu não ficaria surpreso de ver minério de ferro ir a 50 dólares”, disse um trader de Xangai.

O minério com entrega imediata no porto de Tianjin subiu 2,1%, para US$ 44 por tonelada nesta quarta-feira, maior nível desde 23 de novembro, quando a cotação atingiu US$ 44,20 por tonelada, segundo dados do The Steel Index (TSI).

O preço de referência do mercado à vista chegou a US$ 50 no fim de outubro, caindo em meio a um excesso de oferta global em um momento em que a demanda chinesa de aço encolheu devido a uma desaceleração da economia. Futuros de minério mais firmes sugerem ganhos adicionais para os preços no mercado à vista.

Klabin (KLBN11, R$ 20,10, +2,60%)
As ações da Klabin subiram forte após balanço mostrar lucro líquido de R$ 521 milhões no quarto trimestre, revertendo um prejuízo de R$ 1,34 bilhão no terceiro trimestre e de R$ 127 milhões dos últimos três meses do ano passado. Em 2015, o prejuízo somou R$ 1,25 bilhão. 

A receita líquida da Klabin somou R$ 1,596 bilhão nos últimos três meses, crescimento de 27% em relação ao mesmo período de 2014. A estimativa de analistas consultados pela Bloomberg apontava para receita de R$ 1,52 bilhão. No ano de 2015, a receita totalizou R$ 5,688 bilhões, 16% acima do obtido em 2014. 

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) ajustado foi de R$ 603 milhões no trimestre, acima do esperado pelos analistas consultados pela Bloomberg (R$ 579,8 milhões) e um aumento de 25% excluindo não recorrentes na comparação ao quarto trimestre de 2014, com margem de 37%. Em 2015, o Ebitda ajustado somou R$ 1,97 bilhão, 15% acima de 2014. 

O BTG Pactual apontou que a Klabin reportou um balanço forte e a consistência dos números da companhia é o “nome do jogo”. O Ebitda foi 2% superior ao esperado pelo BTG; o banco ressalta que a companhia continua sendo um bom hedge em meio aos desafios econômicos e políticos que o Brasil vêm enfrentando. 

Por outro lado, em meio à queda do dólar, que fechou em baixa de 1,70%, a R$ 3,9181 na venda, afetou as outras companhias do setor. Fibria (FIBR3, R$ 38,79, -3,10%) e Suzano (SUZB5, R$ 14,07, -0,57%), que possuem receita na divisa americana, tiveram queda. 

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 39,54, +4,05%)
As ações PCAR4 fecharam em alta, mesmo após o BTG Pactual revisar os números para o Pão de Açúcar, Via Varejo (VVAR11, R$ 3,72, +8,77%) e CNova e cortar o preço-alvo para os ativos PCAR4 de R$ 82,00 para R$ 55. Depois de registrar uma queda de 10% apenas este ano e de passar de R$ 100 para a casa dos R$ 30 entre o começo de 2015 e este ano, o BTG ressalta que há upside para as ações do Pão de Açúcar, mas não catalisador para uma recuperação.

Para os analistas, recentes acontecimentos de governança explicam a performance recente do papel. Mudanças na gestão (que começaram em 2012), com pouca experiência em varejo e em Brasil contribuíram para a performance operacional, disseram. Eles reiteraram visão cautelosa para os papéis. 

Eletrobras (ELET3, R$ 5,79, -0,17%; ELET6, R$ 10,09, -1,37%)
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou em reunião nesta quarta-feira a repactuação de uma dívida de US$ 450 milhões da distribuidora de energia Celg-D junto a Itaipu, que deverá ser paga em parcelas, com carência e um câmbio de US$ 2,69 reais.

A decisão abre caminho para a privatização da empresa, controlada pela Eletrobras (ELET3; ELET6), em leilão previsto para ser realizado em março na BM&FBovespa. Apenas o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, mostrou-se contra a renegociação da dívida, por entender que a operação prejudicará os consumidores como um todo. 

BR Properties (BRPR3, R$ 7,78, -2,37%)
A BR Properties recebeu ofertas de recompra de notes de US$ 177,5 milhões. As ofertas recebidas para recompra superaram o valor máximo proposto pela empresa, de US$ 100 milhões, segundo comunicado divulgado pela empresa ao mercado.  

Rossi (RSID3, R$ 2,69, +22,27%)
As ações da Rossi dispararam 75% nos últimos 2 pregões; no leilão de fechamento das ações hoje, os papéis subiram 59,09%. Os papéis reagem à notícia de que pretende vender EntreVerdes por até R$ 500 milhões, segundo o Valor Econômico. Ontem, as ações da companhia dispararam 10%. O banco de terrenos da EntreVerdes tem 12 áreas distribuídas no interior do Estado de São Paulo e na Região Metropolitana de Porto Alegre, com Valor Geral de Vendas (VGV) potencial de cerca de R$ 4 bi. Os terrenos são mais centrais do que os da maior parte das empresas de desenvolvimento urbano e têm perfil para projetos de uso misto.  

Bancos
As ações dos bancos corrigiram ontem a forte queda da véspera, com destaque para o Bradesco, que lidera os ganhos do setor após cancelar aumento de capital. Ontem, os papéis do Itaú Unibanco foram os que mais caíram entre os bancos em dia de “sell-off” na Bolsa e após balanço do 4° trimestre. As ações do Itaú Unibanco caíram 9% na véspera, no seu pior dia desde agosto de 2011. Hoje, todos os papéis sobem: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 24,21, +4,13%), Bradesco (BBDC3, R$ 20,20, +6,32%; BBDC4, R$ 18,71, +4,82%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 13,27, +1,30%) e Santander. 

Veja mais: O que veio de tão ruim no balanço do Itaú que o Bradesco não mostrou?

No radar, o Bradesco disse que seu Conselho de Administração decidiu cancelar o aumento do capital social por subscrição particular de ações, deliberado na Assembleia Geral Extraordinária de 17 de dezembro passado, no valor de R$ 3 bilhões.

A decisão decorreu da volatilidade dos mercados acionários nacional e internacional, com impactos no preço de cotação das ações na Bolsa de Valores. O cancelamento será submetido à ratificação dos acionistas em assembleia geral.

O aumento de capital ocorreria mediante a emissão de 164,769 milhões de novas ações, sendo 82,57 milhões ordinárias, ao preço unitário de R$ 19,20 e 82,198 milhões PNs, ao preço unitário de R$ 17,21. 

Brasil Insurance (BRIN3, R$ 19,60, +3,16%)
A Brasil Insurance anunciou um aumento de capital via subscrição de ações aos acionistas atuais, com preço por ação de R$ 21,39, contra os atuais R$ 19,00 que os papéis são cotados no mercado. O objetivo é levantar entre R$10 milhões e R$ 50 milhões, comparado a um valor de mercado atual de R$ 99 milhões. 

Cemig (CMIG4, R$ 5,46, +4%)
As ações da Cemig tiveram um dia de recuperação depois de queda de 21% ontem após a ação ter sido rebaixada para underperform pelo Itaú BBA. O movimento surpreendeu dado que nos quatro dias anteriores os papéis subiram quase 50% na Bolsa. 

Segundo os analistas do Itaú, a companhia poderá vender parte de suas fatias minoritárias para reduzir endividamento; “isso significa que algo do seu potencial de ganho (25%) poderá desaparecer com uma eventual venda ocorrendo com desconto em relação ao preço justo”.

Gol (GOLL4, R$ 2,16, +10,77%)
Depois de disparar até 140% de sexta-feira até a máxima de ontem, os papéis da Gol tiveram um novo dia volátil na Bolsa. Após chegar a cair 6% após a notícia da coluna da Sonia Racy, de O Estado de S. Paulo, apontar que fontes do governo descartam a ideia de o Executivo se envolver na liberação na liberação de capital estrangeiro nas aéreas nesse momento, as ações da aérea voltaram a fechar em alta. Nos últimos quatro pregões, a alta acumulada é de quase 80%. 

Embraer (EMBR3, R$ 27,41, +0,55%)
A Embraer fechou em leve alta hoje. A companhia assinou contrato para venda de 5 unidades do jato Phenom 100 para treinamento de pilotos no Reino Unido. O contrato, assinado com o Ministério da Defesa britânico, inclui serviços de suporte e opção para mais um jato. 

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