Rali da Bolsa: 20 ações disparam mais de 5% e só 2 caem; Gol salta 30%

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa retomou o patamar dos 40 mil pontos nesta sexta-feira (29), marcando seu terceiro pregão seguido de ganhos, seguindo a onda de euforia dos mercados mundiais, após o Banco do Japão surpreender com estímulos monetários. Explica também parte do otimismo a virada de mês, que leva muitos fundos a um ajuste de suas carteiras, após forte derrocada dos papéis, além da falta de notícias negativas nesta sessão, diz o operador Ari Santos, da H.Commcor. O índice encerrou com 20 ações marcando alta superior a 5% e apenas BM&FBovespa e Usiminas aparendo no campo negativo, com quedas de cerca de 1%. 

A JBS figurou na liderança, com o segundo pregão de ganhos expressivos, retomando o patamar dos R$ 10,00 perdido com a denúncia pelo Ministério Público Federal contra executivos da empresa por crime contra o sistema financeiro na última terça-feira, que levou as ações para derrocada de 11% no dia e mais 15% no pregão seguinte – indo para o menor patamar desde agosto de 2015. 

Na sequência, apareceram as ações da Cemig, com ganhos de 11%, na sua terceira alta seguida. Esse foi o papel que mais subiu no rali de 3 dias do Ibovespa (mais de 30%), praticamente a mesma variação da semana. No fechamento semanal, ela também é a maior alta do índice. Para conferir as ações do Ibovespa que mais subiram nesses 3 últimos pregões, clique aqui.  

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Já no mês as maiores altas ficaram por conta das ações da Raia Drogasil, Sabesp, Multiplan, com ganhos de 16,91%, 12,41% e 9,13%, respectivamente. Do lado oposto, Rumo, Usiminas e Metalúrgica Gerdau afundaram 69,71%, 45,16% e 37,95%, respectivamente.  

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão: 

Petrobras (PETR3, R$ 6,93, +6,29%; PETR4, R$ 4,84, +5,22%)
As ações da Petrobras ganharam força com a alta dos preços do petróleo no mercado internacional, que fechou na sua quarta sessão seguida de alta. O petróleo Brent encerrou a sessão com alta de 2,48%, a US$ 34,73 o barril.

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Além disso, no radar da companhia, segundo o jornal Valor Econômico, a cúpula da estatal rejeita a ideia de capitalização pelo governo por estar confiante de que entregará meta de desinvestir R$ 14,4 bilhões em 2016 e poderá explorar outras alternativas que estão à disposição. 

A companhia também poderá vender ativos, reduzir investimentos, cortar despesas e demitir terceirizados antes de recorrer ao Tesouro para a capitalização. As atividades onde a Petrobras possui 100% do capital serão parcialmente vendidas, enquanto alguns negócios poderão ser integralmente vendidos, como malha de gasodutos, unidades de fertilizantes e a fatia na Braskem.

Além disso, segundo o jornal, a Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras, fechou 2015 com déficit acumulado de R$ 20 bilhões. O resultado fará com que a fundação tenha de equacionar o seu principal plano, o Petros Sistema Petrobras (PPSP). Nas estimativas do mercado, isso equivale dizer que participantes, assistidos e a patrocinadora, Petrobras, terão de contribuir com algo ao redor de R$ 12 bilhões. Além disso, segundo o Valor, o pacote em fase final de elaboração no governo para impulsionar a indústria petrolífera incluirá a possibilidade de prorrogar os contratos de concessão para blocos licitados nas dez primeiras rodadas da ANP.

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Educacionais
As ações das educacionais disparam nesta sessão, em meio ao otimismo do mercado global e pacote de estímulo do governo anunciado ontem no “Conselhão”, que teve um volume maior do que o previsto, anunciando um estímulo de R$ 83 bilhões em crédito. Segundo o operador Ari Santos, da H.Commcor, a medida pode ajudar a elevar os empréstimos estudantis, contribuindo para a arrancada dos papéis do setor. 

As ações da Estácio (ESTC3, R$ 11,71, +10,06%) figuram como a segunda maior alta do Ibovespa neste momento, acompanhadas por Kroton (KROT3, R$ 8,50, +8,56%), Ser Educacional (SEER3, R$ 7,55, +5,74%) e Anima (ANIM3, R$ 9,98, +7,20%). 

JBS (JBSS3, R$ 10,80, +15,51%)
A JBS voltou a disparar, depois de arrancada de 11% na véspera, após a companhia divulgar fato relevante no fim do dia comentando sobre todas as acusações envolvendo a empresa. Em linhas gerais, a empresa diz que nenhuma das investigações envolve a empresa diretamente. Para o BTG Pactual, embora não seja uma mudança no jogo para a ação, que desabou 21% entre terça e quarta-feira, o comunicado deixa boa impressão e pode ajudar o papel a se recuperar mais um pouco no curto prazo.

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Em reportagem à Bloomberg, o chefe de renda fixa da Andbanc Brokerage, Carlos Gribel, disse que, embora a JBS não esteja diretamente implicada na última acusação, investidores estão preocupados que investigação possa crescer e, eventualmente, contaminar a empresa. Notas da JBS perderam US$ 345 milhões em valor de mercado desde segunda-feira, quando o Ministério Público Federal acusou o presidente do conselho, Joesley Batista, de crimes financeiros envolvendo uma série de empréstimos para empresas coligadas.

Cemig (CMIG4, R$ 5,91, +10,67%) 
As ações das Cemig dispararam pelo terceiro pregão seguido, acumulando valorização de 32%, em meio à decisão do governo de reduzir os valores das chamadas bandeiras tarifárias, elevação da recomendação do papel e decisão da Justiça de suspender a liminar que impedia a operação da hidrelétrica de Belo Monte.  

A hidrelétrica de Belo Monte é construída pela Norte Energia, que tem como sócios Eletrobras, Cemig, Light, Vale e Neoenenergia, entre outros. Segundo o analista Pedro Galdi, da consultoria Whatscall, a liminar que suspendia a licença de operação da usina havia sido concedida há cerca de duas semanas pela Justiça Federal de Altamira (PA).

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 Além disso, no início da semana, a Bradesco Corretora elevou a recomendação da Cemig de neutra para outperform (desempenho acima da média). 

Vale (VALE3, R$ 9,72, +4,18%; VALE5, R$ 7,24, +2,12%)
As ações da Vale ganharam força nesta tarde em meio ao otimismo generalizado do mercado, se afastando do campo negativo que se estabeleram durante por boa parte do pregão. Ontem, a companhia propôs não pagar dividendos para seus acionistas este ano. Nesta tarde, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s cortou o rating da Vale para “BBB-“, mantendo perspectiva negativa. A justificativa da agência foi que a queda dos preços de metais e significativos investimentos devem piorar os indicadores de crédito da mineradora em 2016 e 2017. 

A proposta do fim dos dividendos esse ano será submetida ao conselho em reunião em abril. Apesar da reação negativa, o BTG Pactual elogiou a decisão da mineradora, que veio em linha com o esperado, em meio ao baixo espaço para manobra de capex (investimentos em bens de capital), pouca visibilidade em quando vão executar todo o plano de desinvestimentos e por conta dos riscos da Samarco. “Movimento parece bem prudente e acertado”, comentaram os analistas. 

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A diretoria da empresa deve submeter também ao seu conselho proposta para revisar política de payout (dividendos/lucro líquido), também em abril. A justificativa para o corte dos dividendos, segundo a companhia, é que a mineradora precisa fazer frente à volatilidade dos preços das commodities. 

O Itaú BBA comentou que o anúncio é neutro, pois já era esperado pelo mercado. “De um lado proposta de dividendo zero indica que as perspectivas de fluxo de caixa livre da Vale permanecem desafiadores dada a pressão atual sobre os preços das commodities. Por outro lado, anúncio ressalta o compromisso da administração para disciplina na alocação de capital”, afirmam os analistas do banco. 

Ainda ontem, o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) divulgou que encaminhou ofício na quarta-feira à mineradora Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP Billiton, responsável pela catástrofe ambiental provocada pelo rompimento de barragem em Mariana (MG), exigindo que a empresa apresente um novo Plano de Recuperação Ambiental da região afetada pelo desastre. O plano foi considerado “genérico e superficial” pelo Ibama, que avaliou que se trata de um “plano preliminar”, ao contrário do que foi pedido pelo órgão. 

Segundo informações divulgadas pelo Ibama, a equipe técnica responsável pela análise considerou que o levantamento dos impactos e as ações propostas pela Samarco tem “caráter genérico e superficial, sem considerar o imenso volume de informações produzidas e disponíveis até o momento, além de apresentar pouca fundamentação metodológica e científica”. 

O plano apresentado pela Samarco, de acordo com a análise do Ibama, “não especifica, por exemplo, quais espécies da flora foram afetadas, quantas destas se encontram em risco de extinção ou quantas tem distribuição restrita nos locais atingidos pela lama”. Também não consta no documento a altura da lama depositada nas margens, subestima o impacto da tragédia na fauna aquática e faz uma abordagem superficial dos impactos na fauna terrestre. De acordo com a avaliação, a empresa “minimiza todos os impactos ambientais da ruptura da barragem”.

Gerdau (GGBR4, R$ 3,60, +5,57%)
As ações da Gerdau acompanharam a euforia do mercado e subiram hoje, assim como seu par na Bolsa CSN (CSNA3, R$ 3,55, +2,90%). Destoou no setor os papéis da Usiminas (USIM5, R$ 0,85, -1,16%), que encerraram em queda. 

No radar da Gerdau, uma entrevista no InfoMoney com Wagner Caetano, diretor da Top Trader e trader profissional com 14 anos de experiência no mercado, que diz ver a possibilidade da ação GGBR4 subir até os R$ 10,00 nos próximos 18 meses, o que daria uma alta de 200%, e, para isso, decidiu vender um de seus apartamentos para dar início às compras dos papéis nos últimos dias.

Segundo ele, a ideia é comprar até 100 mil ações da siderúrgica, a um preço máximo de R$ 4,00 por ação, no intervalo de 3 meses. Até agora, já foram comprados 68 mil papéis. Ele indica que o trade ganha mais força se a ação da Gerdau ultrapassar uma importante região nos R$ 3,69. A operação só muda de figura se a ação for abaixo dos R$ 3,23, a mínima do ano, batida em 26 de janeiro, diz.  

Veja a matéria completa a seguir: Trader vende apartamento para comprar ações da Gerdau, prevendo alta de 200%

Gol (GOLL4, R$ 1,53, +27,50%)
Aproveitaram para subir hoje também papéis que pareciam esquecidos pelos comprados na Bolsa, como as ações a Gol, que vinham renovando a cada pregão sua mínima história. Hoje os papéis encerraram com alta de quase 30%, em dia de forte volume financeiro de R$ 6,07 milhões, contra média diária de R$ 3,08 milhões nos últimos 21 pregões. Apesar da expressiva alta, no mês os papéis ainda acumularam queda de 40%. 

BTG Pactual (BBTG11, R$ 16,80, +0,96%)
O BTG Pactual anunciou o desligamento de 18% de seus funcionários do Brasil. Segundo comunicado enviado ao mercado ontem, o banco demitiu 305 dos 1.653 funcionários. Segundo a nota do BTG, o objetivo é reduzir em 25% os custos totais. O banco, porém, esclarece que nenhuma linha de negócios foi ou será desativada. “[Atenderemos] os clientes com a mesma dedicação, excelência e qualidade de serviços”, diz o banco. Nesta semana o rumor de demissões já ganhava forças no mercado. Segundo informações da Reuters, citando uma fonte de dentro do banco, era esperado um corte de até 25% do quadro geral de funcionários no Brasil.

Restoque (LLIS3, R$ 2,36, +4,42%)
Uma das maiores altas da Bolsa em 2016, subindo 22%, a Restoque teve a sua recomendação cortada para neutra pelo Bradesco BBI, com o preço-alvo sendo cortado de R$ 10,50 para R$ 3,00. Segundo os analistas da corretora, as perspectivas de curto prazo para a companhia não são promissoras, avaliando que a companhia deve registrar resultados ruins no quarto trimestre e há preocupação com a alavancagem em meio às perspectivas de piora nas vendas.

BRF (BRFS3, R$ 48,23, +4,51%)
A BRF (BRFS3) foi elevada de manutenção para compra pelo Deutsche Bank, que cortou o seu preço-alvo de US$ 23,00 para US$ 18,00 por ação. 

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