Destaques da Bolsa: Petrobras, bancos, Vale, CCR, Sabesp e mais 5 ações

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Tensão nos minutos finais do pregão desta segunda-feira (18) levou o Ibovespa a fechar na mínima do dia, com queda de 1,64%. Juntamente com ele, 17 ações do índice encerraram no pior patamar desta sessão, com destaque para os “pesos pesados” Petrobras e Vale. O dia marcou a oitava queda do Ibovespa em nove pregões, em sessão de feriado nos Estados Unidos e vencimento de opções sobre ações, que contribuíram para deixar o mercado volátil nesta sessão. 

As ações da Petrobras fecharam na mínima do dia, com queda de 7%, indo para baixo de R$ 5,00 pela primeira vez desde outubro de 2003. A Vale também contribuiu para o sentimento negativo do dia. Depois de buscar recuperação pela manhã, puxada pelo preço do minério, as ações da Vale perderam força e caíram mais de 3%, com o mercado preocupado com a nova rodada de números da China prevista para essa madrugada, que inclui o PIB do 4° trimestre. 

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Do outro lado, as ações da Sabesp figuraram como a maior alta do Ibovespa, após o Credit Suisse elevar a recomendação da ação para “outperform” (equivalente a compra), prevendo recuperação acelerada da empresa este ano. Entrevista do presidente da empresa ao Valor também trazia otimismo aos investidores diante de expectativa de aumento da tarifa para população mais rica, inclusive indústria. 

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 6,30, -6,11%; PETR4, R$ 4,80, -7,16%)
A Petrobras intensificou as perdas na Bolsa nesta tarde, com a virada para baixo dos preços do petróleo, levando a cotação das ações preferenciais para baixo de R$ 5,00 pela primeira vez desde novembro de 2003. Lá fora, o petróleo brent recuava 1,07%, a US$ 28,63 o barril, após a retirada de sanções do Irã, o que deve ampliar a produção da commodity.

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No noticiário da estatal, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse nesta segunda-feira que a Petrobras não precisa de injeção de recursos. Plano de desinvestimento de cerca de US$ 15 bilhões e a liquidez da empresa mostram que os recursos “são suficientes para atender todos os compromissos financeiros até meados do ano que vem sem requerer nenhuma captação nova no mercado ou assistência por parte dos acionistas”, disse.

Além disso, segundo informações da coluna de Lauro Jardim, do O Globo, o Conselho de Administração da Petrobras decidiu fechar de vez no dia 31 de março a refinaria de Nansei, erguida na ilha de Okinawa, no Japão. A coluna destaca que a compra da refinaria foi aprovada em 2007 e teve a influência do ex-diretor internacional da Petrobras e hoje delator da Lava Jato, Nestor Cerveró.

“O negócio guarda alguma semelhança com o escândalo de Pasadena. Como em Pasadena, o conselho de administração, presidido à época por Dilma Rousseff, recebeu um resumo com informações marotas sobre o negócio”, informa o colunista.

Destaque ainda para a notícia da veja de que a Brookfield e um grupo inglês estão entre potenciais favoritos para a compra da fatia da Petrobras na Braskem (BRKM5). Na semana passada, ao ser questionada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre eventual interesse na venda de fatia na petroquímica, a estatal disse que sua carteira de desinvestimentos “é dinâmica, pois o desenvolvimento das transações dependerá das condições negociais e de mercado”.

Ainda no noticiário, em meio à queda do preço do petróleo (que bateu os US$ 27 nesta segunda), o governo federal instituiu, por meio de decreto, o Programa de Estímulo à Competitividade da Cadeia Produtiva, ao Desenvolvimento e ao Aprimoramento de Fornecedores do Setor de Petróleo e Gás Natural (Pedefor), que, entre os vários objetivos, pretende elevar a competitividade da cadeia produtiva de fornecedores no País, estimular a engenharia nacional e ampliar o nível de conteúdo local dos fornecedores já instalados na cadeia.

Além disso, segundo a Agência Estado, anunciada na última sexta-feira pelo diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, a possível venda da subsidiária de logística, Transpetro, não foi discutida ou aprovada pelo Conselho de Administração da estatal. O tema também não passou pelo colegiado da própria subsidiária. Representantes dos trabalhadores em ambos os colegiados divulgaram nota no domingo (17), solicitando “imediatos esclarecimentos” sobre a negociação, classificada como uma “insubordinação em relação às instâncias decisórias da companhia”.

Qualicorp (QUAL3, R$ 13,00, -6,41%)
As ações da Qualicorp fecharam como a segunda maior queda do Ibovespa, batendo o menor patamar desde março de 2012. Na esteira do derrocada do papel, um relatório do BTG Pactual divulgado nesta manhã projetava dados fracos para a empresa no quarto trimestre, penalizado por um ambiente de deterioração econômica e perdas de membros do portfólio da Unimed Paulistana.

Sabesp (SBSP3, R$ 18,93, +6,95%)
As ações da Sabesp dispararam após uma matéria do Valor citar que a companhia estuda aumentar a tarifa dos consumidores de renda mais alta, incluindo a indústria, segundo afirmou o presidente da companhia, Jerson Kelman ao jornal.  O estudo deve ser enviado à Arsesp ainda este ano. 

Aliado a isso, o Credit Suisse elevou hoje a recomendação das ações da companhia de neutra para outperform (desempenho acima da média), acreditando em uma melhora “substancial dos resultados este ano em função da recente melhora do nível dos reservatórios”, que vai permitir a empresa reforçar mais sua estratégia tanto em relação a volumes quanto aos preços (o que coincide com a entrevista de Kelman ao Valor), acelerando a recuperação da companhia. Os analistas do banco elevaram em 50% o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da companhia e dobraram o LPA (Lucro Por Ação) para 2016, levando o preço-alvo para R$ 24,00 por ação, o que representa um potencial de alta de cerca de 35% no papel.

Bancos
Seguindo o mau humor do mercado nesta tarde, as ações dos bancos perderam força e viraram para queda. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 23,64, -1,17%), Bradesco (BBDC4, R$ 17,10, -0,87%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 12,96, -0,61%) encerraram na mínima do dia. 

Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 8,89, -5,12%; VALE5, R$ 6,95, -4,66%) voltaram a cair forte, fechando na mínima do dia, após vencimento de opções sobre ações na Bovespa, ofuscando alta de 3,8% do minério de ferro nesta sessão, que foi a US$ 42,66 a tonelada, segundo cotação do porto de Qingdao, na China. 

Descoladas do movimento, apareciam as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 3,37, -0,88%), holding que detém participação na Vale, assim como as siderúrgicas Usiminas (USIM5, R$ 1,02, +6,25%), CSN (CSNA3, R$ 3,20, +0,95%) e Gerdau (GGBR4, R$ 3,52, +2,03%), que seguiam em alta, impulsionadas, além da alta do minério, por dados positivos na China. Investidores reagem bem ao preço de moradias, que subiu 0,2% em dezembro, na comparação mensal, no oitavo mês consecutivo de alta. 

Nesta tarde, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, disse que o governo não mexerá na alíquota de importação do aço. Grupo de trabalho interministerial “recomendou que neste momento não é adequado elevar a tarifa de aço”.

CCR (CCRO3, R$ 11,10, -1,77%)
A Sem Parar, que tem como acionistas a concessionária CCR (com participação de 34,24%), está à venda e pode passar para as mãos de uma companhia americana. A transação tem potencial para movimentar até R$ 4 bilhões se o grupo estrangeiro FleetCor ficar com 100% do negócio. Segundo apurou a Agencia Estado, as conversas entre as duas empresas já duram alguns meses e agora estão focadas em definir se todos os sócios da Sem Parar venderão suas participações ou não. 

Além disso, sobre o setor destaque para notícia do Valor  de que  algumas
concessionárias podem superar 30% em 2016 em meio a novas regras do setor. A notícia pode trazer mexer com 
os papéis da Ecorodovias (ECOR3, R$ 4,00, -1,72%) e Triunfo (TPIS3, R$ 4,50, 0,0%). 

BRF (BRFS3, R$ 46,73, -2,75%)
Segundo o jornal Valor Econômico, diante da falta de avanços nas negociações salariais, os trabalhadores da fábrica da BRF em Lucas do Rio Verde (MT) decidirão, na próxima quinta-feira, se entrarão em greve ou aceitarão um reajuste abaixo da inflação, informa a Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins (CNTA Afins). O impasse entre os 4,5 mil trabalhadores da unidade e a BRF acontece desde meados de dezembro passado. 

Ainda no noticiário da companhia, ela informou ter firmado nesta segunda-feira os documentos referentes à repactuação de seu acordo de joint venture com a Mondelez Lacta Alimentos e a Mondelez Brasil, segundo comunicado ao mercado. A medida havia sido aprovada em reunião do Conselho de Administração da companhia em outubro do ano passado. O acordo, que será submetido às autoridades regulatórias, prevê que a Mondelez passará a ser a única responsável pelas atividades envolvendo a fabricação de cream cheese com a marca Philadelphia, e a BRF continuará exercendo as atividades de distribuição e venda de cream cheese da marca.

Gol (GOLL4, R$ 1,30, +2,36%)
As ações da Gol viraram para alta nesta sessão e tiveram seu primeiro dia de ganhos em 2016, após caírem por 10 pregões seguidos, acumulando perdas de 50%, em meio às preocupações do mercado sobre o impacto da deterioração econômica sobre a empresa.

O quadro de debandada de investidores não afeta somente as ações da companhia. Segundo dados compilados pela Bloomberg, os títulos da emissão da companhia de US$ 325 milhões com vencimento em 2022 despencaram 62% no ano passado, para 35 centavos de dólar.  

Mesmo com caixa suficiente para cobrir suas obrigações financeiras este ano, a empresa enfrenta a queda na demanda por viagens aéreas com a piora da recessão no País, ressalta a agência. A queda de 33% do real em relação ao dólar em 2015 também torna mais caro para a Gol administrar o serviço da dívida, da qual 87% está denominada em moeda estrangeira. “Os investidores estão pulando fora com os números ruins e o medo de um possível default mais à frente”, disse Carlos Gribel, diretor de renda fixa do Andbanc em Miami para a Bloomberg. 

Rumo (RUMO3, R$ 3,00, 0,0%)
Depois de cair por 10 pregões seguidos, as ações da Rumo tentaram buscar sua segunda alta na Bolsa, mas perderam força e fecharam estáveis. Na sexta-feira, a empresa disse que deve cancelar um aumento de capital de R$ 650 milhões devido às condições macroeconômicas. Da mínima registrada na sexta-feira (R$ 2,00) até agora, os papéis já disparam 60%. 

Embraer (EMBR3, R$ 26,92, -0,30%)
As ações da Embraer foram para sua quarta sessão seguida de perdas, em dia de leve recuo do dólar frente ao real. A empresa informou hoje que aumentou os preços de jatos comerciais E2 em 2,1% este ano e em 1,3% para os jatos E1, na comparação anual, em lista de referência enviada por email em resposta a pedido da Bloomberg. 

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