Além do “circuit breaker” chinês: relembre outros momentos de pânico no mundo

Encerramento dos na China em apenas 30 minutos na última quinta-feira não foi um fato inédito para os investidores internacionais, mas interrupções anteriores só foram tomadas em momentos de pânico profundo

Estadão Conteúdo

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O encerramento precoce dos negócios no mercado acionário da China nesta quinta-feira, 7, que repercutiu negativamente nas bolsas do mundo todo, não foi um fato inédito para os investidores internacionais. No entanto, a medida só foi tomada anteriormente ao redor do globo em momentos de pânico profundo.

A sessão de quinta-feira nas bolsas chinesas foi encerrada automaticamente após apenas meia hora de negócios por meio do mecanismo de “circuit breaker”, que impediu a negociação depois de um recuo de mais de 7% no índice CSI 300, que reúne as principais empresas listadas em Xangai e Shenzhen. À tarde o órgão regulador do mercado na China anunciou a suspensão do sistema de circuit breaker a partir desta sexta-feira, mas o estrago para outras bolsas internacionais já estava feito.

Em outros mercados acionários do mundo, a decisão de interromper um pregão com tão pouco tempo de negócios ou suspender as operações por completo pode ser adotada por decisão de reguladores ou da própria bolsa para evitar grandes perdas, o que já foi feito em alguns momentos próximos do caos.

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O ataque terrorista às Torres Gêmeas no dia 11 de setembro de 2001, por exemplo, levou a Bovespa, em São Paulo, a determinar o fim das atividades às 11h15, quando registrava queda de 9,18%. Essa foi a única vez na história em que a bolsa brasileira interrompeu o pregão pelo resto do dia. Já as bolsas norte-americanas, que ainda não haviam aberto quando o ataque aconteceu, permaneceram fechadas por quatro dias.

Em outubro de 1997, durante a crise financeira asiática, a bolsa de Nova York decidiu encerrar as atividades 25 minutos mais cedo após dois circuit breaks serem acionados. O índice Dow Jones fechou o dia em queda de 7,18%, enquanto o S&P 500 caiu 6,86%.

O estouro da crise financeira nos Estados Unidos e o tombo nos preços do petróleo repercutiram fortemente na Rússia em setembro de 2008, levando o índice RTS a recuar 11,3%. Como resultado, as autoridades locais fecharam a bolsa de Moscou por três dias. Em outubro, no auge da crise, o país voltou a fechar suas bolsas, assim como aconteceu na Romênia, na Ucrânia e na Indonésia, entre outros locais.

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A ideia de um mecanismo que paralise os negócios em caso de grande volatilidade surgiu em 1987, quando um pânico generalizado levou o índice Dow Jones a recuar 22,61% no dia 19 de outubro em Nova York, episódio que ficou conhecido como “segunda-feira negra” ao destruir cerca de US$ 500 bilhões em valor de mercado.

Atualmente, a NYSE utiliza três níveis de circuit breakers. O primeiro entra em ação em caso de queda de 7% no índice S&P 500 ante o fechamento anterior, interrompendo os negócios por 15 minutos. O segundo é acionado quando o índice cai 13% e dura outros 15 minutos. O terceiro é disparado quando o recuo chega a 20%. Neste caso, a bolsa volta a operar apenas no dia seguinte.

No Brasil, o mecanismo foi utilizado pela primeira vez em 1997. Ele é acionado quando o Ibovespa registra recuo de 10% em relação ao fechamento anterior e paralisa os negócios por 30 minutos. Caso o indicador apresente desvalorização de 15% após a volta das negociações, ocorre uma nova interrupção, desta vez de uma hora. Após esta segunda interrupção, não há mais limite de queda. No total, houve 13 circuit breaks de 30 minutos e outros três de uma hora na bolsa brasileira, a maioria durante as crises de 1998 e 2008.

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