Bilionário George Soros faz alerta para mercados: crise atual remete a de 2008

"A China tem um problema de ajuste" e "diria que isso significa a uma crise", afirmou o bilionário em fórum no Sri Lanka

Lara Rizério

Publicidade

SÃO PAULO – Os mercados globais estão enfrentando uma crise, e os investidores precisam ser muito cautelosos, afirmou o bilionário George Soros em um fórum econômico no Sri Lanka, de acordo com informações da Bloomberg. 

“A China tem um problema de ajuste” e “diria que isso significa a uma crise”, afirmou, fazendo um alerta, ao dizer que o ambiente atual tem semelhanças com a crise de 2008. “quando olho para os mercados financeiros vejo um desafio sério, que me recorda a crise que vivemos em 2008”.

Por outro lado, vale destacar: Soros alertou para uma catástrofe como a de 2008 antes. Em um painel em Washington em setembro de 2011, ele disse que a crise da dívida europeia originada com a Grécia foi “mais grave do que a crise de 2008.”

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O mercado acionário da China despencou nesta quinta-feira e teve o pregão mais curto de sua história de 25 anos, sendo interrompido trinta minutos depois da sua abertura. O Xangai Composto, encerrou a sessão despencando 7,32%, a 3.115,89 pontos. O pessimismo aumentou após o Banco do Povo da China (PBoC, o BC chinês) ter estabelecido a taxa de paridade para as transações cambiais desta quinta em 6,5646 yuans por dólar, o menor nível desde 2001 e 0,5% abaixo dos 6,5314 yuans por dólar de ontem. O ajuste na taxa de referência foi o mais forte desde 13 de agosto e causa preocupações sobre o vigor econômico do país. 

Com os temores na China, os principais índices mundiais seguem as baixas. O Nikkei fechou em baixa de 2,33%, o Hang Seng caiu 3,09%. As bolsas europeias acompanham o dia de queda, com o alemão DAX em baixa de 3,83%, o francês CAC 40 em baixa de 3,36% e o FTSE caindo quase 3%. Entre os dados do continente, destaque para a Alemanha: as vendas no varejo no país tiveram um modesto avanço de 0,2% em novembro ante outubro, considerando-se ajustes sazonais, segundo a Destatis, vindo abaixo da alta de 0,5% esperada pelos analistas. Já as encomendas à indústria alemã subiram 1,5% em novembro ante outubro, o que superou a expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam acréscimo de apenas 0,3%.

O MSCI emergentes cai 2,5% com angústia gerada pela desvalorização do yuan, enquanto o rand lidera perdas entre principais moedas; peso mexicano, dólar australiano e lira também cedem; iene lidera ganhos. O ouro tem 4ª alta seguida com investidores se protegendo do
risco-China; metais e outras commodities que dependem da demanda do gigante asiático caem. O petróleo, que já foi afetado em 2015 pelo abandono do limite de produção pela Opep e pelo aumento da oferta nos EUA, cai para patamar de US$ 32, com WTI no menor nível em 12 anos diante da turbulência chinesa.

Continua depois da publicidade

(Com Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.