Redução da gasolina, demissão “em massa” da CSN e mais 3 notícias no radar

Confira os principais destaques corporativos desta quarta-feira (23)

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O último dia da semana para a Bolsa brasileira começa agitado, com principal destaque para a Petrobras (PETR3; PETR4), que pode reduzir o preço dos combustíveis para o início de 2016. Diante da forte queda dos preços do petróleo, que nesta semana perdeu os US$ 40 por barril em seu menor nível em 11 anos, a estatal pode realizar uma redução no preço da gasolina e do óleo diesel no início do próximo ano, afirmou o jornal O Globo citando uma fonte próxima da estatal.

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De acordo com a publicação, será feita uma avaliação do comportamento das cotações internacionais do petróleo e das demais variáveis que compõem a fórmula dos preços de combustíveis no mercado interno, como o câmbio, até o fim deste mês.

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Uma fonte do jornal afirmou que a Petrobras adota, agora, uma regra que determina a avaliação a cada três meses da evolução dos preços com a fórmula interna. A Petrobras diz que a política de preços da companhia “permanece com o objetivo de alinhamento entre os preços domésticos e internacionais”.

Os analistas da LCA Consultores explicam que desde setembro, quando ocorreram os últimos reajustes, as defasagens da companhia estão um pouco abaixo de 20% para a gasolina e em torno de 25% para o diesel. “O grande obstáculo para a redução é a necessidade de geração de caixa por parte da empresa para reduzir o seu elevado endividamento”, disseram em relatório.

Ainda no radar da companhia o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) abriu investigação para apurar suposta formação de cartel em licitações de serviços de engenharia, construção e montagem industrial da Petrobras, alvos da operação Lava Jato. O Cade estima que a soma dos valores dos contratos relativos às licitações onshore realizadas pela Petrobras nas quais há evidências da ação do cartel seja de no mínimo 35 bilhões de reais.

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Entre as empresas mencionadas como alvos de investigação estão Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Engevix, Galvão Engenharia, UTC Engenharia, GDK, Iesa Óleo e Gás, Jaraguá Equipamentos Industriais, Mendes Júnior, MPE, Promon, Schahin, Skanska Brasil, SOG Óleo e Gás, Techint, Tomé Engenharia, Alumini Engenharia (ex-Alusa) e Carioca Christiani Nielsen Engenharia.

CSN (CSNA3)
A direção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), do empresário Benjamin Steinbruch, indicou ao Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense que vai demitir 3 mil funcionários e reduzirá em 35% o valor dos contratos com fornecedores, o que deve repercutir em demissões de terceirizados. Segundo o sindicato, a empresa alega passar por uma crise econômica que exige a redução de custos. Os cortes viriam de uma paralisação no alto-forno 2 da usina de Volta Redonda, que já vinha sendo ventilada.

O argumento da companhia é que o estoque está baixo e as vendas de aço no mercado interno caíram drasticamente. Além disso, a CSN informou aos sindicalistas que o mercado externo não compensa as perdas no mercado doméstico. Procurada, a CSN não comenta a informação.

“Diante disso, o sindicato não aceita, de maneira alguma, essas demissões arbitrárias. Esse é o nosso posicionamento. Tomaremos todas as medidas legais e políticas para que tal fato não aconteça. Mobilizaremos toda a cidade, conclamando as autoridades políticas e entidades civis”, informou o sindicato em comunicado oficial.

O Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, apurou que o conselho de administração da CSN está reunido nesta tarde para discutir a medida. A companhia pode decidir entre desligar o forno ou fazer uma parada temporária para manutenção e depois reavaliar as condições de mercado, segundo fontes. A capacidade instalada de produção da CSN é de 5,6 milhões de toneladas por ano e o alto-forno 2 responde por 30% do total da unidade.

A CSN tem três altos-fornos, mas o mais antigo deles já havia sido desativado durante o processo de privatização da companhia nos anos 1990. Em Volta Redonda, funcionam atualmente o alto-forno 2 e o 3, que representam os 70% restantes da produção da fábrica. De acordo com uma fonte, os dois equipamentos não operam atualmente com 100% de sua capacidade, por isso não é possível afirmar que a parada do segundo forno redundará necessariamente no corte de 30% dos 10 mil funcionários diretos da usina. A companhia emprega outros dez mil funcionários terceirizados em Volta Redonda, contratados por empreiteiras.

Minerva (BBEF3)
O Conselho de Administração da Minerva Foods, uma das principais exportadoras de bovinos do Brasil, aprovou na noite de terça-feira proposta de aumento de capital de até R$ 1,55 bilhão, parte de acordo de investimento com a britânica Salic UK, controlada do grupo saudita de mesmo nome. A companhia irá realizar uma teleconferência para comentar a notícia às 10h (horário de Brasília)

No acordo de investimento, a Salic UK compromete-se a subscrever e integralizar uma quantidade de novas ações ordinárias a serem emitidas pela Minerva correspondente a uma participação de 19,95% do capital social da companhia após a homologação do aumento de capital.

Segundo a empresa, o acordo insere-se no âmbito do plano de investimentos da Minerva, dentro da estratégia de diversificação geográfica da companhia e de redução de sua alavancagem, reforço do capital de giro e financiamento de despesas de capital.

O aumento de capital proposto, que terá de ser submetido a assembleia de acionistas, prevê subscrição particular de até 99,73 milhões de novas ações ordinárias pelo preço de emissão de R$ 15,60 por ação. Mais cedo na terça-feira, a Minerva já havia anunciado que estava finalizando os documentos para receber o investimento com a companhia britânica.

O anúncio ocorreu depois da viagem da ministra da Agricultura, Katia Abreu, a países do Oriente Médio em novembro, como parte de missão comercial do Brasil. Durante a visita à Arábia Saudita, a ministra se reuniu com o presidente-executivo da Salic, Abdullah Aldubaikhi.

A Salic iniciou operações em 2012, focada em investimentos em agricultura, criação de animais e cadeias de suprimento vinculadas. A empresa tem como prioridade de investimentos áreas como milho, soja, açúcar, óleos comestíveis e carne vermelha em países como Argentina, Uruguai, Indonésia e Canadá, além do Brasil.

Oi (OIBR4)
O TCU (Tribunal de Contas da União) cobra da Anatel e da Oi explicações sobre uma redução de R$ 10,5 bilhões no valor dos bens e equipamentos usados na telefonia fixa (voz), serviço público prestado em regime de concessão, segundo a Folha de S. Paulo. A Oi é a maior concessionária do país em cobertura e foi a única a registrar queda no valor desses bens entre 2010 e 2013 – período que compreende o processo de consolidação da Telemar e da Brasil Telecom em uma única companhia, a Oi.

Os contratos de concessão vencem neste ano, e a União negocia com as teles a troca dos valores desses bens, que são públicos, por uma nova rodada de investimentos caso as operadoras aceitem renovar a concessão por mais 20 anos. O tribunal acredita que não será possível fazer esse acordo sem uma lista precisa dos bens e seus valores corretos. O governo e as teles acreditavam que seria possível.

Ratings
A Cemig (CMIG4) foi rebaixada pela agência Standard & Poor’s de BB+ para BB, enquanto a Fitch rebaixou o Banrisul (BRSR6) e o Banco de Brasília (BSLI4) ambos de BB para BB-

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.