Gerdau dispara 9%, enquanto sua holding bate mínima de 2003; CSN lidera altas da semana

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa encerra a semana com quatro altas seguidas, acumulando nestes pregões ganhos de 3,48%, aos 48.138 pontos. Apesar de menos sessões por conta do feriado de amanhã, algumas ações conseguiram registrar oscilações superiores a 10%, chegando a quase 20% nestes quatro pregões. Enquanto isso, o dólar comercial reucou para R$ 3,7290, menor valor desde o início de setembro.

O grande destaque da semana foi o setor siderúrgico, que ficou com representantes tanto na ponta positiva quanto na negativa. Como maior alta destes quatro pregões aparecem a CSN, com ganhos de 19,59%, a R$ 5,86, enquanto a Gerdau teve valorização de 11,66%, para R$ 5,84. Já com o pior desempenho ficou a Metalúrgica Gerdau, que recuou 15,98%, cotada a R$ 2,05.

Entre os papéis com maiores ganhos, e ajudando no desempenho positivo do índice nos últimos dias, aparecem ainda os bancos, todos com alta de mais de 6%, e a Petrobras, que fecha a semana com alta de cerca de 7% para suas duas classes de ações. Para conferir a cotação de todas as ações da Bolsa confira a ferramenta de Altas e Baixas do InfoMoney clicando aqui.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa desta quinta-feira:

Petrobras e Vale
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 9,51, -0,11%; PETR4, R$ 7,84, +0,26%) perderam força e viraram para queda, enquanto os papéis da Vale (VALE3, R$ 14,64, +0,34%; VALE5, R$ 12,14, +1,51%) conseguiram sustentar os ganhos. Os papéis subiram mais cedo mesmo com a queda dos preços das commodities. Hoje, o minério de ferro caiu 1,5% na China, enquanto o petróleo WTI recuava 1,06% nos Estados Unidos, a US$ 40,32 o barril. 

Ainda sobre a mineradora, coluna do Lauro Jardim, do jornal O Globo, informa que uma nova ação civil pública pede mais R$ 100 milhões da Vale pela tragédia ambiental em Mariana, Minas Gerais. A nova ação demonstra que o acordo firmado ontem entre a Samarco, joint venture entre Vale e BHP Billiton, e o Ministério Público de Minas Gerais de R$ 1 bilhão para reparo do dano causado pelo rompimento das duas barragens não representa nem de longe o fim do estrago financeiro que a tragédia fará aos cofres da mineradora.

Continua depois da publicidade

Siderúrgicas
Depois de subirem até 20% na véspera, as ações da siderúrgicas até tentaram seguir o rali hoje, mas amenizaram os ganhos, com Usiminas (USIM5, R$ 2,64, -6,38%) – que mais subiu no setor ontem – virando para queda. Interessante notar que Gerdau (GGBR4, R$ 5,84, +9,16%), que chegou a subir 10% ontem mas fechou com singela alta de pouco mais de 1% na véspera, registrou a maior valorização hoje, compensando em parte a diferença. A CSN (CSNA3, R$ 5,86, +1,74%) teve alta de mais de 1% neste momento.

Em meio à expectativa de que o governo aumente o imposto de importação de aço para proteger as siderúrgicas brasileiras, investidores correram ontem para fechar suas posições vendidas, o que contribuiu para altas tão gritantes. Natural que Usiminas tenha subido mais, já que possuía a maior exposição aos vendidos, enquanto Gerdau mostrasse desempenho mais ameno, a menos exposta aos vendidos entre as três. Na terça-feira, o aluguel com Usiminas superava os 18% das ações em circulação da empresa. 

Sobre a expectativa do aumento do imposto aos importados em si, o BTG Pactual comentou hoje que olhando para a penetração dos importados no Brasil esse ano, que apresenta queda quando comparado a 2014, essa medida traria um impacto limitado. Por outro lado, o aumento da tarifa daria um pouco mais de poder de barganha às empresas brasileiras, o que os analistas acreditavam ser praticamente nulo anteriormente.

Para o banco, se a notícia vier a ser confirmada, deve trazer algum alívio, além de fazer sentido, já que vai em linha com o que outros países também estão fazendo, como México e China. A dúvida fica quanto ao momento do anúncio, o tamanho da ajuda e quais produtos entram na lista. “Fundamentos ainda fracos para as empresas, mas esse barulho pode sustentar os papéis no curto prazo”, comentaram os analistas. 

Ambev (ABEV3, R$ 19,35, +0,94%)
As ações da Ambev subiram apesar do corte de recomendação pelo Santander e aumento do ICMS sobre cerveja em São Paulo, de 18% para 20%, que passa a valer a partir do ano que vem. O Santander cortou a recomendação de Ambev de compra para manutenção. 

O BTG Pactual ressaltou que o aumento da alíquota, em 2 pontos percentuais, veio melhor do que os 25% que havia sido levantado inicialmente, embora ainda existam discussões em curso de que a alíquota poderia subir mais 2 p.p., indo para 22% – ainda assim abaixo do previsto anteriormente.  

Se confirmado os 4%, o banco estima que a Ambev deva elevar os preços em São Paulo entre 1,5% a 2% por hectolitro para compensar o impacto. Considerando a elasticidade histórica de preço, o efeito estimado no volume seria entre 0,75% a 1%. Mesmo considerando a relevância do Estado de São Paulo, o impacto total no volume de cervejas no Brasil deve ser na ordem de 0,3%. Um impacto pequeno, embora exista o risco adicional de que outros estados resolvam seguir o mesmo caminho, lembrando que o Rio Grande do Norte já o fez, comentaram os analistas. 

Cesp (CESP6, R$ 15,87, +3,05%)
A estatal paulista Cesp não vai participar do leilão de hidrelétricas existentes que o governo federal promove em 25 de novembro, no qual serão ofertadas as concessões das usinas de Jupiá e Ilha Solteira, que pertenciam à companhia, mas tiveram o contrato expirado em julho. As duas usinas, que somam quase 5 mil megawatts em potência, estão entre as maiores do país e representavam cerca de 75% do parque gerador da Cesp. 

“Não nos inscrevemos e não vamos participar… fizemos chamadas públicas (em busca de sócios para disputar o leilão) e até tivemos dois interessados, mas essas parcerias não se concretizaram”, disse o diretor financeiro da Cesp, Almir Martins, em teleconferência de resultados na quarta-feira. 

O governo federal espera arrecadar R$ 17 bilhões com a cobrança de outorga junto aos vencedores do leilão, dos quais quase R$ 15 bilhões virão das usinas que pertenciam à Cesp. Devido ao elevado valor e à falta de caixa, a companhia paulista buscava um sócio que entrasse com o capital, enquanto ela cuidaria da operação das usinas e contribuiria com o conhecimento sobre os ativos. 

Oficialmente fora do leilão, Cesp irá operar as duas hidrelétricas apenas até que o vencedor do leilão esteja pronto para assumi-las, em um período de transição estimado em seis meses, no qual receberá uma receita que praticamente cobre apenas custos de operação e manutenção. Os demais usinas da Cesp, que somam cerca de 1,6 mil megawatts, têm contratos de concessão que vencem entre 2020 e 2028. 

Questionado por analistas sobre os planos da Cesp para crescer após perder seus maiores ativos, Martins disse que ainda não há uma estratégia definida. “Foram feitos bastantes estudos e conversas, mas nenhuma decisão a respeito. Não temos ainda notícias nesse sentido”, afirmou.

Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,05, -0,49%)
As ações da holding da Gerdau seguem destoando do movimento do restante do setor siderúrgico, em meio à oferta de ações da companhia. Com a queda de hoje, as ações renovam mínima na Bolsa desde abril de 2003. Na terça-feira, o Conselho de Administração da companhia aprovou um aumento de capital com a emissão de 500 milhões de ações ao preço unitário de R$ 1,80 reais, tanto ordinária como preferencial, informou a empresa em fato relevante. Os R$ 900 milhões levantados com a operação serão utilizados integralmente para o pagamento de dívida, disse a metalúrgica. 

O preço da ação na oferta restrita ficou bem abaixo do valor de fechamento da véspera, de R$ 2,29, e contribuiu para que o papel fechasse nesta terça-feira a R$ 2,09 – menor cotação desde meados de 1999. Segundo fonte ouvida pela Reuters e com conhecimento da operação, a família Gerdau subscreveu cerca de R$ 300 milhões na oferta, enquanto os investidores ficaram com o restante.

Cielo e Linx
Depois de meses de negociação, a Linx (LINX3, R$ 49,04, +0,08%) comunicou que não foi possível chegar a um acordo com a Cielo (CIEL3, R$ 37,69, +2,42%) para criação de uma joint venture para o pequeno varejo. 

Para a Linx, o Credit Suisse disse que a notícia é um pouco negativa, mas, para a Cielo, o acordo não era um trigger, apesar de acreditar que a joint venture faria sentido, uma vez que ela adicionaria valor aos clientes e dificultaria a concorrência. 

Eletrobras (ELET3, R$ 6,29, +3,11%; ELET6, R$ 11,08, +4,14%)
As ações da Eletrobras sobem pela terceira vez em quatro dias, após o Conselho Nacional de Desestatização fixar valor mínimo de R$ 1,43 bilhões para que a Eletrobras venda sua participação de 50,93% na distribuidora de energia Celg, que atende o Estado de Goiás. Segundo o Credit Suisse, o valor veio mais baixo do que o antecipado, mas ainda parece alto.

É hora ou não é de comprar ações da Petrobras? Veja essa análise especial antes de decidir:

Leia também:

Você investe pelo banco? Curso gratuito mostra como até dobrar o retorno de suas aplicações