Siderúrgicas disparam até 20%, Petrobras sobe 7% em 3 dias e small cap desaba 17%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – As ações das siderúrgicas foram o grande destaque do pregão desta quarta-feira (18), chegando a disparar até 20% na máxima do dia, diante da possibilidade do governo aumentar o imposto de importação para proteger o aço brasileiro. Embora a forte alta tenha se mantido nas ações da Usiminas e CSN, os papéis da Gerdau minimaram os ganhos no final da sessão, fechando com alta de 1,5%. (Para saber mais sobre o movimento desses papéis hoje, clique aqui). 

O ganho desses papéis, no entanto, pouco mexeu no Ibovespa, já que eles correspondem a pouco mais de 1% do índice. Altas dos papéis de peso Petrobras e bancos, embora tenham perdido força durante a tarde, ajudaram a sustentar o ganho do Ibovespa hoje. A Petrobras amenizou os ganhos com a virada dos preços do petróleo para baixo no mercado internacional, depois de dados divulgados nos Estados Unidos decepcionarem o mercado e jogarem a commodity para o menor patamar desde agosto. Antes do fechamento da Bovespa, no entanto, a commodity conseguiu se recuperar e voltou a subir.

Fora do índice o destaque ficava com a small cap Mills, que desabava 10% e renovava mínima histórica na Bolsa, em meio à renúncia de diretor. 

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Confira abaixo os principais destaques de ações deste pregão:

Siderúrgicas
As ações das siderúrgicas dispararam nesta quarta-feira em meio à notícia de que o governo estaria estudando um aumento de imposto para proteger o aço brasileiro, segundo informações da Folha de S. Paulo. As ações da CSN (CSNA3, R$ 5,76, +17,31%) e Usiminas (USIM5, R$ 2,82, +14,63%) aparecem como as maiores altas do Ibovespa. Gerdau (GGBR4, R$ 5,35, +1,52%), que também figurou no pódio do Ibovespa mais cedo, amenizou ganhos e fechou com alta de 1,5%. Na máxima do dia, os papéis dessas três empresas chegaram a subir 18,94%, 19,11% e 10,44%, respectivamente.

Um movimento que pode ser intensificado já que esses papéis vinham sendo alvos constantes de investidores que operam na ponta vendedora. A Usiminas mesmo aparece como a ação mais alugada no mercado – olhando a relação entre aluguel e ações em circulação no mercado. Ontem, os empréstimos atingiram 18,3% do seu free float(ações em circulação no mercado). Não muito distante, o aluguel com CSN alcançou 11,75% das ações em circulação no mercado. Nesta quarta-feira mesmo operadores da XP Investimentos alertaram para a constante demanda nas ações da Usiminas e CSN, cujos aluguéis já são difíceis de serem encontrados no mercado. Já a Gerdau aparece mais distante nesta lista, embora seu aluguel viesse sendo também bastante demandado. Uma menor exposição aos vendidos que pode ter contribuído para alta mais amena desses papéis hoje.  

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Segundo o jornal, as alíquotas de importação de alguns produtos siderúrgicos podem subir de 8% a 14% para entre 15% a 20%. O jornal aponta, no entanto, que ainda não há decisão tomada e, se houver aumento do imposto, será temporário, até que o País volte a crescer. Mais tarde, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, falou a jornalistas, em Brasília, que elevar a tarifa é “uma possibilidade, mas não necessariamente a melhor ou a mais permanente”.  

O BTG Pactual alerta para um “squeeze” no mercado, gerado normalmente por notícias como essa, mesmo que não tenha uma confirmação oficial. Se confirmado, os efeitos nos ativos podem ser significativos, alerta. 

Segundo o BTG, um movimento como esse do governo parece vir em linha com o que se tem visto no restante do mundo, lembrando que a China aumentou exportação de aço e o México há pouco tempo colocou tarifa também.

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Petrobras (PETR3, R$ 9,52, +1,06%; PETR4, R$ 7,82, +0,77%)
As ações da Petrobras subiram pelo terceiro dia seguido, período em que acumulam alta de 7%. A valorização de hoje acompanhou a alta dos preços do petróleo no mercado internacional, que embora tenham virado nesta tarde, voltaram para o campo positivo antes do fechamento do pregão da Bovespa. O petróleo brent subia 1,19%, a US$ 44,09 o barril. Aliado a isso, o movimento de greve dos petroleiros perde força, com 10 dos 17 sindicatos que representavam os funcionários acatando as propostas da empresa para encerrar a greve que iniciou no dia 29 do mês passado.

Também no radar da companhia, ontem foram divulgados dados de produção em outubro. A produção média de petróleo da Petrobras no Brasil chegou a 2,10 milhões de barris por dia (bpd) em outubro, volume 2,1% maior que o verificado em setembro, quando foram realizadas paradas programas para manutenção de grandes plataformas, informou a petroleira nesta terça-feira. Contudo, a produção no país caiu 1,22% ante outubro do ano passado, quando chegou a 2,126 milhões de barris/dia, um recorde mensal naquela oportunidade.

A Petrobras disse ainda que a perfuração de um poço de extensão comprovou a ocorrência de petróleo na área de Pitu, em águas profundas da Bacia Potiguar, segundo comunicado da empresa, que detém 40% da concessão BM-POT-17, em parceria com a BP (40%) e a Petrogal (20%). A descoberta dessa acumulação, a primeira em águas profundas da bacia, foi comunicada em 17 de dezembro de 2013.

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Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,06, -1,44%)
As ações da holding da Gerdau tiveram pregão volátil nesta quarta-feira, contrariando a alta do setor. Ontem, o Conselho de Administração da companhia aprovou um aumento de capital com a emissão de 500 milhões de ações ao preço unitário de R$ 1,80 reais, tanto ordinária como preferencial, informou a empresa em fato relevante. Os R$ 900 milhões levantados com a operação serão utilizados integralmente para o pagamento de dívida, disse a metalúrgica. 

O preço da ação na oferta restrita ficou bem abaixo do valor de fechamento da véspera, de R$ 2,29, e contribuiu para que o papel fechasse nesta terça-feira a R$ 2,09 – menor cotação desde meados de 1999. Segundo fonte ouvida pela Reuters e com conhecimento da operação, a família Gerdau subscreveu cerca de R$ 300 milhões na oferta, enquanto os investidores ficaram com o restante.

Estácio (ESTC3, R$ 16,40, -1,03%)
As ações da Estácio caíram após dispararem 10% na véspera, na maior alta do Ibovespa. O movimento, que até o fechamento era visto por analistas como sem razão específica, ganhou corpo com o anúncio da empresa feito ontem à noite de que tinha adquirido a Faculdades Integradas de Castanhal (Fcat), no Pará, por R$ 26 milhões, em sua segunda aquisição em 2015. Com o negócio, a Estácio torna-se a maior instituição de ensino superior privado do Pará na modalidade presencial, disse a companhia, em fato relevante. 

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Do valor acordado na compra, a Estácio vai assumir R$ 5,9 milhões em dívidas e pagará R$ 11 milhões em dinheiro. O restante será pago em parcelas, com uma primeira de R$ 3,9 milhões em maio de 2016 e outras quatro anuais de R$ 1,3 milhão a partir de novembro do ano que vem. A transação não inclui o imóvel do estabelecimento de ensino. Em julho, a Estácio anunciou a compra do Centro Educacional Nossa Cidade, com sede em Carapicuíba (SP), por R$ 90 milhões.

Segundo o BTG Pactual, a aquisição é pequena, representa menos de 1% do valor de mercado da Estácio, mas é interessante do ponto de vista estratégico. A companhia tem focado muito no crescimento orgânico acelerado, ou seja, comprar um ativo pequeno, com marca forte na região e com um bom potencial de crescimento orgânico. Além disso, quase todas as aquisições desde o IPO foram nas regiões Norte e Nordeste, as quais historicamente, crescem quase o dobro da média Brasil, comentaram analistas do banco.  

Mills (MILS3, R$ 3,67, -16,97%)
As ações da Mills desabam e renovam mínima histórica na Bolsa, com a notícia da renúncia de seu diretor financeiro e de relações com investidores, Frederico Ávila. Em substituição, a empresa informou que Sérgio Kariya, atual diretor presidente da companhia, assumiu temporariamente e cumulativamente com as outras duas funções. 

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Marfrig (MRFG3, R$ 6,50, -0,91%)
Uma notícia do Valor aponta hoje que outras sete plantas foram habilitadas a exportar para China, incluindo a Marfrig (no caso de bovinos) dentre as companhias abertas. No lado de frango, as plantas habilitadas foram da GTFoods e da São Salvador. Na semana, o México já tinha anunciado a liberação de 15 frigoríficos para exportar carne de frango para o país (sem mencionar quais eram as companhias donas das plantas) e somando as cinco outras plantas que já estavam habilitadas a exportar para o país. Segundo o BTG Pactual, a notícia é positiva para o setor como um todo. Hoje, no entanto, as ações da Marfrig, JBS (JBSS3, R$ 14,00, +0,72%) e BRF (BRFS3, R$ 55,50, -1,68%) tiveram desempenhos mistos. 

Ainda sobre a JBS, o Deutsche Bank reiniciou a cobertura dos papéis da companhia, depois de cerca de 5 meses restritos, com recomendação de compra. O preço-alvo foi elevado de R$ 21,00 para R$ 30,00 por ação, o que implica em um potencial de alta de mais de 100% nos próximos 12 meses.

Hypermarcas (HYPE3, R$ 21,57, -0,05%)
As ações da Hypermarcas caem em meio ao corte de recomendação dos papéis da companhia pelo Deutsche Bank. A classificação passou para neutra, enquanto o preço-alvo foi reduzido em 8%, para R$ 23,50.  

Natura (NATU3, R$ 24,65, +1,48%)
A Natura deve apresentar sua nova estratégia de lojas, visando mitigar impacto do cenário macroeconômico e a contração do mercado de cosméticos e produtos de higiene pessoal, em encontro com analistas e investidores na quinta-feira, avalia a equipe do BTG Pactual, conforme relatório a clientes. “A companhia entende plenamente o fato de que o seu canal direto de vendas não é suficiente para servir, envolver e reter seus clientes finais –daí o lançamento da Rede Natura– e nós antecipamos novas medidas nesse sentido”, afirmaram os analistas Fabio Monteiro e Thiago Andrade, do BTG. 

Eles consideram que a companhia está pronta para abrir sua primeira linha de lojas próprias de varejo em 2016. “Inicialmente, esperamos a abertura de 10 lojas em 2016, a partir de abril/maio, com 70-80 metros quadrados e um investimento de 3 milhões de reais por loja”, escreveram.

Procurada, a Natura confirmou o encontro com investidores e analistas agendado para quinta-feira. Sobre a possibilidade de anúncio de uma nova estratégia durante o evento, a companhia disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não tinha representantes imediatamente disponíveis para comentar o assunto. Para os analistas do BTG, as lojas da Natura contarão com um ambiente diferenciado e níveis de serviço de excelente qualidade, tendo como alvo um público jovem da classe alta e média alta, a fim de aumentar o desejo pela marca.

No mesmo relatório, o BTG Pactual ajustou estimativas para a empresa, na esteira da divulgação do resultado do terceiro trimestre, e cortou o preço-alvo da ação de R$ 30,00 para R$ 28,00. Apesar da avaliação favorável sobre a mudança da Natura para fortalecer os laços com o cliente final, os analistas disseram que mantêm visão mais cautelosa com o papel da companhia por ora, prevendo um processo de transição “gradual e irregular”.

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