Vale segue derrocada de 10 dias, Bradespar renova mínima de 2005 e BRF ganha sobrevida

Confira a atualização dos principais destaques de ações da Bolsa nesta terça-feira

Paula Barra

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11h40: Vale (VALE3, R$ 14,90, -1,00%; VALE5, R$ 12,34, -1,28%)
As ações da Vale seguem em forte derrocada na Bolsa, em sua nona queda em dez pregões, entre reações ao desastre com a mineradora Samarco, em Minas Gerais, e o movimento do minério de ferro. Lá fora, a commodity afundou 4,5% nesta terça-feira no porto de Qingdao, na China, indo para US$ 45,85 a tonelada, no menor patamar desde 8 de julho, em meio a receios sobre desaceleração da demanda chinesa. Acompanham o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 6,66, -2,92%), holding que detém participação na Vale, que renovam mínima na Bolsa desde julho de 2005. 

Ontem, a companhia fez uma teleconferência com o mercado para falar sobre o acidente da Samarco, mas ainda deixou algumas dúvidas, embora a empresa tenha tentado endereçar alguns pontos importantes, comentou o BTG Pactual, que segue neutro no papel, diante do atual cenário de preços de minério, queda de demanda de aço na China, além do barulho de Samarco

No geral, a empresa demonstrou ontem que vai dar todo o suporte necessário para a Samarco voltar a normalidade, mas a volta do ativo ainda depende da aprovação de todos os acionistas. O target de produção de 2016 terá efeitos limitados. A Vale não deu guidance, mas o BTG acredita que possa ficar mais próximo a 340 milhões de toneladas, ao invés de 376 milhões de toneladas.

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Na questão do seguro, cobertura é limitada e parece não cobrir tudo (só equipamentos e interrupção de atividades). A Samarco era tocada de forma independente, com Vale e BHP interferindo apenas no conselho. A capacidade da Samarco de gerar receita viria de venda de energia excedente, além de capital de giro (a empresa tem perto de R$ 2 bilhões de caixa), podendo cobrir boa parte de custo fixo, avalia o banco. As notícias recentes apontam que a Samarco fechou acordo para pagamento preliminar de R$ 1 bilhão para garantir custeio de medidas, podendo aumentar.

A Samarco representa hoje US$ 2,7 bilhões do Valor da Firma na Vale (ou cerca de 8% do preço-alvo da Vale pelo BTG), e 4% do Ebitda esperado para 2016, com potencial impacto em caso de um pior cenário para Vale.  

10h16: Petrobras (PETR3, R$ 9,59, +2,24%; PETR4, R$ 9,59, +1,43%)
O fim da pior greve dos funcionários da Petrobras em 20 anos, com expressivos impactos na produção, está encontrando resistência de diversos sindicatos, inclusive do responsável pela Bacia de Campos, apesar do indicativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) pela interrupção da paralisação. 

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O Sindipetro Norte Fluminense (Sindipetro NF), que representa funcionários da Bacia de Campos, afirmou nesta segunda-feira que permanece em greve para garantir o pagamento dos salários dos funcionários referente aos dias de paralisação e contra o plano de venda de ativos da petroleira. Campos é responsável atualmente pela produção de mais de 60% da produção brasileira de petróleo. 

Os 12 sindicatos filiados à FUP entraram em greve em 1º de novembro, em um esforço para reverter os planos da Petrobras de cortar investimentos e vender mais de 15 bilhões de ativos até o fim de 2016. A Petrobras chegou a admitir perdas diárias com redução da produção de até 13% em relação aos níveis pré-greve, tornando o movimento o pior desde 1995. 

Além disso, a Petrobras disse que buscará compensações por Pasadena e que está solicitando mais informações à Polícia Federal para que possa continuar colaborando com as autoridades, em comunicado por e-mail sobre a nova fase da Operação Lava Jato. Ontem, o Ministério Público Federal disse encontraram indícios de recebimento de propina por parte de ex-funcionários da Petrobras em relação à compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que poderia resultar no cancelamento do negócio.

10h43: Embraer (EMBR3, R$ 29,33, +1,70%)
A fabricante de aviões Embraer estimou na segunda-feira uma demanda global por 9.100 novas aeronaves executivas nos próximos 10 anos, com potencial de negócios de US$ 259 bilhões. A companhia afirmou que a previsão reflete uma “alta potencial de demanda nos Estados Unidos e uma redução da atividade em países emergentes”. Segundo a Embraer, a projeção de demanda implica em uma taxa composta de crescimento anual de 3% nos próximos 10 anos.

10h38: Siderúrgicas
As ações das siderúrgicas recuam na Bolsa hoje, juntamente com os papéis da Vale, em meio à queda do minério de ferro e dados ruins do setor: Usiminas (USIM5, R$ 2,51, -1,57%), CSN (CSNA3, R$ 4,90, -0,41%), Gerdau (GGBR4, R$ 4,95, -1,79%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,27, -0,87%).

O IABr (Instituto Aço Brasil) mostrou  que a produção de aço no País em outubro caiu 2,3% sobre o mesmo período do ano passado, para 3 milhões de toneladas. O desmpenho só não foi pior em decorrência da estratégia de ampliar exportações.

Segundo o analista Pedro Galdi, da consultoria Whatscall, os dados do setor só confirmam a expectativa negativa para o setor neste ano, lembrando que o pior é que 2016 não será nada fácil também. 

Sobre Usiminas, há no radar ainda a notícia de que o empresário Lírio Parisotto pediu licença do conselho de administração da companhia, da qual é acionista desde 1997 por meio do fundo L. Par. O fundo de Parisotto tem cerca de 1% das ações ordinárias e 5% das preferenciais da Usiminas. Com a licença de Parisotto, assume seu lugar Mauro Cunha, presidente da Amec (Associação de Investidores no Mercado de Capitais).

10h30: BRF (BRFS3, R$ 57,64, +3,63%)
As ações da BRF lideram os ganhos do Ibovespa, depois de forte derrocada na Bolsa desde o final de outubro em meio à divulgação do balanço do terceiro trimestre, que levantou preocupações sobre desaceleração das vendas no mercado interno. Do dia 29 até a véspera, as ações caíram 16,5%.