CSN afunda 9% e mais 23 empresas reagem a resultados; Petrobras cai 8% na semana

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sexta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Com a queda desta sexta-feira (13), o Ibovespa acabou encerrando a semana no negativo, recuando 0,85% nestes cinco pregões, aos 46.517 pontos. No Ibovespa, foram 10 das 64 ações do índice com perdas de mais de 5%, enquanto outros 6 papéis avançaram mais de 5%

O destaque positivo ficou com os ativos da Suzano (SUZB5), que subiram 9,68% após a disparada de 6% com seus resultados do terceiro trimestre, visto como bastante positivo pela equipe do BTG Pactual. Por conta do câmbio, a empresa teve um prejuízo de R$ 959 milhões no período, salto ante o resultado líquido negativo de R$ 362 milhões no mesmo período do ano anterior. Na sequência, apareceram os papéis da BR Malls (BRML3, R$ 13,14, +8,68%) e Eletrobras (ELET3, R$ 6,31, +8,79%).

Já na ponta negativa, chamaram atenção as ações da Ecorodovias (ECOR3), que recuaram 8,20%, atingindo os R$ 5,60. Logo em seguida aparecem os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 8,78, -8,35%; PETR4, R$ 7,27, -7,03%), que fecham a semana pressionados por um resultado considerado fraco pelos analistas. A estatal teve um prejuízo de R$ 3,8 bilhões no terceiro trimestre. Completando as maiores quedas ficou a Copel (CPLE6), que caiu 8,58%, a R$ 30,35.

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa na sessão desta sexta-feira (13): 

Petrobras (PETR3, R$ 8,78, -2,66%; PETR4, R$ 7,27, -4,09%)
As ações da Petrobras acentuaram as perdas durante a tarde, depois de mirar alta mais cedo, em meio à leitura, em geral, negativa do mercado sobre o balanço, que mostrou um prejuízo líquido de R$ 3,76 bilhões e dívida total superior a R$ 500 bilhões, com impacto do dólar. O prejuízo, embora melhor do que o registrado há um ano (R$ 5,339 bilhões), veio abaixo da média das estimativas dos analistas consultados pela Bloomberg, de R$ 1,346 bilhão. 

Para o BTG Pactual, o resultado fraco traz necessidade de medidas mais agressivas da empresa, enquanto inesperadas provisões elevam incertezas sobre provisões futuras – mesma visão atribuída pelo Santander. “Fica a dúvida se a companhia irá fazer mais provisões no quarto trimestre, enquanto o foco nesse resultado deve ficar na questão dos dividendos à frente”, comentaram os analistas Antonio Junqueira, Julia Ozenda e Andres Cardona

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Um ponto também apontado pelo Credit Suisse, que vê reação negativa do mercado, principalmente quando considerado a percepção de que 2015 pode ser um ano de zero dividendos. Os analistas do banco suíço também enxergam mais ajustes no balanço do quarto trimestre, em função dos testes de baixa contábil ao final do ano, que deverão utilizar premissas mais desfavoráveis para o preço do petróleo Brent e dólar. 

Veja mais: Em meio à cenário nebuloso, BTG diz que só 4 fatores poderiam trazer alívio para ação da Petrobras

Eletrobras (ELET3, R$ 6,24, +1,46%)
O prejuízo da Eletrobras foi 45% maior no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado e somou R$ 4,01 bilhões, ante R$ 2,76 bilhões registrados entre julho e setembro de 2014. A receita líquida subiu 20% no trimestre, para R$ 7,9 bilhões. 

O lucro da companhia foi impactado por provisões operacionais de R$ 4 bilhões, contra provisões de R$ 1,3 bilhões um ano antes, sendo que R$ 3,39 bilhões correspondem a redução no valor recuperável da usina de Angra 3.

CSN (CSNA3, R$ 4,90, -9,59%)
A CSN registrou prejuízo líquido de R$ 532,6 milhões no terceiro trimestre, mais do que o dobro do resultado negativo sofrido no mesmo período do ano passado. 

A empresa teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 853 milhões para o período de julho a setembro, uma queda anual de 13%.

Apesar do resultado levemente acima do esperado, com forte performance do segmento de mineração e desvalorização do real, a XP Investimentos destacou que segue cética com o setor de siderurgia, que teve um desempenho financeiro muito ruim e deve continuar impactado pela retração econômica do País. Outro ponto preocupante é o nível de endividamento, atingindo 6 vezes a dívida líquida/Ebitda. 

MRV Engenharia (MRVE3, R$ 8,52, +2,65%)
As ações da MRV subiram após resultado mais forte do que o esperado, com crescimento da receita refletindo maior volume de construção no trimestre. O balanço foi bem recebido pelos analistas do BTG Pactual, apesar de terem reiterado que a deterioração do cenário macroeconômico deve continuar e alguns riscos ligados ao Minha Casa, Minha Vida fase 3 parecem não estar bem precificados. 

A MRV viu seu lucro líquido subir 5,2% no terceiro trimestre na comparação anual, e trabalha sob expectativa de início da terceira fase do programa habitacional do governo Minha Casa Minha Vida. O lucro da companhia foi de R$ 142 milhões no terceiro trimestre, ante R$ 135 milhões um ano antes. A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava para lucro de R$ 125,8 milhões. 

Apesar do lucro maior, as vendas e produção da MRV caíram de julho a setembro. “O primeiro fator foi que lançamos muita coisa no final do trimestre e isso atrapalhou um pouco as vendas, o que atrapalha a receita”, disse à Reuters o co-presidente da companhia Rafael Menin. A empresa já havia divulgado em outubro que os lançamentos de imóveis pela MRV no terceiro trimestre subiram 13% na comparação anual, mas as vendas caíram quase 11% na mesma comparação, em meio a um ambiente de maior restrição de crédito pelos bancos.

Nova carteira MSCI – 6 ações excluídas
O MSCI  (Morgan Stanley Capital International) – índice bastante acompanhado por investidores estrangeiros – revelou ontem à noite a revisão de suas carteiras teóricas, excluindo 6 ações brasileiras. Hoje, quase todos esses papéis caíram forte na Bolsa, sendo eles: Usiminas (USIM5, R$ 2,63, -5,40%), Cyrela (CYRE3, R$ 9,04, -0,44%), AES Tietê (GETI4, R$ 13,75, -2,34%), Ecorodovias (ECOR3, R$ 5,60, -1,06%), Via Varejo (VVAR11, R$ 3,95, -1,25%), Banrisul (BRSR6, R$ 5,90, +1,20%). A nova carteira do MSCI vai passar a vigorar dia 30 de novembro.

Dessas ações, a Cyrela tem no radar também a divulgação do balanço do 3° trimestre. A incorporadora registrou lucro líquido de R$ 131 milhões no terceiro trimestre, queda de 26,7% na comparação anual. A média das estimativas de analistas obtidas pela Reuters apontava lucro líquido de R$ 124 milhões. No relatório, a companhia citou que enfrenta desafios como intensificar os esforços de venda e em novos lançamentos, enquanto implanta controle de custos e eficiência operacional.  

Em outubro, a companhia afirmou que manteve a estratégia de reduzir estoques no trimestre, e seus lançamentos caíram 22% na comparação anual, enquanto as vendas subiram 1,7% no período.

Ser Educacional (SEER3, R$ 8,30, -6,95%)
As ações da Ser Educacional afundaram após resultado mais fraco do que o esperado. Segundo o BTG Pactual, a empresa sofreu com menor crescimento de base, o que levou a desalavancagem operacional: Ebitda e margem ficaram abaixo do projetado. O destaque positivo foi o ticket médio da empresa, que subiu 15% na comparação anual (fruto de um melhor mix de cursos e por uma decisão de não reduzir os preços, e também impactada positivamente pela incorporação da Unama/UnG). 

A companhia viu seu lucro líquido cair para R$ 24,2 milhões no terceiro trimestre, ante R$ 57,7 milhões um ano antes. 

 No período, a companhia teve evasão de 20.502 alunos na graduação presencial. A expectativa é que os números ainda permaneçam altos no próximo trimestre, mas a partir do primeiro trimestre do ano que vem devem se normalizar, enquanto a companhia realiza ações como controle de frequência, notas e inadimplência, disse o diretor-presidente, Jânyo Diniz. A maior parte dos estudantes que desistiram foram aqueles que não tiveram acesso ao Fies ou ao Pravaler, modalidade privada de crédito estudantil.

B2W (BTOW3, R$ 15,00, +5,26%)
As ações da B2W dispararam após balanço bem visto pelo mercado. O BTG Pactual destacou a evolução do marketplace, que segue forte, chegando a 10% do GMV (venda bruta de mercadorias próprias, na tradução do inglês) total, contra 1,5% no 3° trimestre do ano passado. Para os analistas, esse foi o grande driver para fazer o fluxo de caixa ficar positivo.

Em um ambiente onde o e-commerce está muito agressivo em preço, o fato deles terem reportado expansão de 0,4 ponto percentual em margem bruta já é bastante positivo, comentaram. Eles, no entanto, salientam que ainda é cedo para fazer uma aposta, mas não há dúvida de que a companhia esteja na direção certa.

prejuízo da B2W dobrou no terceiro trimestre de 2015 em relação ao mesmo período de 2014, para R$ 124,6 milhões. Na mesma base de comparação, a receita líquida da companhia cresceu 13%, para R$ 2,08 bilhões. 

CPFL Energia (CPFE3, R$ 16,35, +0,93%)
A CPFL Energia reportou um lucro líquido de R$ 280 milhões no terceiro trimestre, o que representa avanço de 188,5% ante o mesmo período de 2014, principalmente devido a um menor custo com a compra de energia para compensar a menor geração de suas hidrelétricas devido à seca.

A elétrica teve um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 1,08 bilhão, com alta de 25,7% na comparação anual. “O resultado apresentou significativa melhora… fruto principalmente do menor GSF (nome técnico para custo com o déficit hídrico)”, afirmou, em nota anexa ao balanço, o presidente da CPFL, Wilson Ferreira Jr.

O executivo citou também, como fatores positivos para os ganhos, menos efeitos não-recorrentes no trimestre e “muitas iniciativas de controle de perdas e inadimplência”. A receita operacional bruta da companhia, que controla oito distribuidoras de energia e possui 3,1 gigawatts em usinas de geração, somou R$ 8,39 bilhões, com alta de 56% ante o terceiro trimestre de 2014.

Tecnisa (TCSA3, R$ 2,97, -4,19%)
A Tecnisa teve uma queda de 76% no seu lucro líquido no terceiro trimestre deste ano, frente ao mesmo período do ano passado. O resultado da empresa no período ficou em R$ 7,8 milhões. A receita operacional líquida da incorporadora caiu 1,3%, para R$ 377,5 milhões e a margem bruta ajustada da companhia ficou em 39,7%, alta de 1,5 ponto percentual. O lucro antes de juros, impostos, depreciação de amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 73,8 milhões, o que representa uma queda de 21,8%. 

Light (LIGT3, R$ 12,97, -1,82%)
A Light reverteu prejuízo de R$ 53 milhões um ano antes e lucrou R$ 38,9 milhões neste terceiro trimestre, enquanto a receita líquida teve alta de 34%, de R$ 1,61 bilhão para R$ 2,25 bilhões. 

Já o Ebitda teve alta de 57,8% na comparação trimestral, para R$ 406,8 milhões. A receita líquida consolidada no período, desconsiderando a receita de construção, foi de R$ 2,152 bilhões, apresentando crescimento de 36,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, explicado principalmente pelo reconhecimento tarifário dos custos com compra de energia.

Even (EVEN3, R$ 4,00, -1,23%)
A construtora e incorporadora Even reportou lucro líquido de R$ 32,8 milhões atribuído aos sócios da empresa controladora no terceiro trimestre. Trata-se do valor base para o pagamento de dividendos e que representa uma queda de 60,3% em relação ao mesmo período do ano passado. 

A receita líquida da Even somou R$ 573,8 milhões no período, o que representa aumento de 14%. A margem bruta ajustada da empresa caiu 1,5 ponto percentual e ficou em 32%.

Sabesp (SBSP3, R$ 18,28, +1,90%)
Com forte impacto do resultado financeiro, a Sabesp reportou um prejuízo de R$ 580 milhões no terceiro trimestre, revertendo lucro de R$ 91,5 milhões no mesmo período do ano passado. Embora a receita líquida da empresa tenha apresentado um crescimento de 13%, para R$ 3,2 bilhões, a estatal paulista apresentou um resultado financeiro negativo em R$ 1,5 bilhão. 

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado cresceu 22%, para R$ 903,2 milhões. Os custos, despesas administrativas e comerciais subiram 2% no período, atingindo R$ 1,6 bilhão.

Log-In (LOGN3, R$ 1,35, -5,59%)
As ações da Log-In afundaram depois de balanço do terceiro trimestre. A empresa registrou prejuízo líquido de R$ 205,1 milhões, crescimento de 329,9% na comparação com o mesmo período do ano passado. A receita líquida subiu 5,2% no trimestre, para R$ 259,5 milhões.

Vale lembrar que na semana passada as ações da companhia foram alvo de um movimento especulativo, que levou a uma disparada de 133% do dia 3 a 9 de novembro. De lá para cá, as ações já caíram 19%.  

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