Eletropaulo cai 9,5% e 11 ações reagem aos resultados; Eletrobras sobe 8% com indenização

Confira a atualização dos principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa passou por um dia volátil, mas conseguiu forças no fim do pregão para fechar esta quinta-feira (5) com ganhos, sendo pressionado pelas ações da Petrobras, dos bancos e os papéis da Vale. A mineradora revisou ontem seu orçamento para projeto em Carajás em US$ 2 bilhões, por conta da desvalorização do real frente o dólar. 

Na ponta positiva do Ibovespa, chamou atenção nesta sessão as ações da Eletrobras, que dispararam após a Aneel aprovar indenização de R$ 9 bilhões à estatal, referente a investimentos não amortizados em Furnas.

Apresentou fortes ganhos neste pregão também os papéis da Smiles, que deram sequência à forte alta da véspera depois de balanço bem recebido pelo mercado. Por outro lado, os papéis da Telefônica Brasil ficaram como a maior queda do Ibovespa, após balanço. Fora do índice, a Eletropaulo desabou 9,45% depois dos números do 3° trimestre.

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Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Vale (VALE3, R$ 16,95, -2,59%; VALE5, R$ 13,85, -1,63%)
A Vale reviu a estimativa de investimento para o projeto S11D, o maior de minério de ferro da história da companhia, em Carajás, no Pará. A nova previsão é de US$ 14,4 bilhões, cerca de 27% – ou US$ 2 bilhões – a menos do que havia sido estimado pela companhia no fim do ano passado. A redução foi determinada por conta da desvalorização do real frente ao dólar, uma vez que a maior parte dos gastos no S11D é feita em moeda nacional. 

A nova estimativa foi apresentada pela empresa a um grupo de analistas de bancos que está visitando nesta quarta e quinta o projeto, situado em Canaã dos Carajás, no Sudeste do Pará. O investimento de US$ 14,4 bilhões inclui mina, usina de beneficiamento e logística (ferrovia e porto). 

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Segundo o Itaú BBA, a companhia vai buscar um prêmio por seu produto de qualidade, o que pode implicar em um ramp-up de capacidade mais lento. “Embora acreditemos que os investidores estão se tornando cada vez mais construtivos sobre a história de investimento da Vale, a empresa, a nosso ver, continua altamente alavancada nos preços do minério dado o apertado Ebitda por tonelada no negócio de mineração e alta alavancagem financeira”, disseram os analistas. 

Para o Santander, os custos operacionais esperados para S11D podem desapontar alguns investidores, dados que os custos atuais das operações de Carajás são US$ 10 a tonelada. Segundo a empresa, o custo de caixa no projeto S11D pode ficar abaixo de US$ 9,00 a tonelada. Os analistas comentam que a diferença de custo entre S11D e as operações operações de Carajás tem diminuído, mas isso é devido a ganhos de eficiência ao longo dos últimos anos nas operações atuais. Neste sentido, a decepção acima mencionado seria “punição” à Vale por se tornar mais eficiente antes de S11D, disseram.

Petrobras (PETR3, R$ 9,90, +0,10%; PETR4, R$ 8,11, +0,37%)
As ações da Petrobras fecharam com leves ganhos oscilando bastante durante o dia, entre preocupações dos investidores de que a greve dos petroleiros afete, além do caixa da companhia, seu plano de venda de ativos, e oscilação dos preços do petróleo no mercado internacional. Neste momento, o petróleo brent registrava alta de 0,29%, a US$ 48,72 o barril.

Ontem, a companhia informou que, por conta da greve, a produção foi reduzido na quarta-feira a uma queda de 140 mil barris/dia, ante 178 mil barris/dia na terça-feira. O montante representa baixa de 6,5% na extração diária em relação aos níveis anteriores à paralisação, ante 8,5% verificado na terça-feira.

A greve ganhou maior adesão ao longo do dia, atingindo 48 unidades marítimas da Bacia de Campos, a principal produtora de petróleo do Brasil, informou em paralelo o Sindipetro Norte Fluminense (Sindipetro-NF). Mais de 50 unidades marítimas estão atualmente na Bacia de Campos. Na terça-feira, a paralisação envolvia 45 unidades na bacia, que respondeu por cerca de 65% da produção brasileira de petróleo em setembro.

Ainda sobre a companhia, o TCU (Tribunal de Contas da União) irá analisar a responsabilidade da presidente Dilma Rousseff em relação às decisões que prejudicaram andamento de obras e levou à paralisação de refinarias da Petrobras Premium I e Premium II quando a então ministra fazia parte do Conselho de Administração da estatal. Dilma presidiu o Conselho entre 2003 e 2010.  A decisão foi comunicada na quarta-feira pelo ministro relator José Múcio e implica questionar a presidente por conta de prejuízos da ordem de R$ 2,8 bilhões da petrolífera, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.

Eletrobras (ELET3, R$ 5,95, +8,18%; ELET6, R$ 10,96, +7,98%)
A estatal de energia Eletrobras recebeu relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) que aprova indenização de R$ 9 bilhões à estatal, referente a investimentos não amortizados em linhas de transmissão que tiveram a concessão renovada antecipadamente em 2013, segundo comunicado divulgado nesta quarta-feira.

A estatal havia pedido indenização de R$ 10,69 bilhões, com base em laudo da Deloitte. A decisão final sobre os valores será tomada pela diretoria da Aneel, enquanto a forma de pagamento será definida pelo governo federal.

Para o Santander, o montante da indenização é bom, uma vez que supera o valor contábil desses ativos e é maior que os valores incluídos no modelo do banco. “A notícia traz potencial de alta a nossas estimativas e projeções de preço justo, caso Aneel também aprove indenização melhor que o esperado para a Chesf e Eletronorte”, comentaram os analistas. 

Smiles (SMLE3, R$ 34,62, +6,52%)
As ações da Smiles, empresa que gerencia programas de fidelidade, dispararam pelo segundo dia, depois de divulgação de balanço após fechamento do pregão de ontem. A empresa mostrou um lucro líquido de R$ 98,6 milhões no terceiro trimestre, alta de 65,3% na comparação anual, apoiada na melhora do seu resultado operacional. No período, a receita líquida da empresa controlada pela companhia aérea Gol cresceu 55,9%, a R$ 349,1 milhões, enquanto o acúmulo de milhas subiu 15,6% e o resgate aumentou 8,9%. 

Segundo o Itaú BBA, a companhia se beneficiou do aumento de receita de resgates, impulsionada por mudança na metodologia que define o valor a ser reconhecido a cada trimestre. O Credit Suisse também comentou que o resultado veio forte, com ganho de participação no mercado sobre a Multiplus (MPLU3, R$ 34,71, -0,26%). Enquanto a Smiles cresceu 24% com emissão de pontos no trimestre, a Multiplus caiu 10% quando comparados com o mesmo trimestre de 2014. Para os analistas, essa tendência deve continuar, dado que a Smiles tem margens melhores, mesmo oferecendo mais desconto para os bancos. 

Braskem (BRKM5, R$ 21,81, +0,69%)
A Braskem viu seu lucro líquido aumentar mais de seis vezes no terceiro trimestre e ficar perto de R$ 1,482 bilhão. No mesmo período do ano passado, o lucro tinha sido de R$ 230 milhões. Conforme a companhia, caso a contabilidade de hedge (que protege o balanço do efeito da variação cambial na linha financeira) não tivesse sido adotada, o resultado final no intervalo corresponderia a um prejuízo de R$ 3,29 bilhões. 

Ultrapar (UGPA3, R$ 68,35, -1,41%)
A Ultrapar reportou lucro líquido de R$ 298,5 milhões no terceiro trimestre, queda de 9% na comparação anual. Segundo a companhia, os números sofreram impacto negativo do resultado financeiro, devido ao aumento dos juros e à desvalorização do real em relação ao dólar. No trimestre, a despesa financeira foi de R$ 339,4 milhões. No mesmo período de 2014, o montante somou R$ 200,1 milhões. 

A receita líquida cresceu 11%, para R$ 19,16 bilhões. Houve crescimento nas receitas da Ipiranga, Oxiteno, Ultragaz e Extrafarma. O resultado do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) teve aumento de 20% no trimestre, para R$ 944 milhões. O volume total vendido pela Ipiranga somou 6.574 mil metros cúbicos de combustíveis, alta de 1% na comparação anual.

Para o Itaú BBA, os dados operacionais foram “fortes, dentro do esperado”. Em termos gerais, os volumes das unidades começam a ser afetados pela recessão no Brasil, mas mesmo no cenário desfavorável, a Ultrapar é capaz de melhorar as margens, o que o banco vê como positivo. O Santander destacou resultados operacionais sólidos. O lucro foi afetado por despesas financeiras maiores com depreciação do real, um impacto negativo que o banco não espera que ocorra de novo no quarto trimestre e despesas maiores com impostos.

Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 39,50, -4,84%)
A Telefônica Brasil registrou uma queda de 11,6% no lucro líquido do terceiro trimestre ante o mesmo período de 2014, para R$ 886,2 milhões. A receita líquida avançou 21,3% no período, para R$ 10,58 bilhões. No resultado pro forma, que considera a GVT Participações a partir de 1º de janeiro de 2014, o lucro recuou 16,1% e a receita teve alta de 5,2%. O Ebitda pro forma somou R$ 3,18 bilhões, alta de 3,6%. 

Segundo o Itaú BBA, o destaque positivo foi o robusto crescimento de 35% na comparação anual na receita de dados móveis, que foi o principal driver por trás do crescimento da receita. O Bradesco BBI comentou que a companhia teve crescimento de receita “muito melhor” do que seus pares locais. No entanto, a margem Ebitda (Ebitda/Receita Líquida) segue pressionada devido ao aumento de despesas com a rede para melhorar a qualidade e maiores provisões para devedores duvidosos.

Mills (MILS3, R$ 4,50, -6,64%)
A Mills encerrou o terceiro trimestre com receita líquida de R$ 136,5 milhões, abaixo das estimativas compiladas pela Bloomberg que apontavam para R$ 141,4 milhões. 

O Itaú BBA ressalta que o resultado da companhia veio ruim, mas o mercado já estava esperando números fracos. Do lado positivo, o banco destacou os esforços contínuos da companhia para reduzir custos e capacidade a fim de se ajustar à queda na demanda. Do lado negativo, observa-se que esses ajustes ainda estão longe de serem suficientes.

Eletropaulo (ELPL4, R$ 9,10, -9,45%)
A AES Eletropaulo teve prejuízo líquido de R$ 5,2 milhões no terceiro trimestre, ante lucro líquido de R$ 130,6 milhões no mesmo período de 2014, após uma falha no registro de dados sobre duração e frequência de blecautes levar a empresa a fazer uma provisão de R$ 105,4 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 128 milhões no terceiro trimestre, com redução de 69,7% na comparação anual. 

Segundo a Eletropaulo, foi identificada necessidade de revisão nos cálculos dos indicadores de qualidade DEC e FEC, que medem a duração e frequência de interrupções na área atendida pela empresa, no período de janeiro de 2014 a maio de 2015. “Estimamos que o impacto dessa inconsistência possa atingir 105,4 milhões de reais, que já foram provisionados no resultado”, disse a empresa. 

Para o Credit Suisse, o resultado veio fraco, impactado pela provisão de R$ 105,4 milhões, mas o que chama atenção é a queda nos volumes, que tem acelerado a cada trimestre.

PDG Realty (PDGR3, R$ 2,23, +2,29%)
A PDG Realty registrou prejuízo líquido de R$ 402,73 milhões no terceiro trimestre, 131% superior à perda registrada um ano antes. A receita líquida caiu 50%, para R$ 551,24 milhões. 

BTG Pactual (BBTG11, R$ 29,85, +3,22%)
O BTG Pactual, maior banco de investimento independente em mercados emergentes, teve lucro líquido de R$ 1,51 bilhão no terceiro trimestre, um salto de 96,4% ante igual etapa de 2014. Estimativas da Bloomberg apontava lucro líquido ajustado de R$ 912,7 milhões. A receita total do grupo liderado por André Esteves no período somou R$ 2,56 bilhões, avanço ante R$ 1,702 bilhão um ano antes.

A unidade de negócios que mais contribuiu com o aumento da receita foi a gestão de riquezas (wealth management), que deu um salto de 282% ante mesma etapa de 2014, a R$ 388 milhões, refletindo a incorporação da unidade suíça BSI. Além disso, as operações de tesouraria (sales and trading) tiveram receitas 84% maiores, a R$ 1,44 bilhão.

BRF (BRFS3, R$ 58,14, +3,95%)
As ações da BRF subiram pela primeira vez após quatro pregões seguidos de perdas, quando acumularam desvalorização de 19%. O movimento veio após resultado do terceiro trimestre decepcionar analistas e trazer preocupações sobre a desaceleração das vendas e pressão nas margens da empresa no mercado doméstico.

Ontem, o Santander divulgou relatório apontando que, após forte depreciação dos papéis, a BRF estaria oferecendo um “ponto de entrada atrativo para os investidores de longo prazo”, apesar de ver outro trimestre desafiador pela frente, que pode contribuir para volatilidade dos papéis. 

Em meio à forte derrocada, operadores ressaltaram forte demanda pelo aluguel do papel, assim como aumento da taxa de empréstimo no curto prazo. Ontem, eles destacaram que viram alguns pequenos “recalls” (quando o ‘doador’ pede a ação de volta) no mercado. O mercado de aluguel é usado, normalmente, por quem aposta na queda dos papéis.

Porto Seguro (PSSA3, R$ 32,30, +6,22%)
Depois de mostrar números operacionais fortes no terceiro trimestre, o Credit Suisse elevou a recomendação das ações da Porto Seguro de underperform (desempenho abaixo da média) para outperform (desempenho acima da média). O preço-alvo, por sua vez, passou de R$ 36,00 para R$ 34,00. 

Apesar do lucro líquido de R$ 181 milhões ter vindo abaixo das estimativas do banco, de R$274 milhões, os analistas acreditam que o resultado financeiro ruim não deve ser visto como sustentável, já que a empresa deve se beneficiar do aumento de juros nos próximos trimestres. Além disso, as tendências dos resultados operacionais tem se mostrado mais resiliente e a Porto Seguro já comecou a limpar seu portfolio de cartão de crédito, disseram.

AES Tietê (GETI4, R$ 14,80, +2,78%)
A geradora de energia AES Tietê registrou lucro líquido de R$ 167,4 milhões no terceiro trimestre, com alta de 100,2% ante o mesmo período de 2014, com ajuda de uma melhoria nas chuvas, que reduziu o déficit de geração em suas hidrelétricas, disse a companhia nesta quarta-feira. 

Ainda assim, a AES Tietê decidiu postergar a distribuição de dividendos aos acionistas referentes ao resultado do trimestre, para que a administração da companhia possa realizar “uma melhor avaliação” do cenário macroeconômico e dos efeitos da seca sobre a produção de suas usinas. A companhia, que pagava a totalidade do lucro líquido em proventos aos acionistas desde 2006, tem a distribuição de dividendos intermediários definida pelo Conselho de Administração “semestralmente ou em períodos inferiores”. 

Para o Santander, a reação das ações deve ser positiva, baseada em bom desempenho de custos e ajustes da inflação aos contratos, apesar da pressão do déficit hídrico. 

Arezzo (ARZZ3, R$ 21,50, 0,00%)
A Arezzo teve lucro líquido de R$ 36,1 milhões no terceiro trimestre, acima do esperado pelos analistas consultados pela Bloomberg, que apontava lucro de R$ 33,8 milhões. A receita líquida da companhia passou de R$ 296,1 milhões no terceiro trimestre do ano passado para R$ 315,1 milhões, mas ficou abaixo das projeções dos analistas de R$ 320,5 milhões no período. 

Eternit (ETER3, R$ 2,24, -6,38%) 
As ações da Eternit amenizaram perdas, após chegarem a cair 7,53% na mínima do dia refletindo o balanço. A companhia viu seu lucro líquido cair 76,7% no terceiro trimestre, para R$ 4,7 milhões, em função, principalmente da variação cambial negativa sobre a dívida em moeda estrangeira no valor de R$ 11,3 milhões. Já o Ebitda ajustado ficou 14,2% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, indo para R$ 50,4 milhões. A receita líquida consolidada somou R$ 245 milhões no trimestre, queda de 2,1%. 

Valid (VLID3, R$ 43,22, -1,77%)
As ações da Valid tiveram a quarta queda em cinco pregões após o Santander cortar recomendação do papel, um dia depois que a empresa divulgou seu balanço do terceiro trimestre. A recomendação da ação foi rebaixada de equivalente a compra para manutenção pelo banco. 

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