Entre aporte bilionário e corte de recomendação, ações vão de alta de 9% à queda de 7%

Confira os principais destaques da Bolsa no pregão desta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – Após a abertura positiva, o Ibovespa passou a cair nesta segunda-feira (26) com o mercado de olho no cenário externo, principalmente com o Fomc, enquanto a queda do petróleo pressionou a Petrobras, que acabou puxando o índice para o negativo. Enquanto isso, o dólar comercial apresentava leva alta, voltando ao patamar de R$ 3,89.

Na Bolsa, o destaque do dia ficou com os papéis das companhias de telecomunicação. A Oi disparou 16,92% na máxima do dia após informar que recebeu uma proposta de um grupo de investidores russos para um aporte de até US$ 4 bilhões. Porém, o negócio estaria condicionado a uma fusão dos negócios da Oi com a TIM, que negou tratativas sobre o assunto. Os papéis da TIM fecharam como a segunda maior alta do Ibovespa. 

Enquanto isso, na ponta negativa, as blue chips Vale, Petrobras e os bancos pressionaram o índice. A mineradora caiu forte, puxada pelas perdas do preço do minério de ferro na China.

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Confira os principais destaques da Bolsa no pregão desta segunda-feira (26):

Oi (OIBR4, R$ 2,12, +8,72%)
O grupo de investidores russos Letter One, liderado por Mikhail Fridman, enviou à Oi proposta para fazer aporte de até US$ 4 bilhões na Oi, sob a condição da companhia brasileira de telecomunicações promover consolidação de negócios com a TIM (TIMP3, R$ 8,57, +5,93%) Participações, segundo comunicado enviado ao mercado nesta segunda-feira. As ações da Telefônica Brasil (VIVT4, R$ 40,15, +4,29%) também fecharam em forte alta.

Apesar do comunicado da Oi, a TIM disse nesta tarde que não há negociação em curso com as partes citadas quanto a qualquer potencial consolidação de mercado no Brasil.

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No comunicado da Oi, a operadora não informa por quanto tempo a proposta da Letter One é válida ou mais detalhes como participações societárias. “A proposta será devidamente analisada pela companhia, em conjunto com seus assessores legais e financeiros”, afirmou a Oi.

A proposta da Letter One vem em um momento de persistência das dificuldades financeiras da Oi, mesmo após a venda dos ativos portugueses da Portugal Telecom para o grupo europeu Altice neste ano. A Oi tenta desde o ano passado viabilizar uma consolidação da indústria de telecomunicações do país enquanto mantém planos de melhoria de sua governança e fazer investimentos em banda larga. A empresa terminou o primeiro semestre com dívida líquida de R$ 34,6 bilhões ao final do primeiro semestre e caixa de R$ 16,6 bilhões.

Copel (CPLE6, R$ 31,75, -5,90%)
As ações da Copel afundaram nesta sessão, figurando como a segunda maior queda do Ibovespa. A companhia teve sua recomendação cortada para neutra pelo Goldman Sachs nesta tarde. O banco cita que, embora a empresa tenha 60% de suas receitas atreladas ao segmento de geração de energia (o banco citou que prefere geração à transmissão), a volatilidade das ações deve aumentar no ano que vem, com uma oportunidade menor de risco/recompensa quando comparado com seu par Cemig, seguindo sua recente performance. O preço-alvo passou de R$ 43,50 para R$ 38,00 por ação. 

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Por outro lado, o Goldman Sachs elevou a recomendação da Tractebel (TBLE3, R$ 33,75, +0,45%) de neutra para compra, apontando que vê aumento dos preços de geração e um dividend yield estimado de 11,2% entre 2016 e 2018 para a empresa. Apesar de revisar para cima a recomendação, o preço-alvo foi cortado de R$ 43,50 para R$ 40,00. 

O banco ainda manteve “compra” para as ações da AES Tietê (GETI4, R$ 14,15, -0,84%), Sabesp (SBSP3, R$ 17,00, -2,91%), Cemig (CMIG4, R$ 7,24, -3,47%), Taesa (TAEE11, R$ 19,85, -0,35%) e Alupar (ALUP11, R$ 15,59, +4,63%).   

Vale (VALE3, R$ 17,98, -3,33%; VALE5, R$ 14,43, -3,67%)
As ações da Vale caíram forte desde a abertura dos negócios, em meio à desvalorizaçao do preço do minério de ferro. A commodity caiu 2,5% no porto de Qingdao, a US$ 46,50 a tonelada, segundo dados da Steel Index. Acompanhavam a movimentação os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 8,20, -4,09%). 

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Petrobras (PETR3, R$ 9,61, -0,83%; PETR4, R$ 7,85, -1,75%)
As ações da Petrobras viraram para queda nesta manhã, com o recuo dos preços do petróleo no mercado internacional. O petróleo brent, que operou em alta nesta manhã, caiu 0,63%, a US$ 47,66. A oscilação da commodity acabou ofuscando o noticiário positivo da estatal.

A companhia aprovou na sexta-feira a venda de 49% da subsidiária Gaspetro por R$ 1,9 bilhão para a Mitsui Gás e Energia do Brasil, subsidiária integral da japonesa Mitsui, com fechamento do negócio previsto para dezembro de 2015, segundo fato relevante. 

Segundo o Credit Suisse, o negócio é marginalmente positivo para a companhia, mas representa apenas uma pequena fatia do plano de desinvestimentos da empresa para 2015 e 2015, que totaliza R$ 15,1 bilhões.

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Ainda sobre a empresa, há mais duas notícias no radar. Segundo fonte da Reuters, na reunião do conselho de sexta-feira da estatal foi apresentado aos membros do colegiado uma lista de empresas interessadas em adquirir a BR Distribuidora, dentre chinesas, companhias do setor de petróleo e da área financeira. “Tem muitas empresas interessadas, a lista é surpreendente”, afirmou a fonte à agência, na condição de anonimato. A informação vem em linha com o comunicado da empresa na noite de sexta-feira, apontando que seu conselho aprovou o adiamento por prazo indeterminado o IPO da BR Distribuidora, enquanto autorizou a busca de parceiro estratégico para a empresa. 

Finalizando a bateria de notícias, por conta da queda do preço do petróleo, a companhia está renegociando contratos com fornecedores para valores menores pelo afretamento de sondas e plataformas, que são os principais equipamentos usados na exploração e produção do petróleo, segundo Agência Estado. A queda no preço da commodity leva junto a rentabilidade da companhia em suas reservas do pré-sal. Para que o pré-sal valha à pena agora, o barril do petróleo deve ser vendido a pelo menos US$ 45 no mercado internacional – número divulgado pela estatal no plano de negócios para os próximos cinco anos. Hoje, a cotação está a apenas US$ 3 dessa marca.

Klabin (KLBN11, R$ 22,65, +0,22%)
A fabricante de papel para embalagens Klabin teve prejuízo líquido de R$ 1,341 bilhão no terceiro trimestre, em um resultado já dentro do esperado por analistas e impactado por efeitos cambiais na dívida em moeda estrangeira.

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A companhia apurou uma geração de caixa medida pelo Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 520 milhões, em termos ajustados. O montante representa avanço de 15% sobre o desempenho do Ebitda ajustado um ano antes e também veio dentro da média de previsões de analistas.

Braskem (BRKM5, R$ 21,20, +2,71%)
A novela que se tornou as negociações entre Petrobras e Braskem para a assinatura de um novo acordo de longo prazo de fornecimento de nafta está próxima de seu capítulo final. Pressionadas pelo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, as duas companhias devem anunciar a formalização do novo contrato na próxima semana, encerrando um impasse que se arrasta desde 2013. O acordo deve ter dez anos de validade e estaria sujeito a fórmulas de repactuações futuras, segundo apurou a reportagem do Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

Frigoríficos
Um estudo da OMS (Organização Mundial de Saúde) divulgado nesta segunda-feira sobre o potencial cancerígeno da carne processada, não deve afetar o consumo do produto no Brasil, na opinião do diretor executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Nilo Chaves de Sá. Na avaliação do diretor da ABCS, há outros estudos científicos que comprovam os benefícios da carne para a saúde humana que devem ser levados em consideração. 

Procurada pelo, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) disse que quer analisar o estudo completo antes de se pronunciar. A BRF (BRFS3, R$ 68,50, -1,31%) informou que não vai se posicionar. No segmento de carne bovina, a Minerva Foods (BEEF3, R$ 13,26, +1,92%) afirmou que, por questões de agenda, não poderia responder à reportagem em tempo hábil e a Marfrig (MRFG3, R$ 6,46, 0,0%) também disse que não vai se posicionar.

Iochpe-Maxion (MYPK3, R$ 15,90, +0,70%)
O BTG Pactual reiterou recomendação de compra para as ações da Iochpe-Maxion, depois de evento com o CEO da empresa na semana passada. A expectativa é de estabilidade de produção no Brasil em 2016, contra 2015, enquanto as iniciativas implementadas para corte de custos no País começarão a ser colhidas à medida que a empresa tiver uma estabilização, trazendo melhoria de margens.

Os executivos falaram em crescimento de 2 pontos percentuais de margem nos próximos dois anos. Além disso, os analistas do BTG destacaram que a companhia sinalizou que segue focada em uma emissão de bonds internacional para reduzir o custo da dívida e está avaliando o melhor momento para fazê-la.   

Eztec (EZTC3, R$ 12,80, -1,54%)
A Eztec anunciou na noite de sexta-feira que suas vendas contratadas somaram R$ 38,3 milhões no terceiro trimestre, queda de 81% em relação ao mesmo período do ano passado. A Eztec informou que não realizou nenhum lançamento entre julho e setembro e que optou por suspender a fase Noronha do projeto Jardins do Brasil, localizado em Osasco (SP).

Segundo o BTG Pactual, o resultado veio abaixo do esperado, com forte queda nas vendas e VSO (velocidade sobre vendas) de 3% (contra 23,5% no 3° trimestre de 2014), impactado pela queda nos lançamentos e aumento dos distratos. O resultado veio fraco, momento para o setor é de cautela, mas ainda assim o banco reiterou compra das ações, em função de um valuation atrativo e nenhuma alavancagem, o que torna o case da empresa interessante, na opinião dos analistas. 

Kroton (KROT3, R$ 10,03, -1,47%)
As ações da Kroton caíram pelo quarto pregão seguido. A companhia informou nesta manhã a venda da Uniasselvi para os fundos Carlyle e Vinci Partners por R$ 1,1 bilhão. O fechamento da transação está sujeita ao cumprimento de determinadas condições suspensivas, incluindo a sua aprovação pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).  

Guararapes (GUAR4, R$ 47,00, +1,51%)
As ações da Guararapes, dona da Riachuelo, registraram primeira alta em cinco pregões. A companhia informou na sexta-feira que cortou pela metade sua projeção de abertura de lojas para 2015 e 2016, passando de 80 para 43 lojas esperadas.  

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